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Tolerância diferencial de clones de capim-elefante ao alumínio toxico

Marlene Aparecida Cantarino1; Carlos Eugênio Martins2, Wadson Sebastião Duarte da

Rocha2, Fausto Souza Sobrinho2, Francisco José da Silva Lédo2, Juarez Campolina

Machado2, Fernando Teixeira Gomes3, Alexandre Magno Brighenti2; Anne Caroline Barbosa

de Carvalho4, Ricardo Ottoni da Silva5; Leandro de Senna Monaia5; Taís Helena Silva de

Oliveira6.

1Aluna de graduação em Biologia do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora - Bolsistas

PIBIC Fapemig/Embrapa Gado de Leite – Av. Luz do Interior, 345 – Bairro Estrela Sul – 36030-776 - Juiz de Fora/MG – marlene.cantarino@yahoo.com.br

2Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, Rua Eugênio do Nascimento, 610, Dom Bosco,

CEP 36038-300, Juiz de Fora/MG – carlos.eugenio@embrapa.br

3Professor do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF) - Av. Luz do Interior,

345 – Bairro Estrela Sul – 36030-776 - Juiz de Fora/MG - ftgomes2002@yahoo.com.br

4Aluna de mestrado em Ecologia – Universidade Federal de Juiz de Fora – Rua José

Lourenço Kelmer, s/n, Campus Universitário – Bairro São Pedro – 36036-900. Bolsista Capes.

5Biólogos formados pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES-JF) - Av. Luz do

Interior, 345 –Bairro Estrela Sul – 36030-776 - Juiz de Fora/MG.

6Aluna de graduação em Geografia – Universidade Federal de Juiz de Fora – Rua José

Lourenço Kelmer, s/n, Campus Universitário – Bairro São Pedro – 36036-900. Bolsistas PIBIC Fapemig/Embrapa Gado de Leite.

Resumo: A seleção de gramíneas forrageiras tolerantes ao alumínio tóxico é etapa

indispensável em programas de melhoramento que procuram identificar materiais mais produtivos e de maior adaptabilidade em condições de estresse. Espécies e variedades diferem quanto à tolerância ao Al. Portanto, a identificação e a seleção de clones tolerantes são vantajosas para a agricultura. Com o objetivo de avaliar a resposta de 44 clones de Capim-elefante (Pennisetum purpureum) ao alumínio tóxico foi realizado um experimento em casa de vegetação. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Após a brotação da forrageira em substrato comercial, as plântulas foram transferidas para vasos plásticos com capacidade para 2 L de solução nutritiva. Durante os primeiros sete dias as plantas cresceram em solução nutritiva com metade da concentração de nutrientes recomendada, sem aplicação de alumínio. Depois desta etapa e durante 29 dias, promoveu-se, semanalmente, a troca da solução nutritiva, acrescida de 15 mg/L de alumínio. Foram avaliadas a produção de matéria verde e seca de parte aérea (MVPA e MSPA) e de raiz (MVR e MSR), a relação entre matéria seca e verde de parte aérea (MSMVPA) e raízes (MSMVR), os incrementos no número de perfilhos (INP), no crescimento da parte aérea (IPA) e das raízes (IR), além do índice de seleção (IS). Existe variabilidade genética entre os 44 clones de Pennisetum purpureum para a tolerância ao alumínio. O BAG 68 (Cameroon), foi o que apresentou o menor valor de índice de seleção, evidenciando grande capacidade de adaptação a solos com maiores concentrações de alumínio. A produção de matéria seca da parte aérea, também, foi maior no BAG 68 (Cameroon).

Palavras–chave: Toxidez por alumínio, genética vegetal, melhoramento de forrageiras,

produção de forragem, capim-elefante

Abstract: The selection of aluminum tolerance tropical forage grass is an important step in

a plant breeding program that aims to identify more productive genotypes with higher adaptability under stress conditions. Species and varieties differ in Al tolerance. Therefore, the identification and selection of tolerant genotypes are advantageous for the agricultural. With the aim of evaluating response of 44 clones of elephant grass (Pennisetum

the completely randomized design, with three replications. After the forage budding in commercial substrate, the seedlings were transferred for plastic vases with capacity for 2 L of nutritious solution. During the first week the plants grew in nutritious solution with half of the concentration of nutrients recommended, without aluminum application. After this stage and for 29 days, the nutrient solution was weekly changed, with addition of 15 mg/L of aluminum. Were evaluated the green matter production of shoots and roots (MVPA and MVR), the dry matter production of shoots and roots (MSPA and MSR), the ration between dry matter and green matter of shoots and roots (MSMVPA and MSMVR), the increase in the growth of shoot and roots (IPA and IR), the increase in the number of tillers (INP), and the selection index. There is genetic variability among the 44 clones of

Pennisetum purpureum for the aluminum tolerance. The BAG 68 (Cameroon) presented

the smallest selection index value, evidencing great adaptation capacity to soils with larger aluminum concentrations. The dry matter production of the shoot, also, was larger in BAG 68 (Cameroon).

