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Medidas preventivas [Ações a serem tomadas pelo consumidor até o atendimento].

4.5 Regulamentação do recall no mundo

4.5.4 Regulamentação do recall no Mercado Europeu

O processo de integração européia se iniciou com a criação da Comunidade Européia do Carvão e Aço (CECA) em 1951 pelo Tratado de Paris. Posteriormente, os ministros das Relações Exteriores dos países que formavam a CECA183 decidiram por ampliar os laços entre os Estados-membros, assinando o Tratado de Roma pelo qual se criou a Comunidade Comum Européia (CEE) em 1957.

A proteção do consumidor não foi objeto de preocupação ou de regulamentação no Tratado de Roma184 , de 1957, que visava a priori, a implementação de um mercado comum. A tutela do consumidor limitava-se a algumas referências indiretas que eram simples consequência do respeito à prática da livre concorrência. Estas referências estavam implícitas no art. 2, relativo à promoção da melhoria do nível de vida; no art. 30 que legitima a prática de medidas de efeito equivalente e restrições quantitativas necessárias à proteção da saúde e da vida das pessoas; no art. 39, relativo à política agrícola, e nos artigos relativos ao direito concorrencial185.

A partir da declaração do Presidente Kennedy, em 1962, na qual se reconheceram os direitos básicos aos consumidores de saúde e segurança, informação, e ainda o direito de ser escutado, houve uma preocupação geral pela matéria, ainda de que forma reflexa nos textos legais.

Na Acta Única Europea (1986) há menção expressa no art. 100.a.3:

183 Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

184 O Tratado CEE, assinado em 1957 em Roma, congrega a França, a Alemanha, a Itália e os países do Benelux numa Comunidade que tem por objectivo a integração através das trocas comerciais, tendo em vista a expansão económica. Após o Tratado de Maastricht, a CEE passa a constituir a Comunidade Europeia, exprimindo a vontade dos Estados-Membros de alargar as competências comunitárias a domínios não económicos. UNIÃO EUROPEIA. Legislação. Disponível em:

http://europa.eu/legislation_summaries/institutional_affairs/treaties/treaties_eec_pt.htm- Acesso em 15/09/2014

185 FELLOUS, Beyla Esther. Proteção do consumidor no Mercosul e na União Européia. São Paulo: RT, 2003, p.100.

La Comisión, em sus propuestas referentes alaaproximación as laslegilaciones em matéria de salud, seguridade, proteccióndel médio ambiente y protección de los consumidores, se basará em um nível de protección elevado.

A positivação das normas protetivas do consumidor foi realmente efetivada a partir do Tratado de Maastricht186, em 1992. A política comunitária da tutela dos consumidores ficou evidenciada já nos objetivos gerais do Tratado, onde se afirma que a Comunidade deve "contribuir para reforçar a proteção dos consumidores". Foi também criado um capítulo inteiro para a proteção dos consumidores, O Título XI, artigo 129-A constitui a base legal indiscutível para a ação dos Estados-membros em relação à matéria. Por meio dos livros verdes, questões relativas a serviços financeiros, acesso dos consumidores à justiça, legislação alimentar, venda e garantias dos bens de consumo, foram concretizados. Além disso, foram também lançadas iniciativas legislativas relativas às ações de cessação aos contratos negociados à distância, à publicidade comparativa e às transferências.

Todavia, alguns direitos essenciais para os consumidores tais comoo direito à educação, à reparação de danos, ao acesso à justiça e o direito à representação de interesses coletivos ainda ficaram sem regulamentação187.

O Tratado deu à União Européia a competência para estabelecer a política de proteção dos consumidores na região, mas limitada pelo princípio da subsidiariedade, que determina que a Comunidade Europeia (CE) só pode intervir quando os Estados-membros não apresentarem ações realizadas de maneira apropriada para garantir os objetivos da livre circulação de mercadorias sem discriminação, objetivo do mercado comum. Vale ressaltar que a política europeia visa sempre a harmonização, tentando aproximar as legislações, respeitando as

