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SENTIMENTOS EMPÁTICOS E COMPORTAMENTO ALTRUÍSTA Hoffman (1975a, 2003) considera que tanto a angústia empática quanto a angústia

2.2. A PERSPECTIVA DE HOFFMAN ACERCA DA EMPATIA

2.2.6 SENTIMENTOS EMPÁTICOS E COMPORTAMENTO ALTRUÍSTA Hoffman (1975a, 2003) considera que tanto a angústia empática quanto a angústia

simpática predispõem o individuo para a ação, embora apenas no último caso, o afeto

motiva para agir em beneficio da vítima. Hoffman (1975a) discorre acerca de diversas pesquisas, realizadas no período da década de trinta até a década de sessenta, nas quais demonstraram que, no geral, a angústia simpática está acompanhada por tendências a ações pró-sociais.

A angústia simpática pode predispor o indivíduo para agir de forma altruísta, mas isto não garante que ela irá agir desta forma. As ações dependem de outras variáveis, além da força e desenvolvimento da motivação altruísta. Este tipo de comportamento é mais provável quando o ato esperado é claro e já pertence ao repertório da pessoa, e menos provável quando o indivíduo percebe que sua ajuda pouco contribuirá para melhorar a situação eliciadora do sentimento empático. Hoffman (1975a), comparando a cultura

individualista dos países ocidentais com a cultura de outros países, afirma que motivações altruístas podem frequentemente ser substituídas pela poderosa motivação egoísta.

No próximo tópico, destacar-se-ão os estudos empíricos realizados acerca da empatia. Primeiramente, serão apresentados resultados referentes a questões como: diferenças de sexo, idade e contexto escolar na capacidade empática. Também serão destacados os estudos que relacionam empatia com: comportamentos pró-sociais, competência social, justiça distributiva, julgamento moral e bullying. Para finalizar será destacada a importância da empatia para a educação em Direitos Humanos e para uma educação voltada para a paz.

2.3 ESTUDOS EMPÍRICOS

Sampaio et al. (2009) constataram que não há consenso na literatura a respeito da natureza real das diferenças de sexo nas pesquisas sobre a empatia. Alguns estudos mencionados pelos pesquisadores demonstram que as mulheres tendem a ser mais empáticas do que os homens (Hoffman & Levine, 1976; Hoffman, 1977; Leitão, 1999; Cecconello & Koller, 2000; Ribeiro, Koller & Camino, 2001; Sampaio et al. 2008; Sampaio, Camino e Roazzi, 2010). Sampaio et al. (2008) também verificaram diferenças significativas entre o nível de consideração empática – motivação para ajudar outros indivíduos que estejam em situação de necessidade – e o nível de personal distress – sensação de incômodo diante de situações de sofrimento ou injustiça – obtidas por homens e mulheres. Segundo Leitão (1999), as mulheres demonstram mais sensibilidade aos sentimentos e sofrimento do outro e uma menor expressão de raiva. As mulheres demonstram também mais culpa do que os homens.

Em um estudo realizado por Barnett et al. (1980), foi verificado que a empatia nas meninas estava significativamente associada com a empatia nas mães, e não nos pais; Segundo os autores, quando a mãe é mais empática do que o pai, a empatia pode ser identificada como um aspecto relativo ao gênero que passa a ser internalizado com maior intensidade pelas meninas. As mães também revelaram maiores níveis de afeto na interação com seus filhos, ênfase nos sentimentos das outras pessoas, e menos uso de disciplina do que os pais. Esta constatação também foi encontrada nas pesquisas realizadas por Leitão (1999) e Cecconello & Koller (2000) onde concluíram que as atitudes de cuidado e conforto estão mais ligadas ao papel materno, passando a ser internalizados mais cedo e de modo mais completo a mensagem de que os sentimentos das pessoas são importantes e é errado machucar o outro.

Em relação aos contextos escolares, o estudo realizado por Sampaio et al. (2008) encontrou diferença significativa entre adolescentes que estudam em escolas públicas e privadas quanto ao nível geral de empatia e o nível de consideração empática. Os estudantes de escola pública apresentaram médias mais altas nestas duas dimensões.

Na amostra pesquisada por Cecconello e Koller (2000) as crianças mais velhas apresentaram uma média mais elevada no nível de empatia – o que é esperado, já que as crianças mais jovens possuem menos estratégias do que as mais velhas e do que os adultos, pois ainda estão desenvolvendo habilidades cognitivas mais elaboradas e suas experiências são limitadas. Entretanto, não foram encontradas diferenças significativas nas médias dos dois grupos etários.

