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Neste tópico, apresentaremos as políticas públicas já implementadas e as ofertadas nos últimos dez anos na cidade do Natal, e sua relação com o Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (SPETR), sua interface com as políticas do governo federal. Dessa forma, a necessidade de um breve relato histórico para identificar os pontos convergentes entre o desenvolvimento das políticas em emprego e renda e as respectivas ações dos atores governamentais, os programas de qualificação e intermediação de mão de obra, portanto, as políticas ativas e passivas na constituição do desenvolvimento econômico e social de Natal.

Importante situarmos a capital do Estado do Rio Grande do Norte, Natal que foi fundada em 1599 às margens do Rio Potengi. Com uma aérea de 170,298 km², e estimativa de população residente, construída para o ano de 2017 de 885.180 habitantes. De acordo com o IBGE (2010), os dados do Censo Demográfico registraram 803.739 pessoas.

Esta população está dividida em quatro regiões administrativas dos dados estimados no Censo Demográfico de 2010 para 2017, Natal apresentou crescimento de 10,1% em sua população residente. A Região Administrativa Norte, e é a maior do município do Natal, tanto em extensão territorial quanto em população. Em 2017, a região possuía 360.122 habitantes, cuja renda média mensal era de 2,94 salários-mínimos. As regiões foram criadas por meio da Lei Ordinária nº 03878/1989. Tendo a Região Administrativa Sul, em 2017: 175.333 mil habitantes, cuja renda média mensal era de 11,62 salários-mínimos. A Região Administrativa Leste, possuía 114.652 habitantes, cuja renda média mensal era de 10,0 salários-mínimos. A Região Administrativa Oeste, região 235.053 habitantes, cuja renda média mensal era de 2,92 salários-mínimos (SEMTAS, 2019).

As políticas públicas em emprego, trabalho e renda na cidade do Natal entre 2010 a 2020, seguiram basicamente o mesmo eixo de atuação estabelecidas pelo sistema nacional, dentre elas; atendimento para seguro-desemprego, encaminhamento para vagas de trabalho, intermediação de suporte financeiro para microempreendimentos, qualificação profissional de jovens e adultos e orientação nos setores psicossociais, as como iniciativas de economia solidária e empreendedorismo, buscando a ampliação dos recursos para o fomento e a

promoção dos produtos e serviços gerados pelo associativismo, incentivando a sua comercialização nas feiras livres e mercados municipais. E que tiveram como objetivo, fortalecer as políticas para o enfrentamento do desemprego e da precarização do trabalho, com ações articuladas entre a qualificação profissional, intermediação de mão de obra, onde a implantação dos Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda foi com objetivo de ampliar a oferta de serviços e cobertura da demanda de uma grande parcela da população em desempregada e em vulnerabilidade social e nos últimos anos intensificou a ideia de empreendedorismo, com o acesso ao microcrédito e incentivo à empreendedores da economia solidária.

Outra política foi a de incentivo ao artesanato local, com objetivo de qualificar e aperfeiçoar os artesões assistidos pela Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTAS), e que tinha como propósito o acesso a renda e aos espaços de divulgação. Se observa ainda a iniciativa de produção da agricultura familiar, com o fomento a produção de alimentos saudáveis, com objetivo de gerar renda para as famílias em vulnerabilidade social e nutricional. Nesse processo, as políticas de emprego, trabalho e renda fomentadas em Natal seguem padrões das linhas de força expressas nas políticas públicas do sistema nacional, a ideia de que os padrões de sociabilidade na sociedade capitalista no Brasil têm padrões sociais de divisão e hierarquia resistentes a mudança formal, se aplicam aos dias atuais, quando analisamos os dados referentes ao mercado de trabalho de Natal e seus indicadores.