Keywords: Aluminium toxicity, plant genetics, fodder breeding, forage production,

elephant grass.

Introdução

O baixo rendimento das culturas não adaptadas deve-se a elevada acidez e toxicidade por alumínio presente nos solos brasileiros destinados a produção vegetal (SOUZA, LOBATO, 2004). A grande concentração desse elemento nos solos ácidos afeta diretamente os processos fisiológicos e metabólicos de diversas espécies cultivadas as quais podem apresentar como principais fatores o retardamento do crescimento radicular e da parte aérea redução dos números de raízes laterais (MATIELLO et al., 2008).

Por afetar o alongamento e a divisão celular, a redução no crescimento radicular de plantas é considerada como principal efeito de níveis tóxicos de alumínio (Al). Para contornar este problema, a exploração do potencial genético dos cultivares tem sido usada, pois se sabe que espécies e variedades diferem na tolerância ao excesso de Al daí, a identificação e a seleção de genótipos tolerantes serem vantajosas, independentes do grau de tecnologia utilizado. A seleção de plantas tolerantes ao Al constitui-se numa técnica rápida e eficiente, visando à adaptação das plantas ao meio ambiente, permitindo manter a produtividade em níveis elevados e racionalizando o uso de insumos.

O capim-elefante (Pennisetum purpureum) constitui uma planta perene da família

Poaceae, de grande interesse econômico para a pecuária leiteira nacional, tem sido

amplamente utilizado em decorrência de sua alta produtividade e valor nutritivo, apresentando ótima palatabilidade, além de elevado vigor e persistência. Entretanto, é considerada uma espécie muito exigente, não se adaptando a solos de baixa fertilidade e de elevada saturação por alumínio. Dentre as características negativas apresentadas se destaca o amarelamento das folhas pela interferência na biossintese da clorofila, arroxeamento nas bainhas, margens do limbo e atrofiamento (FOY, 1974; BEN et al., 1976; CODOGNOTTO et al., 2002; PEIXOTO et al., 2007). Porém, verifica-se a ocorrência de espécies com poder de tolerância a altas concentrações deste metal, devido a sua complexação com ácidos orgânicos exsudados pelo sistema radicular. O fato de espécies e variedades de capim elefante apresentar respostas diferenciais quando expostas a altas concentrações de alumínio, tem estimulado não só o seu cultivo como também o seu melhoramento genético visando selecionar clones mais tolerantes.

Há um número considerável de trabalhos que avaliaram o desenvolvimento de gramíneas forrageiras quanto à tolerância ao Al, especialmente, as espécies de Brachiaria sp (WENZL et al., 2003, CANTARINO et al., 2011) e Panicum maximum (OLIVEIRA et al., 2000) e mais recentemente na espécie de Pennisetum purpureum (MARTINS et al., 2005). MARTINS et al. (2006) encontraram grande variabilidade genética entre os genótipos de capim-elefante para a tolerância ao alumínio, sendo as características peso seco de raízes (PSR) e incremento no crescimento de raízes (IR), as que não foram influenciados pela presença do alumínio em solução. Por outro lado, o número de perfilhos foi a

característica mais influenciada, passando de 1,4 para 5,6 perfilhos por plantas considerando a média dos dois tratamentos.

O objetivo deste experimento foi avaliar a resposta diferencial de 44 genótipos de capim-elefante ao Al tóxico.

Material e Métodos

O experimento foi realizado em casa de vegetação na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora/MG, entre 13 de setembro a nove de novembro de 2011.

