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3. Processos de edição do PB em Portugal

3.2. Desenvolvimentos do PB em Portugal na década 2000-2010: atores e

3.2.2. Segunda Fase – estabilização da edição do PB em Portugal

Nesta fase foi publicada toda a legislação relativa à concretização do PB e à reforma do sistema a ela associada. Nesse sentido, além de publicações de autores individuais, continuou a registar-se um grande número de iniciativas por parte dos órgãos consultivos e de representação, quer através da elaboração de pareceres sobre os projetos de lei postos à discussão ou sobre a legislação que ia sendo publicada (CNAVES, CNE e CRUP) quer através de tomadas de posição, recomendações e publicação de documentos de princípios e de estratégia (CCISP e CRUP). Registou-se ainda a organização de um número de eventos focados no ensino superior. Neste

119 domínio, é de realçar as iniciativas do CNE. O Debate Nacional sobre Educação, que ocorreu durante o ano 2007, abrangeu todo o sistema de educação, incluindo uma análise do ensino superior. Adicionalmente, o CNE organizou três seminários focados no ensino superior. Dois seminários tiveram lugar em 2008 (“O Processo de Bolonha e os seus Desenvolvimentos” e “Políticas de ES - Quatro Temas em “Debate) e outro já em 2010 (“Seminário sobre o Ensino Superior”). Verificou-se ainda a organização de oito seminários, organizados em dois ciclos, sobre temas centrais do PB, promovidos pelo Grupo Nacional do Processo de Bolonha (GNPB), em 2008 e 2009, e dois outros seminários, um promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian (“O futuro de Bolonha dez anos depois”) e outro pela Universidade de Lisboa (“Creditação de qualificações não formais no ensino superior”), ambos em 2009 (Ver Tabela 5, nas páginas seguintes).

O Decreto-Lei nº 42/2005, de 22 de fevereiro, que regula e cria os instrumentos para a criação do espaço europeu de ensino superior, foi o primeiro documento legal relativo ao PB que foi publicado. No mesmo ano, foi revista a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº 49/2005, de 30 de agosto) que alterou o sistema de graus e abriu caminho para o Decreto-Lei nº 74/2006 de 24 de março que veio estabelecer os “graus académicos e diplomas do ensino superior”.

O Decreto-Lei nº 74/2006, de 24 de março veio estabelecer os “graus académicos e diplomas do ensino superior” e determinou o período de uma semana (até 31 de março), prazo que veio a ser alargado por mais uma, para pedidos “excecionais” de autorização para o funcionamento de novas formações ou de adequações de formações existentes. O número de pedidos de autorização foi de 1464, 33% dos quais relativos a novos cursos e 67% a adequação de cursos existentes. O número é revelador do trabalho de preparação das mudanças requeridas por Bolonha, por parte das IES. O trabalho das IES, seguindo modelos e tendências europeias (Veiga & Amaral, 2009; Sin, 2012), foi certamente resultante dos grandes debates mencionados atrás e da pertença de atores nacionais a redes europeias de profissionais, áreas científicas, peritos e parcerias que proporcionaram oportunidades de interpretação e recontextualização, ou seja, edição coletiva de ideias, práticas e modelos circulantes nos países europeus.

120 Em 2008-2009 já o novo sistema de graus de Bolonha estava totalmente integrado. Outros dois diplomas, quase simultâneos, visando flexibilizar e facilitar o acesso de novos públicos ao ensino superior, cumprindo assim um dos objetivos da dimensão social do PB e contribuindo para a elevação do número de portugueses com ensino superior, vieram completar a adequação formal do sistema português aos objetivos de Bolonha: o Decreto-Lei nº 64/2006, de 21 de março, regulamentando as “condições especiais de acesso e ingresso no ensino superior” dos maiores de 23 anos, e a publicação do Decreto-Lei nº 88/2006, de 23 de maio que regulamenta os “Cursos de Especialização Tecnológica”.

