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Um ofício de fronteira

No documento Jornalismo e Mercado (páginas 56-64)

Esta inexistência de controlo quer no acesso, quer na ação prática, favorece a confusão, relativamente à definição do perfil de quem pode praticar a profis- são. Como refere Neveu, nada impede que um animador televisivo entreviste um político, numa entrevista política (idem, ibidem), e que dessa entrevista surja uma notícia que esse animador, sem carteira profissional, divulgue e de que se aproprie9.

Antes mesmo da imposição da Internet, que veio acentuar essa diluição de fronteiras, já o problema do perfil do jornalista se colocava, contribuindo para fragilizar as bases da profissão. Barbie Zelizer considera existir “um impulso” em certos meios para classificar programas de comédia e “reality television” como jornalismo. A autora entende que esse impulso está associ- ado ao crescente protagonismo de personalidades como Jon Stewart e Sharon Osbourne10. O espaço que ambos ocuparam no palco dos media promoveu a sua inclusão “no coletivo conhecido como jornalistas"(2004: 23).

Colocados perante fronteiras difusas, os recetores revelam naturais difi- culdades em separar os perfis de todos os que exercem atividades nos media, não conseguindo atribuir a cada um as funções que lhe estão, originalmente, associadas.

9 Um dos casos mais paradigmáticos nesta matéria é a entrevista de David Frost, um en-

tertainer britânico, a Richard Nixon, ex-presidente dos Estados Unidos da América. Frost conseguiu que o Presidente do Watergate assumisse, publicamente, responsabilidades no caso. Mesmo tendo perdido o poder na sequência do escândalo, Nixon não havia assumido o seu papel no mesmo, apesar das diversas tentativas de jornalistas da área política.

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Jon Stewart é apresentador do Daily Show, programa de humor que satiriza a política e os media, emitido diariamente pelo Comedy Central, canal de cabo norte-americano. Sharon Osbourne era uma das protagonistas do reality show norte americano que seguia o quotidiano da família do músico de heavy metal Ozzie Osbourne.

De facto, os jornalistas não têm o monopólio da notícia, mas a recolha e divulgação das mesmas, por jornalistas, nunca foi tão partilhada quanto agora, na era da Internet. Esse desempenho da função de gate-keeping, por uma miríade de atores, contribui para a diluição das fronteiras da profissão, complexificando, ainda mais, a definição e enquadramento do jornalismo nos parâmetros apertados de uma profissão. A possibilidade, igualmente refor- çada pela Internet, da especificidade do jornalismo se perder e a profissão se deixar absorver pelo vasto campo da comunicação, quebrando-se, ou diluindo- se, fronteiras, introduz nova zona difusa na definição do jornalismo enquanto profissão.

José Luís Garcia (2009) e Denis Ruellan (2004) discorrem sobre os con- tornos “inconstantes” e “imprecisos” da profissão, que acentua esse potencial de confusão junto dos destinatários da missão do jornalista. Mas se Ruellan deteta nessa imprecisão a riqueza identitária do jornalismo, enfatizando a des- necessidade de aplicar ao jornalismo o espartilho (regras, normas de conduta, sanções, formalização de competências, fechamento do acesso) que enquadra as profissões11, Garcia entende que a consolidação do processo de profissi- onalização mobiliza diversos atores da classe, que buscam reconhecimento social (2009: 70 e 71). O autor observa que a mobilização em torno desse reconhecimento social é comum à classe, ainda que, no caso português, a “he- terogeneidade” que caracteriza o conjunto dos jornalistas (um grupo crescente de jornalistas precários e uma subclasse de topo, prestigiada social e profissi- onalmente), constitua um “obstáculo considerável à sua transformação numa profissão bem estabelecida em Portugal” (idem, ibidem: 84-89).

