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PARTE II – Projetos e tecnologia: os quadros interativos (QI)

6.5. Tipos, características e acessórios

Atualmente as ofertas do mercado nacional e internacional de tecnologia educativa é bastante diversificado em marcas, modelos e formatos de quadros. E, tendo em conta a evolução no mercado, não será de admirar que a evolução tecnológica faça ampliar a oferta em quantidade e qualidade.

No entanto, esta situação acaba por ser um entrave ao sucesso da implementação de quadros interativos em sala de aula. A disparidade de modelos de hardware e a diversidade de software que acompanha cada quadro gera um problema: um docente que se encontra adaptado a um determinado tipo de software, ao encontrar um outro modelo ou marca, acaba por necessitar de um período de adaptação a esse novo modelo. Para tirar partido do novo software é necessário, para além da adaptação, um período de formação (ou autoformação), que está dependente das capacidades tecnológicas de cada um.

Com vista a evitar este tipo de situação, deveria ser criada um software estandardizado, que pudesse ajudar os docentes a incorporar a ferramenta nas suas atividades diárias sem ter de desviar a atenção do seu trabalho com a turma. Concordamos com Dulac (2010) que acredita que um software com um interface amigo, fácil de usar, eficaz em sala de aula e que potencie a criatividade seria muito mais vantajoso, considerando ainda que seria necessária uma formação metodológica (didático – pedagógica) para os docentes e uma formação técnica padronizada (estandardizada) que disponha de alguns menus e barras de ferramentas comuns aos vários softwares. As funções mais básicas deveriam ser as mesmas em todos os softwares, tal como acontece com os processadores de texto ou com programas de apresentação.

A disparidade das interfaces de software encontrada nos quadros dos vários fabricantes dificulta uma melhor introdução dos quadros interativos nas escolas e o desenvolvimento de modelos eficazes de formação de qualidade, que são essenciais para a implementação de projetos de quadros interativos (Dulac et al. 2010).

Neste momento são cinco os tipos específicos de sistemas: soluções infravermelhos e ultrassons, quadros magnéticos, quadros resistentes, de microcâmaras e plasma, TFT ou LED36.

Os quadros de Infravermelhos e ultrassons dispõem de um recetor portátil que se coloca em qualquer quadro ou superfície que fará as mesmas funções do quadro, e de um emissor que é a própria caneta. Combinando a tecnologia de infravermelho e ultrassom, reconhece a posição onde queremos atuar sobre o quadro, ao premir com a ponta da caneta sobre a superfície onde colocámos o recetor.

Os eletromagnéticos requerem um uma caneta eletromagnética, que ao tocar a superfície do quadro deteta o ponto exato de contacto através de uma malha que é integrada na superfície dura. A caneta inclui um dispositivo, que ao ser pressionado, ativa a função do botão direito do rato. Vários modelos de quadros eletromagnéticos permitem trabalhar com duas canetas em simultâneo no quadro.

Os resistentes incorporam uma tecnologia baseada em duas superfícies metálicas montadas na placa e separadas por uma câmara de ar. A superfície exterior é flexível ao tato e permite, ao tocar, efetuar um contacto com a superfície inferior, que reconhece, pelo impulso elétrico gerado, a posição do cursor do rato sobre a qual queremos atuar. Pode ser usado diretamente pressionando com o dedo sobre a superfície do quadro.

O sistema de microcâmaras localiza umas microcâmaras estrategicamente colocadas no suporte de sustentação do quadro, que detetam a aproximação do dedo ou de um ponteiro (caneta) para interatuar sobre a sua superfície.

E por fim, os de plasma, TFT ou LED, que precisam de projetor, já que a superfície do quadro emite a luz e a imagem. São muito mais caros nos tamanhos necessários para uma sala de aula. Sem dúvida que será o formato utilizado num futuro próximo.

