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4. MOVIMENTOS SOCIAIS EM REDE

4.4 REDES SOCIAIS VIRTUAIS

Sobre a estruturação das mídias sociais, urge observar como se estabelecem os sistemas de interação e de que modo elas colaboram para a disseminação de informações, via compartilhamento e criação de conteúdo, influenciando pessoas.

Essa perspectiva é necessária para identificar o potencial das tecnologias comunicacionais no que concerne a possibilidade de reflexões em rede. Reflexões estas que podem colaborar para uma formação intelectual daqueles que se identificam com determinada causa e, por consequência, gerar ações efetivas.

Busca-se a filosofia da práxis, partindo de um viés filosófico que oriente em direção ao reconhecimento da própria condição do grupo social. Isso porque se deseja mais. Além dos ideais revolucionários teóricos, corroborar para a atuação nos movimentos sociais das redes para as ruas, encontrando modos para modificar a realidade.

4.4.1 Facebook

Como colocado antes, o Facebook é a rede social com maior número de usuários no mundo. No ano de 2017, a companhia informou que quase dois bilhões de pessoas acessam seus serviços mensalmente e mais de 1,2 bilhões navegam na página todos os dias. Na frequência do uso mensal, o YouTube (1,5 bilhões) se encontra em segundo lugar, seguido pelo Instagram (700 milhões) e do Twitter (328 milhões) (Figura 4).

Figura 4 – Monthly users.

Fonte: https://techcrunch.com/2017/06/27/facebook-2-billion-users/.

O significativo aumento de usuários que acessam com frequência as mídias sociais digitais e, em especial o Facebook, é fruto de várias estratégias comerciais das empresas, conquanto revela, ainda, o desenvolvimento promissor das ciências

tecnológicas e alguma popularização de celulares compatíveis com os aplicativos para as mídias sociais:

O crescimento do Facebook na última metade da década foi alimentado pelo mundo em desenvolvimento. A empresa otimizou implacavelmente seu aplicativo para smartphones Android baratos e conexões de baixa largura de banda. Adicionou 746 milhões de usuários na Ásia e na região do Resto do Mundo desde que atingiu o total de 1 bilhão de usuários. Enquanto isso, apenas adicionou 41 milhões nos EUA e no Canadá29 (CONSTINE, 2017, s/p.).

A criação do Facebook ocorreu em 2004, pelo estudante da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Mark Zuckerberg e seus colegas, incluindo o brasileiro paulistano Eduardo Saverin.

Inicialmente a rede foi projetada para gerar um espaço interacional entre universitários, aberta posteriormente e gradativamente para qualquer usuário a partir de treze anos em todo o mundo, bastando estar conectado à internet.

Em sua navegação:

o usuário cria um perfil, adicionando informações a seu respeito (pessoais e/ou profissionais) e inicia o estabelecimento de contatos com outros usuários cadastrados, denominados “amigos”. Nessa etapa, pode não haver ainda interlocução enunciativa, já que o convite enviado é padrão, sem necessariamente a produção de algum texto por quem o emite. Após o aceite, tudo o que se publica no próprio perfil, assim como o que se publica entre a rede de usuários aceitos ou convidados, é visualizado na página inicial de acesso (SANTOS, 2004, p.28).

Em tal página inicial de acesso, apresentada na entrada à rede social, está posto o Feed de Notícias, que contém as publicações, curtidas, comentários, interesse e participação em eventos da rede de amigos, além das publicações das páginas curtidas, das páginas patrocinadas (anúncios comerciais) e da sua própria linha do tempo (timeline). De acordo com a Central de Ajuda, no item “Usando o Facebook”, o Feed de Notícias é uma “lista constantemente atualizada com as publicações de amigos, Páginas e outras conexões que você criou”. Essa atualização não segue uma linha cronológica de apresentação e, sim, as interações

29 Tradução livre. Original: "Facebook’s growth the last half decade has been fueled by the developing

world. The company has relentlessly optimized its app for cheap Android smartphones and low- bandwidth connections. It’s added 746 million users in Asia and the Rest of World region since hitting 1 billion users total. Meanwhile, it only added 41 million in the U.S. and Canada”.

relacionadas aos posts. O processo de interação é esclarecido em seguida: “Você pode reagir às publicações que vir ou procurar pessoas e assuntos em que tiver interesse”. Desse modo, itens curtidos ou comentados permanecem mais tempo disponíveis no Feed, tornando-se, tendencialmente, ainda mais populares.