Mesmo estando consciente, como Ruellan, das fronteiras imprecisas do jornalismo, Garcia observa a existência de uma missão clara, que garante ao

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A definição clássica de profissão subentende a existência de diversos parâmetros: controlo de acesso, a existência de um código de conduta, cujo cumprimento é vigiado e sancionados os prevaricadores, pressupõe a aquisição formal de um conjunto definido de competências (Smith, 1980, apud Brodasson, 2005: 156). Mário Mesquita clarifica a base da relação entre os pro- fissionais e os destinatários dessa missão: “especialização de serviços destinados a servir uma clientela”. Essas competências profissionais pressupõem a existência de uma formação espe- cífica, baseada num corpo teórico sistematizado, que estabelece uma linha de fronteira precisa entre pessoas qualificadas e não qualificadas (2000: 68). A definição de Larsons (1977) alarga o universo da classificação, podendo, assim, acolher sem reservas os jornalistas: “fornece um corpo de conhecimentos que demonstra aos membros o que podem fazer e o que devem evitar em qualquer circunstância” (apud Zelizer, 2004: 33).

jornalismo a “legitimidade social”: o jornalismo satisfaz a “necessidade” da coletividade em dispor de “uma mediação de carácter informativo e comuni- cacional”. O jornalista é, assim, o guia, o mediador, que, difundindo infor- mações e conhecimentos, orienta os indivíduos e as sociedades (idem, ibidem: 70).

Denis Ruellan considera, por seu lado, o conceito de profissão demasiado “codificado” para ser aplicado ao jornalismo, por isso, o autor opta pela clas- sificação dos jornalistas como “grupo profissional”12, ao mesmo tempo que caracteriza o jornalismo um “ofício de fronteira” (2004: 9 e 10)13, sem que o termo fronteira possa ser literalmente interpretado. Na base deste conceito está o oposto: um ofício que se fortalece incorporando outros, associados aos meios onde a ação jornalística carece da intervenção de diversos operadores para se efetivar (repórteres e editores de imagem na televisão, editores e so- noplastas na rádio, designers gráficos, programadores, na área multimedia), mas, esse ofício de fronteira assume, igualmente, um conjunto de influências exteriores (mercado, tecnologia, sistema político, social) que o molda. A ideia de abrangência compromete, de facto, a classificação do jornalismo, mas, no entender de Ruellan, a “imprecisão” que suscita não deve ser encarada como uma “disfunção”, uma vez que oferece ao “grupo profissional” dos jornalis- tas uma “amalgamagem” e uma “flexibilidade (...) absolutamente eficazes” (idem, ibidem: 11):

“A aura do jornalismo encontra-se reforçada pela largura do espetro das suas competências possíveis, a extensão do seu perfil facilita a sua adaptação às evoluções tecnológicas e económicas” (idem, ibidem: 21). A imprecisão da função compromete, de facto a sua classificação.

Thorbjörn Brodasson (2005: 158), apresenta-nos a dimensão do debate à volta do conceito de profissão. O espetro da discussão é de tal forma amplo que corremos o risco de perder o essencial: a preservação dos valores que constituem a essência do jornalismo. Goldstein (1985), Olen (1988) e Merril

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Ruellan classifica os jornalistas como grupo profissional, assumindo que o conceito de grupo profissional releva da necessidade de segmentos profissionais controlarem o mercado de emprego, sendo, por isso, cada um dos grupos formados, um produto direto do mercado (2004: 9).

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O autor utiliza o conceito, pela primeira vez, em 1993. Neste texto de 2004, Ruellan retoma a análise relativa ao universo fluido que molda o jornalismo.