A estratégia do governo municipal, estavam refletidas nas ações constantes do PPA 2014/2017 e baseada no Plano de Governo 2013/2016 e fundamentada na utilização de todas as nossas potencialidades e capacidade de mobilização de meios para promover um desenvolvimento urbano comprometido com a inclusão social, a eliminação das desigualdades espaciais e o respeito ao meio ambiente. (Plano Plurianual do quadriênio 2014-2017).

A capacitação técnica profissional desenvolvida no âmbito nacional de qualificação (PNQ), o Pronatec e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PROJOVEM). Em Natal, atrelados a época ao antigo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por intermédio da Semtas, dentre os programas nacionais elencados de capacitação técnica e profissional, Natal implementou, entre 2008 e 2010, o ProJovem Urbano (PJU), contudo, mas não criado em 2011, o governo federal, em parceria com os governos estaduais, municipais, Sistema "S" e institutos federais, oferece bolsas de estudo e financiamento para cursos de qualificação profissional. O Pronatec, criado em 2011, pelo governo federal em parceria com os governos estaduais, municipais, Sistema “S” e institutos federais, com o objetivo de atender: estudantes

que concluíram ou não o ensino médio na rede pública, trabalhadores e beneficiário de programas como o Bolsa Família, além dos alunos do EJA (Ensino de Jovens e Adultos), oferecendo bolsas de estudo e financiamento para cursos de qualificação profissional (MTE/2020).

Em apoio a oferta e à demanda, os programas de intermediação de mão de obra desenvolvidos pelo Sine-RN que tem como programas a intermediação, o seguro-desemprego e a Central do Trabalhador ainda em desenvolvimento, o Sine-RN atualmente está ligado a estrutura organizacional da Sethas, através da área do trabalho - subsecretária do trabalho / coordenadoria do trabalho e renda do Sine-RN, e que consiste na sua missão primordial implementar as políticas públicas de emprego e de combate ao desemprego, em oferecer atendimento e orientação ao trabalhador, em especial ao desempregado e ao beneficiário do Seguro-Desemprego, e ainda desenvolvem diversos programas e projetos voltados para jovens, com vistas a facilitar o acesso ou a reintegração ao mercado de trabalho, através da participação nos Programas e Projetos de Qualificação e Requalificação Profissional, Geração de Renda e Intermediação de Mão-de-Obra, proporcionando ao empregador uma oferta de mão-de-obra mais qualificada para atender às suas necessidades. (SINE, 2021).

Em Natal, as políticas de emprego, trabalho e renda são desenvolvidas por meio da Semtas, através das unidades dos CPETRNs, e desenvolvidos pelo Conselho Municipal do Trabalho (COMUT), entidade colegiada que propõe políticas públicas para o fomento à qualificação profissional em Natal para estabelecer diretrizes e prioridades para as políticas de fomento à geração de trabalho, emprego, renda, qualificação e requalificação profissional no Município, de acordo com a Lei 7.649/2018, que delega aos respectivos conselheiros a função de propor melhorias, buscar apoio de instituições para programas de fomento à qualificação profissional e inserção da população no mercado de trabalho, e que tem como função acompanhar a utilização de recursos da Secretaria do Trabalho, entre outras atividades.

E que tem por objetivo apoiar o direcionamento de pessoas desempregadas às vagas de emprego formal, com a CTPS, bem como trabalhadores demitidos sem justa causa, com direito ao acesso à habilitação e ao requerimento de seguro-desemprego, tendo como apoio a Comissão Municipal do Trabalho (COMUT), que tem como objetivo apreciar a política do trabalho, emprego e renda no município do Natal.

Nas políticas de microcrédito desenvolvidas pelo Sistema Nacional do Emprego, Trabalho e Renda, impulsionados pelos programas: Programa Nacional de Geração de Trabalho e Renda (PROGER) criado em 2004, Programa Nacional de Microcrédito Produtivo

Orientado (PNMPO) criado em 2005; Pronaf, criado em 1995. No Rio Grande do Norte como já foi apresentado as linhas de financiamento são desenvolvidas pelo Agência de Fomento do RN S.A e que tem como missão fomentar o desenvolvimento econômico e sustentável do Rio Grande do Norte, promovendo a criação de emprego e renda, estimulando a modernização das estruturas econômicas e sociais, aumentando assim, a competitividade empresarial do Estado.