Tabela 5: Cronologia do PB em Portugal (2005-2011)

Estado/Governo Órgãos consultivos e de representação Grupos/Iniciativas adhoc Textos de opinião/ Publicações 2005 Criação do MCIES: Dec- Lei nº 42/2005 Tomada de posse do XVII Governo (J. Sócrates, M. Gago) Lei nº 49/2005 (Altera a Lei de Bases do Sistema Educativo) Despacho 10543/2005 (Normas técnicas para apresentação de novos Cursos)

F. Azevedo. “PB National Report 2004-2005”

P. Lourtie nomeado Represent nacional BFUG

CNAVES. Parecer 1/2005 CCISP: “Princípios de Orientação Estratégica do ES”

CCISP: Documento de orientação

estratégica para o ES

CRUP. “A Universidade Pública Portuguesa - Reflexão Para Uma Política de Desenvolvimento CRUP: Parecer sobre a alteração da Lei de Bases do S. Educativo CNE: Parecer 4/2005 CRUP: “ES. Ordenamento da Oferta Educativa”

Simão et al. Ambição

para a Excelência

Pedrosa e Queiró.

Governar a Universidade Portuguesa

Marçal Grilo. Governar a

Univ. Portuguesa

A. Amaral. As diversas

agendas de Bolonha

(PWP)

A. Amaral. Entrevista Público: Bolonha tem

"muito mais" a ver com questões económ do que académicas,

2006 MCTES Anteprojecto de Dec-Lei

“Graus académ e diplomas do ES” Despacho 484 /2006 Dec-Lei 64/2006 Dec-Lei 74/2006 Despacho 10724/2006 (Comissão Acompanh PB) Dec-Lei 88/2006

MCTES. Um compromisso com a

ciência para o futuro de Portugal: vencer o atraso científ e tecnológ

MCTES. Tertiary Education in

Portugal: background report.

OECD. Country Background Report: PT

ENQA. Report ”Quality assurance of HE in Portugal” F. Azevedo “National Rep from Portugal 2005-2007

P. Lourtie demite-se do BFUG

CNAVES. Parecer 3/2006 CCISP. (2006). Duração dos ciclos

nos cursos de ensino superior politécnico – Recomendação do CCISP

CCISP. (2006). Parecer sobre o

anteprojecto de decreto-lei relativo às condições especiais de acesso e ingresso no ensino superior

CCISP. (2006). Parecer sobre o

projecto de decreto-lei que visa regular os cursos de

especialização tecnológica

CCISP. (2006). Parecer sobre o

anteprojecto de decreto-lei sobre “graus académicos e diplomas do ensino superior”

A. Moreira. Bolonha:

sem pressa, sem perda de tempo. Cadernos BAD

1 A. Moreira. A autonomia do sistema português, UMA A. Moreira. A internacionalização do ensino superior, UMA A. Amaral. Bolonha, competitividade europeia e Portugal, janusonline P. Lourtie. Bolonha e os Antiguinhos. Antiguinho, nº 23, Dossier Bolonha, U. Aveiro 2007 MCTES. Orientações para a

reforma do sistema de ES em Portugal. CNE

MCTES. Conf. da Presidência Port da UE: O Futuro da Ciência e

CNE: Debate Nacional Sobre Educação

CNE: Seminário “Politicas de ES, A Reforma do ESP”

CNE: Parecer 2/2007

J. Veiga Simão. Audição pública, CNE

Pedro Lourtie. Novos

públicos e novas oportunidades de

121 da Tecnologia na Europa. Intervenção de Abertura Lei n.º 62/2007 Lei 38/2007 Dec-Lei 369/2007 Dec-Lei 396/2007 BOLSAS!!!! MCTES. Portaria 401/2007 F. Azevedo nomeado Represent do BFUG Dec-Lei 276-C/2007 Presidência Portuguesa UE CNE: Parecer 3/2007 CNE: Parecer 4/2007 CNE: Parecer 5/2007 CNE: Parecer 6/2007 CRUP: Novo enquadramento

