• Nenhum resultado encontrado

Revisão da literatura: tipos a evitar

No documento Pesquisa em Mídias na Educação (páginas 85-95)

Num artigo publicado originalmente em 1992 e retomado dez anos de- pois, Alves-Mazzotti (1992, 2006) produziu, com fins didáticos, uma tipologia caricatural de tipos de revisões de literatura que podem ser encontradas em trabalhos acadêmicos, mas que devem ser evitadas, por constituírem práticas equivocadas.

O artigo original está disponível na internet e é de leitura recomenda- da, pela importância do tema, leveza e bom humor, com que a questão é abordada pela autora. De qualquer modo, vale registrar alguns desses “tipos inesquecíveis” de revisão bibliográfica:

• Summa: o pesquisador sucumbe à tentação de “esgotar o assunto”, em resumo de toda a produção científica mundial sobre o tema; • Patchwork: revisão que consiste numa colagem de conceitos e

pesquisas diversas, sem que haja um fio condutor que permita ao leitor perceber aonde o autor quer chegar;

• Caderno B: caracterizado pelo tratamento ligeiro, sem aprofundamento, de temas complexos. Utiliza basicamente fontes secundárias, manuais e textos (“Primeiros Passos” e hoje a Wikipédia, podemos acrescentar) em que a literatura tem aborda- gem facilitada;

• Apêndice inútil: após gastar um ou dois capítulos com a revisão de literatura, o assunto é completamente esquecido nas discussões.

diálogo que a revisão da literatura evidencia e que pode ser, por vezes, de teor mais receptivo, ou meramente informativo, não polêmico. Nesse caso, as apropriações efetuadas podem ser pouco ou nada deba- tidas. Isto ocorre, por exemplo, quando o pesquisador descreve pon- tos, relacionados ao seu trabalho, sobre os quais há consenso na lite- ratura e que seu trabalho compartilha.

Entretanto, espera-se que a revisão adote, também, um diálogo mais efetivo e crítico com os estudos anteriores. Luna (2002) observa que um pesquisador não deve se isentar de assumir suas posições, sim- plesmente pelo fato de citar determinada fonte de uma afirmação ou dado. Assim, se discorda da posição citada, deve explicitar essa discordância; se não, deve ser responsável por defender o posiciona- mento ou dado citado/utilizado.

É na crítica justificada aos trabalhos anteriores que os investigado- res percebem, muitas vezes, possibilidades de aumentar o conheci- mento de uma área. Uma deficiência observada num trabalho, ou de maneira geral na literatura, pode ser superada por outro(s); porém essa situação deve ser racionalmente analisada. Os argumentos e da- dos alheios, mesmo imperfeitos, podem ser, então, usados com mais proveito criticamente, do que quando são apenas uma colagem de fragmentos textuais desarticulados da reflexão do pesquisador. Com razão, Demo observa que rever e apropriar-se da literatura já feita deve ser um subsídio à autoria, à criação do conhecimento, por parte de um investigador, por isso, deve ultrapassar a mera “repetição”:

Compilação que se preza indica autoria, não plágio. Para dar um exemplo corriqueiro: em ambientes positivistas, “revisão de biblio- gráfica” tende a ser gesto descritivo, cumulativo, reprodutivo, agre- gando pedaços de autores disparatados; em outros ambientes, pode ser iniciativa compromissadamente reconstrutiva, dentro do desafio de

ler autores para se tornar autor, ou “contraler” (DEMO, 1994; 2008a).

(2010, 118)

Observação similar é feita por Gatti, que, nota, com certo desalento, a respeito da leitura de trabalhos acadêmicos, “quantas e quantas ve- zes não vemos as mesmas citações de Saviani, Freire, Libâneo, Bourdieu, Marx, [...] etc., repetidas, pois, não se processa uma revisão bibliográfica como uma ‘reconstrução’ ativa” (2003, 7). Isto quer di- zer, como explica a autora, que o pesquisador desenvolva, elabore uma perspectiva pessoal interpretativa e crítica sobre o tema, com apoio do que lê – no entanto, sem descartar a dúvida, a crítica e o

confronto dessa literatura com o problema que quer trabalhar, em suas diferentes dimensões, inclusive com a experiência cotidiana do investigador. Assim, é possível que as referências do trabalho sejam mais adequadas e consistentes com aquilo que se pretende analisar, indo além do óbvio ou do senso comum.