Com o intuito de compreender a importância da habilidade empática, foi realizada uma revisão relacionando o construto empatia com variáveis consideradas relevantes para o desenvolvimento de uma coletividade mais justa e comprometida com os problemas sociais.

Relações entre disciplinas dos pais, respostas empáticas e comportamento pró- social de crianças foram examinadas por Krevans e Gibbs (1996) a fim de avaliar a afirmação de Martin Hoffman de que a empatia das crianças e a empatia baseada na culpa intercedem na socialização de comportamentos pró-sociais em crianças. 78 alunos (34 meninos e 44 meninas), entre 11 e 14 anos, e suas respectivas mães foram avaliados e os resultados corroboraram a teoria de socialização de Hoffman. O uso da indução pelos pais, em oposição ao poder assertivo, foi relacionado com o comportamento pró-social das crianças. Crianças com pais que utilizam o método indutivo foram consideradas mais empáticas e as crianças mais empáticas foram percebidas pelos autores como mais pró- sociais.

Cecconello e Koller (2000) realizaram um estudo cujo objetivo foi avaliar a relação entre a empatia e a competência social – fator de proteção para o indivíduo relacionado com a capacidade para uma adaptação favorável – em crianças de situação de risco, considerando como principal fator de risco a condição de pobreza da criança. A amostra foi composta por cem crianças, do sexo feminino e do sexo masculino, com idade entre seis e nove anos, de escolas públicas de Porto Alegre. A análise dos dados demonstrou uma correlação significativa da escala de competência social e de empatia. Este dado revelou que quanto mais empática é uma criança, mais competente socialmente ela tende a ser.

Eisenberg, Zhou e Koller (2001) realizaram um estudo que tinha como objetivo, entre outros, analisar as relações entre raciocínio moral pró-social, auto-relatos de comportamentos pró-sociais, role-taking e empathic concern (habilidade que se refere à tendência para sentir compaixão e preocupação com o outro). Para isso, participaram do estudo 149 adolescentes brasileiros, do sexo feminino e masculino, com idade média de 15,1 anos, que responderam diferentes instrumentos traduzidos e validados para o

contexto brasileiro, como: The Prosocial Reasoning Objective Measure, ou PROM (Carlo, Eisenberg, & Knight, 1992), Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal de Davis ou EMRI (Koller, Camino & Ribeiro, 2001) e Prosocial behavior (Rushton, Chrisjohn, & Fekken, 1981). A partir dos resultados encontrados, foi verificado que: os adolescentes que tiveram alto nível de role-taking e de empathic concern também apresentaram elevado nível de raciocínio moral pró-social; o role-taking previu o raciocínio moral pró-social e a empathic concern; a empathic concern apresentou dois caminhos para o comportamento pró-social um direto e um indireto (por meio do raciocínio moral). Os resultados encontrados foram consistentes com a afirmação de que a tendência de tentar compreender a perspectiva do outro e a de sentir compaixão estão relacionados com o nível de raciocínio moral pró-social, o que motiva comportamentos pró-sociais.

Com o interesse de investigar a relação entre os níveis de empatia de 120 adolescentes de escolas públicas e privadas do nordeste brasileiro, do sexo feminino e masculino, e as suas decisões distributivas, foi realizada uma pesquisa por Sampaio et al. (2008). A análise dos resultados demonstrou que os componentes cognitivos e afetivos do constructo Empatia podem estar relacionados à maneira como as pessoas julgam a justiça distributiva. A dimensão cognitiva, ao possibilitar a tomada de perspectiva, desempenhou papel-chave nas decisões dos participantes. Verificou-se, ainda, que quanto maior o desconforto provocado pela necessidade do outro, maior a mobilização afetiva dos participantes para buscarem aliviar este sentimento, ajudando as vítimas.

