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Fluxograma 1 Problematização da pesquisa

1.4 PROPOSIÇÃO CENTRAL

1.5.2 Procedimentos técnicos

No decorrer da pesquisa, conforme já identificado nos procedimentos metodológicos, utilizou-se técnicas de obtenção, coleta e registro de dados que permitissem à pesquisadora analisá-las e interpretá-las. Como procedimentos técnicos, fez-se pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, observação direta, aplicação de formulários e entrevistas. Também, se procedeu a outros tipos de registros, que se apresenta a seguir.

Iniciou-se a pesquisa bibliográfica e documental no momento da elaboração do pré- projeto de pesquisa e que se desenvolveu ao longo da pesquisa. O levantamento e exame de bibliografias e documentos diversos relacionados ao objeto de estudo possibilitou a revisão da literatura, assim como serviu à análise teórica e filosófica do estudo. Nesse sentido, procedeu-

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Por exemplo, embora se tenha conseguido liberação do trabalho com salário de parte da UFPA para se fazer o doutorado, não se conseguiu auxílio financeiro para a pesquisa em si.

se à leitura de inúmeros livros, teses, dissertações, documentos legais, artigos, entre outros. Esse procedimento permitiu fundamentação teórico-filosófica e epistemológica sobre o tema, o que subsidiou a discussão e a análise do estudo, assim como auxiliou no aprofundamento da temática.

Também, fez-se a pesquisa bibliográfica e documental em diversas bibliotecas e por intermédio da internet, conforme já explicitado. Consultou-se e examinou-se obras e documentos em diversas bibliotecas de Belém e Manaus, como por exemplo, a Biblioteca da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, onde se pesquisou os Planos de Desenvolvimento da Amazônia (PDA),3 os Planos Plurianuais (PPA)4. Nessa etapa, investigou-se planos, programas e projetos dirigidos às populações indígenas da Amazônia e, na internet, coletou-se nos sites oficiais documentos legais como: decretos, leis, portarias etc. Também, coletou-se projetos e programas governamentais dos governos dos estados do Pará e do Amazonas, bem como das secretarias estaduais e municipais de Belém e de Manaus. Além disso, houve pesquisa em arquivos particulares, como os citados anteriormente.

Realizou-se a pesquisa de campo em Belém, Manaus e Brasília. Nesses espaços, fez-se observação direta, aplicação de formulários, de questionários e entrevistas. Por meio da pesquisa de campo, fez-se no decorrer de 2008 a 2010, foram coletadas informações sobre as políticas públicas emanadas pelos poderes públicos municipal, estadual e federal.

Neste período, realizou-se observação direta em locais públicos e privados onde se constataram a participação dos indígenas, tais como: reuniões, exposições, eventos diversos, bem como em associações e organizações indígenas. Fizeram-se visitas a algumas comunidades indígenas em Manaus; acompanhou-se a Exposição Pu Kaá de Manaus; e realizou-se entrevistas com alguns professores e coordenadores de centros comunitários indígenas e com técnicos das instituições públicas indigenistas e não indigenistas e privadas indigenistas. Em Belém, realizou-se a observação direta nos eventos em que se participou, assim como se aplicou formulários, questionários e se procedeu entrevistas junto a representantes das instituições públicas indigenistas e não indigenistas e privadas indigenistas. Elaboraram-se os formulários aplicados em três modelos, uma vez que se examinaria segmentos sociais diferenciados: os indígenas (A e B), as organizações indígenas (C e D) e as instituições públicas indigenistas e não indigenistas e privadas indigenistas (E), respectivamente identificados nos apêndices da tese. Assim, aplicou-se: 62 formulários do

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Referentes ao regime militar brasileiro (1964-1985). 4

Examinaram-se os Planos Plurianuais dos seguintes períodos: a) 1991-1995; b) 1996-1999; c) 2000-2003 e d) 2004-2007.

tipo A e B aos indígenas residentes em Belém e Manaus, 12 do tipo C e D às organizações indígenas das duas capitais e 21 do tipo E às instituições públicas indigenistas e não indigenistas e privadas indigenistas.

Gravaram-se as entrevistas semiestruturadas com indígenas e não indígenas, totalizando 34 entrevistados. As gravações duraram aproximadamente três horas na maioria das vezes totalizando 102 horas. Tais entrevistas foram transcritas, visto que subsidiaram a análise. Após o cruzamento dos dados, as entrevistas possibilitaram examinar o objeto de estudo, identificar a realidade investigada, assim como permitiram a detecção de contradições presentes entre o discurso dos relatos com as informações dos formulários e destes com as políticas públicas presentes na legislação examinados e nos documentos oficiais examinados.

Realizaram-se entrevistas gravadas com os indígenas residentes em Belém e Manaus e, também, com indigenistas da FUNAI de Belém, Manaus e Brasília. Buscou-se, assim, identificar as suas opiniões acerca das políticas públicas do Estado brasileiro. Também, se fez entrevistas com os funcionários da FUNASA, das secretarias estaduais do Pará e Amazonas e das secretarias municipais, além das realizadas com lideranças, professores, agentes de saúde indígena das duas cidades.

O questionário para avaliação de políticas públicas indigenistas, aplicado em Belém, foi composto de 10 perguntas. A formação do conceito sobre a opinião dos indígenas foi obtido através de entrevistas e levantamentos de dados bibliográficos, os quais possibilitaram a definição mediante um conjunto de itens referentes às políticas indigenistas de educação e saúde. A análise do questionário foi dividida em três fatores: Políticas indigenistas de saúde (A), Vida na cidade (B) e Políticas indigenistas de educação (C).

As perguntas possibilitaram a resposta com escores que variaram em cinco níveis de intensidade, conforme o padrão das escalas preconizadas por Likert (1932). A cada um dos itens, atribuiu-se um escore que variou de 0 a 100 pontos. A expressão numérica dos itens do questionário possibilitou a análise da opinião dos indígenas em relação às políticas públicas de saúde e educação.

Fez-se o cálculo dos escores dos itens por meio de uma escala ordinal, em que os valores obtidos das respostas ao questionário variaram de 1 a 5, com as representações seguintes: Discordo totalmente (1 ponto), Discordo em parte (2 pontos), Indiferente (3 pontos), Concordo em parte (4 pontos) e Concordo totalmente (5 pontos) foram utilizados para calcular a pontuação de cada fator. Fez-se o cálculo do escore de cada item utilizando-se a fórmula seguinte:

Escore do Item = [(Pontuação da Questão -1) / 4] x 100

Observe-se que os escores dos itens não podem ser somados entre si para tirar uma média geral deles. Entretanto, admitem comparações por meio de correlações. Esse tipo de escore é chamado de ―raw scale‖, pois seu valor respectivo não apresenta nenhuma unidade de medida. Após a aplicação das fórmulas, atribuiu-se a cada um dos fatores uma pontuação que variou de 0 (zero) a 100 (cem) pontos. A pontuação zero correspondeu ao nível maior de discordância e a pontuação 100 (cem) correspondeu ao nível mais alto de concordância. Os valores intermediários corresponderam a níveis intermediários de concordância com as políticas públicas indigenistas.

A classificação da pontuação dos itens deu-se pelo critério que segue:

PONTUAÇÃO DO ITEM INTERPRETAÇÃO DO ITEM