Em termos da preparação para uma leitura mais crítica e eficiente, Moreira e Caleffe (2008) sugerem um conjunto de itens a serem verificados no material lido, começando com a própria informação bibliográfica do documento, passando pelo problema, conceitos uti- lizados, hipóteses, metodologia, etc. (Em verdade, o conjunto de que- sitos deste texto, na escala proposta, serve bem como modelo de leitu- ra de trabalhos, sobretudo monografias, dissertações e teses, mas tam- bém livros que derivem de pesquisas.) Os autores mencionados no- tam que o pesquisador, para cumprir os objetivos expostos, precisa entender o que foi escrito pelos outros autores, bem como deve ser capaz de avaliar as conclusões dos estudos.

Analisar, interpretar, criticar o que se lê são ações que favorecem a compreensão das recorrências e articulações significativas existentes no material – autores e textos aparentemente relevantes, pois muito usados; conceitos que parecem esclarecer melhor um tema do que outros; abordagens metodológicas e analíticas com resultados quali- ficados, entre outras.

Pode-se notar que a revisão da literatura tem, se bem feita, um caráter pedagógico, propiciando conhecimento sobre a prática da pes- quisa ao investigador, já que ele “pode aprender com o trabalho de outros para elaborar, melhorar e contextualizar as próprias ideias”

(MOREIRA e CALEFFE, 2008, 27). Mesmo um mau texto tem sua utilida-

de: serve como contraexemplo. Mas, para avaliar um trabalho como “mau” ou “bom”, é necessária uma leitura mais exigente e crítica. (15) A relação do problema com pesquisas anteriores é evidenciada Observou-se, nos tópicos anteriores, a necessidade da crítica nas apro- priações textuais e que o referencial teórico – e a própria literatura revista como um todo – mostre-se útil à estruturação e desenvolvi- mento da pesquisa. O trabalho científico deve buscar integrar-se ao conhecimento de determinada área, ampliando-o ou reforçando-o.

A partir desse ponto de vista, fica evidente a importância de qual- quer trabalho mostrar como se relaciona com investigações de teor

aproximado. As lacunas no conhecimento que se verifiquem podem, vale reforçar, justificar um estudo; assim como, a percepção mais acurada do estado do conhecimento sobre um tema, que uma revisão pode indicar, sugere possíveis abordagens ou seu oposto: caminhos de pesquisa que se mostraram menos produtivos. Cabe ao investigador descrever momentos em que suas opções foram embasadas em refle- xões sobre as pesquisas anteriores a que teve acesso.

Além disso, e num estágio mais final de um trabalho, Creswell (2010) aponta a seguinte possibilidade para mostrar a relação de um problema investigado com pesquisas anteriores: efetuar ou retomar a revisão da literatura na conclusão de estudos de abordagem qualitati- va, quantitativa ou mistos. Em todos esses casos, esse procedimento servirá para comparar e contrastar os resultados da investigação com resultados existentes nos estudos anteriores.

(16) Fontes de resultados importantes estão referidas

Vários pontos estão subjacentes ao quesito em questão: a avaliação crítica do que se lê, a extensão e os procedimentos da revisão da lite- ratura. Somente em conjunto é que a feitura de tais ações permitirá ao investigador localizar, selecionar aquilo que poderá entrar, de fato, em seu texto. Assim como, conhecer e referir-se aos textos que pos- sam ser considerados fundamentais para o tratamento do tema abor- dado na pesquisa. Como saber que um texto é uma fonte importante para a pesquisa? Somente pela feitura de uma revisão bibliográfica crítica e metódica, que propicie ao pesquisador familiaridade com o tratamento do tema pelos estudos já realizados.

Do ponto de vista da abrangência da revisão, geralmente os autores que discutem o tema recomendam que esta seja menos extensa na redação – isto é, o que se utilizará no relatório da pesquisa – do que na localização e leitura dos trabalhos. Isto se relaciona ao fato de que os textos que poderão ajudar a uma pesquisa, tendo significativa relação com o problema que se quer abordar, serão em número menor dos que os lidos, principalmente quando o pesquisador tem menos do- mínio sobre a área de estudo.