Os posts da linha do tempo podem ser realizados de forma pública, ou seja, passíveis de visualização por qualquer sujeito conectado ao Facebook, de forma restrita, somente para amigos ou personalizado – com pessoas específicas, grupos a que se pertença ou listas previamente cadastradas.

Desde a fundação do Facebook, ocorreram diversas modificações em sua plataforma a fim de tornar a navegação mais agradável e “necessária”. Dentre essas mudanças evolutivas, as estratégias de marketing digital se ampliaram no atendimento a diversos segmentos corporativos, inclusive da política (Figura 5).

Figura 5 – Facebook para Política.

Fonte: http://www.facebook.com.

Nesse setor, por exemplo, é possível seguir orientações que recomendam ações de atuação midiática do candidato desde a organização do processo eleitoral

até o dia da votação nas urnas (Figura 6). O Facebook realiza, na arquitetura proposta, um papel de consultoria para promover o processo de influenciar pessoas e suas escolhas/decisões, que é facilitada, naturalmente, pelo seu vasto banco de dados que se caracteriza como um poderoso instrumento de marketing de relacionamento.

Figura 6 – Election. Ad Campaigns.

Fonte: http://www.facebook.com.

E, apesar da credibilidade aparentemente conquistada por conta de seus bilhões de usuários, a mídia social se tornou alvo de investigação e inquérito após a campanha eleitoral estadunidense de 2016. O problema alcançou consequências de tamanha proporção que o seu fundador Mark Zuckerberg se pronunciou via extenso comunicado através do seu perfil oficial (SALI, 2018, s/p.).

No referido documento, ele assumiu a responsabilidade pelo ocorrido, disse que a Cambridge Analytica se aproveitou de brechas que o site tinha no passado e anunciou um programa para impedir que casos como esse ocorram novamente) (SALI, 2018, s/p.). Esclarece-se que o depoimento é decorrente de um vazamento

de dados confidenciais de cinquenta milhões de pessoas, gerando um prejuízo de sessenta bilhões em valor de mercado à plataforma.

Conquanto as cláusulas do Facebook protejam o usuário comum, conforme afirma Zuckerberg (“Temos a responsabilidade de proteger os seus dados, e se não podemos então não merecemos servi-los”30), um aplicativo foi utilizado de forma

abusiva, fornecendo os dados, a partir de um jogo de perguntas e respostas, para uma empresa de consultoria política britânica contratada para a campanha de Trump, a Cambridge Analytica.

Por consequência à infração, o caso gerou a maior multa no setor de tecnologia, no valor de cinco bilhões de dólares, aprovada pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (POZZI, 2019, s/p.) em julho de 2019.

4.4.2 YouTube

Segundo o site americano Alexa, em consulta realizada no mês de novembro de 2017, o YouTube é a segunda página mais visitada em todo o mundo (Figura 7), ficando atrás somente do Google. Para a mesma pesquisa restrita ao território nacional, o quadro não se altera nos termos da colocação, pois, no Brasil, essa mídia social ocupa a mesma posição (ALEXA, 2017, s/p.) (Figura 8).

30 Tradução livre. Original: “We have a responsibility to protect your data, and if we can't then we

don't deserve to serve you“. Disponível em:

Figura 7 – The top 500 sites on the web – Global.

Fonte: http://www.alexa.com.

Figura 8 – Top sites in Brazil.

