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Apesar de, na literatura, análise categórica de conteúdo e frame analisys serem considerados metodologias diferentes para o estudo da mídia, é importante destacar a afinidade entre os dois métodos, visto que os pressupostos e ensinamentos de Bardin (1977) podem ser seguidos para a análise de enquadramento na medida em que se constituem orientações consolidadas para a realização da categorização de conteúdo. Sendo assim, para se realizar a análise de enquadramento proposta, foi feita, primeiramente, categorização do material a ser estudado.

Este método, que é um dos mais utilizados atualmente para analisar meios de comunicação de massa, tem como sua principal referência Laurence Bardin (1977) e é por ela definido como

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens. (BARDIN, 1977, p. 41).

Desta forma, seguimos as etapas de categorização propostas por Bardin (1977) que, ao explicar o método de pesquisa, o divide em três fases: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Estas etapas estão resumidamente dispostas na figura a seguir:

Fonte: BARDIN, 1977, p. 102

A figura acima mostra a organização da análise de conteúdo. Apesar de não aplicarmos a metodologia da análise de conteúdo como um todo, essas etapas de categorização foram utilizadas para realizar a análise de enquadramentos. A pré-análise esquematizou princípios iniciais. Bardin (1977) chama essa fase de organização em si e que teve por objetivo três missões para o trabalho: a escolha dos documentos, a formulação de hipóteses e elaboração de indicadores que subsidiem a interpretação final. A elaboração de indicadores pressupõe que os textos contêm índices que acusem a comprovação ou não da hipótese, em que o indicador preciso deve ser mensurado.

Neste sentido, a análise de conteúdo foi utilizada, por suas regras de tratamento do corpus, como meio de visualizar e enumerar os dados. A codificação em unidades de registro (o que se conta) e unidades de contexto (um conjunto de unidades de registro) foi o instrumento para o tratamento dos dados colhidos. Neste sentido, os enquadramentos nas matérias coletadas foram codificados como seguintes unidades de registro. Com o material codificado,

foramutilizadas regras de enumeração (presença, frequência, distribuição e associação) para extrair interpretações do que não está explícito no texto.

Através do processo de categorização delineado por Bardin (1977), é que a análise de enquadramento foi realizada. Os enquadramentos das matérias foram quantificados e expostos seguindo os princípios de objetividade e fidelidade, homogeneidade e pertinência. Neste sentido, é importante destacar que as categorias foram reveladas apenas com a exploração do material.

Assim, o corpus do estudo proposto são as matérias das editorias de economia dos jornais Folha de S. Paulo, o Estado de São Paulo e O Globo, que possuem como ponto relevante a atuação do BNDES durante os governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso (1995- 2002) e Lula (2003-2010). Acerca deste último recorte, se faz necessário explicar a sua razão, resumindo como a atuação do banco foi vista pela academia durante os dois períodos que analisaremos. A partir da inferência obtida através da revisão da literatura que a atuação do Banco foi nitidamente diferente de um governo para outro e que essas diferenças encontram razão nas disputas simbólicas ocorridas no campo dos economistas brasileiros, que têm no BNDES um espaço de formação e de atuação profissional. Nesse sentido, a literatura aponta dois tipos de atuação do Banco nos governos estudados.

De forma resumida, durante o governo FHC, o BNDES teve importante papel em grandes privatizações de estatais brasileiras, como o caso do serviço de transporte de cargas da RFFSA e da Companhia Vale do Rio Doce, entre outras, e, em linhas gerais, sua atuação era semelhante à de um banco privado: “[…] a instituição torna, na década de 90, secundária a visão estratégica, próprias de banco de desenvolvimento e passa a destacar a necessidade de ter saúde financeira e ser bem-sucedida como um banco” (COSTA, 2006, p. 8). No governo Lula, o banco aumentou a linha de crédito para financiamento de projetos de desenvolvimento econômico internacional de empresas brasileiras, permanecendo “a visão de que o BNDES e os bancos de desenvolvimento, de modo geral, devem distinguir e priorizar setores estratégicos da economia” (COSTA, 2006, p. 21).

Tem-se, então, o BNDES como agente de estabilidade macroeconômica voltado para o enxugamento do Estado, notadamente em seu papel nas privatizações, que foi de gestor do PND a órgão consultivo e deliberativo no processos de desestatização nas unidades da federação, durante o governo FHC; e o BNDES como agente de fomento da produção nacional com vistas a financiar projetos de desenvolvimento, de forma especial os que buscavam a expansão da infraestrutura econômica, social e urbana, como o Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC), que atuou no sentido alinhado com a visão de Estado como indutor da economia (SALGADO, 2013). Desse modo, por se tratarem de políticas emblemáticas dos governos analisados e que tiverem atuação direta e intensa do Banco, os períodos que correspondem ao aprofundamento dos dois programas foram escolhidos para amostra do estudo proposto.