Além disso, pontos que o pesquisador perceba já serem estabeleci- dos e consensuais na literatura não demandarão, de modo geral, dis- cussão extensiva. A revisão, ao mesmo tempo, pode ajudar a delimi- tar o problema; nessa perspectiva, parte do que foi lido ou recuperado

no levantamento bibliográfico será descartado. Ressalta-se que, num caso como esse, o tempo gasto na leitura de material não utilizado é compensado pela mais pertinente delimitação do problema e, consequentemente, das tarefas da pesquisa. Moreira e Caleffe (2008) recomendam, por sinal, que o autor não seja afoito, desejando acabar rapidamente a revisão para logo dar início à coleta de dados. É mais válido planejar a investigação, com mais qualidade, a partir das con- tribuições da literatura.

Quanto às fontes que devem ser utilizadas num levantamento bi- bliográfico, são recomendados, sobretudo quando o investigador ini- cia estudos num tema, os artigos científicos que sumarizem a discus- são sobre certo tópico, em grandes sínteses. Esse tipo de texto é cha- mado, por vezes, de “estado da arte” e propicia, além de uma compre- ensão sobre o que vem sendo discutido, acesso a diversos outros tex- tos. Aliás, merece menção o fato de que a citação de um texto a partir de outro só deve ser feita excepcionalmente. Citações a partir de ter- ceiros – os chamados “apuds” – podem causar prejuízos de interpre- tação, já que o que é apropriado por um autor pode ter sido tirado de determinado contexto.

Durante a realização de um curso como o Mídias na Educação, os cursistas têm acesso e estudam uma variedade de trabalhos que de- vem ser objeto da revisão de literatura. Ou seja, os textos que foram lidos e que se relacionem ao que se deseja pesquisar, naturalmente serão fontes iniciais da pesquisa, por isso, devem ser relidos com aten- ção e método. Todavia, é possível, face às especificidades da investiga- ção, que sejam feitas buscas de outras referências.

Com efeito, aos artigos de síntese e ao material bibliográfico do curso – que contem outras indicações importantes – devem se somar os livros fundamentais sobre o tópico de interesse, bem como outros artigos de revistas científicas, trabalhos apresentados em congressos, teses, dissertações e outras monografias, que se voltem à questão pesquisada. O exame das referências ao fim de cada material menci- onado ajudará a coletar outros possíveis trabalhos a serem examina- dos, além de permitir um conhecimento básico sobre os autores e textos relevantes. Estes devem ser, preferencialmente, qualificados, isto é, veiculados em publicações avaliadas e com reconhecida quali- dade – as revistas inseridas nos portais eletrônicos que adiante serão mencionados possuem tais características.

Em termos da busca de uma literatura de qualidade, outra reco- mendação é que o investigador use com critério e moderação certos textos, como os que são disponibilizados na internet sem indicação da natureza da publicação ou com autores desconhecidos. Um meio interessante de saber mais sobre um autor – quem é, o que já publi- cou sobre o assunto – é a consulta ao currículo acadêmico do mes- mo9. Materiais de jornais, revistas não científicas também podem ser

utilizados, mas com parcimônia: espera-se que um trabalho acadê- mico dialogue mais com textos científicos do que com os de circula- ção comum ou de divulgação.

Para a localização de textos em fichários de bibliotecas ou bases de dados, a seleção de palavras-chave que se relacionam ao tema de pes- quisa é passo importante. Nos dias de hoje, a internet mostra-se uma ferramenta imprescindível para a localização de materiais acadêmi- cos que podem ser úteis aos pesquisadores. Com as palavras-chave escolhidas, a busca, utilizando, por exemplo, o Google Acadêmico (http://scholar.google.com.br/), poderá ser uma etapa inicial da coleta de referências e textos científicos. Muitos destes estarão disponíveis na íntegra na própria rede, o que representa economia de tempo, enquanto outros poderão ser localizados conforme as indicações so- bre bibliotecas, arquivos e livrarias que os possuam.