legal do ensino superior: Carta de Princípios

CCISP: Parecer do CCISP relativo à

Proposta de Lei que visa aprovar o regime jurídico das instituições de ensino superior e ao Projeto de Lei da autonomia e de gestão das instituições de ES

certificação no ES, CNE

2008 Portaria 30/2008 (Suplemento ao diploma) Dec-Lei 107/2008 (Primeiras alterações ao Dec-Lei 74/2006 (Incui Relatórios de

implementação do PB das IES) S. Feyo Azevedo “National Report from Portugal: 2007- 2009”

CNE: Parecer nº 7/2008 CNE: Seminário “O Processo de Bolonha e os seus

Desenvolvimentos” CNE: Políticas de ES - Quatro Temas em Debate GNPB 2007/08 Ciclo de Seminários “Bolonha na Prática”: Sistema de Ciclos e Graus Académicos, IPL, 4/4/; Garantia da Qualidade, U.Lusíada, 5/5; Reconhecimento de Estudos e QNQ, UÉ, 30/5; O PB em Portugal-Presente e Futuro, T. Tombo 27/6 F. Azevedo. O PB – Perguntas e Respostas sobre 2 anos de legislação F. Azevedo. O PB em Portugal – Já mudámos?... Ou está tudo na mesma? J. Pedrosa. Abertura Seminário CNE P. Lourtie. QEQ e Acesso

Profissões Marçal Grilo. O PB: origens e implicações para o ensino 2009 S. F. Azevedo, PB “National Report 2009” AR: Relatório do ES MCTES. FHEQ–Portugal,Lx Portaria 782/2009 (aprova o QNQ e FHEQ-Portugal) Dec-Lei 205/2009 (Estatuto da Carreira Docente Univ) Dec-Lei 206/2009 (Regime jurídico título de especialista) Decreto-Lei 207/2009 (Estatuto Carreira Docente Politécnico) Decreto-Lei 230/2009 (Alterações Dec-Lei 74/2006)

CCISP: Parecer na especialidade do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) relativo ao projecto de decreto-lei que procede à alteração do estatuto da carreira do pessoal docente do ensino superior politécnico, aprovado pelo Decreto-Lei nº 185/81, de 01 de julho (ECPDESP). GNPB 2008/2009 Ciclo Seminários: Qualidade e Acreditação, UC e CRUP, 30/4; Reconhec de Estudos e Cred Competências INUAF, 22/5; QQ, ISEP, 8/7; O PB em Portugal: Presente e Futuro, UA, 26/6.

O Futuro de Bolonha

dez anos depois, FCG

Conf. Creditação de Qualificações Não Formais no ES, UL A. Amaral. Consequências de Bolonha no Processo de Acreditação-PWP, Coimbra A. Amaral. A Reforma do Ensino Superior em Portugal, CNE 2010 MCTES: “A new landscape for Sc,

Tech and TE in Port”

MCTES: “The framework for HEQ in Port: FHEQ-Port”

CNE Seminário sobre o Ensino Superior

2011 MCTES: Quadro Nacional de

Qualificações do Ensino Superior – relatório preparado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ensino Superior.

MCTES: “Reforma e modernização do ES em Port, 2005-2011: Síntese de acções de política e princ resultados”

Fontes: EHEA official website, http://www.ehea.info/; Portal do Governo, www.portugal.gov.pt/; Portal do CNE, www.cnedu.pt/; Portal da DGES, www.dges.mctes.pt/; CRUP; CCISP

122 Porém, a reforma do ensino superior em que o Governo e o MCTES estavam empenhados viria a ser bastante mais profunda. O Ministro Mariano Gago (2005- 2011) recorreu a consultoria internacional para reforçar a legitimação das reformas. Aliás, de acordo com a consulta documental no âmbito deste trabalho, a avaliação internacional do sistema de ensino superior português já tinha sido recomendada em 2003 pelo CCISP (CCISP, 2003: 202) e pelo seu Presidente Luis Soares (Soares, 2003: 475) e, em 2004, por Júlio Pedrosa que defende uma reforma do ensino superior autónoma, no contexto europeu:

As universidades e os institutos politécnicos actuais deveriam ser, então, sujeitos a avaliação internacional, com o objectivo de os posicionar perante um quadro de referência para a reorganização de todo o sistema, com objectivos claros e modelo de financiamento sustentáveis a prazo. Assim, talvez o Processo de Bolonha deixasse de ser usado como mais um exercício acrítico de “aluno cumpridor da União Europeia” e pudesse ser uma via para preparar, com autonomia, o futuro da Educação Superior portuguesa no contexto europeu (Pedrosa, 2004: 4).

A avaliação global do sistema de ensino superior português foi requerida à OCDE e a avaliação do sistema de garantia da qualidade foi requerida à ENQA, em coordenação com o CNAVES. Para cada uma das avaliações foram definidos os Termos de

Referência constantes no Despacho nº 484/2006 (2ª série), de 9 de agosto. Foi ainda

promovido um programa voluntário de avaliação internacional, abrangendo os estabelecimentos de ensino superior públicos e privados, a ser realizado pela EUA em colaboração com a EURASHE e integrando peritos dos Estados Unidos e do Canadá, “com experiência na avaliação dos ensinos universitário e politécnico” (idem: 332). O Despacho referido estipula que o processo é requerido pelos próprios estabelecimentos e unidades orgânicas, “com especial referência a mecanismos de governo, regras de acesso, autonomia institucional, recursos financeiros, internacionalização e outras políticas do do ensino superior relevantes” (idem: 333).

Na sequência deste processo, entre 2005 e 2009 foi reformulado todo o quadro legal do ESP, incluindo, além do sistema de graus académicos e os regimes de acesso, um novo quadro de qualificações, o regime jurídico das IES, o financiamento do ensino superior, a formação de professores, os estatutos das carreiras e o sistema de qualidade e avaliação. Particularmente relevante foi a alteração do modelo de gestão

123 das IES, introduzindo o regime fundacional para as universidades mediante condições definidas pela Lei nº 62/ 2007 de 10 de setembro. Foi igualmente reformado o sistema da qualidade do ensino superior, com a criação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) (Decreto-Lei nº 369/2007, de 5 de novembro). A instalação da Agência decorreu em 2008 e, a partir de 2009, todos os cursos a criar ou já em funcionamento passaram a ter que ser submetidos a acreditação da mesma.

Em 2008 foi publicada a regulamentação do “Suplemento ao Diploma”, através da Portaria nº 30/2008 de 10 de janeiro. Em 2009 foi criado o Quadro Nacional de Qualificações (QNQ) (Portaria nº 782/2009), que integra o Quadro de Qualificações para o Ensino Superior Português (QQES-Portugal). Durante esta fase os atores coletivos, nomeadamente o CNE, o CRUP e o CCISP centraram as suas reflexões em torno da nova legislação sobre o regime jurídico das instituições de ensino superior, a avaliação e os estatutos das carreiras, produzindo pareceres e recomendações. Produziram, além disso, documentos de reflexão e de orientação estratégica (Ver Tabela X).

Um dos últimos objetivos relativos ao PB atingidos pelo MCTES foi a validação do QQES-Portugal, estabelecido pela Portaria nº 782/2009, de 23 julho, relativamente à compatibilidade com o QQ-EEES. Esta validação foi da responsabilidade de uma Comissão Internacional constituída por um painel de peritos, que para o efeito realizou duas visitas e auscultou um grupo de stakeholders portugueses, indicados pelas respetivas estruturas, tendo ficado concluída a 30 de maio de 2011. O relatório elaborado para o efeito pelo MCTES (2011) fez o balanço de todo o processo até à data, considerando-o bem-sucedido: “a implementação de toda a legislação criada para alinhar o ensino superior em Portugal com o processo de Bolonha foi feita com muito sucesso e, ao mesmo tempo, foi parte de uma profunda reforma legal do sistema de ensino superior” (MCTES, 2011: 32). Por seu turno, a Comissão Internacional verificou a compatibilidade do QQES-Portugal com do QQ-EEES:

Tendo revisto a documentação e conduzido entrevistas com as partes intervenientes durante a sua visita a Lisboa, entre 21 e 24 de fevereiro de 2011, a Comissão Internacional concluiu que o QQES-Portugal está de acordo com os critérios de autocertificação e que, na preparação do seu relatório, Portugal seguiu devidamente os

124 procedimentos propostos pelo Grupo de Trabalho sobre o Relatório de Autocertificação (MCTES, 2011: 28).

Nestes termos, e após confirmação da compatibilidade, por parte da A3ES, em 3 de maio de 2011, foi declarada pelo Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a “Certificação da Referenciação” a 2 de junho de 2011, dando-se assim por oficialmente concluída a instituição do quadro legal destinado à concretização dos objetivos formais da primeira fase do PB.

Em termos de balanço da implementação nacional do PB, há ainda a assinalar uma iniciativa da Assembelia da República, através da Comissão da Educação e Ciência (CEC). A CEC, em 2009, constituiu um grupo de trabalho para a elaboração de um relatório que incluiu a implementação do PB e “as principais alterações no Ensino Superior, designadamente, o regime jurídico, o sistema de avaliação, o financiamento e a rede” (Comissão de Educação e Ciência, Assembleia da República, 2009: 5). O grupo de trabalho teve a participação de um deputado de cada um dos grupos parlamentares e dois deputados não inscritos e a coordenação de Manuel Mota, deputado do PS, o partido do Governo. Foram auscultadas, além do MCTES, as seguintes estruturas: CNE, CRUP, CCISP, APESP, Associações de Estudantes, Universidades e Politécnicos Públicos e Privados e, ainda, em audiências parlamentares, associações profissionais62. Foram, ainda, realizadas visitas a IES e uma conferência parlamentar sobre “O Papel do Ensino Superior no Desenvolvimento de Portugal”, a 16 de fevereiro de 2009.

O relatório elaborado pela CEC inclui recomendações para a concretização “plena” do PB, mas termina com nota positiva: “Portugal é um dos 5 países que melhor concretizaram o Processo de Bolonha e as regras associadas para a modernização da oferta educativa e dos padrões de mobilidade de estudantes” (Comissão de Educação e Ciência, Assembleia da República, 2009: 34). A apreciação favorável da Assembleia da República faz eco do relatório de autocertificação do MCTES, acima mencionado, e da validação da Comissão Internacional. É igualmente concordante

62

No âmbito desta auscultação, porém, nem o CRUP nem o CCISP enviaram os pareceres solicitados.

125 com a avaliação que Portugal obteve no scorecard do “Stocktaking Report” 2009. Nesse ano, apesar do início tardio da implementação do PB, Portugal apresentava-se já numa das cinco melhores posições relativas, com os dez critérios de concretização em apreciação no nível verde-claro (40%) e verde-escuro (60%). De registar, no entanto, que, posto à votação, o relatório da CEC obteve os votos favoráveis apenas do PS e do PSD. Os deputados do CDS/PP não estiveram presentes e o PCP e o BE votaram contra. O PCP apresentou uma declaração de voto onde critica várias insuficiências do sistema, concluindo que o relatório “... dá como adquirido e irreversível o processo de desfiguração que tem sido levado a cabo pelo Governo actual, particularmente no que ao RJIES e processo de Bolonha diz respeito” (Comissão de Educação e Ciência, Assembleia da República, 2009). Significa isto que a perceção do sucesso inerente ao PB por parte da maioria parlamentar não era unânime na AR nem, naturalmente, na população portuguesa, em parte representada por partidos que tinham sérias reservas relativamente ao processo.