4 GEPROMAI: UM CAMINHO E UM CONTEXTO PARA ESTUDAR
4.11 A produção de conhecimentos no GEProMAI
No GEProMAI procuramos refletir e realizar investigações sobre a prática de ensinar e aprender Matemática no contexto da escola e produzir textos colaborativos que são apresentados pelos participantes em diferentes eventos de Educação e Educação Matemática. Para a realização dessas investigações nos fundamentamos nas considerações de Ponte (2002), ao salientar que a investigação dos professores sobre sua prática não precisa assumir características idênticas às das pesquisas realizadas em outros contextos. Porém, para se qualificar como investigação, um trabalho deve “produzir conhecimentos novos, ter uma metodologia rigorosa e ser público” (p.4).
As investigações realizadas pelos professores do GEProMAI vêm ao encontro da perspectiva descrita por Ponte (2002) de que produção de “conhecimento novo” pode ser observada quando uma investigação é realizada e produz soluções e um conhecimento original para o próprio autor, ainda que já possa ter sido realizada por outra pessoa. Quanto ao rigor da metodologia e sistematização do estudado, destaco que as informações eram produzidas e registradas por meio de narrativas, gravações de vídeo ou áudio, e analisadas no grupo, tais procedimentos favoreceram sistematizações rigorosas dos estudos realizados. Quanto à publicação, as informações sobre as investigações eram comunicadas em eventos e os textos de sistematização eram publicados em anais ou artigos, o que indica que foram submetidos a apreciação e avaliação.
Tabela 6 – Produção de publicações dos participantes do GEProMAI
Autores Título do trabalho Evento
Alessandra R. de Almeida; Anna Angélica R. Ferreira; Élica M. Kovalski; Gislaine C. Bonalumi Karina L. S. Fernandes; Lais H. Besseler; Liliane C. S. Paulino Maria Auxiliadora B. A. Megid
Discutindo a Matemática
em um grupo
colaborativo: o caso GEProMAI
“IX Seminário Faculdade de Educação “Educação Básica Brasileira: Contexto e Perspectiva” - PUC 2014 Karina Luiza S. Fernandes
Liliane Caroline S. Paulino
Passo do curupira? Trabalhando medidas na educação infantil
“IX Seminário Faculdade de Educação “Educação Básica Brasileira: Contexto e Perspectiva” - PUC 2014 Karina L. S. Fernandes Alessandra R. de Almeida Gislaine C. B. Ferreira Conhecendo e Explorando o Meli-Melô: O trabalho com Espaço e Forma na Educação Infantil
V SHIAM - Seminário Nacional de Histórias e Investigações de/em Aulas de Matemática. Unicamp – 2015
Alessandra R. de Almeida Lais H. Besseler
Rita de Cássia A. Prado
Contribuições de um grupo colaborativo para a prática docente de professores que ensinam Matemática
I SIPRAEM “Simpósio Sobre Investigações e Práticas em Educação Matemática. UFABC – Campus Santo André (SP). Setembro de 2015
Alessandra R. de Almeida Gislaine C. B. Ferreira Karina L. S. Fernandes Maria Auxiliadora B. A. Megid
Aprendizagens em grupo colaborativo e a
abordagem da
Geometria na educação infantil
VIII Seminário do PPGE X Seminário da Faculdade de Educação “Produção do conhecimento em educação: tensões da/na escola: homogênea? singular?” - PUC 2015
Laís H. Besseler Luciana P. S. Lopes Rita de Cassia A. Prado Tatiana C. M. Andrietta –
As contribuições de um grupo colaborativo para professores iniciantes
VIII Seminário do PPGE X Seminário da Faculdade de Educação “Produção do conhecimento em educação: tensões da/na escola: homogênea? singular?” - PUC 2015
Ana Paula Faria Lais Helena Besseler Adriana Maria Leite Campos
O GEProMAI como espaço de formação continuada: ressignificação da matemática e aprimoramento da prática docente
V SHIAM - Seminário Nacional de
Histórias e Investigações de/em Aulas de Matemática. Unicamp – 2015
Alessandra R. de Almeida Tatiane C. M. Andrietta Rita de Cássia A. Prado
Aprendizagem em grupo colaborativo: o episódio de exploração do Tangram
V SHIAM - Seminário Nacional de Histórias e Investigações de/em Aulas de Matemática. Unicamp – 2014
Lais Helena Besseler Narrativas na formação
em Educação Matemática: a experiência de uma professora com a Geometria 20º COLE - Congresso de Leitura do Brasil. Unicamp 2016 Karina L. S. Fernandes
Maria Auxiliadora B. A. Megid Alessandra R. de Almeida Gislaine C. B. Ferreira
O trabalho com espaço e forma na Educação infantil: experiências em colaboração Revista Eletrônica de Educação, v. 10, n. 3, p. 433- 445, 2016
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Escrever os textos, expor nossas produções e apresentar o GEProMAI, foram também momentos importantes de aprendizagem. Nesse sentido, trago um excerto de uma mensagem enviada pela professora Gislaine no WhatsApp, após a participação de várias pessoas do grupo no V SHIAM - Seminário Nacional de Histórias e Investigações de/em Aulas de Matemática -, realizado na Unicamp em julho de 2015:
Bom dia!!! Amei estar com vocês nesses três dias. Ter a possibilidade de ver a comunicação de vocês enriqueceu meu olhar para a minha própria prática, além de colocar alguns tijolos na construção de vínculos entre nós.
Obrigada pela parceria e experiência. Foi bom demais!!! (Mensagem de
WhatsApp do dia 09/07/2015)
Considero relevante ressaltar que a importância e o diferencial do GEProMAI está nas dinâmicas de colaboração entre todos os envolvidos para a definição de temas de estudo, no formato das reuniões, nos vínculos de confiança estabelecidos, na flexibilidade em compartilhar experiências profissionais e pessoais que ocorrem num ambiente de muito respeito onde todos eram ouvidos e sentiam liberdade para expor suas fragilidades, geradas por uma formação que não dá conta de abarcar todos os conteúdos de tantas disciplinas envolvidas no trabalho de um professor polivalente.
Na produção desta tese, numa perspectiva narrativa eu, como pesquisadora, me coloco simultaneamente em dois movimentos, o de implicar-me vivencialmente com o campo empírico, o GEProMAI, em seu processo de constituição, nas interlocuções, visando contribuir com a formação de professores que ensinam Matemática na infância, num processo de dobrar-me para dentro, num movimento de implicação-vivenciação desse contexto; e no movimento de o explicar, no sentido interpretativo (não literal) das aprendizagens e do desenvolvimento profissional de participantes desse grupo, ao dobrar-me para fora, transbordando as fronteiras do dentro, buscando afastar-me num movimento de distanciação-explicação. A partir dessa perspectiva, no próximo capítulo, trago as narrativas de aprendizagem dos participantes deste estudo.
5 ANÁLISES NARRATIVAS SOBRE APRENDIZAGENS DOS PROFESSORES