Por se tratar de 16 anos entre os dois governos, para garantir a exequibilidade da pesquisa e analisar a cobertura midiática a estratégias de atuação distintamente diferentes quanto à visão de economia as quais envolvem, outro recorte foi realizado sobre o corpus para se chegar à amostra do estudo proposto. Assim, dados do Banco denotam que os anos de 1996, 1997 e 1998 foi o período em que ocorreram mais privatizações (DINIZ, 2004) e por isso foram os anos que serviram de amostra para a análise das matérias do governo Cardoso. A amostra para o período do governo Lula foram as matérias sobre o Banco nos anos de 2007 a 2009, anos de execução e intensa atuação do Banco no PAC-1.

Os impressos foram escolhidos em virtude da sua relevância dentro do campo do jornalismo econômico. Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo foram escolhidos por serem os jornais de maior circulação nacional do país. A editoria de economia foi escolhida conforme o critério de pertinência e relevância para o estudo.

A coleta do material foi realizada de forma digital, visto que os jornais disponibilizam em seus endereços eletrônicos a versão que é impressa diariamente, inclusive de edições antigas. O acervo completo e em formato de impresso, no entanto, só é disponível para assinantes dos jornais, o que foi providenciado. Para a exploração do material (categorização), o corpus escolhido foi analisado um a um, visto que a maior parte está em formato de imagem, o que, dadas as condições atuais e somado a outras circunstâncias (indisponibilidade de software, por exemplo) impossibilita o uso de programa de análise de conteúdo automática.

Depois da coleta dos jornais dos anos a serem pesquisados, foi realizado um clipping manual das matérias de interesse para a pesquisa. Para esta etapa, a seleção do material foi realizada com a leitura de elementos chaves das matérias, que são os títulos, subtítulos, leads e destaques como “olhos” e “boxes”. Nestes elementos chaves, foram buscadas palavras que remetam ao BNDES, são elas: BNDES, banco de desenvolvimento, nomes dos presidentes do Banco, TJLP e FAT.

Foram considerados conteúdo de interesse da pesquisa material de todos os gêneros quem compuserem a editoria de economia, informativo ou opinativo. Considera-se, para isso, que a construção da realidade feita pelo jornalismo passa por toda a sua produção e objetivou- se, com isso, atender ao princípio de exaustividade na exploração do material (BARDIN, 1977).

Depois de identificadas os conteúdos que integraram a amostra da pesquisa, o seu conteúdo foi incluído em sua totalidade.

O levantamento das matérias foi feito nas seguintes seções dos jornais: Dinheiro, Mercado ou Negócios da Folha de S. Paulo; caderno de economia do O Estado de São Paulo; editoria de economia o jornal O Globo.

A categorização do conteúdo analisado deu origem a uma grelha de categorias fixas e se deu, primeiro, com o inventário – isolamento dos elementos – e, depois, com classificação – separação em grupos por enquadramento. Para a categorização do conteúdo, foi realizada a análise de enquadramento de 25% de todo o material colhido para a montagem das categorias de framing. As matérias foram escolhidas no sentido de que 1 foi analisada e 3 não o foram, em ordem cronológica, de maneira que não foram aplicados outros critérios para a seleção das unidades que formaram a grade. Após esta etapa, foi realizada a análise de enquadramento do restante das matérias dos três veículos.

Em suma, o trabalho seguiu a seguinte trajetória metodológica na etapa empírica deste estudo:

1) Leitura flutuante das editorias Mercado e Dinheiro do jornal Folha de São Paulo para definição do período em que se deverá explorar o material dos outros jornais; 2) Exploração do material que consistiu em aplicar as técnicas de categorização, definindo enquadramentos visualizados em 25% da amostra dos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo;

3) Formação da grelha de categorias baseada na revisão da literatura e na investigação prática, com sua descrição e definição das variáveis que as constituíram;

4) Aplicação da grelha de categorias ao restante de toda a amostra;

5) Sistematização dos resultados obtidos em tabelas com as unidades de registro, quais sejam, jornal, data, título da matéria e enquadramentos presentes;

6) A aplicação de operações estatísticas para a descoberta das informações pretendidas pelo estudo.