(1988) consideram que o enquadramento do jornalismo numa profissão limita o espaço de liberdade dos jornalistas e, como tal, rejeitam tal fechamento. Windahl e Signitzer (1992) utilizam o conceito de semi-profissão, uma vez que os conhecimentos de base, essenciais para o desempenho da atividade, não assumem as mesmas características de outros, associados a profissões institucionalizadas (apud idem, ibidem). O mesmo conceito é subscrito por Ortega e Humanes (apud Cascais, 2008: 58). Dunn, por seu lado, fala do mesmo por outras palavras: uma “quasiprofession” (“ao mesmo tempo que parece assumir um compromisso com algumas normas chave da profissão, falha na maioria das marcas do profissionalismo”) (apud Nolan, 2008: 740). McQuail, por fim, considera que a evolução da notícia moderna traz associada a gestação de uma profissão (apud Brodasson, 2005: 158).

O maior compromisso que deveremos estabelecer com a necessidade de classificarmos o jornalismo como uma profissão é com a existência de um quadro de valores que constituem a sua base e, cujo cumprimento, requer um determinado padrão de ação, assente na ética profissional e enquadrado por normas legais e morais que estruturam a missão. O jornalista não é um simples reprodutor de factos que transforma em notícia.

A autonomia do campo alimenta-se, exclusivamente, da capacidade de re- sistência do jornalista aos constrangimentos, sobretudo económicos, com que quotidianamente se depara. Adelino Gomes assume, por isso, ser “dever” do jornalista “ultrapassar os constrangimentos reais, poderosamente presentes no quotidiano profissional”, que enfraquecem o eixo profissional à medida que assumem maior relevância (2012: 56, 58). O autor admite, pois, a existência de uma margem de liberdade do grupo profissional, cuja expressão se revela no selo de credibilidade que caracteriza o grupo, mas também, na credibili- dade individual (a sua assinatura é o seu penhor) (idem, ibidem: 54). A cons- ciência de que existem constrangimentos que restringem a ação quotidiana é, desde logo, um primeiro passo para usar essa margem de liberdade.

De facto, o jornalismo é permeável a um vasto conjunto de mutações que contribuem decisivamente para as indefinições e ambiguidades que sobres- saem no posicionamento desta atividade profissional. Desde as influências da tecnologia e do mercado, ao estilo e talento dos profissionais, bem como das influências da ação politico-legislativa e do quadro de valores que enquadram cada época, todos estes fatores têm reflexos no jornalismo.

Bill Kovach e Tom Rosenstiel assinalam, porém, que a finalidade do jor- nalismo mantém “uma constância admirável”, não sendo definida pela tec- nologia nem pelos jornalistas, ou pelas técnicas que empregam, mas sim por algo que lhes está acima – um quadro de princípios expresso no papel que as notícias desempenham na sociedade e que se sobrepõe a todas as mutações (2001: 15).

Esse conjunto de valores, que permanece constante, pode ser apresentado nestes moldes: o jornalista tem a missão de informar o público, municiando- o com as ferramentas que lhe permitam participar no espaço público. Para tal, o jornalista deve assumir um compromisso com a verdade dos factos, verificando-os, agindo com independência, autonomia e seguindo o princí- pio da objetividade, sem, todavia, pôr em causa a imediaticidade que reveste a natureza da notícia (atualidade e velocidade). A natureza das notícias deter- mina que o jornalista revele um sentido ético, garantia de credibilidade e fonte de legitimidade. Na base da ação está a consciência individual do jornalista14. Assim, mesmo que ao longo dos últimos 200 anos, as mudanças absor- vidas pelos diversos campos, que afetam o jornalismo, tenham tido reflexos profundos no próprio campo jornalístico, o quadro de valores (os elementos) que o enquadram mantém essa constância admirável, de que nos falam Ko- vach e Rosenstiel. O investimento do jornalismo deve seguir, portanto, esse caminho. Joaquim Fidalgo reconhece na profissionalização dos jornalistas um “processo de maturação inacabado”, mas a identidade da profissão deve ser buscada nessa constância, que é, no fundo, a essência do jornalismo:

“Nos seus avanços e recuos, nas suas ambiguidades e contradições, nas suas particularidades conforme os tempos e os lugares concretos (...) um conjunto disperso de indivíduos, dedicado a tarefas variadas, transformou-se num grupo profissional, de alguma homogeneidade, com um património comum e um conjunto de princípios, normas e sa- beres partilhados” (2008: 179).