186 O Tratado sobre a União Europeia (TUE), assinado em Maastricht em 7 de Fevereiro de 1992, entrou em vigor em 1 de Novembro de 1993 e resultou de factores externos e internos. No plano externo, o colapso do comunismo na Europa de Leste e a perspectiva da reunificação alemã conduziram a um compromisso no sentido de reforçar a posição internacional da Comunidade. No plano interno, os Estados-Membros desejavam aprofundar, através de outras reformas, os progressos alcançados com o Acto Único Europeu. UNIÃO EUROPÉIA. Legislação.Disponível em:

http://europa.eu/legislation_summaries/institutional_affairs/treaties/treaties_maastricht_pt.htm Acesso em 15/09/2014

187 FELLOUS, Beyla Esther. Proteção do consumidor no Mercosul e na União Européia. São Paulo: RT, 2003.p. 114

diferenças entre os mercados, uns mais desenvolvidos que outros. Desta forma, conseguem evitar a aplicação do princípio da subsidiariedade.

Em 1997, o Tratado de Amsterdam, assinado em 2 de outubro de 1997, ampliou as orientações do Tratado de Maastricht 188 , reforçando a política comunitária de proteção dos consumidores. O art. 153 cuida da proteção da saúde, da segurança e dos interesses econômicos dos consumidores, assim como a promoção do seu direito à informação, à educação e organização para a defesa dos seus interesses, considerando assim, a tutela do consumidor, um dos objetivos políticos fundamentais da União Européia189.

O artigo 129-A passa a ter a seguinte redação:190

Artigo 129°-A

1. A fim de promover os interesses dos consumidores e assegurar um elevado nível de defesa destes, a Comunidade contribuirá para a protecção da saúde, da segurança e dos interesses económicos dos consumidores, bem como para a promoção do seu direito à informação, à educação e à organização para a defesa dos seus interesses.

2. As exigências em matéria de defesa dos consumidores serão tomadas em conta na definição e execução das demais políticas e acções da Comunidade.

3. A Comunidade contribuirá para a realização dos objectivos a que se refere o n9 1 através de:

a) Medidas adoptadas em aplicação do artigo 1009-A no âmbito da realização do mercado interno;

b) Medidas de apoio, complemento e acompanhamento da política seguida pelos Estados-Membros.

4. O Conselho, deliberando nos termos do artigo 1899-B e após consulta ao Comité Económico e Social, adoptará as medidas previstas na alínea b) do n9

5. As medidas adoptadas nos termos do n9 4 não obstam a que os Estados-Membros mantenham ou introduzam medidas de protecção mais estritas. Essas medidas devem ser compatíveis com o presente Tratado e serão notificadas à Comissão.

188 UNIÃO EUROPEIA. Legislação.Disponível em: http://europa.eu.int/scadplus/leg/pt/lvb/l32000.htm. Acesso em: 15/09/2014

189 MARQUES, Cláudia Lima. União Européia legisla sobre cláusulas abusivas: um exemplo para o Mercosul? Texto na íntegra e comentários sobre a Diretiva 93/13/CEE. Revista de Direito do

Consumidor, v. 21, p. 373.

190 UNIÃO EUROPEIA. Disponível em: europa.eu/eu-law/decision-

No Tratado de Lisboa, de 2007, a proteção dos consumidores não sofrealterações em relação as diretrizes traçadas pelo Tratado de Amsterdam.

As normativas têm por finalidade garantir que os produtos, comercializados livremente na ComunidadeEuropeia cumpram os requisitos que propiciarão um elevado nível de proteção dos interesses públicos, especialmente no tocante à saúde e segurança dos consumidores.

Um dos maiores desafios do mercado europeu consistia na harmonização das normas de produção dos países membros, havendo necessidade de se estabelecer uma norma técnica flexível, aprovada pelas partes interessadas e pelos setores econômicos envolvidos, garantindo o nível de proteção e observando os requisitos essenciais estabelecidos.

A consolidação da política de proteção dos consumidores fez com que a Comunidade Europeia passasse a atuar em setores como educação, formação profissional, cultura, saúde pública, proteção aos consumidores, dentre outros, seguindo o princípio da “subsidiariedade”, isto é, em complementação às ações individuais dos Estados membros que permanecem como guardiões de suas políticas nacionais nessas áreas. Nos terrenos nos quais ela não tem competência exclusiva, a Comunidade apenas intervém se os objetivos pretendidos apresentam maior chance de serem atingidos mediante uma ação comum, do que pela iniciativa separada de cada Estado membro.