Sampaio et al. (2010), tendo como principal objetivo analisar se a empatia exerce influência significativa sobre as decisões distributivas de jovens brasileiros, realizou uma pesquisa com 107 jovens da cidade de Petrolina – PE, com idades variando de 14 a 20 anos. Os resultados encontrados neste estudo confirmaram a hipótese de Hoffman (1990)

de a empatia estar associada a uma maior preocupação com a necessidade e o cuidado para com as pessoas, em detrimento das suas contribuições pessoais. Segundo o Hoffman, dever-se-ia esperar uma associação forte entre consideração empática e o cuidado/necessidade e essa associação foi encontrada nos resultados da pesquisa em questão. Sampaio et al. (2010) concluíram que a consideração empática tem, efetivamente, poder para mobilizar o comportamento de ajuda em direção a pessoas em situação de sofrimento, angústia ou necessidade e que, mesmo em contexto cultural no qual se valorizam extremamente a competitividade e a produtividade, a noção de justiça distributiva pode ser fortemente influenciada pela afetividade. Eles finalizaram o artigo concluindo que sentimentos empáticos devem ser levados em consideração nas pesquisas que se propõem investigar o desenvolvimento sócio-moral.

Hoffman (1990) considera que a cognição é de suma importância para o julgamento moral. Entretanto, ele também afirma que a afetividade, por meio da empatia, mobiliza o individuo para atuar moralmente e para emitir comportamentos pró-sociais. Segundo Galvão (2010), há estudos teóricos que demonstram com clareza esta relação, entretanto, considera-se escasso o número de programas de intervenção mostrando a relação entre empatia e moralidade. Diante deste fato, uma pesquisa quase-experimental com 36 estudantes foi realizada por ela, cujo objetivo primordial era verificar se existem diferenças entre os efeitos de uma técnica de intervenção “racional-discursiva” - os participantes, de diferentes estágios de julgamento moral, discutem dilemas morais, sob a coordenação de um facilitador – e uma técnica “racional-afetiva” – os participantes, além de discutirem dilemas morais, são estimulados a desenvolverem a empatia. Os resultados revelaram que o grupo de estudantes submetido à técnica de intervenção “racional-afetiva” evoluiu mais do que o grupo submetido à intervenção “racional- discursiva”, tanto no estágio de desenvolvimento moral, quanto no grau de empatia. Além

da importância empírica, o estudo contribuiu teoricamente ao acordar com afirmação de Hoffman (1990) de que o raciocínio moral é favorecido pelo desenvolvimento da empatia.

Munõz, Qualter e Padget (2011), apresentaram uma pesquisa na qual é considerada a primeira que examina o papel da empatia para explicar o bullying – termo compreendido como ações negativas, intencionais e repetidas, para com o outro –, levando em conta o estilo interpessoal de insensibilidade/falta de emoção. Considerando que a empatia leva o indivíduo a se importar com os sentimentos e valores dos outros, e acreditando que uma maior compreensão do outro pode resultar em menos casos de

bullying, Munõz et al. (2011) examinaram traços insensíveis/falta de emoção, níveis de

bullying e níveis de empatia em 201 crianças de 11-12 anos de idade, do sexo feminino e masculino. Grupos de crianças foram formados a partir dos seus traços de insensibilidade e comparações do grupo que possuía fortes traços de insensibilidade com os outros grupos foram feitas para avaliar o déficit de empatia. Além disso, o bullying também foi avaliado. Os resultados demonstraram que o grupo com fortes traços de insensibilidade apresentou, de forma significativa, um nível mais baixo de empatia do que os outros grupos, e também apresentou mais formas diretas de bullying do que os demais grupos. Assim, parece que os traços insensíveis/falta de emoção estão associados com déficits em compartilhar os sentimentos dos outros e estes déficits podem explicar a forma como as pessoas com traços insensíveis podem tomar vantagem e agredir outras pessoas.

Moraes e Nóbrega (2010) refletiram sobre a importância da empatia como um instrumento para promoção de uma educação em/para os Direitos Humanos, contribuindo para a formação de sujeitos autônomos, comprometidos socialmente e habilitados para a

meramente racional/cognitivista, pois estas se mostram insuficientes para promover o desenvolvimento sócio-moral nos indivíduos. Moraes e Nóbrega (2010) defenderam a visão de que o desenvolvimento empático pode ser capaz de construir uma sociedade mais solidária, pacífica, tolerante, sensível às diferenças e ambos também reconheceram a pertinência da inclusão do estudo sobre empatia em programas de intervenção voltados para esta área. A Revolução Francesa, em sua Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, tornou saliente a luta pela defesa da liberdade, igualdade e fraternidade. Moraes e Nóbrega (2010) colocaram em relevo a importância da Fraternidade para a efetivação de uma cultura de paz entre os povos, e consideraram que é neste campo que a empatia tem muito a contribuir. A empatia, segundo os autores, possibilita a manifestação da fraternidade.