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A sistematização destes valores (elementos) feita por Bill Kovach e Tom Rosenstiel (2001, 2007), já aqui citada, reduz o quadro aqui apresentado, mas, no essencial, falamos do mesmo. A ênfase dos valores base do jornalismo é a necessidade de servir o público, distribuindo informação fiável e independente, que contribua para o progresso individual dos membros de uma comunidade.

Na constituição dessa homogeneidade ainda difusa participará, certamen- te, a formação académica. Mais influente seria essa participação, se a matriz dos diversos planos curriculares refletisse, ela própria, alguma homogenei- dade, expressa na definição de um conjunto de saberes de referência, de áreas de influência, de métodos de investigação e de ação. Se o ensino do jornalismo pudesse ser o resultado da investigação académica e não fosse mero reflexo do mercado, sendo forçado a responder às necessidades variáveis que este, con- dicionado e aprisionado, lhe vai comunicando, exigindo respostas, certamente que a construção desse modelo de matriz se revelaria mais facilitado. É um facto que, como reconhece José Luís Garcia, no seio do grupo heterogéneo dos jornalistas é detetável alguma homogeneidade que se reflete na partilha do desejo de “melhorar a formação profissional e o nível de escolaridade” (2009: 83), contudo, a definição do trajeto de aquisição desse quadro formal de competências está longe de ser unânime.

Barbie Zelizer (1993, 2000) e Mark Deuze (2005) tentam responder à difícil tarefa de classificar o ofício de fronteira com dois conceitos (comuni- dade interpretativa – Zelizer; jornalismo enquanto ideologia - Deuze), cujo conteúdo conceptual, que emerge de ambas as classificações, representa o es- forço dos autores em dar sentido ao conjunto diluído de regras e rotinas que sobressai dos meios corporativos de socialização dos jornalistas. Ou seja, Zelizer e Deuze não resolvem o problema de base da profissionalização. Pro- vavelmente por considerarem que não existem condições para que esse pro- cesso, realmente, se concretize, optaram por realçar o que, de facto, parece unir a classe, garantindo-lhe a homogeneidade de que nos falava Fidalgo, e a ajuda a resolver a sensível questão da legitimidade: “o discurso partilhado” e as “interpretações coletivas de acontecimentos públicos relevantes” (Zelizer, 2000:33), ou “as crenças”, “características”, “valores” que os jornalistas par- tilham no seu quotidiano profissional e que “dão significado ao seu trabalho”. Assim, “em vez de profissão, indústria, género literário, cultura, sistema so- cial complexo”, o jornalismo deve ser considerado “uma ideologia”. (Deuze, 2005: 444 e 445).

O que acaba por ter maior peso no jornalismo é pois a forma como os jornalistas aplicam, no quotidiano profissional, os princípios, as normas, os valores, que, mesmo sendo comuns e constituam a base do jornalismo, se prestam a interpretações diversas. Por isso, o pensamento de Shoemaker e Reese parece servir de fonte de inspiração a Deuze:

“É possível falarmos de uma ideologia ocupacional no jornalismo – em que a maioria dos jornalistas sustenta as suas perceções profissionais na praxis, mas que é interpretada, usada e aplicada de forma diferente pe- los jornalistas dos diferentes meios” (Shoemaker e Reese, apud Deuze, 445).

Esta abordagem permite-nos concluir que o jornalismo não pode definir- se enquanto profissão, se apenas tivermos em conta os parâmetros rígidos que enquadram uma profissão. A questão, todavia, consiste em percebermos se essa rigidez é necessária ou se, pelo contrário, causa de novos constrangimen- tos à ação profissional. De facto, esses parâmetros rígidos adaptam-se mais a atividades profissionais clássicas, como a medicina ou o direito, em que, não apenas, é regulamentado o acesso, como a prática é vigiada e sancionada por organismos legalmente enquadrados (ordens profissionais), que atuam de acordo com princípios universais, consensualmente aceites, no quadro de uma qualquer profissão. Certamente que entre a rigidez das profissões clássicas e uma ação sem controlo haverá um meio-termo. Em Portugal estaremos ainda longe desse meio-termo.