É muito difícil para Comunidade Europeia191elaborar legislação comunitária específica para cada produto existente, sendo o objetivogarantir que circulem no mercado comunitário europeu produtos de consumo seguros, aplicando-se sobre eles, nos aspectos, riscos e categorias de risco não previstos em disposições específicas por cada país, então a Diretiva 2001/95/CE192. Esta Diretiva estabelece obrigações gerais para que os produtos comercializados além de ser seguros, ofereçam informações necessárias aos consumidores e às autoridades dos Estados

191 A União Europeia tem 28 Estados-membros desde 1 de julho de 2013,.Fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados-membros_da_Uni%C3%A3o_Europeia. Acesso em 12/09/2014

192 UNIÃO EUROPEIA. Legislação. Disponível em:

http://europa.eu/legislation_summaries/consumers/consumer_information/l21253_pt.htm acesso em 19/01/2015

membros, de modo que possam facilmente ser localizados se houver necessidade de serem reparados ou retirados do mercado.

A Diretiva impõe uma obrigação geral de segurança a qualquer produto e serviço colocado no mercado de consumo que possa ser utilizados por consumidores e a ele destinados, considerando como produto seguro aquele que respeitar as disposições de segurança previstas na legislação europeia ou, na ausência de tais disposições, respeitar a regulamentação nacional específica do Estado-Membro de comercialização, e ainda se estiver em conformidade com uma norma europeia estabelecida de acordo com o procedimento previsto pela Diretiva, ou seja, qualquer produto que, em condições de usos normais e razoavelmente previsíveis, não apresentes riscos que não sejam compatíveis com os esperados e admitidos observando-se o nível elevado de segurança que devem assegurar aos consumidores.

Na ausência de regulamentações ou normas, a conformidade de um produto será avaliada de acordo com as normas nacionais não obrigatórias, que transponham outras normas europeias pertinentes, e as recomendações da Comissão, que dão orientações em matéria de avaliação da segurança dos produtos; as normas em vigor no Estado-Membro em que o produto é produzido ou comercializado; os códigos de boa conduta em matéria de segurança ou de saúde; o estado atual dos conhecimentos ou da técnica; o nível de segurança com que os consumidores podem contar.

A Diretiva 2001/95/CE estabelece que os Estados membros devem fazer acompanhamentos regulares de produtos, especialmente os que estão na categoria de riscos, para garantir aos consumidores e a toda sociedade informações necessárias a respeito da segurança dos produtos. Estabelece também a cooperação entre as autoridades responsáveis pelo controle de mercado dos diferentes Estados Membros de modo a garantir o intercâmbio de informações, mediante o uso de uma Sistema de Alertas Rápidos para Produtos Perigosos – RAPEX, que tem por objetivo possibilitar a circulação rápida de informações rápidas entre os estados membros, através da atuação da Comissão Europeia, composta por representantes dos Estados Membros e responsável pela gestão do sistema, e

tem autonomia para adotar medidas de urgência em cooperação com os Estados Membros.

Os Estados-Membros identificam os produtos que apresentam um risco grave para a saúde e segurança. Tomam medidas de intervenção rápida para protegerem os consumidores. Nestes casos, os Estados-Membros informam imediatamente a Comissão por meio do RAPEX.

A Comissão, ao adotar medidas de urgência relacionadas à normalização, contará com a assistência de um Comitê de Regulação e por um Comitê Consultivo de Segurança dos Produtos de Consumo.

O RAPEX contribui para impedir o fornecimento de produtos que possam causar riscos graves para a saúde e segurança dos consumidores, contribuindo para o controle e eficácia das atividades de segurança de mercado e com o aprimoramento das medidas destinadas a garantir o cumprimento na Diretiva nos Estados.

