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O tempo e o espaço do comércio 24 horas na metrópole paulista

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(1)

BI BLI OTECA DI GI TAL DE TESES E DI SSERTAÇÕES

UNESP

RESSALVA

(2)

UNI VERSI DADE ESTADUAL PAULI STA

I nstituto de Geociências e Ciências Exatas

Cam pus de Rio Claro

O TEMPO E O ESPAÇO DO COMÉRCI O 2 4

HORAS N A METRÓPOLE PAULI STA

CARLOS H EN RI QUE COSTA DA SI LVA

ORI ENTADOR: PROF.ª DR.ª SI LVANA MARI A PI NTAUDI

Dissertação de Mestrado elaborada junto ao Curso de Pós-Graduação em Geografia – Área de Concentração em Organização do Espaço para obtenção do Título de Mestre em Geografia.

(3)

BAN CA EXAM I N ADORA

- ALUNO -

Rio Claro, _____ de _____________ de 2003.

(4)

D e dico e st e Tr a ba lho

Ao m eu sobrinho e afilhado Junior que, dia a dia, esse pedacinho de gente, invadiu minha vida e uniu, ainda mais, minha família m ultiplicando entre nós um vasto sentim ento de am or.

(5)

Agra decim ent os

A realização de um a pesquisa científica atravessa inúm eras situações ao longo de seu desenvolvim ento, pois envolve m uito tem po e trabalho, onde sensações de frust ração e realização cam inham j unt as. Dest e m odo, m uit os são os m om ent os e as pessoas que atravessam nossa traj etória, m arcando com m uita alegria e carinho as recordações do desenrolar de cada etapa da pesquisa. Neste m om ento gostaria de recordar cada etapa agradecendo a pessoas especiais que de certa form a auxiliaram para o bom andam ento e realização de m eu trabalho. Assim , agradeço:

À Deus por ilum inar e conduzir m eus passos sem pre em busca do bem .

À m inha irm ã Rosana pelo apoio em todos os m om entos de m inha vida e ser um a confidente em todas as m inhas frustrações e alegrias. E t am bém ao m eu cunhado Gilberto por perm itir que eu batizasse seu am ado filho.

Ao m eu irm ão Marcos por t udo que vivem os j unt os, por t odas as suas “ loucuras” e por ser um grande com panheiro.

Ao m eu am igo Marcio Roberto pelo seu enorm e coração e pela sincera am izade. Tam bém sou grat o por t odas as correções e discussões geográficas.

Aos am igos Fabiane, Crist iano e Marcelo por t odos os m om ent os alegres vividos e pelo apoio.

Ao Douglas por ter m e dado a oportunidade de descobrir um novo m undo, com novas experiências, repleto de am or.

(6)

Às Professoras Bernadete Oliveira, pela enorm e contribuição dada no Exam e de Qualificação e Silvia Ortigoza, por todas as dicas e discussões ocorridas desde a m inha aprovação no curso, além de ser um a am iga.

Às Professoras Ana Fani Alessandri Carlos e Am élia Luisa Dam iani, pela grandiosa contribuição dada na construção desse trabalho através das discussões vividas em sala de aula.

À Beth pela alegria que em ana na secretaria do DEPLAN, fazendo com que todos aqueles que utilizam daquelas dependências possam trabalhar com m uito m ais vont ade.

À Meire e Mônica por tornarem as visitas a Biblioteca m uito m ais gratificantes, isto é, m uito além das páginas dos livros.

Aos am igos Em erson, Sandrinha, Sim one, Fernanda, Guto, Lincoln, Carla, Jordí, Bárbara, Bianca, Alê, Paulo, Alessandro, Patrícia, pelos m ais variados m om entos alegres com partilhados.

À Profa. Dra. Eliane Padovani pela oportunidade de inserção ao m ercado trabalho.

À todos aqueles que perm itiram ser entrevistados durantes os trabalhos de cam po, dedicando parte de seu tem po à m inha realização particular de saber o que eles faziam naqueles superm ercados j usto naquelas horas.

À Prof.ª Dr.ª Silvana Pintaudi por ter acreditado em m eu trabalho e em m eu desem penho desde o início, m esm o sabendo de m inha personalidade tão conflitante, pois sem pre esteve dividida entre a realização profissional e pessoal.