Os seguintes portais eletrônicos são ferramentas que colaboram com a abrangência e qualidade da revisão e, com a exceção do Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), dão acesso aos textos completos dos materiais:

• Banco de Teses (CAPES) - busca de teses e dissertação (resumos) - http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/;

• Portal Domínio Público (MEC) - busca de teses e dissertações - http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaPeriodicoForm.jsp (para o download é necessário que o interessado se cadastre); • Portal de Periódicos CAPES - artigos de revistas científicas - http://

www.periodicos.capes.gov.br/;

• SciELO - Scientific Electronic Library Online (FAPESP/BIREME) - arti- gos de periódicos científicos brasileiros - http://www.scielo.br/ ?lng=pt;

• Portal Educ@ - artigos de periódicos on-line de Educação - http://

9. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) desenvolveu uma plataforma virtual (http:// lattes.cnpq.br/), chamada Lattes, em que podem ser localizados e consultados currículos de pesquisadores.

educa.fcc.org.br/scielo.php;

• Portal Revcom - artigos de revistas eletrônicas de Ciências da Co- municação - http://revcom.portcom.intercom.org.br/.

Para exemplificar o potencial dessas ferramentas, relatamos o se- guinte exercício: imaginando um pesquisador que tenha interesse no uso de recursos da chamada web 2.0 na educação, usamos esse termo como palavra-chave em alguns dos sites mencionados. Desse modo, no Google Acadêmico, na pesquisa em qualquer língua foram apon- tados nada menos do que 2,4 milhões de registros; delimitando o buscador para a coleta de dados em língua portuguesa, o número tornou-se menor, mas ainda alto: 8,8 mil. Incluindo-se outra pala- vra-chave – educação –, associada à anterior, obtiveram-se cerca de quatro mil registros, em ambos os contextos linguísticos. Natural- mente vários dados são repetidos ou de baixo interesse; porém, é difí- cil que um pesquisador possa dizer que não existe nada sobre o tema! A interessante iniciativa do Portal de Periódicos CAPES tem uso ple- no somente quando se utiliza um computador de alguma instituição com acesso completo às revistas por ele assinadas (universidades pú- blicas e algumas privadas que têm pós-graduação). Porém, mesmo sem estar numa universidade, é possível pesquisar e acessar os perió- dicos de acesso livre. Desse modo, o termo web 2.0 recupera 80 artigos (em línguas variadas) e o mesmo junto à palavra-chave educação co- leta três textos; mas com a associação de web 2.0 à education são mos- trados 60 registros. Entre outros, de uma literatura recente sobre o assunto, dois artigos (em inglês) abordando usos educacionais do Facebook e outros dois (um em inglês e outro em espanhol) especifi- camente sobre os blogs na educação. Evidencia-se, assim, o quanto a ciência possui uma dimensão internacional, que está em sua essên- cia, e que a pesquisa de outros países pode colaborar com a local.

Quanto às teses e dissertações brasileiras, o Banco de Teses de CAPES recuperou trezes trabalhos (somente resumos), a partir dos termos

web 2.0 e educação. É interessante notar que algumas bibliotecas vir-

tuais de universidades disponibilizam a versão digital de teses e dis- sertações de anos mais recentes, para download. Neste caso, seria pos- sível conseguir determinado trabalho usando apenas a internet. Essa é a situação dos dezenove documentos (teses e dissertações) que o Portal Domínio Público localiza a partir da palavra-chave web 2.0 (alguns são os mesmos do Banco de Teses da CAPES). Infelizmente, no

momento atual (setembro de 2011), o Domínio Público não funcio- na bem com mais de uma palavra-chave na pesquisa de teses e disser- tações. De qualquer modo, dentre os que ele localiza, o pesquisador poderá ver os títulos e resumos para decidir se vale a pena a leitura.

Nem tudo que é recuperado pelo pesquisador, numa etapa inicial, é lido na íntegra. A busca pode conduzir a trabalhos que sejam de me- nor interesse. A verificação do resumo do trabalho poderá, como su- gerido, ser um momento de distinção. Há também, para filtrar o que merece leitura, a questão do tempo da literatura, o que tem certa relação com o tema pesquisado. Por exemplo, devido às grandes trans- formações que a informática sofreu, é improvável que uma discussão sobre a “informática na educação”, realizada nos anos de 1980, tenha muito a acrescentar – salvo um texto clássico, de teor menos especí- fico em termos concretos ou mais conceitual sobre o assunto – a uma investigação que se volte a esse tema na atualidade. A literatura cien- tífica envelhece, é superada pelos estudos mais recentes, e por isso alguns, como Luna (2002), notam que, caso a literatura sobre algum assunto seja abundante, talvez manter (e ler) somente o material de quatro ou cinco anos atrás seja suficiente.

