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O princípio da aceitação da ciência skinneriana e a coexistência com outras abordagens

4. PERCALÇOS NA HISTÓRIA DA CIÊNCIA: A RECEPÇÃO INICIAL DO PROJETO

4.5 O princípio da aceitação da ciência skinneriana e a coexistência com outras abordagens

A Segunda Guerra Mundial demarcou mudanças nos rumos do behaviorismo. Na época, o programa científico de Skinner, descrito em The Behavior of Organisms, passou a ser adotado por outros psicólogos que aplicavam em suas pesquisas o delineamento experimental de sujeito único e recorriam à a explicação do comportamento contida naquele livro. Sobre meados da década de 1940, intérpretes da história da psicologia afirmam que à medida que as ideias de Skinner se tornavam conhecidas e aceitas, as formulações de Hull e de Tolman se tornavam menos conhecidas e aceitas. Percepção histórica notada em afirmações como a de Bjork (1993): Com o país enfrentando a Grande Depressão, B. F. Skinner trabalhava em relativa obscuridade, em comparação com Clark L. Hull de Yale e Edward Chace Tolman da Universidade da Califórnia. Hull estava empenhado em descobrir equivalentes matemáticos para leis do comportamento, enquanto Tolman analisava o ‘comportamento intencional’. Além disso, ambos eram professores com leais estudantes de pós-graduação e apoiados por colegas behavioristas. Na década seguinte, Skinner reuniria um programa

experimental que condenaria Tolman e Hull à relativa obscuridade, enquanto a sua estrela profissional brilhava. (p. 105).

Mesmo sendo evidente a emergência de uma comunidade científica fundamentada nos princípios da análise experimental do comportamento a partir de meados da década de 1940, a afirmação de Bjork (1993) sobre a suposta supremacia do pensamento de Skinner deve ser relativizada. Dificilmente, a aceitação e a disseminação das ideias de Skinner aconteceram em função da substituição ou do abandono dos sistemas científicos de Hull e Tolman. Em outras palavras, é não menos que precipitado asseverar que ocorreu, no cenário da psicologia estadunidense, o abandono desses autores e uma adesão maciça às proposições skinnerianas. Primeiro, porque Hull e Tolman se mantiveram como proeminentes influências no desenvolvimento de teorias e campos de investigação internos e externos à psicologia; e segundo – como abordaremos posteriormente –, porque a formação inicial de um grupo de adeptos às proposições de Skinner não significou, de modo algum, o domínio da análise experimental do comportamento naquele cenário. Apenas um fato é inquestionável: em meados da década de 1940, era crescente o reconhecimento da figura científica de Skinner. Muito embora essa consideração se mantivesse ainda desvinculada da maciça aceitação e adesão a suas formulações científicas.

Além das questões mencionadas, o suposto declínio de Hull nas décadas de 1940 e 1950 não ocorreu efetivamente. Seu principal livro, Principles of Behavior (1943), publicado cinco anos após a edição do primeiro livro de Skinner, “marcou o início de uma era na pesquisa psicológica em que Hull tornou-se inquestionavelmente o líder da pesquisa em aprendizagem no país” (Marx & Hillix, 1976, p. 244). O impacto de Principles of Behavior foi tão expressivo que 70% das pesquisas sobre psicologia da aprendizagem publicadas nos Estados Unidos entre meados dos anos 1940 e em toda a década de 1950, em periódicos como o Journal of

Experimental Psychology e o Journal of Comparative Psychology, faziam referência a alguma

pesquisa realizada por Hull e, principalmente, citavam seu livro (Marx & Hillix, 1976). De igual forma, a influência de Hull ultrapassou o campo da psicologia da aprendizagem. Análises recentes identificam suas proposições como constituintes da história da inteligência artificial e de outros campos de pesquisa que ganharam força na segunda metade do século XX (como a cibernética) e estão em pleno desenvolvimento na atualidade (Cordeschi, 2005; Schlimm, 2009).