Neste sentido, a coleta do material nos três jornais resultou num total de 2.303 matérias, distribuídas da seguinte maneira:

Tabela 6 - Quantidade de matérias colhidas por jornal e por período

Folha de São Paulo O Estado de São Paulo O Globo Total

Período FHC 230 481 446 1157

Período Lula 468 377 301 1146

Total 698 858 747 2303

A análise preliminar resultou na seguinte grade de enquadramentos, que foi aplicada em todo o material de pesquisa.

Quadro 9 - Grade de enquadramentos

Categoria de

enquadramento Definição dos enquadramentos Exemplos de definições

Agente do Governo (AG)

O BNDES é enquadrado como instrumento ou agente do governo em negociações nacionais e internacionais. Nestas matérias, o BNDES é tratado como forma do governo intervir na economia ou em empresas privadas. O Banco é relatado como o próprio governo em investimentos, tratativas, entre outras circunstâncias.

- “a equipe FHC/BNDES” (FSP, 06.02.1996)

- “governo”, “presidente do BNDES [...] disse que o governo está acompanhando de perto as negociações”, “presidente do BNDES afirma que uma das preocupações é manter controle nacional” (OG, 08.02.2008)

- “governo facilita [...] BNDES reduz valor mínimo para financiar” (OESP, 31.05.2007)

“Brasil garante empréstimo […] para Bolívia”, “governo brasileiro aprovou pedido […] de um empréstimo […] do BNDES […] na Bolívia”, “financiamento é promessa do presidente” (FSP, 31.03.2009) Agente do mercado financeiro (AMF)

O BNDES é enquadrado como atuante do mercado financeiro, seja na venda de ações de empresas estatais ou privadas, anúncio de abertura de capital e carteira de ações de suas subsidiárias. Nas matérias, são abordadas operações do Banco no mercado financeiro, como de importância para esse setor da economia.

- “BNDESPar vendeu 1 bilhão de ações”, “carteira da empresa do BNDES” (OESP, 24.05.1997) - “BNDES vai vender debêntures”, “BNDESPar tem na carteira”, “BNDESPar anunciou abertura de capital” (OG, 04.02.1998)

- “BNDESPar vende ações” (FSP, 13.03.1997)

Atuante

Internacionalmente (AI)

O BNDES é enquadrado como agente internacional. Nas matérias, são destacadas operações como o financiamento de obras e serviços no exterior, a abertura de subsidiárias fora do Brasil e o

financiamento à

internacionalização de empresas brasileiras.

- “subsidiária do BNDES no exterior” (OESP, 08.05.2008)

- “BNDES abre subsidiária em Londres”, “com objetivo de ajuda à internacionalização de empresas brasileiras, o BNDES londrino” (OG, 05.1.2009)

- “BNDES fala a investidores estrangeiros” (FSP, 01.03.1997) - “BNDES [quer] aumentar carteira de investimentos na região [AL]” (OESP, 31.03.2008)

Categoria de

enquadramento Definição dos enquadramentos Exemplos de definições

Banco Lucrativo (BL)

O BNDES é enquadrado como lucrativo. Neste enquadramento se dá através do destaque dos lucros como instituição financeira e/ou pública. Nas matérias, são apresentados dados de balanços do Banco ou do governo em que a Instituição tem resultados positivos do ponto de vista financeiro.

- “desempenho do BNDES turbina resultado”, “bom desempenho do BNDES”, “lucro do BNDES ajudou” (FSP, 28.12.2009)

- “BNDES tem maior lucro” (OESP, 16.08.2007)

- “BNDES tem lucro recorde”, “redução da inadimplência”, “lucro maior” (OG, 10.02.2007)

Banco Público no Fornecimento de Crédito (BPFC)

O BNDES é enquadrado como liberador de recursos estatais ou como credor de empresas. São matérias que apresentam o Banco como socorro de setores durante crises internacionais e como uma categoria à parte no fornecimento de crédito no Brasil.

- “os recursos liberados pelo Banco representam 23,1% do total levantado por empresas brasileiras no ano”, “BNDES voltar a responder por fatia maior [no financiamento]”, “trazer de volta a dependência em relação à instituição” (OG, 08.07.2008)

- “uso do BNDES na crise”, “risco de se tornar hospital de empresas”, “BNDES poderá ajudar empresas [...] para tentar minimizar efeitos da crise”, “Banco promoverá políticas anticíclicas”, “banco público” (FSP, 25.10.2008)

Captador de Recursos (CR)

O BNDES é enquadrado como captador de recursos, seja no exterior ou em fundos nacionais. Nas matérias, as ações do Banco para ampliar seu poder de financiamento por ação própria na busca de recursos.