A quantidade de leitura e uso do material bibliográfico é bastante variável, pois depende, de um lado, do conhecimento prévio do autor, de outro, do problema e seu desenvolvimento em termos teóricos e em investigações existentes. Lankshear e Knobel arriscam a estimar que, numa aproximação

muito grosseira, ficaríamos surpresos se um professor-pesquisador concluísse um estudo digno de nota sem ler “ativamente” o equiva- lente a dois ou três livros e 10 a 15 artigos ou capítulos pertinentes a seu tópico (dos quais não tivesse conhecimento prévio). (2008, 79)

Sugestão interessante dada por Creswell (2010) para organizar a literatura pesquisada é a elaboração de um mapa a partir dela. Este

mapa da literatura seria uma representação visual da pesquisa de

interesse realizada pelos outros autores e sintetizada numa figura. Os tipos de mapa possíveis são variados, e podem corresponder a diferen- tes momentos de leitura e organização do material. A utilidade do mapa está em favorecer a percepção sobre as relações entre os textos, permitir a reflexão sobre os próprios critérios em que os documentos podem ser agrupados (por temas, conceitos principais, abordagens de pesquisa, entre outros) e fornecer insights sobre o lugar que a pesquisa

que se realiza poderia ocupar no mesmo – eventualmente numa po- sição que correspondesse a um aspecto pouco ou ainda não explora- do, conforme mostra a estrutura geral.

Stake (2011) faz sugestão similar, quanto ao tratamento gráfico da informação de uma revisão, como estratégia informal de planeja- mento: a feitura de um mapa conceitual. Ele poderá indicar ideias que se relacionem a um conceito e que levem à procura de certa literatura. Ao mesmo tempo, a feitura do mapa se refina, conforme o conhecimento sobre o conceito cresce e, nesse caso, poderá até ser utilizado como recurso que colabore com a exposição do autor no relatório de sua pesquisa. A Figura 5, na sequência, dá um exemplo de cada um dos mapas mencionados, no primeiro caso, sobre o tema da web 2.0 e sua relação com a educação e, no segundo, sobre o “blog escolar”.

Outra possibilidade de apresentação gráfica de aspectos de uma re- visão da literatura, comum em pesquisas bibliográficas, é o agrupa- mento de dados quantitativos de características dos textos (por exem- plo, abordagens metodológicas ou teóricas) em tabelas, gráficos e figuras. A revisão da literatura internacional sobre blogs feita por Larsson e Hrastinski (2011) exemplifica uma modalidade de apresen- tação de dados bibliográficos desse tipo. Ao mesmo tempo, mostra como, frequentemente, o tamanho ampliado de uma revisão conduz a uma análise mais panorâmica e de tendências do que de aprofunda- mento sobre os temas.

Figura 5. Exemplos de um mapa da literatura e de um mapa conceitual Web 2.0 e Educação Revisões de literatura Pesquisas e relatos de experiências Discussões sobre recursos Gerais Coutinho, 2008 Wikis Abegg et al., 2011 Bottentuit Jr. e Coutinho, 2008 Blogs Gomes e Lopes, 2007 Gomes, 2005 Gutierrez, 2005 Ensino de 2o grau Miranda et al., 2008 Moura, 2007 Podcasts Bottentuit Jr. et al., 2009 GoogleDocs Machado, 2009 Formação docente Coutinho, 2009 Aguiar et al., 2008 Patrício e Gonçalves, 2008 Salvador et al., 2008 Coutinho e Bottentuit Jr., 2007 Mantovani, 2003 Ambientes de aprendizagem Isotani et al., 2009 Ensino superior Miranda, 2010 Patrício, 2010 Oliveira, 2009 Maciel, 2009 Carvalho, 2008 Ensino Básico Cruz, 2009 Patrício, 2009 Ferreira et al., 2008 Barbosa, 2008 EAD Mattar, 2011 Redes sociais Pretto e Assis, 2008 Blog Escolar Natureza Objetivos Da escola Público Forma De um projeto Privado Acesso Aprender Informar Dar voz Compartilhar e arquivar De uma disciplina Comentário Postagem Só alunos Alunos e professores Só professor Qualquer um Sem comentários

No documento Pesquisa em Mídias na Educação (páginas 85-95)