Utilizou-se como planta indicadora, 44 clones (genótipos) de capim-elefante (Pennisetum purpureum, Schum.), pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) e da Rede Nacional de Avaliação de Capim Elefante (RENACE) vinculados ao programa de melhoramento genético de Capim-elefante da Embrapa Gado de Leite: BAG 54, BAG 69, BAG 57, BAG 75, BAG60, BAG03, BAG 11, BAG 26, BAG 35, BAG 28, BAG 21, BAG 39, BAG 33, BAG 25, BAG 32, BAG 02, BAG 29, BAG 23, BAG 10, BAG 27, BAG45, BAG 44, BAG 01, BAG 49, BAG 37, BAG20, BAG 05, BAG 50, BAG 53, BAG 17, BAG 18, BAG 07, BAG 55, BAG 12, BAG52, BAG 54, BAG 66, BAG 09, BAG 65, BAG 62, BAG 67, BAG61, BAG 64, BAG 68. Os genótipos BAG 68 (Cameroon) e Bag 23 (Napier SEA) foram utilizados como testemunhas. Nós dos diferentes clones foram colocados para brotar em bandejas contendo substrato comercial, irrigadas diariamente com água destilada. Após 21 dias, as plântulas que apresentavam homogeneidade quanto ao comprimento radicular e, quando possível, ao comprimento da parte aérea, foram selecionadas e transplantadas para vasos plásticos contendo dois litros de solução nutritiva (CLARK, 1975), aerada. Durante a transferência, foram medidos: comprimento inicial da raiz principal e da parte aérea. A temperatura no interior da casa de vegetação variou de 22 a 28 ºC.

Os vasos plásticos foram pintados com tinta preta betuminosa e alumínica e internamente revestidos com uma sacola preta para evitar a passagem de luz e inibir o desenvolvimento de algas. Durante os primeiros 14 dias as plantas cresceram em solução nutritiva com metade da concentração de nutrientes recomendada, sem aplicação de alumínio. Daí em diante e durante 29 dias, promoveu-se, semanalmente, a troca da solução nutritiva (completa), acrescida de 15 mg/L de alumínio. Após o período mencionado, as plantas foram retiradas dos vasos, o sistema radicular foi seccionado da parte aérea, lavado com água destilada e seu comprimento novamente medido. Também foi medido o comprimento final da parte aérea. O excesso de umidade do sistema radicular foi retirado com papel absorvente, procedendo-se, em seguida, à pesagem e acondicionamento em sacos de papel para secagem em estufa de circulação forçada de ar (96 horas a 55 ºC). Foram avaliados: a produção de matéria verde e seca da parte aérea e raízes (MVPA, MSPA, MVR e MSR), o incremento no crescimento da parte aérea e das raízes (IPA e IR), expresso pela diferença entre o crescimento final e o inicial, além do incremento no número de perfilhos (INP), também expresso pela diferença entre o número de perfilhos no final e no início do experimento. A partir dos atributos avaliados, determinou-se o índice de seleção (IS), bem como a relação entre a matéria seca e verde de parte aérea (MSMVPA) e raízes (MSMVR).

Os índices de seleção são combinações lineares de valores fenotípicos, resultando numa medida que concentra um único valor, os atributos positivos e negativos de cada genótipo para vários caracteres. Por necessitarem das estimativas de variância e covariância genotípicas e fenotípicas dos caracteres, esses índices são mais indicados para programa de seleção recorrente (FARIAS, 2005).

Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Cada unidade experimental consistiu de um vaso contendo uma planta. Foi efetuada a análise de variância dos resultados e aplicação do teste de médias (SCOTT-KNOTT, 1974), a 5 % de probabilidade.

Resultados e Discussão

Os resultados de matéria verde e seca de parte aérea (MVPA e MSPA) e de raiz (MVR e MSR), a relação entre matéria seca e verde de parte aérea (MSMVPA) e raízes (MSMVR), os incrementos no número de perfilhos (INP), na parte aérea (IPA) e na raiz (IR), além do índice de seleção (IS), em 44 clones de capim-elefante, encontram-se descritos na Tabela 1.

Tabela 1. Produção de matéria verde e seca da parte aérea (MVPA, MSPA) e raízes (MVR,

MSR), relação entre a matéria seca e verde de parte aérea (MSMVPA) e raízes (MSMVR) e incremento no número de perfilhos (INP), de 44 clones de capim-elefante.

