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A análise foi desenvolvida por meio dos fundamentos da Análise de Conteúdo, segundo o modo formulado por Bardin (2011). Entendendo que a Análise de Conteúdo é composta por tipos distintos, utilizamos como ferramenta neste trabalho a análise do tipo temática categorial, segundo a qual o tema consiste na unidade de análise. Os procedimentos de análise recaíram nas seguintes etapas analíticas: a pré-análise; a exploração do material; e o tratamento dos resultados obtidos e interpretação.

Como descreve Bardin (2011), a pré-análise envolve, basicamente, uma leitura compreensiva do conjunto do material selecionado para análise, a elaboração de hipóteses e a formulação de indicadores que baseiem a interpretação final. A escolha dos documentos – tanto os instrumentos normativos do programa Pibid (nacional) e local (UFPE), bem como as entrevistas transcritas – com o intuito de responder aos objetivos dessa pesquisa, deu-se a partir da relevância das informações contidas em seus textos, então, formos pelos significados que incidiam na problemática da pesquisa. Após a seleção dos documentos, nós realizamos uma leitura em que fomos tomados pelas impressões contidas nas fontes selecionadas. Embebidos nos significados tidos como fundamentais, nós traçamos o plano do texto para a exploração do material.

A exploração do material trata-se da realização das decisões tomadas na etapa da pré- análise e consiste em codificar, decompor e enumerar os dados em função dos objetivos almejados, sendo assim, é a análise propriamente dita, o momento em que se busca os sentidos dos textos orientados pelos referenciais teóricos. Na pré-análise destacamos e realçamos aspectos que notamos significativos ao nosso objeto de estudo. Os documentos pertinentes ao

estudo foram organizados e descritos, oportunizando assinalar a natureza de cada um. Por meio desta arrumação nós pudemos criar os eixos e as categorias analíticas a partir das temáticas que possuíam maiores significados para a construção de saberes da docência por egressos de iniciação à docência do subprojeto Pibid de História/UFPE. Devido às fontes tratarem sobre mesmo tema e ao mesmo tempo o abordarem de forma diferente (documentos normativos, projeto institucional (UFPE) e relatórios institucionais, bem como entrevistas), nos ativemos àquilo que os documentos aportavam aos objetivos do estudo. Cada trecho tido como significativo foi agrupado respeitando a natureza e homogeneidade do documento. Cada conjunto de documentos analisados se transformou em unidade de análise sob as quais adicionamos categorias e subcategorias que respondessem a nossa problemática.

O tratamento dos resultados obtidos e interpretação é a fase de sistematização e categorização dos dados por meio da elaboração de quadros, figuras e modelos. A últ ima etapa deve contemplar a inferência ou interpretação, com o intuito de auxiliar na busca por respostas atreladas aos objetivos, questões e pressupostos da pesquisa, ou ainda que evidenciem descobertas inesperadas (MINAYO, 1998, p. 210). No Quadro 6 apresentamos os eixos e categorias construídas por meio dos procedimentos.

Qua dro 6 – Eixos, ca tegoria s e subca tegoria s de a ná lise

EIXO CATEGORIAS SUBCATEGORIAS

ORGANIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA PIBID

Ca ra cteriza çã o do Pibid Regula mento do Progra ma Fina lida de, objetivos e princípios

peda gógicos do Pibid Sujeitos, a tribuições e requisitos pa ra

a tua r no progra ma Área s contempla da s pelo Pibid

INTERNALIZAÇÃO DO PIBID PELA UFPE

Ca ra cterística s da s a ções do PIBID/UFPE em 2014 Rela çã o entre teoria e prá tica no

Pibid/UFPE

Rela çã o universida de/escola no Pibid/UFPE

pesquisa sobre a escola e o ensino no Pibid/UFPE

Sa beres da docência no Pibid/UFPE

• conhecimento necessá rio às necessida des educa tiva s dos a lunos, do entorno da escola e dos processos de ensino e a prendiza gem;

• necessidade de saber interdisciplinar, de tra ba lho cola bora tivo e dia lógico; • postura comunicativa (socializadora):

a mplia çã o da produção e socia liza ção do conhecimento.