Sobre Tolman, igualmente, é improvável que seu trabalho tenha simplesmente entrado em declínio a partir da década de 1940 em decorrência do avanço da ciência skinneriana. O próprio Skinner (1988) sugeriu que Tolman foi um dos precursores da moderna psicologia cognitiva que surgiu nas décadas de 1950 e 1960. Chiesa (1994, p. 193) alega que “como um psicólogo tentando desenvolver métodos mais alinhados com as ciências naturais, Tolman pertence à tradição ‘comportamental’. Já no contexto da psicologia contemporânea, sua abordagem S-O-R é seguramente cognitiva”. Ademais, embora a obra de Tolman parecesse esquecida nas décadas de 1950 e 1960, sua relevância é explícita em diversos estudos sobre esse período que revisitam conceitos como “mapas cognitivos”, “expectativas” e “hipóteses”, todos em suas formulações. Por sua vez, o trabalho de Tolman, mesmo que de forma indireta, contribuiu para a cibernética, que incorporou a ideia de “intenção”, manifesta no sistema explicativo de Tolman como um fenômeno passível de ser definido em termos operacionais (Carrara, 2005; Krech, 1967).

No prefácio da sétima edição de Principles of Behavior, publicada em 1966, as obras de Hull, Tolman e Skinner são citadas por desempenharem papel central no desenvolvimento da psicologia experimental estadunidense.

Em curto espaço de tempo, nos últimos 11 anos apareceram, na Century

Psychology Series, três livros que não apenas decisivamente determinaram o

curso que uma área da Psicologia estava tomando nos 20 anos seguintes, mas também literalmente instigaram a maioria das pesquisas na mesma. Os livros, por ordem de seus lançamentos, foram Comportamento Intencional em

Animais e Homens (1932), de Tolman, O Comportamento dos Organismos

(1938), de Skinner, e Princípios do Comportamento (1943), de Hull. (Spence, 1966, p. xvi).

Portanto não foi mera presunção de Skinner situar seu trabalho historicamente em referência aos livros de Hull e Tolman. Ao mesmo tempo, o maior número de edições dos livros de Skinner e Hull expõe que as formulações desses dois psicólogos foram mais difundidas do que as ideias de Tolman (Gengerelli, 1976; Marx e Hillix, 1963).45 Por outro lado, a disseminação do projeto científico de Skinner se deu de maneira distinta daquela estabelecida para os programas de pesquisa de Hull e Tolman. Isso porque, a partir de meados da década de 1940, iniciou a formação de um grupo de psicólogos identificados de forma restrita com as formulações skinnerianas. Esse fenômeno não ocorreu com as proposições de Tolman e de Hull, as quais, embora difundiram-se na psicologia experimental estadunidense, não se constituíram como fundamento único para institucionalização de uma nova comunidade científica naquele cenário.

Ainda que os programas de pesquisa de Hull e Tolman não sustentaram perceptivelmente a emergência de um grupo de praticantes de suas ciências, responsáveis pela transmissão sistemática de suas teorias para novas gerações de psicólogos experimentais, é equivocado afirmar o desaparecimento, a substituição ou o total desuso de seus achados e que o behaviorismo de Skinner assumiu posição de domínio na psicologia experimental estadunidense, relegando aqueles psicólogos ao anonimato. Como ainda trataremos neste estudo, há expressivos indícios de que o behaviorismo skinneriano continuou a ser alvo de !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

45!A falta de unidade do programa de pesquisa de Tolman e a natureza fortemente hipotética de suas

formulações (Carrara, 1998/2005) estão entre os possíveis motivos que dificultaram o uso de suas proposições científicas como base para a formação de uma nova escola psicológica.

duras críticas e, talvez, nunca tenha sido hegemônico no cenário da psicologia experimental nos Estados Unidos. Além disso, como exposto, os pensamentos de Hull e de Tolman, mesmo dispersados, constituíram parte da evolução de áreas como a inteligência artificial e a cibernética e compuseram, no início da segunda metade do século XX nos Estados Unidos, o evento histórico responsável por ter, na visão dos cognitivista, supostamente, produzido a extinção do behaviorismo: a revolução cognitivista (para uma crítica dos anúncios de morte do behaviorismo, ver Roediger, 2005).