Clones MVPA MSPA MVR MSR MSMVPA MSMVR INP IPA IR IS BAG 68 105,37 a 13,69 a 31,97 b 3,35 a 0,13 a 0,10 a 3 a 106,4 a 43,7 a 115 BAG 55 112,27 a 12,07 a 40,43 a 3,72 a 0,11 a 0,09 a 4 a 123,7 a 39,3 a 117 BAG 07 101,89 a 12,22 b 52,35 a 4,25 a 0,12 a 0,08 b 3 a 111,1 a 39,1 a 147 BAG 53 91,54 a 13,25 a 34,95 b 3,03 a 0,14 a 0,08 b 4 a 103,7 a 27,9 b 163 BAG 54 97,21 a 12,56 a 27,07 b 2,69 a 0,13 a 0,10 a 1 b 114,3 a 25,8 b 169 BAG 33 90,39 a 11,62 a 31,38 b 3,01 a 0,13 a 0,10 a 4 a 101,4 a 27,2 b 179 BAG 01 109,04 a 12,93 a 31,74 b 3,05 a 0,12 a 0,10 a 2 b 106,0 a 20,7 b 187 BAG 61 98,07 a 10,71 a 29,21 b 2,33 b 0,11 a 0,08 b 2 b 122,0 a 35,6 b 187 BAG 51 94,47 a 11,04 a 28,37 b 2,75 a 0,12 a 0,10 a 2 b 104,5 a 32,9 b 188 BAG 37 103,95 a 11,48 a 27,45 b 2,71 a 0,11 a 0,10 a 3 a 109,1 a 21,0 b 190 BAG 62 83,68 a 10,83 a 25,75 b 2,22 b 0,13 a 0,09 b 3 b 123,5 a 26,2 b 192 BAG 11 92,14 a 10,76 a 27,80 b 2,95 a 0,12 a 0,11 a 1 b 100,3 a 36,6 b 206 BAG 02 105,04 a 12,77 a 31,31 b 2,61 a 0,12 a 0,08 b 3 a 96,5 a 33,7 b 207 BAG 64 81,26 a 8,97 b 22,89 c 2,16 b 0,11 a 0,10 a 3 a 123,9 a 28,1 b 208 BAG 67 86,81 a 8,45 b 30,63 b 1,79 b 0,11 a 0,07 b 3 b 117,4 a 43,8 a 218 BAG 03 91,22 a 7,44 b 23,97 c 2,31 b 0,08 a 0,09 a 3 a 108,7 b 45,9 a 223 BAG 39 61,99 b 8,06 b 19,15 c 1,94 b 0,13 a 0,10 a 5 a 111,3 a 28,4 b 223 BAG 69 65,59 b 8,24 b 20,09 c 2,13 b 0,13 a 0,11 a 2 b 111,3 a 37,0 b 225 BAG 18 77,53 b 10,04 a 20,97 c 2,12 b 0,13 a 0,10 a 3 a 105,5 a 24,7 b 231 BAG 45 87,72 a 9,97 a 21,55 c 1,64 b 0,12 a 0,07 b 4 a 110,3 a 30,3 b 235 BAG 26 86,30 a 10,07 a 26,10 b 2,47 a 0,12 a 0,09 a 3 b 102,5 a 22,9 b 241 BAG 44 76,32 b 8,86 b 20,62 c 1,72 b 0,12 a 0,09 b 1 b 113,2 a 59,7 a 244 BAG 35 82,53 a 9,58 a 24,08 c 2,25 b 0,11 a 0,09 a 3 a 102,2 a 28,8 b 250 BAG 60 65,14 b 7,75 b 15,65 c 1,70 b 0,12 a 0,11 a 3 a 105,8 a 39,2 a 252 BAG 21 61,34 b 8,52 b 19,29 c 2,07 b 0,14 a 0,11 a 4 a 94,4 b 33,5 b 253 BAG 29 88,02 a 9,70 a 25,53 b 2,16 b 0,11 a 0,08 b 3 a 99,2 a 37,0 b 259 BAG 50 57,26 b 6,75 b 20,50 c 1,73 b 0,12 a 0,08 b 4 a 108,1 a 39,5 a 259 BAG 20 80,33 a 8,21 b 20,57 c 2,13 b 0,10 a 0,10 a 4 b 99,3 a 32,9 b 261 BAG 57 73,76 b 7,92 b 21,68 c 2,34 b 0,11 a 0,11 a 1 b 101,7 a 36,9 b 269 BAG 59 73,22 b 9,33 a 16,73 c 1,55 b 0,13 a 0,09 a 2 b 107,4 a 32,4 b 275 BAG 28 90,28 a 9,94 a 27,18 b 2,23 b 0,11 a 0,08 b 4 a 92,4 b 17,7 b 278 BAG 49 62,52 b 8,12 b 22,26 c 1,75 b 0,13 a 0,07 b 4 a 87,1 b 51,2 a 289 BAG 66 45,05 b 5,34 b 18,47 c 1,77 b 0,12 a 0,09 a 4 a 97,0 b 40,4 a 297 BAG 17 86,33 a 8,20 b 20,23 c 1,83 b 0,08 a 0,11 a 4 a 81,7 b 26,8 b 307 BAG 65 66,32 b 6,52 b 20,41 c 2,06 b 0,10 a 0,10 a 2 b 95,6 b 51,3 a 307 BAG 23 46,79 b 5,14 b 9,86 c 1,07 b 0,11 a 0,11 a 4 a 89,7 b 50,9 a 310 BAG 32 70,39 b 7,22 b 17,95 c 1,33 b 0,10 a 0,08 b 1 b 123,7 a 34,7 b 314 BAG 52 54,85 b 6,22 b 18,68 c 1,52 b 0,11 a 0,08 b 4 a 94,7 b 50,7 a 316 BAG 75 73,85 b 8,00 b 24,42 c 2,15 b 0,11 a 0,09 b 4 a 75,2 b 28,1 b 316 BAG 12 70,15 b 7,29 b 17,25 c 1,78 b 0,10 a 0,10 a 1 b 97,0 b 47,6 a 322 BAG 09 40,58 b 4,49 b 17,43 c 1,58 b 0,11 a 0,09 b 3 a 84,7 b 52,8 a 337 BAG 05 65,05 b 7,59 a 26,73 c 2,07 b 0,12 a 0,08 b 1 b 67,1 a 30,0 b 358 BAG 10 53,22 b 5,64 b 15,51 c 0,99 b 0,11 a 0,07 b 3 b 99,5 a 24,0 b 383 BAG 25 52,27 b 5,20 b 14,65 c 0,83 b 0,10 a 0,06 b 2 b 98,2 a 45,5 a 383

