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Foi a partir da leitura de trabalhos já realizados por colegas de nosso grupo de pesquisa, o GPEA, que desenvolveram trabalhos documentais metanalíticos como o que nos propusemos a fazer, que adquirimos certa maturidade para o desenvolvimento desta investigação. São exemplos, Martins (2008), que realizou uma metanálise das dissertações sobre equações algébricas no Ensino Fundamental; Miranda (2009), que apresentou uma metanálise de dissertações, versando sobre o pensamento proporcional e Nagamachi (2009), que desenvolveu uma metanálise de dissertações e teses produzidas no Brasil de 1998 a 2006, que versavam sobre equações no Ensino Médio.

Para a determinação das unidades de análise tomadas como base na leitura e interpretação dos trabalhos, tomamos como referencial o que Severino (2002), declara com relação à análise temática de um texto. As questões presentes no

quadro seguinte foram tomadas por nós como parâmetros, as quais buscamos responder no intermédio da análise interpretativa.

I. Que concepções estão sendo adotadas, quanto à abordagem da modelagem matemática, como estratégia de ensino e aprendizagem de função, na sala de aula do Ensino Fundamental e Médio?

II. De que maneira a modelagem matemática pode contribuir para potencializar o ensino e a aprendizagem de função no Ensino Fundamental e Médio? III. Quais as possibilidades e as dificuldades encontradas durante o

planejamento, em relação à adequação do conteúdo e da ação dos alunos e dos professores em sala de aula?

IV. Que contribuições pode trazer para o ensino e a aprendizagem de função, a modelagem matemática, como metodologia ou estratégia de ensino?

Figura 5 - Questões utilizadas como descritores ou categorias de análise Fonte: Elaborado pelo autor

O que consideramos como unidades de leitura e análise, conforme o que colocamos anteriormente, está descrito no quadro da figura seguinte, no qual apresentamos as unidades e os elementos de análise usados na análise temática dos textos, com a finalidade de destacar os elementos que nos ajudarão a responder as questões presentes no quadro da Figura 5.

Quadro de referência para análise temática

Unidades de análise Elementos de análise evidenciados

Título  Tema abordado

Problemática e objetivo de pesquisa  Questão/problema abordado  Objetivo de pesquisa Procedimentos metodológicos e Fundamentação teórica

 Abordagem teórico-metodológica feita no estudo

 A proposta desenvolvida Resultados e Considerações

finais  Resultados apresentados e as considerações evidenciadas a partir das análises Figura 6 - Quadro de referência para análise temática

Fonte: Elaborado pelo autor

Convém destacar que, durante a análise dos trabalhos, procuramos preservar as partes dos textos originais de forma a evitar interferência na sua originalidade.

No capítulo seguinte, destacamos as etapas e os procedimentos que nos levaram ao levantamento e seleção das pesquisas; detalhamos também as etapas de busca e seleção dos trabalhos que foram utilizados em nossa análise.

Capítulo III

BUSCA, IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DAS PESQUISAS

O objetivo deste capítulo é apresentar os procedimentos e as etapas do levantamento dos trabalhos selecionados para análise. Melhor dizendo, é apresentar os detalhes do mapeamento, que nos levou a identificar as pesquisas de mestrado e doutorado que abordaram o ensino e a aprendizagem de função por meio da modelagem matemática no ensino fundamental e médio, e cujos resumos estão presentes no banco de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que, até 12 de setembro de 2011 disponibilizava resumos de pesquisas produzidas de 1987 a 2010, e o qual nos serviu de fonte primária, cuja página inicial pode ser acessada por meio do endereço eletrônico http://www.capes.gov.br.

Foi refletindo sobre o fato de que a modelagem matemática pode se comportar tanto como método de pesquisa nos vários campos da ciência, quanto como metodologia de ensino da Matemática, que partirmos em busca das pesquisas, iniciando com uma exploração no banco de dados de resumos da CAPES. Num primeiro momento, tivemos como foco as pesquisas que se referiram ao termo “modelagem matemática”, mesmo que essas não estivessem diretamente ligadas ao campo da educação. Essa etapa nos deu uma visão geral do uso da modelagem matemática no campo das investigações científicas.

Como admitimos que o ato de modelar não representa uma prática recentemente desenvolvida, mas que, quanto à sua utilização em sala de aula como metodologia ou estratégia de ensino e aprendizagem na Educação Básica, tem pouco tempo, como destacado por Biembengut e Hein (2005), buscamos com este capítulo, apresentar não só as etapas de busca pelas pesquisas utilizadas para análise, mas, também, mostrar o quanto a modelagem matemática tem sido utilizada no campo das investigações científicas, em especial daquelas que a utilizaram como uma metodologia ou estratégia de ensino da matemática em sala de aula.

Se as implicações do ensino de matemática por meio da modelagem matemática ainda não são suficientemente significativas, quando se trata de sua ação em sala de aula, da formação de professores, de sua participação e influência sobre o currículo da Educação Básica brasileira ou até da Educação Superior, o mesmo não parece estar ocorrendo em relação à sua presença no campo das pesquisas, seja em Educação Matemática ou não. Foi o que pudemos comprovar pelo resultado do levantamento em nossa primeira busca no banco de resumos do portal da CAPES, utilizando a expressão “modelagem matemática”, como filtro para obtenção de um panorama de trabalhos científicos que se referem à Modelagem Matemática de alguma forma. Nesta ocasião identificamos trabalhos do campo da Medicina, da Física, da Biologia, da Engenharia e outros.

Essa primeira etapa da busca resultou num montante de 2555 trabalhos, no período de 1987 a 2010, dos quais, 100 eram de Mestrado profissionalizante, 1790 de Mestrado Acadêmico e 665 de Doutorado. Esse panorama nos indica o potencial da abordagem dessa metodologia em trabalhos científicos, com os diversos objetivos, já que o resultado da busca não distingue programa de pós-graduação.