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Sobre as limitações deste trabalho

No documento Relatório final (páginas 144-147)

I- ENQUADRAMENTO TEÓRICO A Matemática no panorama educativo português:

6.3 Sobre as limitações deste trabalho

O tempo foi, sem dúvida, uma limitação de peso no desenvolvimento deste projeto de intervenção. Como o jogo de xadrez não fazia parte do contexto dos alunos em geral, teve de ser introduzido em contexto sala de aula, acreditando que primeiramente os alunos tinham de saber jogar para que pudesse ser utilizado no processo-aprendizagem. Depois de aprendidas as regras, procurou desenvolver-se atividades de exploração de conteúdos matemáticos, não só nas aulas de Matemática, como também nas Aulas + (de Matemática), Apoio ao Estudo e Sala de Estudo. As aulas de Educação para a Cidadania e o Clube de xadrez destinaram-se à utilização do jogo de xadrez como jogo em si mesmo.

 

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No 1º Ciclo, a duração do estágio foi muito curta e limitou a natureza das atividades implementadas. As intervenções decorreram uma vez por semana das 14h00 às 16h00 e abarcaram também outras áreas curriculares, como o Português, o Estudo do Meio e o Apoio ao Estudo. Para suprimir esta limitação, durante o primeiro período, os alunos tiverem a possibilidade de jogar xadrez e aprofundar as competências técnicas do jogo, no Clube do xadrez, às quintas-feiras, das 13h00 às 14h00.

Sendo a Prática de Ensino Supervisionada no 1º Ciclo a primeira experiência de implementação de atividades no âmbito deste trabalho, este ainda estava numa fase inicial. Na verdade, inicialmente partiu-se para a Prática de Ensino Supervisionada do 1º Ciclo consciente de que se pretendia utilizar o jogo de xadrez, como recurso pedagógico-didático para promover e reforçar as aprendizagens curriculares, tendo essa utilização se estendido às áreas curriculares do 1º ciclo. No entanto, à medida que se iam implementando as atividades e o projeto de intervenção ia amadurecendo, tanto pelas reflexões ponderadas como por novas leituras, verificou-se que as atividades propostas nas diferentes áreas curriculares, à exceção da Matemática, resultavam de uma proposta de interdisciplinaridade e não da sua utilização enquanto recurso pedagógico-didático. Neste sentido, optou-se, no 2º Ciclo, por centrar a utilização do jogo de xadrez enquanto recurso pedagógico-didático, apenas na área curricular da Matemática.

Também no 2º ciclo, as intervenções, na área da Matemática, foram deixadas para o final, pois sentiu-se algum receio, por parte do professor cooperante, que a utilização do jogo de xadrez pudesse interferir com o cumprimento do programa e metas curriculares de Matemática. Ademais, necessitando de maior disponibilidade na conceção das atividades de Matemática, utilizando o jogo de xadrez, pensou-se que concluir primeiramente as intervenções nas outras áreas curriculares pudesse ser mais vantajoso, o que acabou por não se verificar, dado que as solicitações e o envolvimento na escola foram sempre aumentando. Considera-se que a utilização do xadrez para melhoria dos resultados escolares dos alunos poderia ter-se tornado evidente, se fosse um projeto desenvolvido ao longo de mais meses. Neste sentido, não foi possível avaliar a eficácia da intervenção, medida pela melhoria dos resultados escolares dos alunos.

No desenvolvimento das atividades, um outro fator limitativo prendeu-se com as poucas fontes bibliográficas que apontam a utilização do jogo de xadrez no ensino da Matemática.

 

Existe bastante bibliografia com referência às vantagens do jogo do xadrez no desenvolvimento de vários aspetos educacionais, como o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, também necessários à aprendizagem da Matemática, mas raramente apresentam como o utilizar para desenvolvimento de conteúdos curriculares. Quando existem referências da sua utilização em contexto disciplinar, elas situam-se de um ponto de vista de interdisciplinaridade e não do seu uso como recurso pedagógico-didático. As atividades apresentadas, ao longo deste trabalho, foram produzidas, no âmbito desta intervenção e são, por isso, originais.

6. 4 Sobre os aspetos a melhorar

Estritamente relacionados com as limitações deste trabalho, apresentam-se os aspetos a melhorar. Assim, caso houvesse possibilidade de retomar ao início da Prática de Ensino Supervisionada, seriam realizadas algumas reformulações.

A principal relaciona-se com o começo da intervenção na Prática de Ensino Supervisionada na Matemática que deveria ter sido iniciado rapidamente, a fim de poder orientar este trabalho para a medição da eficácia da utilização do jogo de xadrez na melhoria das aprendizagens dos alunos, particularmente na área da Matemática. Nesse caso, acarretaria uma alteração do diagnóstico realizado, nomeadamente um diagnóstico do desempenho académico dos alunos. Assim, no âmbito deste trabalho, foi apenas possível fazer uma avaliação das atividades e da aprendizagem das regras do jogo de xadrez e, igualmente, constataram-se algumas evoluções nas conceções dos alunos sobre a utilização do jogo de xadrez no processo de ensino/aprendizagem.

Também, e, apesar de não estar relacionada com a questão de investigação, ter-se-ia estendido a utilização do jogo de xadrez, enquanto núcleo globalizador, ao contexto das outras disciplinas, à semelhança do que aconteceu no 1º Ciclo, pois pernitiria agora outras oportunas reflexões. A decisão de não utilizar o jogo de xadrez nas outras disciplinas, prendeu-se com o facto de não se relacionar estritamente com a questão de investigação referida neste Relatório e por a Prática de Ensino Supervisionada nas áreas curriculares de Português e História e Geografia de Portugal se ter desenvolvido noutras turmas. Consequentemente, não houve tempo para o ensino do jogo de xadrez e exploração das suas regras no desenvolvimento dos conteúdos curriculares respetivos.

 

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No documento Relatório final (páginas 144-147)