Piaget (1998), afirma que uma educação para a paz realmente eficaz deveria fazer parte da educação básica em todos os países. Para ele, esta educação só é possível quando se cria condições no indivíduo para separar ideias falsas e preconceitos pessoais, adquirindo uma nova atitude de reciprocidade e se libertando do egocentrismo inicial. Piaget (1998), em seu artigo É possível uma educação para a paz? acredita que, sem abandonar o seu ponto de vista e sem suprimir suas crenças e seus sentimentos, o indivíduo deve procurar compreender o ponto de vista do outro e penetrar na psicologia dos outros povos.

Ao verificar as diversas áreas nas quais a capacidade empática está intrinsecamente envolvida, fica perceptível o quanto fomentar o desenvolvimento de sentimentos empáticos é viável para a efetivação de uma cultura de paz e de respeito aos Direitos Humanos.

Quanto maior for nível de empatia, maior será a capacidade de tomada de perspectivas pautadas no respeito ao outro, na solidariedade, na tolerância, na persecução da justiça. Se o desenvolvimento da empatia nos indivíduos pode alcançar tamanhos feitos, então, por si só se justifica a necessidade de pesquisas nesta área. Diante do que foi exposto e compreendendo que a técnica indutiva / explicativa favorece o desenvolvimento das habilidades empáticas, o presente estudo tem a finalidade de verificar se as mães experimentam diferentes sentimentos empáticos, se elas verbalizam esses sentimentos empáticos para os seus filhos, a forma e a frequência com que os verbalizam. Para isto, foram construídos os objetivos da presente pesquisa.

Objetivo Geral:

Verificar os sentimentos empáticos que mães de diferentes contextos socioeconômicos experimentam, as situações que provocam esses sentimentos, o que elas falam aos seus filhos sobre esses sentimentos e como falam.

Objetivos Específicos:

Verificar se existem diferentes sentimentos empáticos verbalizados pelas mães, se há diferença entre a frequência desses sentimentos, e se os sentimentos variam em função do contexto socioeconômico.

Verificar se há distintas verbalizações das mães aos filhos acerca dos seus sentimentos empáticos, se há diferença entre a frequência dessas verbalizações e se elas variam em função do contexto socioeconômico.

Verificar se há distintas situações que suscitam sentimentos empáticos nas mães, se há diferença entre a frequência dessas situações e se elas variam em função do contexto socioeconômico.

CAPITULO III

Participaram do estudo 100 mulheres alfabetizadas, mães de crianças e adolescentes que estudavam em escolas públicas e privadas da cidade de João Pessoa - PB, com idades, respectivamente, de 9 a 12 e de 14 a 17.

As 100 mulheres foram distribuídas igualmente em relação às variáveis: sexo, idade e contexto escolar dos filhos. A amostra foi não probabilística, por conveniência.

3.2. INSTRUMENTO

Para a realização da pesquisa foi construído um roteiro de entrevista, semi- estruturado, versando sobre diferentes situações que envolviam uma vítima e/ou um agressor (Apêndice I). O instrumento foi elaborado com base em estudos realizados pelo Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Sócio-Moral que tinha como objetivo verificar qual é a percepção dos jovens e adolescentes a respeito das verbalizações de suas mães referentes aos sentimentos empáticos de compaixão, raiva, culpa e injustiça (Pequeno et al., 2009).

As questões elaboradas referentes aos sentimentos mencionados pelas participantes diante de diferentes situações serão apresentadas a seguir:

1. Sentimentos relativos ao sofrimento da vítima: 1.a) Você sente alguma coisa quando vê alguém sofrendo? 1.b) O que você sente quando vê alguém sofrendo?

Sentimentos relativos ao ofensor: 2.a) Você sente alguma coisa em relação às

pessoas que fazem mal aos outros? 2.b) Qual o seu sentimento em relação àquelas pessoas que fazem mal aos outros?

Sentimentos relativos a uma pessoa necessitada de ajuda: 3.a) Você já deixou

de ajudar alguma pessoa que precisava de ajuda? 3.b) Você sentiu alguma coisa quando deixou de ajudar a pessoa que precisava de ajuda? 3.c) Como você se sentiu quando deixou de ajudar essa pessoa que precisava de ajuda?