A respeito dos critérios utilizados para a classificação citada, a Alexa, pertencente à empresa de comércio eletrônico Amazon e companhia de internet que fornece tráfegos e análises de dados da rede, esclarece em sua página que:

Os sites nas principais listas de sites são ordenados pelo seu ranking de tráfego Alexa de 1 mês. A classificação de 1 mês é calculada usando uma combinação de visitantes diários médios e visualizações de página no último mês. O site com a maior combinação de visitantes e visualizações de página é classificado como # 1.31

A plataforma de distribuição digital de vídeos nasceu em um pequeno escritório na Califórnia em 2005 com o slogan: “Your Digital Video Repository”, e com a seguinte proposta:

Exiba seus vídeos favoritos para o mundo. Faça vídeos de seus cães, gatos e outros bichos. Publique em seu blog os vídeos que você fez com sua câmera digital ou celular. Exiba seus vídeos com segurança e privacidade aos seus amigos e familiares no mundo todo [...] e muito, muito mais! (BURGESS; GREEN, 2009, p.20). Fundada pelos especialistas em Ciência da Computação Steve Chen e Jawed Karim e pelo designer Chad Hurley, o domínio youtube.com foi ativado em fevereiro de 2005 e adquirido pelo Google em novembro de 2006.

Com uma interface de métodos simples para o upload de vídeos, o YouTube propicia que qualquer pessoa que usa um computador e, mais recentemente, que utiliza um celular, publique, na internet, vídeos que podem ser assistidos por milhões de pessoas em todo o mundo. Como não havia um serviço semelhante disponível na rede, a plataforma rapidamente se popularizou tanto no número de publicações, como, também, no número de views (visualizações).

Curiosamente, o primeiro vídeo a atingir a marca de um milhão de visualizações, ou seja, (concernente à linguagem utilizada na internet) a “viralizar”, foi uma filmagem do jogador brasileiro de futebol Ronaldinho Gaúcho experimentando um tênis da marca Nike (MANS, 2015, s/p.), reforçando o início do

31Tradução livre. Original: “The sites in the top sites lists are ordered by their 1 month Alexa traffic rank.The 1 month rank is calclated using a combinantion of average daily visitor and pageviews over the past month. The site with the highest combination of visitors and pageviews is ranked #1”. Disponível em: https://www.alexa.com/topsites/countries/BR.

que seria uma proposta de uso do marketing digital. Com menos de três minutos, a publicação ocorreu em 2005 e foi republicada pela empresa esportiva patrocinadora do atleta em 201532. Hoje essa questão está bem delineada nos inúmeros anúncios

vinculados aos canais, assim como na questão de geração de receita via Google AdSense, numa ação denominada “monetização” – que pode ser iniciada após determinado vídeo atingir a marca de dez mil visualizações no canal. A esse respeito, a seção “Ajuda” do YouTube orienta o usuário do seguinte modo:

Com essa configuração, você começará a ganhar dinheiro assim que seu canal for aprovado.

1. Confirme que você quer gerar receita com todos os seus vídeos atuais e futuros.

2. Marque as caixas em Formatos de anúncio para escolher quais tipos de anúncio você quer mostrar. 33

Nos termos da política, há inúmeros, e até polêmicos, exemplos de uso dos vídeos na web. Em 2008, tal recurso midiático contribuiu positivamente para a campanha política do candidato à presidência estadunidense Barack Obama. O YouTube foi utilizado como uma importante ferramenta na divulgação de suas ideias, conquistando grande audiência digital. Assim, o acontecimento histórico reforça a sua importância:

O YouTube é grande e global o suficiente para ser levado em conta como um importante mecanismo de mediação para esfera cultural pública. Indo além do papel bastante óbvio e um tanto quanto badalado que os vídeos e suas audiências tiveram na campanha para presidente dos Estados Unidos em 2008 (BURGESS; GREEN, 2009, p. 107).

Como já citado, o MEC utilizou a página para realizar a propaganda política da Reforma do Ensino Médio, baseando-se na relevância para os jovens – público- alvo da campanha – das opiniões dos youtubers considerados importantes influenciadores dessa geração.

Retomando a inserção dessa mídia social no âmbito mundial, não se pode deixar de destacar que a liberdade que atualmente se goza de produzir e publicar quaisquer vídeos na plataforma YouTube não é uma condição sine qua non nas

32 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KpU7lsKcL2s.

diferentes culturas ao redor do mundo. Principalmente por motivos políticos e religiosos, a página foi bloqueada ou restrita em países como China, Turquia, Rússia, países árabes e do leste europeu. No caso do país mais populoso do mundo, em 2015, a China:

fechou 50 sites e contas em redes sociais por violações das regras do ciberespaço. As infrações incluiriam a publicação de notícias políticas sem permissão e pornografia. Segundo críticos, o governo chinês está retirando o material indesejado da Internet, perseguindo os conteúdos que não deseja e limitando a liberdade de expressão no país (NOVAES, 2015, s/p.).