As declarações de morte do behaviorismo iniciadas a partir de meados do século XX ocorreram paradoxalmente, contudo, simultâneo à emergência da análise do comportamento enquanto comunidade científica. Alguns aspectos que nos permitem fazer essa afirmação são a inserção da análise experimental do comportamento em currículos de cursos de psicologia (Keller e Schoenfeld, 1949), a fundação da primeira sociedade científica da área (Dinsmoor, 1987; Laties, 1987), o estabelecimento de revistas especializadas (Catania, 2008; Schoenfeld, 1987; Skinner, 1987; Wixted, 2008) e de programas de doutorado e mestrado (Michael, 1993; Rubin e Cuvo, 1993) e a aplicação dos princípios da teoria operante em diversos contextos (Rutherford, 2009). Todos esses pontos configuram elementos históricos consonantes com a visão promulgada por Kuhn (1962/2006) sobre o estabelecimento de novos paradigmas científicos. Sobre isso ele diz:

... a criação de publicações especializadas, a fundação de sociedades de especialistas e a reivindicação de um lugar especial nos currículos de estudo têm geralmente estado associadas ao momento em que um grupo aceita pela primeira vez um paradigma único. Pelo menos foi isso que ocorreu, há um século e meio, durante o período que vai desde o desenvolvimento de um padrão institucional de especialização científica até a época recente, quando a parafernália de especializações adquiriu prestígio próprio. (Kuhn, 1962/2006, p. 40).

Isso não significa que o projeto científico skinneriano, como exposto no capítulo anterior, se estabeleceu como um paradigma científico aos moldes kuhnianos. Sobre isso, lembramos que embora tenha se tornado recorrente, entre os psicólogos, o uso da noção kuhniana de ciência paradigmática (Carone, 2003; Coleman & Rebeca, 1988), essa conceituação foi descrita por Kuhn (1962/2006) como incapaz de ser utilizada para se referir a ciências como a psicologia. Muito embora, tenha argumentado posteriormente que campos, como a psicologia experimental e a economia, pudessem funcionar de acordo com sua noção de ciência normal (Kuhn, 2006). O que parece ser plausível no caso da análise do comportamento, visto que a criação dos mecanismos institucionais da ciência sugeridos por Kuhn (1962/2006) servem para indicar como a organização comunitária da análise do comportamento, que teve início em meados da década de 1940, reflete um padrão histórico de estabelecimento de uma nova comunidade científica amparada por um único modelo científico que fornece problemas e soluções exemplares para os membros dessa comunidade. Com a diferença, relevante neste caso, de que a formação inicial de um grupo de praticantes da análise do comportamento não resultou da ampla aceitação da ciência de Skinner e nem muito menos de amplo debate na literatura de periódico, mas da sua contínua rejeição e do decorrente sentimento de isolamento, que foi recorrentemente mencionado por Skinner e os primeiros adeptos de sua ciência (para uma análise da possibilidade da análise do comportamento ser interpretada enquanto ciência normal, ver Paulino, 2012). Aspecto que ficará ainda mais evidente ao longo da narrativa.

Neste capítulo, expomos como os primeiros percalços envolvidos no estabelecimento do sistema explicativo de Skinner envolveram fatores além daqueles descritos na historiografia tradicional da ciência skinneriana. Mais do que isso, exibimos que esses obstáculos foram, em algum grau, extensões de fatores históricos identificados no início da vida profissional de Skinner, no decorrer de seu doutorado e de seu pós-doutorado em Harvard. O desconhecimento-desprezo da produção científica da psicologia, a preferência por relações informais na ciência, o papel da liberdade institucional e científica e o reconhecimento da sua figura científica desvinculado da aceitação de pressupostos teóricos e metodológicos, centrais de seu projeto científico, repercutiram nos dez anos da permanência de Skinner em Minnesota; e no modo como se deu a aceitação inicial de sua ciência no cenário mais amplo da psicologia experimental estadunidense.

