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Raio X das redes de EA no ano

SINAIS DE CRESCIMENTO

Igualmente na Costa do Descobrimento, iniciou-se em 2000 o primeiro “Pólo de EA e Difusão de Práticas Sustentáveis”, mais um programa novo do MMA que visava otimizar as ações de EA em regiões pré-definidas. Tinha como base edificar “Núcleos de EA e Práticas Sustentáveis” e promover a construção coletiva de Agendas 21 municipais. Iniciar pela região onde navegantes portugueses aportaram em 1500 poderia dar mais visibilidade ao primeiro pólo, pela tendência da mídia de divulgar o que ocorria na região naquele momento.

Prado (BA) foi o município pioneiro, com a inauguração do primeiro Núcleo de EA e Práticas Sustentáveis do país. Ainda estava em construção, mas já foi palco de dois seminários, várias reuniões para debater a Agenda 21 local, de oficinas de horticultura orgânica, ecoturismo, artesanato, arquitetura ecológica e de formação dos Protetores da Vida, por meio da arte teatral. As notícias de então mostram que as articulações incluíram associações locais de artesãos, de agricultores e da melhor idade, envolvidos no desenvolvimento de práticas geradoras de renda caracterizadas pelo baixo impacto ambiental.

Por uma EA ibero-americana

Promovido em outubro, pelo Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais da Venezuela, em parceria com entidades governamentais, não- governamentais, empresas e universidades, o III Congresso Ibero-Americano de EA é considerado um marco para a educação ambiental latino-americana. Participantes de 20 países ultrapassaram o âmbito estritamente acadêmico das discussões, para buscar um perfil da EA ibero-americana.

Evento paralelo, o 1º Simpósio de Países Ibero-americanos sobre Políticas e Estratégias Nacionais de EA reuniu líderes de organismos nacionais responsáveis pelas políticas de EA em seus países. Eram nove representantes oficiais de oito países da região e observadores de outros nove, que se debruçaram sobre um “Projeto Ibero-americano de EA”. Era a semente do que mais tarde se consolidaria como Programa Latino-americano e Caribenho de EA (Placea), como veremos.

Conhecido como “Declaração de Caracas”, o documento final do III Ibero foi aprovado por unanimidade pela plenária final. Reivindica a criação de um projeto regional para a EA, com mecanismos de coordenação, intercâmbio e avaliação entre países e comunidades da região. Também propõe programas e projetos que respondam às carências educativo-ambientais da pluralidade de atores e suas esferas de ação específicas, tanto para o conhecimento científico como para o tradicional. Países e redes internacionais foram conclamados a contribuir para criar uma estrutura que permitisse o aprimoramento da proposta, através do aprofundamento da discussão em toda a região latino-americana54.

Enquanto isso, municípios vizinhos, também do sul da Bahia, como Itabela, Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, foram assessorados para constituírem suas agendas 21 locais. Na seqüência, começou a articulação para instalar novos pólos em outros estados. Mesmo que muito sintético, o relato de Enio Rocha, do MMA, revela detalhes de como isso acontecia:

Rio Grande do Norte. Definidos pela CIEA-RN os Núcleos de Natal, •

São Paulo do Potengi, Caicó, Mossoró, Pau dos Ferros, Assú, João Câmara e Guamaré.

Espírito Santo. O governador baixou um decreto criando os Núcleos de •

Vitória, Dores do Rio Preto, Castelo, Linhares/Sooretama, Conceição da Barra, Santa Teresa e Ibiraçu.

Alagoas. Definidos pela CIEA-AL, Núcleos de Maceió, Arapiraca, •

Delmiro Gouveia e Maragogi.

Goiás. Municípios de Águas Lindas, Luziânia, Alto Paraíso, Mineiros, •

Caldas Novas, Iporã, Goiânia e Iruaçu.

Pará. em discussão a implantação do Pólo Pará, em Belém e Santarém. •

O mesmo relatório, feito para o programa Avança Brasil, é termômetro do crescimento da EA no país. Um indicador está na lista de eventos em que a diretoria de EA participou com a apresentação de trabalhos. Enio Rocha citou 17, três dos quais com mais de mil participantes: Ecolatina, em Belo Horizonte (MG) com 3 mil inscritos; Seminário de EA e Reflorestamento em Ijuí (RS) que atraiu 1,3 mil pessoas, e X Seminário de Educação Ambiental de Goiânia (GO), com 1,1 mil.

Isso sem falar em três Teleconferências Nacionais de EA promovidas durante o ano, acompanhadas por milhares de brasileiras/os, e de dois eventos internacionais na América Latina: o I Congresso Internacional de EA de Peru, em Lima (Peru) e o III Congresso Ibero -Americano de EA, em Caracas (Venezuela). Os dois teriam atraído, respectivamente, 930 e 1,5 mil educadoras/ es53.

subscrito por 191 países, descreve oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), no Brasil mais conhecidos como Metas do Milênio.

São macro-objetivos, acompanhados de indicadores e metas específicas que as nações deveriam cumprir para enfrentar os maiores desafios globais até 2015. O ODM 2 propõe atingir o ensino universal básico, isto é, ter todas as crianças, de ambos os sexos, com o ciclo completo de ensino básico em 2015. Os indicadores para isso são taxa de alfabetização entre jovens de 15 e 24 anos, índice de matrículas na 1ª série, e de alunos na 5ª série.

A relação é direta entre esse ODM e os demais: 1- erradicar a extrema pobreza e a fome; 3- promover igualdade de gênero e a autonomia das mulheres; 4- reduzir a mortalidade infantil; 5- melhorar a saúde materna; 6- combater o HIV/Aids, malária e outras doenças; 7- garantir a sustentabilidade ambiental e 8- estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento55.

Outro documento internacional de importância para quem lida com EA foi a nova “Carta da Terra”, igualmente lançada em 2000. Sua primeira versão fora aprovada na Rio 92, no Rio de Janeiro, como um compromisso pela busca de fundamentos para uma sociedade global sustentável. Entre estratégias para implementar mundialmente os princípios éticos, estaria o uso do documento como um recurso educativo. Os primeiros a subscrever foram governos da Costa Rica, México, Honduras, Nigéria, Unesco e diversas ongs internacionais.

Notas

49 Apresentação do projeto Tecendo Cidadania. Disponível em: http://www.rebea.org.br/ acoes_tecendo.htm.

50 Políticas de Melhoria da Qualidade da Educação – Um Balanço Institucional”.

51 Sítios do Ibama (www.ibama.gov.br/cgeam (acessado em 2007) e do MMA – Salas Verdes. (http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=20&idMenu=1 138&idConteudo=3634).

52 O Avança Brasil acompanhava os principais programas do governo federal listados no PPA. Seus relatórios são boa fonte de in-formação. A publicação “Educação ambiental – 20 anos de políticas públicas”, lançada em 2003 pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA), tem uma linha do tempo, com alguns dados do período.

53 O sítio do http://www.mma.gov.br/ea traz os documentos resultantes do evento. 54 Documento Técnico n. 05, do OG-PNEA, já citado, e o site do http://www.mma.gov.br/

ea são boas fontes para pesquisa nessa área.

55 Muitos sítios na internet resumem os ODMs. Entre eles, o http://www.pnud.org.br/odm/ index.php?lay=odmi&id=odmi (do Pro-grama de Desenvolvimento da ONU – Pnud) e o http://www.odmbrasil.org.br/.

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