(AGN, 2021).

Em Natal, foi criada a Lei Complementar nº 185/2019, que institui no município tratamento diferenciado e favorecido as microempresas e empresas de pequeno porte ou microempreendedor individual e empreendedores solidários, com promoção ao desenvolvimento econômico e social e tecnológico, assim estimulando a capitalização do microcrédito, o Município por si, ou mediante parcerias com instituições públicas ou privadas, podem promover e fomentar a criação e o desenvolvimento de projetos de educação empreendedora, com inserção de conteúdos extracurriculares voltados a estudantes da Rede Pública Municipal do Ensino Fundamental, nos termos da Lei nº 8666/1993.

Nas políticas públicas direcionadas aos mercados institucionais desenvolvidas pelo governo federal e efetivados pelos estados e municípios, temos PAA, criado em 2003, Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) criado em 1983; a Participação dos catadores em programas municipais de coleta seletiva. Em Natal, essas iniciativas estão insculpidas no plano Plurianual 2018 a 2021 e que prevê ampliar as ações do Banco de Alimentos objetivando o aumento no volume de alimentos doados, bem como estruturar a Central de Abastecimento para ampliar o volume de alimentos que abastecem toda a secretaria e seus programas com a inclusão de parceiros do setor privado, recebendo suas doações, dando-lhes o devido fim (SEMTAS, Plano Plurianual 2018/2021). E que se somam o programa estruturação da Cozinha Solidária, da Sopa Solidária, Educação Nutricional, e da implementação do restaurante popular que tem como objetivo, atender os trabalhadores em condição de vulnerabilidade social.

Em 2010, foi criada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305), prevendo a inserção de catadores em programas de coleta seletiva municipais como requisito do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a ser elaborado por todos os municípios. Em Natal, a coleta seletiva teve início em 2003, quando da criação das associações de catadores por incentivo da prefeitura do Natal com a inativação do lixão de Cidade Nova e construção de um aterro em Natal, em 2004, o Projeto dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis do RN foi criado através da Portaria nº 165 de 10 de abril de 2014, e incorporadas pelo Plano Municipal de Saneamento Básico. (dados prefeitura do Natal, 2015).

Nas políticas de Apoio ao trabalho autônomo (individual e coletivo), foram desenvolvidas pelo governo federal o Sebrae, criado em 1972, Programa Micro Empreendedor Rural (MEI) pela lei complementar n°. 128/2008, Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) criado em 1986, e ampliado somente em 26 de maio de 2014, o Decreto n. 8.252 instituiu o serviço autônomo da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER), Economia Solidária.

No tocante a Economia solidária o governo do Estado do RN, através do decreto nº 29.974/2020 aprovou o Plano Estadual de Economia Solidaria para o período de 2020 a 2023.

As políticas existentes e formuladas em Natal na última década focadas no empreendedorismo e microcrédito estão ligadas à Semtas e foram quase sempre muito limitadas, estão presentes no relatório de metas da Semtas e no Plano Plurianual 2018 a 2021 e que tinham como objetivo o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras, através do trabalho autônomo ou da economia solidária, ofertando orientação e capacitação profissional, assessoria e acesso à comercialização, tendo como suporte o programa de microcrédito orientado (SEMTAS, 2019).

Está prevista na Lei Complementar de número 185, de 17 de julho de 2019, a implementação da sala do empreendedor que instituiu no município do Natal o tratamento diferenciado e favorecido às Microempresas e Empresas de Pequeno porte, aos Microempreendedores Individuais e empreendimento econômico solidários, entre os serviços a serem oferecidos na Sala do Empreendedor estão: Formalização de MEI, Atualização/Alteração de dados do MEI, Solicitação de baixa do MEI, acesso à inscrição municipal, cartão CNPJ, Certificado de microempreendedor individual e carnê de pagamento – DAS, portanto a política ainda muito incipiente.