O primeiro obstáculo tratado neste capítulo – a dificuldade de Skinner para obter seu primeiro emprego como professor – denota uma consequência quase inequívoca do seu estilo de trabalho no decorrer de seu doutorado e de seu pós-doutorado em Harvard, entre 1928 e 1936. Prova disso foi que a dedicação exclusiva à pesquisa durante essa fase e o assumido desconhecimento-negligência pela tradicional pesquisa de psicologia animal (cf. capítulo 3) diminuíram suas chances de alcançar um posto como professor universitário, no momento em que predominava, na universidade estadunidense, a demanda por pesquisadores com experiência docente. Assim, o que fez parte especial da determinação da peculiar e profícua produção científica de Skinner na Universidade de Harvard – a condição para se dedicar exclusivamente à pesquisa sem imposições científicas e necessidade de assumir o posto de docente – se transformou, ao final de sua estada naquela instituição, em fonte de problemas para sua admissão como professor em outra universidade. A dificuldade apenas foi sanada com uma indicação efetuada por Boring (desconhecida de Skinner durante várias décadas), a qual

possibilitou a sua inserção como professor na Universidade de Minnesota. Desse modo, Boring – que na visão de Skinner seria indisposto a auxiliá-lo por causa das críticas à sua ciência– garantiu a sua inserção no disputado mercado acadêmico. Esse acontecimento é igualmente simbólico da manutenção de outro padrão histórico identificado ao longo do percurso profissional de Skinner: o reconhecimento de seu potencial científico desvinculado da aceitação de suas ideias; uma vez que mesmo crítico da ciência de Skinner, Boring reconheceu sua qualidade enquanto um promissor cientista, ou nas suas palavras “um possível gênio” (Boring, 1930, citado por Bjork, 1993/2006, p. 101).

Ao ingressar em Minnesota, os percalços enfrentados por Skinner foram expandidos a sua prática científica e profissional naquele contexto. O problema foi admitido por Skinner quando afirma de ter sido a associação a Heron e a seu laboratório de pesquisa responsáveis por persuadi-lo a trabalhar, durante parte da segunda metade da década de 1930, com métodos e procedimentos de pesquisa incompatíveis com aqueles desenvolvidos por ele em Harvard. Ademais, Skinner enfrentou dificuldades para divulgar sua ciência e temeu represálias de Heron, que apresentava sinais de insatisfação com sua postura institucional e o seu trabalho. Como resultado, Heron solicitou isenção de responsabilidade sobre a atuação de Skinner, o que conferiu a este, parcialmente, condições de retomar um cotidiano semelhante àquele experimentado em Harvard. Dessa conjuntura, procede a retomada e a manutenção de outros dois elementos históricos presentes na carreira de Skinner: a preferência por relações informais e o consequente isolamento institucional. Provas disso foram o estabelecimento do contato preferencialmente informal com os alunos naquela instituição e o alheamento da vida institucional e burocrática, mesmo quando questões de seu interesse estavam em jogo.

Outro percalço que evoca padrões históricos perenes no decorrer da carreira de Skinner foi a recepção do seu primeiro livro: The Behavior of Organisms. Nesse caso, observamos,

novamente, por exemplo, os efeitos de sua imunização contra a tradicional pesquisa em psicologia animal durante o doutorado em Harvard, refletida nas discrepâncias do sistema científico apresentado naquele livro do restante da psicologia experimental estadunidense. Sobre esse aspecto notamos que as críticas à Skinner se deram, entre outras coisas, em razão da incompatibilidade de seu método de pesquisa com o mainstream da psicologia experimental estadunidense; o qual começava a aderir de forma maciça, justamente a partir de meados da década de 1930, a procedimentos descartados e interpretados por Skinner como contraproducentes para uma investigação científica efetiva do comportamento, como, por exemplo, médias estatísticas e grupos controle.