Confortavelmente colocada num limbo, a classe investe na autorregula- ção, definindo e estigmatizando práticas, selecionando atores, marginalizando outros... Ficam, pois, em aberto os riscos dessas práticas profissionais esta- rem mais dependentes das políticas editoriais das empresas de comunicação social, da ideologia dos jornalistas (Deuze), ou da interpretação que a classe faz dessas práticas quotidianas (Zelizer), do que dos valores universais que enquadram o exercício da profissão.

Barbie Zelizer alerta, por isso, para os perigos de deixarmos a prática, in- teiramente, nas mãos dos jornalistas. Na opinião da autora, o profissionalismo jornalístico adquiriu a dimensão de “uma senha” que distingue os jornalistas dos que o não são, na medida em que só eles estão habilitados a decidir o que é notícia (1993, 2000: 34 e 35). O profissionalismo jornalístico ignorou, assim, que as notícias são uma construção social, deixando ocultos “os elaborados mecanismos pelos quais é construída a realidade” (idem, ibidem).

A este propósito, Kaarle Nordenstreng admite que o jornalista possa ficar refém do seu próprio profissionalismo, fechando-se numa “fortaleza”, isolado do público. Na sua essência, o alerta de Nordenstreng corresponde ao avesso

de uma cultura profissional superior; o risco, todavia, assume dimensão real e integra a mesma linha de argumentação de Zelizer:

“Quanto mais competentes e poderosos formos como profissionais, mais nos tornamos prisioneiros do nosso próprio pensamento profis- sional, correndo o risco de nos alienarmos das pessoas comuns. É o dilema do elitismo e da alienação que não serve a democracia, algo que poderíamos classificar como a síndroma da fortaleza jornalística – uma profissão excessivamente centrada sobre ela própria” (2009: 9560).

Esta ideia de profissionalismo jornalístico, que exclui a monitorização ex- terior, e que transforma a prática quotidiana numa abstração, representa, na aceção de James Carey, “o grande perigo do jornalismo moderno” (1978, apud Zelizer, 2004: 33): deixa o público, que depende do jornalismo para apreender o mundo, sem controlo direto sobre a informação que lhe é apresentada (idem, ibidem). A possibilidade do profissionalismo jornalístico contribuir para ocul- tar uma ação quotidiana orientada pelos interesses do mercado, regulado pe- los empresários dos media, não deve ser excluída. Era disso, afinal, que nos falava Soloski quando alertava para a forma como as organizações jornalísti- cas limitavam, pela via do profissionalismo, o comportamento de repórteres e editores. Na sua essência, todavia, o processo de profissionalização do jorna- lista distancia-o desta matriz, é, aliás, o seu oposto. Desse processo, que tem na formação académica o seu pilar, trataremos em detalhe no capítulo cinco; como constata Michael Schudson, a profissionalização é um escudo protetor do jornalista, a garantia da sua independência:

“Um jornalista age de forma profissional quando não está subordinado a um ponto de vista político, quer dizer, tenta sempre que a sua visão das coisas não seja orientada por uma única voz ou posição. O profis- sionalismo cultiva sempre uma boa dose de ceticismo já que o jorna- lista cultiva a suspeita de que podem não estar a contar-lhe a verdade toda (...) O jornalismo é uma atividade que se deve orientar pelas suas próprias regras e códigos éticos e não por qualquer interesse exterior” (Baptista et al, 2008: 19 e 20)15.

15É o próprio Michael Schudson que, num texto de 2009, expressa os mesmos receios de

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