Para Clementino e Ferreira (2015), esta condição em Natal se apresenta pelo enorme distanciamento do município de forma funcional e institucional, revelando ausência de uma governança urbana compartilhada, de diálogo entre os atores políticos na tomada de decisão de ações que deveriam ser conjuntas, visando a integração de políticas, de acordo com dados do IBGE- Cidades pelo último Censo de 2010, tinha uma população com 803.739 mil pessoas com 35,7% do pessoal ocupado o equivalente a 314.728 mil com rendimento nominal mensal per capita de até ½ salário mínimo.

O desemprego, de forma simplificada, se refere às pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um

emprego (IBGE, 2021). A forma de distribuição de renda em Natal possui uma conexão direta com as políticas estruturadas pela União em detrimento ao pacto federativo, o que impacta diretamente no poder local, portanto na economia da cidade, a estrutura produtiva e socioeconômica se desenvolveu a partir das dinâmicas com o processo de colonização, e se perpetuou secularmente com a urbanização tardia, a precariedade da infraestrutura de transportes e o processo de industrialização restrito às regiões dinâmicas (CARDOSO, 2019).

Os processos de reestruturação produtiva e a busca de inserção na economia globalizada implicaram em absorção de novos padrões de produtividade e de competitividade à economia brasileira, trazendo consigo grandes e generalizadas transformações (CLEMENTINO;

FERREIRA, 2015),

O Brasil, segundo dados do IBGE-PNAD-Contínua, acumula 4,4 milhões de desempregados e quase 6 milhões de desalentados e precarizados, tendo ainda menos R$ 17 bilhões para circulação do aporte do auxílio emergencial, o mercado de trabalho brasileiro, mais uma vez, bateu recordes de desemprego e desalento (IBGE, 2020).

Nesse sentido, avaliar indicadores do IBGE, Ipea e dados administrativos do Caged e da Rais apontar os aspectos qualitativos, afim de relacionar as políticas em atividade pelo SPTER identificando a relação entre o poder público, o mercado com representação do setor privado e dos trabalhadores nas mais diversas categorias relacionais que compõem o mercado de trabalho em Natal, situando a interdependência ou não entre eles, conforme dados referentes a flutuação do emprego formal em Natal, podemos observar que o processo de estruturação das atividades desenvolvidas pelo mercado, apresentam-se pela representatividade por setor:

Tabela 1 - Todas as atividades - flutuação do emprego formal jan/2019 a dez/2019 - Natal/RN

IBGE Setor Admitidos Desligados Saldo

1 - EXTR MINERAL 21 12 9

2 - IND TRANSF 3.846 4.291 -445

3 - SERV IND UP 378 295 83

4 - CONSTR CIVIL 8.991 8.856 135

5 – COMÉRCIO 17.458 17.532 -74

6 – SERVICOS 39.236 37.188 2.048

7 - ADM PUBLICA 38 26 12

8 – AGROPECUARIA 304 307 -3

Total 70.272 68.507 1.765

Fonte: sistematização própria, com dados do CAGED/IBGE.

A flutuação do emprego formal em Natal, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2019, desnudou a realidade e da necessidade de políticas públicas urgentes ao enfrentamento da pandemia, e seus efeitos nos segmentos como comércio e serviço tem enorme dispensa no período, frente a combinação entre as crises sanitária, econômica e social e a crise político-institucional no Brasil, não sendo diferente para os estados e municípios, os desdobramentos da pandemia do coronavírus com efeitos avassaladores sobre a economia, com impactos sobre o tecido social, desestabilizando as dinâmicas de emprego e renda (CESIT, 2020). A flutuação do emprego formal, entre 2019 e 2020, em Natal, demonstra que para manter e expandir os serviços básicos essenciais indispensáveis e medidas emergenciais essenciais ao combate à crise sanitária a ampliação do gasto público, sem se preocupar com as restrições fiscais, refletiram diretamente na estruturação do funcionamento do mercado de trabalho e sobrevivência do setor privado.