O procedimento de notificação previsto no art. 11193 da Diretiva trata do intercâmbio de informações entre os Estados Membros e a Comissão sobre as medidas adotadas em relação aos produtos com alto grau de nocividade e

193Artigo 11º

1. Sempre que um Estado-Membro adopte medidas que restrinjam a colocação no mercado de produtos ou imponham a sua retirada ou recolha do mercado, como as previstas no n.o 1, alíneas b) a f), do artigo 8.o, deverá notificar a Comissão dessas medidas, na medida em que tal notificação não esteja prevista no artigo 12.o ou em legislação comunitária específica, expondo as razões da sua adopção. Deverá ainda informar a Comissão da modificação ou levantamento de qualquer dessas medidas.

Se o Estado-Membro notificante considerar que os efeitos do risco não transpõem ou não podem transpor o seu território, deverá proceder à notificação das medidas referidas no presente número na medida em que estas incluam informações susceptíveis de interessar os Estados-Membros do ponto de vista da segurança dos produtos, nomeadamente se constituírem uma resposta a um novo risco ainda não assinalado noutras notificações.

Nos termos do n.o 3 do artigo 15.o, a Comissão deverá elaborar as orientações a que se refere o ponto 8 do anexo II, procurando garantir a eficácia e o bom funcionamento do sistema. Essas orientações deverão propor o teor e o formulário-tipo para as notificações previstas no presente artigo, e, nomeadamente, critérios precisos para determinar as circunstâncias particulares em relação às quais a notificação é pertinente para efeitos do segundo parágrafo.

2. A Comissão deverá transmitir a notificação aos outros Estados-Membros, a menos que conclua, após análise baseada nas informações contidas na notificação, que a medida não é compatível com o direito comunitário. Nesse caso, informará imediatamente o Estado-Membro que desencadeou a acção.

periculosidade introduzidos no mercado. As notificações contribuem para garantir níveis de segurança elevados e semelhantes entre os Estados.

Para facilitar o funcionamento do RAPEX e o procedimento de notificação estabelecido, a Comissão poderá elaborar diretrizes traçando procedimentos que deverão ser adotados e observados nas notificações, por meio de formulários padrões e critérios para comunicação de informação dos riscos, indicando prazos das etapas a serem cumpridas, o alcance das informações, normas de confidencialidade, e as ações a serem adotadas em consequência das notificações.

Com o objetivo de se garantir a aplicação adequada do sistema RAPEX e do procedimento de notificação, são estabelecidos por meio de diretrizes, métodos de evolução de riscos e critérios específicos para identificar riscos graves.

A avaliação de riscos é um processo, que, como o nome diz, visa avaliar os riscos dos produtos de consumo, etapa esta muito importante, considerando-se que para cada nível de risco serão adotados procedimentos diferenciados, dentre eles o recall. Neste caso cada Estado membro fixará as normas relativas às sanções aplicáveis em casos de infração às disposições nacionais adotadas, e, em aplicação da Diretiva tomarão quaisquer medidas necessárias para garantir a sua execução, de modo que caberá a cada Estado definir a forma de comunicação e chamamento dos consumidores no caso do recall.

Não há uma determinação específica de como a devera ser realizada a comunicação, entretanto, resta determinado pelo art. 5º da Diretiva194 que, os

194 Artigo 5º

1. Nos limites das respectivas actividades, os produtores devem fornecer aos consumidores as informações pertinentes que lhes permitam avaliar os riscos inerentes a um produto durante a sua vida útil normal ou razoavelmente previsível, sempre que tais riscos não sejam imediatamente perceptíveis sem a devida advertência, e precaver-se contra esses riscos.

A presença da referida advertência não isenta do cumprimento das outras obrigações previstas na presente directiva.

Nos limites das respectivas actividades, os produtores devem adoptar medidas proporcionadas às características dos produtos que fornecem, que lhes permitam:

a) Manter-se informados sobre os riscos que esses produtos possam apresentar; e

b) Poder desencadear as acções que se revelarem adequadas, incluindo, se tal for necessário para evitar tais riscos, a retirada do mercado, a advertência dos consumidores em termos adequados e eficazes, ou a recolha dos produtos junto dos consumidores.

produtores deverão manter fazer a advertência dos consumidores em termos adequados e eficazes, que podem ser realizadas de maneira voluntária ou a pedido das autoridades competentes.

As sanções previstas serão eficazes, proporcionadas e dissuasivas. Os Estados-Membros devem notificar essas disposições à Comissão o mais tardar em 15 de Janeiro de 2004 devendo também informá-la de imediato de qualquer modificação eventual.