Estra tégia s do subprojeto Pibid de História /UFPE

CONSTRUÇÃO DE SABERES DA DOCÊNCIA NO

SUBPROJETO PIBID DE HISTÓRIA/UFPE

Sa ber pla neja r Sa ber peda gógico Professor-pesquisa dor

Significa dos a tribuídos à experiência no subprojeto Pibid de História /UFPE

• relevância do trabalho colaborativo e dia lógico;

• segurança construída para atuar enqua nto docente da educação bá sica; • fragilidades da formação inicial nota da s com o Pibid

Fonte: Ela bora do pelo a utor, com ba se na s fontes documenta is e ora is.

Optamos por analisar o trabalho em três eixos, como visto acima. Diante de nossa percepção, o trabalho possuiu meandros que precisavam ser evidenciados. Não poupamos esforços em inquirir como se organizou e se caracterizou o Pibid (primeiro eixo) no cenário das políticas de formação docente do Brasil. Adveio daí um conjunto de categorias que visaram dizer desde a concepção até a quem se endereçou o programa.

O segundo eixo estruturador do trabalho foi descrito como Internalização do Pibid pela

UFPE. Nesse eixo, procuramos caracterizar o programa na instituição e destacar estratégias

utilizadas pela UFPE e pelo subprojeto de História para estabelecer relações entre universidade/escola, teoria/prática, a pesquisa sobre a escola e o ensino no Pibid/UFPE, bem como características que dissessem de outros saberes necessários à docência. As categorias que advêm deste eixo e estão expostas no quadro acima derivam da confrontação entre documentos

nacionais e locais e suas correspondências. Valemo-nos também da entrevista semiestruturada realizada com a Coordenadora institucional do Pibid/UFPE (2014-2018) sempre que consideramos importante ouvir a respeito do projeto institucional da UFPE. Trabalhamos também sobre a última categoria selecionada (estratégias do subprojeto Pibid de História/UFPE) com dados das entrevistas semiestruturadas realizadas com as Coordenadoras de Área que orientaram os trabalhos do subprojeto de História entre 2014 e 2018, confrontando- os com o projeto e os relatórios institucionais do Pibid/UFPE. Com esse eixo, desvelamos a concepção de formação docente presente na proposta da UFPE, assim como as estratégias didáticas pensadas e executadas no subprojeto de História.

O terceiro eixo tratou de dados coletados por entrevistas semiestruturadas realizadas majoritariamente com aqueles que estiveram na condição de licenciandos de iniciação à docência (LIDs) e se valeu, de maneira complementar, com as narrativas de professores- supervisores e coordenadores. Dados documentais também foram trabalhados como subsídio das fontes orais. Neste eixo acoplamos categorias que evidenciassem os saberes ditos e experienciados como construídos por aqueles que estiveram na posição de LIDs no Pibid, da mesma forma que os sentidos que eles empregaram às atividades vivenciadas naquele espaço/tempo de formação.

5 O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA ENQUANTO POLÍTICA E PRÁTICA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Neste capítulo abrimos o trabalho de análise dos dados coletados. Examinamos o programa Pibid, sua organização, intenções, objetivos, procedimentos e instrumentos para a formação inicial docente mediante suas normas reguladoras em nível nacional. As fontes tratadas aqui expõem as normas sob as quais o Pibid se dissemina pelas IES do país. Tais documentos se mostraram diversos e variaram desde decretos, portarias, editais até relatórios técnicos que disseram da complexidade do programa, de suas mudanças. O fio que tece a teia estabelecida em torno do programa Pibid parte desse olhar macro e é por ele que iniciamos a análise. Como dito na metodologia, o estudo sobre o programa apoiou-se na análise de conteúdo, tal como sistematizada por Laurence Bardin (2011), visando identificar os núcleos de sentido e de significados de um corpus documental.

Observando a significância dos dados encontrados nos documentos aqui analisados, construímos um eixo e, dele, algumas categorias que se mostraram parte da compreensão dos objetivos específicos colocados para esta pesquisa. São as categorias que organizam as informações: a caracterização do Pibid; o regulamento do programa; a finalidade, objetivo e

princípios pedagógicos do Pibid; os sujeitos, atribuições e requisitos para atuar no programa; e as áreas contempladas. Cada categoria escolhida orbitou e dialogou com a precedente, com

vistas a apresentar a cara do programa.

Discutimos a singularidade do recorte temporal analisado (2014-2018), evidenciando que ele foi fruto de um contexto social, político e histórico anterior e de uma trajetória marcadamente de expansão e redefinição do programa (até 2014). Evidenciamos que não existiu apenas um Pibid, mas que o programa possui algumas facetas que se traduzem por meio de suas propostas e demonstram o caráter dinâmico desta política pública.

5.1 CONHECENDO O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À