A disputa com outros psicólogos experimentais que também buscavam estabelecer a hegemonia de seus sistemas científicos na psicologia experimental estadunidense mostra o reconhecimento desvinculado da aceitação das ideias de Skinner, agora em um cenário mais amplo. Isso se fez evidente no reconhecimento, ainda que informal, que Hull e Tolman conferiram ao trabalho de Skinner. Vale dizer também que Hull e Tolman foram os principais concorrentes de Skinner na disputa pelo estabelecimento de uma formulação geral sobre o comportamento, entre as décadas de 1930 e 1940. Ainda que não haja um vencedor nesse embate, como mostramos, Skinner parece ter se sobressaído. No entanto, isso não significou que suas proposições foram recepcionadas de modo positivo por toda a comunidade científica ou que as ideias de Hull e Tolman foram obscurecidas pelo avanço da ciência skinneriana, como algumas interpretações históricas sugeriram O mais provável é que a organização comunitária da análise do comportamento, a partir de meados dos anos 1940 e durante as décadas de 1950 e 1960, se instituiu de maneira consistente, sustentada por uma forte organização social, tomando contornos claros de algo semelhante a uma ciência normal. Diferentemente, Hull e Tolman tiveram suas formulações reelaboradas e adaptadas por diversas

abordagens. Não há indícios da existência e manutenção de uma comunidade científica baseada estritamente nos sistemas explicativos desses psicólogos. Não há disciplinas, periódicos e nem comunidades científicas dedicadas exclusivamente ao desenvolvimento do projeto científico desses psicólogos. Todavia, ressaltamos que a influência de Hull e Tolman em áreas em expansão desde meados da década de 1950, como a psicologia cognitiva e a inteligência artificial, sugerem que a influência desses psicólogos, em diversos campos do conhecimento, foi maior do que a das proposições skinnerianas, as quais, ainda hoje, são aceitas e debatidas quase que exclusivamente apenas entre os membros da análise do comportamento (Krantz, 1971, 1972; Rutherford, 2009).

Também ressaltamos – e talvez este seja o aspecto mais relevante deste capítulo – uma ambivalência que se tornará cada vez mais evidente a medida que a cronologia do nosso estudo avança, a saber, o fato de que a liberdade experimentada por Skinner ainda durante seu doutorado e pós-doutorado e que propiciou condições para uma fecunda produção científica e a manutenção de um estilo de trabalho informal foi também parte da explicação para as dificuldades de aceitação do seu pensamento no cenário da psicologia experimental estadunidense. Por um lado isso fica evidente no afastamento de Skinner da tradicional psicologia experimental estadunidense e nas críticas emitidas a essa característica de sua ciência, e por outro no seu apreço pela informalidade e no seu deliberado alheamento do contexto institucional das instituições em que trabalhou. Esses dois últimos aspectos confirmam, como descreveremos nos demais capítulos, a inobservância de Skinner de que a aceitação de sua ciência, como de qualquer outra, dependia também de sua imersão na esfera institucional da ciência e que seu isolamento institucional produzia um efeito contrário ao que ele desejava. Algo assumido por ele apenas na década de 1960, como veremos no sétimo capítulo.

Por último, em termos gerais este capítulo apontou que a visão de harmonia na história da ciência – representada pela ideia de que a formulação de um fato científico garantiria a um cientista e sua teoria lugar especial na história – é dissolvida quando olhamos para os percalços envolvidos no caminho dessa aceitação. Assim, postulamos que a nova ciência do comportamento formulada por Skinner não foi automaticamente aceita e adotada e que os motivos para tanto envolveram determinantes de natureza social e biográfica, os quais são necessários à compreensão da posterior recepção do projeto científico skinneriano e da comunidade científica adepta dessa ciência.

5. DA INFORMALIDADE À FORMALIDADE: O INÍCIO DA ORGANIZAÇÃO

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