As medidas referidas no terceiro parágrafo devem incluir, por exemplo:

a) A indicação, no produto ou na respectiva embalagem, da identidade e do endereço do produtor, assim como as referências do produto ou, eventualmente, do lote de produtos a que pertence, excepto nos casos em que a omissão de tal indicação seja justificada; e

b) Em todos os casos em que seja apropriado, a realização de testes por amostragem dos produtos comercializados, a análise das reclamações e, eventualmente, a manutenção de um registo das reclamações, bem como a informação dos distribuidores pelo produtor sobre o controlo desses produtos.

As acções referidas na alínea b) do terceiro parágrafo são empreendidas numa base voluntária ou a pedido das autoridades competentes nos termos do n.o 1, alínea f), do artigo 8.o A recolha dos produtos constitui o último recurso, quando outras acções não forem suficientes para prevenir os riscos incorridos, no caso de os produtores o considerarem necessário ou se a tal se virem obrigados na sequência de uma medida tomada pela autoridade competente. A recolha dos produtos pode ser executada no âmbito dos códigos de boa conduta nesta matéria, no Estado-Membro em causa, quando estes existam.

2. Os distribuidores devem agir com diligência, por forma a contribuírem para o cumprimento das obrigações de segurança aplicáveis, designadamente não fornecendo produtos quando sabem ou deveriam ter presumido, com base nas informações de que dispunham e enquanto profissionais, que não satisfazem essas obrigações. Além disso, nos limites das respectivas actividades, devem participar no controlo da segurança dos produtos colocados no mercado, nomeadamente divulgando informações sobre os riscos dos produtos, mantendo e fornecendo a documentação necessária para rastrear a origem dos produtos e cooperando nas acções desenvolvidas pelos produtores e autoridades competentes tendentes a evitar esses riscos. Nos limites das respectivas actividades, devem tomar medidas que lhes permitam efectuar uma colaboração eficaz.

3. Sempre que os produtores e os distribuidores saibam ou devam saber, com base nas informações de que dispõem enquanto profissionais, que um produto que colocaram no mercado apresenta riscos para o consumidor incompatíveis com a obrigação geral de segurança, devem de imediato informar desse facto as autoridades competentes dos Estados-Membros nas condições estabelecidas no anexo I, precisando nomeadamente as medidas que tomaram para prevenir os riscos para os consumidores.

As exigências específicas relativas a esta obrigação de informação, que constam do Anexo I, serão adaptadas pela Comissão nos termos do nº 3 do artigo 1 5º

5 CONCLUSÃO

O Código de Defesa do Consumidor foi editado em cumprimento a dispositivos constitucionais que reconhecem a vulnerabilidade do consumidor e o dever de sua proteção, passando a integrar o ordenamento jurídico brasileiro como lei de ordem pública e de interesse social, deixando clara a necessidade de compatibilização da defesa do consumidor com os princípios da ordem econômica. Explicitou ainda que a Política Nacional das Relações de Consumo terá por objetivo atender as necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança.

Diante das transformações da sociais e dos avanços tecnológicos empregados nos produtos e serviços, o CDC estabeleceu como direito básico do consumidor a proteção da vida, saúde e segurança contra riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos, bem como a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta dos riscos que possam apresentar. Instituindo o recall como instrumento necessário de proteção de defesa do consumidor na prevenção de acidentes de consumo, por ser composto por um conjunto de medidas a serem adotadas pelos fornecedores, que depois de introduzir produtos e serviços no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade e nocividade que apresentem.

De modo que é forçoso reconhecer que apesar do art. 10 do CDC vedar que o fornecedor introduza no mercado produtos e serviços que possuam alto grau de periculosidade ou nocividade, a norma não exige que os produtos tenham uma segurança absoluta, o que se espera é que toda a tecnologia existente seja utilizada tanto na concepção quanto na fabricação e montagem do produto ou serviço.

Ano a ano vem sendo anunciado o expressivo aumento das campanhas de recall no Brasil, persistindo questionamentos quanto ao baixo padrão de qualidade dos produtos e serviços ocasionado pela falta de investimento e pela pressão do