Tabela 2 - Flutuação do emprego formal, com ajustes.

IBGE Setor Jan/2020 a Set/2020 Admitidos Desligados Saldo

1 - EXTR MINERAL 36 68 -32

2 - IND TRANSF 4.600 4.703 -103

3 - SERV IND UP 242 264 -22

4 - CONSTR CIVIL 8.516 8.256 260

5 – COMÉRCIO 17.380 18.111 -731

6 – SERVICOS 40.534 41.774 -1.240

7 - ADM PUBLICA 28 32 -4

8 – AGROPECUARIA 257 289 -32

Total 71.593 73.497 -1.904

Fonte: sistematização Própria, com dados do CAGED/IBGE

A crise explode na pandemia, mas tem a combinação de fatores que foram determinantes para emergência inadiável de salvar vidas, foi de encontro à reforma trabalhista, aprofundando a crise a partir de sua vigência em novembro de 2017. A crise sanitária global, iniciada em 2019, encontrou um mercado de trabalho pouco estruturado, com alta informalidade, rotatividade e baixos salários, marcado pela desigual distribuição dos rendimentos do trabalho, em Natal não poderia ser diferente, a repetição dos fenômenos sociais agravados pela pandemia.

O comércio e serviço tem enorme representatividade, logo se percebe que a rede de políticas, conforme apresentadas e ofertadas pelo Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda (CPETRN), segue a lógica das demandas, quando comparados os meses de 2019, o Setor Industrial além de não reter as vagas, ainda sofreu enorme retração na indústria de

transformação, assim o impacto sobre as funções com baixa qualificação, com elevada taxa de rotatividade, foram impactadas diretamente pela pandemia.

Tabela 3 - Ocupação com maiores saldos - Jan/2019-Dez/2019 CBO 2002 - OCUPAÇÃO COM MAIORES SALDOS -

Jan/2019-Dez/2019 Admitidos Desligados Saldo

514120 - ZELADOR DE EDIFICIO 1.028 403 625

717020 - SERVENTE DE OBRAS 3.980 3.475 505

514320 – FAXINEIRO 2.871 2.510 361

322205 - TECNICO DE ENFERMAGEM 1.177 854 323

411010 - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 2.704 2.419 285

Fonte: CAGED/IBGE, sistematização própria.

Contudo, conforme dados abaixo o que chama atenção, em 2019, é que os menores saldos de ocupações ficaram concentrados em funções relacionadas ao setor de serviços e comércio, setores fortemente demandados pela prospecção e intermediação de mão de obras através da qualificação e ofertas de vagas no mercado de trabalho em Natal e que tiveram forte impacto dos efeitos da Pandemia, que ampliou a crise econômica, obrigando as empresas a fechar as portas e dispensar trabalhadores, mesmo com os incentivos apresentados pelo governo federal.

Tabela 4 - Ocupações com menores saldos jan/2019 a dez 2019.

CBO 2002 OCUPAÇOES – NATAL -RN Admitidos Desligados Saldo

517330 – VIGILANTE 1.275 1.619 -344

992225 - AUXILIAR GERAL DE CONSERVACAO DE VIAS

PERMANENTES (EXCETO TRILHOS) 166 377 -211

763215 - COSTUREIRO A MÁQUINA NA CONFECCAO EM

SÉRIE 303 510 -207 do processo histórico do mercado de trabalho e das políticas públicas até então implementadas em Natal, onde o elevado número de oportunidade se concentram em atividade de maior rotatividade, e limita a oferta e prospecção de vagas como veremos adiante com a apresentação das políticas desenvolvidas pelo Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda a uma fração de segmentos, hoje desregulamentadas pela reforma trabalhista com ofertas barata em funções e facilmente substituídas pelos novos arranjos, e que conforme os dados abaixo se concentram em comércio e serviço, com destaque em especial para cinco funções com maiores saldos mais com salários em linha com o mínimo.