Foi verificada variabilidade entre as características avaliada nos 44 clones. Baseado nestas características determinou-se o índice de seleção utilizado na discussão dos resultados.

O BAG 68 (Cameroon) foi o que apresentou o menor índice de seleção, demonstrando grande capacidade de adaptação a solos com elevadas concentrações de alumínio. Todos os demais clones apresentaram índice de seleção superior ao Cameroon, embora existam vários clones com valores de índice de seleção próximo.

O BAG 23 (Napier SEA), com índice de seleção de 310, foi posicionado em 36º lugar entre os 44 clones de capim-elefante, evidenciando menor tolerância à toxidez por alumínio.

Foram verificadas diferenças entre a produção de matéria seca da parte aérea (MSPA) e das raízes (MSR). Na parte aérea a variação foi de 4,49 g para o BAG 09 a 13,69 para o BAG 68 (Cameroon), sendo que a média de MSPA dos 44 clones foi de 9,06 g. A matéria seca de raízes variou de 0,83 no BAG25 a 4,25 no BAG 07, sendo a média de MSR de 2,18 g.

Trabalhos de pesquisa têm demonstrado que o crescimento do sistema radicular é a característica mais afetada tanto na susceptibilidade quanto na tolerância a fatores de acidez do solo (HOWELER & CAVADID, 1976), fato este comprovado no experimento. Resultados contrários foram obtidos por Martins et al. (2006) trabalhando com 32 genótipos de capim- elefante. Os autores concluíram que o peso seco de raízes e o incremento no crescimento de raízes (crescimento líquido do sistema radicular), foram as características não influenciadas pela presença do alumínio em solução nutritiva.

Ao se avaliar o incremento na parte aérea (IPA) observa-se que a média foi de 102,92 cm, variando de 67,1 cm no BAG 05, a 123,9 cm no BAG 64. O valor médio de incremento de raiz foi de 35,51 cm, variando de 17,7 cm no BAG 28 a 59,7 no BAG 44.

Quanto ao incremento no número de perfilhos (INP) a média observada foi de 2,96 perfilhos por genótipos. O clone que apresentou o maior incremento no número de perfilhos foi o BAG 39, com 5 perfilhos, enquanto vários clones apresentaram um único perfilho.

Os resultados observados nesse trabalho evidenciam a possibilidade de identificação e seleção de genótipos de Pennisetum purpureum tolerantes/resistentes ao alumínio tóxico presente na solução do solo, com melhora adaptação aos solos ácidos, encontrados em abundância na paisagem brasileira.

Conclusões

- Há variabilidade genética entre os 44 clones de Pennisetum purpureum para a tolerância ao alumínio em solução nutritiva;

- O BAG 68 (Cameroon), foi o que apresentou o menos índice de seleção, evidenciando grande capacidade de adaptação a solos com elevadas concentrações de alumínio;

- A produção de matéria seca da parte aérea, foi maior no BAG 68 (Cameroon), comparada aos demais clones.

Agradecimentos

À Fapemig

Literatura Citada

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