No caso da Turquia, o acesso ao YouTube esteve bloqueado de 2007 a 2010 porque o país considerou “que alguns vídeos publicados no site eram um insulto a Mustafa Kemal Ataturk, fundador da república moderna no país” (ESTADÃO, 2010, s/p.). Situação que foi condenada pela Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), cujo diretor de liberdade de imprensa Dunka Mijatovic declarou: “Eu peço às autoridades da Turquia que revoguem o bloqueio que previne os cidadãos de fazerem parte da atual sociedade da informação global” (ESTADÃO, 2010, s/p.). Em 2014, um novo bloqueio ocorreu antes das eleições no país, nesse caso, envolvendo as redes sociais Twitter e YouTube, por conta de denúncias de corrupção ao, então, primeiro-ministro Tayyip Erdogan.

A coerção e controle do Estado estiveram presentes nessas experiências de forma bastante evidente e, por isso, geraram repercussões em várias organizações pró-liberdade de expressão e de imprensa. Se a “atuação social, a mobilização e o engajamento viraram um valor da rede” (ANTOUN; MALINI, 2010, p.287), construindo novos modelos de direito público, qualquer tipo de censura das mídias sociais na internet desconstrói os “fundamentos políticos que regem os discursos de liberdade que são disseminados pelos atores que constroem a internet de hoje e de ontem” (ANTOUN; MALINI, 2010, p.287). Além disso, ações radicais do governo que intencionam cercear a comunicação nesse novo campo social, que é a internet, de algum modo, demonstram receio de iniciativas que podem estabelecer movimentos organizados em rede contra o poder dominante.

4.4.3 Twitter

Assim como o Facebook, o Twitter é uma rede social criada nos Estados Unidos. Lançado em 2006, foi criado por Jack Dorsey, Evan Williams, Biz Stone e Noah Glass dentro de uma empresa de plataforma para distribuição de podcasts (programas de áudio ou vídeos), a ODEO. Sua característica mais peculiar é a limitação de caracteres para as publicações, que são denominadas tweets ou, conforme consulta ao dicionário Aurélio – com a palavra já aportuguesada –, tuítes. Para que as pessoas pudessem compartilhar o que estavam fazendo no momento, tanto de computadores como, também, de celulares via SMS (short message service), as mensagens do Twitter podem ser publicadas com o limite de 140 caracteres.

Em sua página inicial, até a frase foi alterada para estimular a participação dos usuários, sendo modificada de “O que você está fazendo?” para “O que está acontecendo?”, reforçando sua natureza colaborativa: “O caráter imediatista transformou o Twitter num organismo vivo e autorregulável. Quando uma informação está errada ou vem de uma fonte sem credibilidade, a própria comunidade a corrige em questão de minutos” (FERRARI, 2014, s/p.). O site reforça essa ideia, já que define a rede social da seguinte forma:

O Twitter é o lugar certo para saber mais sobre o que está acontecendo no mundo agora. Se você tem interesse em música, esportes, política, notícias, celebridades ou acontecimentos do dia a dia, acesse o Twitter para ver e participar do que está acontecendo agora”34 (grifo meu).

Para mensurar a intensidade de seu uso, além do quantitativo de usuários, o número de tuítes publicados diariamente aumentou exponencialmente, saltando de dois milhões em 2009 para 500 milhões no início de 2014:

A rede social atraiu a atenção da imprensa, que começou a usar o Twitter como importante fonte de pautas. Depois vieram políticos, artistas, empreendedores, esportistas e intelectuais. Eles passaram a interagir com uma massa de pessoas atrás de informações em tempo real. O Twitter tornou-se um eletrocardiograma do mundo –

uma rede que pulsa quase no mesmo ritmo em que os fatos ocorrem (FERRARI, 2014, s/p.).

Em sua estrutura comunicativa, em tempo simultâneo, os tuítes publicados, e os retweets (réplicas de determinadas mensagens) pelos usuários “seguidos” (intitulam-se “seguindo”) são visualizados na página inicial. Assim como, os tuítes divulgados na própria timeline poderão ser observados pelos “seguidores” do perfil numa sequência cronológica de divulgação (Figura 9).