- “BNDES obtém financiamento”, “BID apoiou cinco programas de crédito do BNDES” (FSP, 20.10.2007)

- “BNDES tem conseguido recursos no exterior”, “emprestará US$ 1 bi ao BNDES”, “está em negociação [...] para obter [...] recursos para 2009” (OESP, 11.10.2008)

- “papel do BNDES a ser lançado com valor” (OG, 26.02.1998)

Envolvido em Setor Irregular (ESI)

O BNDES é enquadrado como fomentador de atividades ou empresas que apresentam irregularidades ou como envolvido em operações supostamente ilícitas. Nas matérias, o Banco aparece como financiador de desmatamento, utilização de mão- de-obra em condição degradante ou, ainda, como passível de corrupção nas concessões de créditos.

- “Banco como réu em ação civil pública [...] acusação de que carne vem de área desmatada”, “Banco é sócio de frigoríficos, mas alega, “o banco não pode achar que não é responsável” (OG, 19.06.2009) - “financiar empresas acusadas de comprar gado criado em áreas desmatadas” (FSP, 20.06.2009)

Financiador de Investimentos (FI)

O BNDES é enquadrado como financiador de investimentos em infraestrutura, energia, transportes, serviços, tecnologia e pesquisa.

- “BNDES [...] dando prioridade ao financiamento da infra-estrutura”, “o BNDES deverá desempenhar o papel

Categoria de

enquadramento Definição dos enquadramentos Exemplos de definições

São financiamentos de obras e projetos como fusão de empresas e que visam aumento da produção.

seja de financiador direto” (OESP, 24.03.21998)

- “o setor de transportes foi o que recebeu maior volume de recursos da Finame [Agência Especial de Financiamento Industrial com fundos geridos pelo BNDES]”, (FSP, 06.04.1996)

- “o BNDES vai [...] conceder financiamento [...] para as obras”, “financiamento do BNDES para as obras” (OG, 19.01.1996)

Financiador Social e de Micros, Pequenas e Médias Empresas – MPM (FS)

O BNDES é enquadrado como provedor de financiamentos voltados para a área social. Nas matérias, são destacadas as ações do Banco como fornecedor de crédito popular, para ONGs e para micros, pequenas e médias empresas.

- “BNDES vai destinar ao Programa Produtivo Popular” (FSP, 25.07.96) - “o Banco [...] também está emprestando para empresas de menor porte”; “pequenas empresas foram responsáveis pela retomada” (OESP, 22.01.2007)

- BNDES: investimento em projetos sociais” (OG, 21.12.1997)

Fomentador da Privatização (FP)

O BNDES é enquadrado como gestor de desestatização, financiador do processo de privatização ou financiador de empresa privatizada, defensor das privatizações. Nas matérias, o Banco é retratado como operador do governo nas privatizações, defensor dos processos, inclusive no judiciário ou, ainda, como gestor de recursos dos trabalhadores nas privatizações.

- “BNDES quer manter data do leilão” (OESP, 06.01.1996)

- “BNDES deverá assinar os contratos com consórcios que irão realizar os trabalhos de avaliação de preço e modelagem de venda” (OG, 10.01.1996)

- “compra da Light poderia ter um financiamento de R$ 1 bi do BNDES”, “o comprador poderá comprá-las [moedas podres] com financiamento do BNDES” (FSP, 14.04.1996)

- “patrimônio dos fundos de pensões estatais e […] recursos dos trabalhadores, entregues à guarda do BNDES (FSP, 20.11.1998)

Formulador/ executor de política econômica (FEPE)

O BNDES é enquadrado como instituição que planeja e executa orientações e ações que buscam definir a economia do país. O banco é citado como reconstrutor da economia ou formulador de política econômica, industrial em várias áreas. Nesta categoria, estão as matérias que tratam o Banco como executor de sistema de política industrial setorial, fortalecedor do capital e da

- “o BNDES negocia instalação” “equipe de negociadores do BNDES” (FSP, 27.09.2009)

- “BNDES prepara política”, “instituição elabora uma política industrial” (FSP, 29.08.2008)

- “política industrial”, “a política industrial lista projetos [...] de infraestrutura em parceria do BNDES e o BID” (OESP, 31.03.2008)

- “política industrial”, “BNDES entraria com” (OG, 05.04.2008)

Categoria de

enquadramento Definição dos enquadramentos Exemplos de definições

indústria nacional e direcionador de crédito.

Instituição que Necessita de Melhorias (INM)

O BNDES é enquadrado como órgão que necessita de ações que melhorem sua atuação. Nas matérias, são abordadas as necessidades de melhorar a sua captação de funding, a transparência e a agilidade de suas operações.