Para além dos quadros e do software que é fornecido com os mesmos, ainda é possível adquirir todo um conjunto de acessórios, que podem acrescentar novas experiências de ensino e aprendizagem com o quadro interativo. Para rentabilizar o uso flexível do quadro interativo numa situação de ensino e aprendizagem é necessário que os docentes e aprendentes interajam de modos diferentes com ou sem o sistema do quadro. Apesar de os aprendentes, de um modo geral, apreciarem a

ideia de se deslocar ao quadro deixando a sua mesa de trabalho, todos os utilizadores deveriam ser capazes de se ligar com o sistema a partir de qualquer ponto da sala de aula.

Os fabricantes oferecem, juntamente com o quadro interativo, a possibilidade de adquirir um gama de aparelhos que ajudam a promover a diversidade no ensino, entre os quais destacamos os mais comuns:

Tablets interativos

• Painéis Interativos

• Quadros interativos portáteis

• Sistemas de resposta do estudante (LRS) • Dispositivos de visualização

Geralmente os tablets Interativos (igualmente designados por quadros interativos portáteis por alguns fabricantes) recorrem à tecnologia wifi para interagirem com o software dos quadros interativos e poderem ligar-se à rede existente na escola. Variam em dimensões, mas têm de um modo geral o tamanho de um Notebook ou dos tablets, que vão sendo cada vez mais comuns. São leves e resistentes e a maioria usa tecnologia eletromagnética.

Estes dispositivos permitem toda uma gama de soluções, como por exemplo, serem distribuídos aos aprendentes para poderem participar em certas atividades sem criar perturbação na aula de estar a passar um dispositivo pelos estudantes. Permite ainda a colaboração em tempo real, possibilitando que vários aprendentes interajam com um conteúdo simultaneamente, numa ou mais áreas de trabalho. O seu conteúdo pode ser projetado no quadro e o docente controla quais os dispositivos que a cada momento têm acesso.

Os painéis interativos, em conjunto com as canetas interativas, combinam as funções de um quadro interativo com um ecrã LCD e usando a caneta como dispositivo para entrada de dados. Não tem a flexibilidade que permite aos seus utilizadores movimentarem-se pela sala de aula, mas permite ao utilizador estar em contacto com os restantes elementos da sala, enquanto faz anotações ou edita o que está a ser projetado no quadro.

Os sistemas de resposta do estudante (igualmente designados por sistemas de votação) permitem novas abordagens no ensino e aprendizagem, podendo ser utilizados como sistemas de avaliação formativa, analisando o nível de compreensão diante de um determinado objeto de estudo (Gallego et al, 2010). Este periférico permite que o docente proponha e grave respostas dos aprendentes com um simples carregar de um botão, acontecendo tudo em tempo real, com a possibilidade, em alguns casos, de as respostas serem anónimas ou identificadas. Com este tipo de ferramenta, a participação ganha outros contornos de motivação e elevação da autoestima (Gallego et al, 2010), e introduz mais profundidade no conceito do quadro interativo, explorando o verdadeiro poder desta tecnologia, não o quadro em si, mas a interatividade (Betcher & Lee, 2009).

As respostas podem ainda ser guardadas em vários formatos, que permitem a sua exportação para plataformas LMS ou apenas partilha entre os aprendentes. Nos casos em que um dispositivo está atribuído a um determinado estudante, ao proceder à gravação das respostas, o docente vai construindo um quadro dos progressos desse mesmo aprendente.

As perguntas que são feitas aos aprendentes podem já estar incluídas no plano de aula ou podem ser efetuadas no decorrer da aula e receber de imediato o feedback as mesmas. Deste modo, o docente pode corresponder às necessidades das aprendizagens de acordo com o decorrer da aula.

O dispositivo de visualização é um periférico que permite capturar em tempo real a imagem de um livro, documento, objeto ou ação para uma plateia. Possibilita a coconstrução de documentos ou partilha para toda a turma com o aprendente sentado na sua mesa.

Os dispositivos de visualização podem ser diretamente ligados ao quadro interativo ou projetor de vídeo. Alguns ainda são fornecidos com ferramentas adicionais, tais como, zoom e a possibilidade de estarem ligados a um microscópio ou digitalizador. No entanto, a maioria das atividades que estes dispositivos permitem podem ser efetuados com o recurso a uma webcam cujo valor de aquisição é substancialmente inferior ao de um dispositivo de visualização.