De forma geral, o que é importante reter das informações referentes aos impactos das políticas públicas em Natal são efeitos das regras até então o impacto da pandemia tem sido mais efetivo sobre os trabalhadores vulneráveis no Brasil. Dados do IBGE (2020) demonstram que as vagas geradas não foram suficientes para abarcar não apenas os desocupados, mas também os trabalhadores que saíram da inatividade em busca de uma nova colocação no mercado com o fim do auxílio emergencial, origem na Medida Provisória 936/2020, que foi aprovada pelo Congresso Nacional.

Tabela 5 - Ocupações com Maiores Saldos.

CBO 2002 Ocupação jan/2020 a Set/2020 Saldo Salário Médio de Admissão

717020 - SERVENTE DE OBRAS 456 1.059,75

322205 - TECNICO DE ENFERMAGEM 339 1.047,14

517410 - PORTEIRO DE EDIFICIOS 333 1.072,53

514320 – FAXINEIRO 292 1.010,12

421310 - COBRADOR INTERNO 206 1.186,94

Fonte: CAGED/MTPS, com ajustes.

Tabela 6 - Ocupação com Menores Saldos.

CBO 2002 Ocupação Saldo salário médio de admissão (R$)

422105 - RECEPCIONISTA EM GERAL -351 1.043,31

782305 - MOTORISTA DE CARRO DE PASSEIO -251 1.550,10

513220 - COZINHEIRO DE HOSPITAL -225 1.056,88

521110 - VENDEDOR DE COMÉRCIO VAREJISTA -207 1.034,31

513315 - CAMAREIRO DE HOTEL -206 1.037,13

Fonte: CAGED/MTPS, com ajustes.

Importante não deixar de pontuar que as políticas públicas aportadas a Natal sempre tiveram como referencial as regras de um Sistema Nacional de Emprego, Trabalho e Renda alimentados pelo FAT, contudo, focadas em assistencialismo e medidas que não apenas legitimam mais refletem todo o processo de constituição do mercado de trabalho em simetria com a realidade social (CARDOSO, 2019).

Dessa forma, a taxa de desocupação não apenas reflete mais significam uma realidade constatada , principalmente nos segmentos mais vulneráveis, ou seja, entre os jovens e os menos escolarizados, conforme apresentados nos gráficos anteriores, cuja probabilidade de transitar da desocupação e da inatividade para a ocupação, que já era baixa, se tornou ainda menor na crise atual, neste contexto dos efeitos da pandemia, relativo aumento dos rendimentos habituais médios observados em 2019 e 2020 demonstram forte queda da

população ocupada causou um considerável impacto negativo na massa salarial real habitual diante das regras.

Por fim, as políticas públicas de emprego, trabalho e renda desenvolvidas ao logos dos últimos dez anos em Natal tem sem dúvida seu maior impacto na pandemia, com enorme retração econômica, contudo, o processo cíclico da gestão nas políticas direcionadas ao fomento ao emprego e renda não sofreram grandes alterações ao contrário, para determinados setores a gestão municipal ainda está incipiente na implementações de políticas que sejam efetivam no desenvolvimento de oportunidades para as pessoas. A exemplo as políticas de geração de emprego e renda ligadas ao turismo, em que nos últimos dez anos a capital demonstra refletir poucos postos de serviço, portanto, o setor de serviços, muito vulnerável as oscilações de renda e há momentos como a crise sanitária pela qual a humanidade está enfrentando demonstram a necessidade de uma política pública conectada com a realidade e avaliada com frequência.