- “valor autorizado para engordar orçamento do Banco”, “ajuda do governo federal para ampliar orçamento”, “governo já repassou” (FSP, 16.01.2009)

- “BNDES quer mais velocidade no processo de liberação de empréstimos”, “queremos ser mais ágeis” (OESP, 03.04.2008)

- “medida para melhorar o balanço do BNDES”, “melhora composição de ativos do Banco”, “Banco toma empréstimo do Tesouro” (FSP, 16.05.2009)

Locus de

Conhecimento (LC)

O BNDES é enquadrado como fonte de conhecimento sobre economia, atividades industriais, comerciais, de gestão, entre outras. Nas matérias os estudos do banco são utilizados como fonte de dados. Dados das pesquisas do banco são discutidos.

- “pesquisa do BNDES”, “visão do BNDES” (FSP, 12.05.08)

- “estudo do BNDES”, “o trabalho revela” (OG, 13.10.97)

- “economistas do BNDES traçam cenários para a economia brasileira”, “estudo assinado por economistas do BNDES” (OESP, 22.07.97)

Mitigador de Efeitos do Câmbio/Abertura (MECA)

O BNDES é enquadrado como recurso para atenuar efeitos da política macroeconômica de abertura comercial e valorização do real. Os financiamentos do Banco voltados para as exportações a fim de melhorar a balança comercial, no socorro a empresas prejudicadas pelo câmbio ou na busca pela diminuição do desemprego provocado pela abertura comercial são postos como instrumentos para mitigar efeitos adversos dos processos macroeconômicos do País.

- “linha de crédito especial do BNDES [...] para novos empregos”, “projetos com alto potencial de geração de empregos”, “uma das ações do governo para estimular contratação de mão-de-obra” (FSP, 30.04.1996) - “o BNDES vai usar dinheiro das privatizações para financiar indústrias [...] que enfrentam dificuldades para competir com os importados”, “com o objetivo de preservar o nível de emprego, o BNDES” (OG, 01.02.1996)

- “O BNDES financiará projetos de investimentos que criem empregos”, “empresas financiadas ficarão

comprometidas com o

reencaminhamento de funcionários que vierem a demitir” (OESP, 15.02.1996)

Não Lucrativo Financeiramente (NLF)

O BNDES é enquadrado sob o ponto de vista dos danos financeiros ao próprio Banco ou ao Brasil. Nas matérias, são

- “submeter a arbitragem internacional passivo com o BNDES”, “questionar financiamentos do BNDES” (OESP, 17.12.2008)

Categoria de

enquadramento Definição dos enquadramentos Exemplos de definições

destacados os prejuízos no recebimento de pagamentos de empréstimos, passível de calotes, perdoador de dívidas, perdedor de possíveis lucros, tomador de prejuízos de empresas ou, ainda, aumentador de dívida pública.

- “lucro do BNDES caiu” (OG, 17.02.2009)

- “com repasse a BNDES, dívida do governo alcança” (FS, 24.09.2009)

Órgão de Poder (OP)

O BNDES é enquadrado como estrutura com grande poder financiador ou de articulação e importante dentro do governo. Nas matérias, é destacado o poder do Banco, sendo, por vezes, alvo de disputas entre correntes econômicas e políticas dentro do governo federal.

- “[o Banco vai] decidir quem morre e quem vive” (OG, 02.01.1996)

- “escolha do economista para presidir o BNDES [...] estimula o conflito entre “desenvolvimentistas” e “ortodoxos”, “a indicação recupera parte do poderio” (OESP, 19.04.2007) - “ligado ao PMDB, assume BNDES”, “depois de 20 dias de negociação no governo, o economista foi anunciado como novo presidente do BNDES”, “escolha do novo presidente foi o primeiro confronto entre o novo ministro e Mantega”, “opção entre Mantega e Jorge”, “manter influência no Banco”, “conseguir indicar presidente [do Banco]” (FSP, 19.04.2007)

Participante de Empresa (PE)

O BNDES é enquadrado como dono de empresas públicas e privadas. Nas matérias, o Banco é acionista de empresas com ou sem poder de voto.

- “Petrobrás e BNDES criam empresa” (FSP, 09.04.1998

- “BNDES deve leiloar sua participação” (OESP, 20.08.1998) - “BNDESPar poderá ser sócia”; (OG, 25.03.1997)

- “BNDES pretende vender Inpacel [empresa que o Banco é dono]” (OG, 11.04.1997)

Termômetro da Atividade

Econômica (TAE)

O BNDES é enquadrado como fornecedor de dados sobre sua atuação que servem para indicar as tendências de comportamento da economia. Nas matérias, é destacado que a tendência de crescimento ou diminuição de