Sentimentos relativos a uma pessoa passando por um sofrimento não merecido: 4.a) Você sente alguma coisa quando vê uma pessoa que considera

boa/inocente passando por um sofrimento que não merece? 4.b) O que você sente quando vê uma pessoa inocente passando por um sofrimento que não merece?

As questões 1.a; 2.a; 3.b e 4.a foram construídas com o intuito de verificar se as mães possuíam algum tipo de sentimento ao se depararem com situações que envolviam uma vítima e (ou) um agressor.

As questões 1.b; 2.b; 3.c e 4.b visavam verificar quais os sentimentos percebidos pelas mães ao se depararem com as situações referidas nessas questões. Essas questões foram de fundamental importância para averiguar se os sentimentos mencionados pelas mães correspondiam aos sentimentos propostos por Hoffman (2003).

Em relação às questões referentes ao sentimento de culpa, foi necessário introduzir uma questão – 3.a – antes de proceder às demais, diferenciando a estrutura das questões deste sentimento das demais. Este procedimento foi necessário porque em estudos anteriores, realizados com jovens e adolescentes (Pequeno et al., 2009), foi verificado que os participantes consideravam que suas mães nunca deixaram de ajudar alguma pessoa que precisava de ajuda, não sentindo, desta forma, culpa empática. Assim, antes de verificar se as mães falavam, e como falavam, com seus filhos a respeito da culpa, foi necessário verificar se elas tinham passado alguma situação que tivesse experimentado este sentimento.

A partir das respostas dadas pelas mães nas questões anteriores, foi possível perguntar se estas já haviam comentado com os seus filhos a respeito dos sentimentos empáticos – questões 1.c; 2.c; 3.d e 4.c – e, assim, perguntou-se, também, o que estas haviam dito aos seus filhos a respeito dos sentimentos por elas percebidos.

As questões referentes às verbalizações mencionadas pelas mães aos seus filhos diante de diferentes contextos que envolviam uma vítima e/ou um agressor foram:

Verbalizações relativas ao sofrimento da vítima: 1.c) Você já comentou com

seu filho a respeito deste sentimento (diante do sofrimento do outro)?

Verbalizações relativas ao ofensor: 2.c) Você já comentou com seu filho a

respeito deste sentimento? (diante de uma pessoa maltratando/agredindo outra).

Verbalizações relativas a uma pessoa necessitada de ajuda: 3.d) Você já falou

para o seu filho a respeito deste sentimento? (ao ver uma pessoa necessitando de ajuda).

Verbalizações relativas a uma pessoa passando por um sofrimento não merecido: 4.c) Você já comentou com seu filho a respeito deste sentimento? (ao

ver uma pessoa considera boa/inocente passando por um sofrimento que não merece).

As questões 1.d; 2.d; 3.e e 4.d foram elaboradas para verificar em quais situações as mães diziam experimentar sentimentos empáticos. São elas:

Situações relativas ao sofrimento da vítima: 1.d) Fale-me um pouco de

alguma situação em que você viu alguém sofrendo.

Situações relativas ao ofensor: 2.d) Fale-me um pouco de alguma situação em

1. Situações relativas a uma pessoa necessitada de ajuda: 3.e) Fale-me um pouco de alguma situação em que você viu uma pessoa que precisava de ajuda.

2. Situações relativas a uma pessoa passando por um sofrimento não merecido: 4.d) Fale-me um pouco de alguma situação em que você viu uma pessoa que considera boa/inocente passando por um sofrimento que não merece.

Além dessas perguntas, somaram-se, ao roteiro apresentado, algumas questões referentes aos dados sócio-demográficos, como: ocupação, religião, nível de escolaridade, estado civil da mãe e renda familiar (Apêndice I).

3.3. PROCEDIMENTO

3.3.1. Ético

O estudo observou as disposições contidas na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPB (nº 0137.0.126.000-10). As participantes foram solicitadas a colaborarem com esta pesquisa, sendo informadas previamente, tanto sobre os objetivos do estudo, como também sobre o anonimato de sua participação e a confidencialidade de suas respostas. O consentimento informado garantia à participante o direito de interromper sua colaboração na pesquisa a qualquer momento, caso julgasse necessário, sem que isso implicasse em constrangimento ou prejuízo de qualquer ordem.

Após a aceitação das participantes para fazerem a entrevista, os pesquisadores