Figura 9 – Twitter.

Fonte: twitter.com.

Importante destacar que o sistema de marcadores é oriundo dessa rede social: “Esta função foi criada no Twitter e permite que as pessoas sigam facilmente os tópicos de seu interesse”35. As hashtags, enquanto palavras-chave, servem para

categorizar o tuíte e facilitar a sua busca na rede, tanto nessa página, como, também, no Google e em outras mídias sociais: Facebook, Instagram e YouTube.

A expressão que segue o símbolo # se transforma em um hiperlink que, ao ser clicado, resgata e apresenta as publicações que continham, em seu texto, o referido marcador, indicando a sua popularidade, já que “Palavras com hashtag que passam a ser muito populares são, muitas vezes, Assuntos do Momento”36).

Servem, assim, como um dos indicadores para o chamado Moments ou Assuntos do Momento (Figura 10), ou seja, a lista de marcadores mais frequentes, a qual pode ser divulgada abrangendo alguma cidade específica, país ou englobando todo o planeta.

Figura 10 – Moments no Twitter.

Fonte: http://www.twitter.com

Sobre essa seção da rede social, a “Central de Ajuda” do Twitter acrescenta ainda:

Como os assuntos do momento são determinados?

Os assuntos do momento são determinados por um algoritmo e, por padrão, são personalizados com base em quem você segue, em seus interesses e em sua localização. Esse algoritmo identifica os tópicos populares da atualidade, em vez de tópicos que já foram populares por algum tempo ou diariamente. (...)

Observação: o número de Tweets relacionados aos assuntos do momento é apenas um dos fatores que o algoritmo analisa ao classificá-los e determiná-los. Por meio de algoritmos, assuntos do momento e hashtags são agrupados quando estão relacionados ao mesmo tópico. Por exemplo, #ÂnimoParaSegunda e #SegundaÂnimo podem ser representados por #ÂnimoParaSegunda.37

Diante do exposto pela página, além da popularidade na referenciação de hashtags, outros indicadores, através de um conjunto de regras – o algoritmo –, são tomados para selecionar de modo personalizado (“com base em quem você segue, em seus interesses e em sua localização”) os assuntos do momento para cada usuário. Essa lógica colabora na apresentação de assuntos e/ou ideias que possivelmente coadunam com os pensamentos e interesses dos sujeitos cadastrados a fim de agradá-los e mantê-los mais tempo conectados.

A intenção é tornar a experiência da navegação mais prazerosa ao evitar a exposição de publicações que contenham conteúdos com preferências opostas e/ou distintas do perfil de comportamento identificado pela mídia social. É nesse contexto que se incorre o risco de os sujeitos se manterem na chamada “Bolha social”, isto é, ter comumente acesso a assuntos que contenham apenas pontos de vista, e ideologias, com os quais concordam.

4.4.4 Instagram

A partir de treze anos, um jovem já pode criar sua conta no Instagram, que se autodefine como um dos produtos do Facebook, fornecido pelo Facebook Inc., tratando-se de um serviço que oferece “oportunidades personalizadas de criar,

conectar, comunicar, descobrir e compartilhar”38. Oferece, ainda, um “ambiente

seguro, inclusivo e positivo”, além de “garantir uma infraestrutura global estável”. Do mesmo modo como ocorre nas demais redes sociais, o Instagram exige a coleta e o uso de informações dos usuários a partir de “Termos de Uso”. Nessa Política de Dados, são contempladas algumas regras, como, por exemplo, que o usuário não tenha sido condenado por crime sexual.

No âmbito dos critérios de privacidade e segurança, o site dessa plataforma informa que conteúdos excluídos pelo responsável do perfil podem permanecer em cópias de backup por um prazo limitado (não estipula o tempo). Outro ponto, é que não é preciso revelar a própria identidade no Instagram, assim como não é permitido criar uma conta para outra pessoa sem a devida autorização.

O modo de utilização do aplicativo, disponível para smartphones nos sistemas operacionais (OS, de Operating System) iOS (em equipamentos da empresa estadunidense Apple) e Android (em produtos que usam o OS da empresa,