Est a Dissert ação de Mest rado t eve apoio financeiro da Fundação de Am paro à

(7)

SUMÁRI O

Índice... i

Índice de Figuras... iii

Índice de Tabelas... viii

Resumo ... x

Abstract... xi

Introdução... 1

Capítulo 1... 22

Capítulo 2... 112

Capítulo 3... 177

Considerações Finais... 216

Referências Bibliográficas... 225

(8)

Í N DI CE

I NTRODUÇÃO... 0 1

1 – Fundam ent ação Teórica e Metodológica... 07

2 – Pesquisa de Campo... 16

CAPÍ TULO 0 1 – O COMÉRCI O VI N TE QUATRO HORAS DA GRAN DE SÃO PAULO... 22 1 – Apresentando a Problem ática... 23

2 – Os Supermercados... 28

2.1 – Pão de Açúcar... 37

2.2 – Barateiro... 40

2.3 – Sé Superm ercados... 43

2.4 – Coop... 46

2.5 – Champion... 46

2.6 – Todo Dia... 48

3 – Os Hipermercados... 50

3.1 – Carrefour... 59

3.2 – Extra Hipermercados... 61

3.3 – Big... 63

3.4 – Wal Mart... 65

3.5 – Sonda... 67

3.6 – D’avó Hiperm ercados... 69

4 – As Lojas de Conveniência... 70

4.1 – Select/ Shell……….. 73

4.2 – Hingry Tiger e Stop & Shop/ Esso……… 74

4.3 – BR Mania/ Petrobrás... 76

4.4 – AM/ PM/ I piranga... 77

4.5 – Star Mart/ Texaco………. 78

5 – A Metrópole e seus services 24 horas... 80

(9)

CAPÍ TULO 0 2 – O PROCESSO DE M UN DI ALI ZAÇÃO DO COM ÉRCI O VAREJI STA: UMA AN ÁLI SE REGRESSI VA

112

1 – O Processo de Mundialização do Com ércio Varejista... 113

2 – O Século XX e as grandes transform ações no Com ércio Varej ista... 116

2.1 – Supermercados... 121

2.2 – Hiperm ercados... 137

2.3 – Lojas de Conveniência... 154

3 – As Com pras, a Casa e a Fam ília... 161

CAPÍ TULO 0 3 – O GLOBAL, O LOCAL E AS RELAÇÕES COM ÉRCI O, CONSUMO E METRÓPOLE... 177 1 – As Grandes Redes do Com ércio Varejista... 178

1.1 – Carrefour... 184

1.2 – Sonae... 191

1.3 – Grupo Pão de Açúcar... 196

1.4 – As outras em presas... 202

2 – As relações entre local e global no com ércio varejista... 205

3 – O Com ércio e o Consum o no Ritm o da Metrópole... 210

Considerações Finais... 2 1 6 REFERÊN CI AS BI BLI OGRÁFI CAS... 225

(10)

Í N DI CE DE FI GURAS

Figura 01: Quadro sobre os diferent es form at os de loj as do set or superm ercadista em operação na Metrópole Paulista.

32

Figura 02: Fot ografia do form at o Hard Discount da em presa francesa

Carrefour – DI A% Superm ercado da Econom ia ( Loj a do Cam buci) .

34

Figura 03: Mapa de localização das redes de Superm ercados da Metrópole Paulista destacadas para análise, em 2002.

36

Figura 04: Mapa de localização dos Superm ercados Pão de Açúcar no Estado de São Paulo em 2002.

38

Figura 05: Fotografia de um a Loj a Pão de Açúcar: grande diversidade em produtos alim entícios para público das classes A e B.

40

Figura 06: Mapa de localização dos Superm ercados Barateiro no Estado de São Paulo em 2002.

41

Figura 07: Superm ercado Barateiro do centro de São Paulo. 42

Figura 08: Mapa de localização das loj as Sé Superm ercados no Estado de São Paulo em 2002.

45

Figura 09: Fotografia dos Superm ercados Cham pion: Form at o de Loj a de Vizinhança da rede francesa Carrefour.

47

Figura 10: Mapa de Localização dos Superm ercados Cham pion no Estado de São Paulo em 2002.

48

Figura 11: Fotografia do Wal- Mart Todo Dia: Visual despojado para garantir preço baixo na periferia de São Paulo.

(11)

preço baixo na periferia de São Paulo.

Figura 12: Mapa de localização das redes de Hiperm ercados da Metrópole Paulista destacadas para análise, em 2002.

52

Figura 13: Extra Hiperm ercados da Praça Ram os de Azevedo: Esta unidade vende principalm ente produtos de loj as de departam entos e a área de vendas do superm ercado é bem reduzida no subsolo da loj a.

53

Figura 14: Fotos de placas de Hiperm ercados e Superm ercados que direcionam os traj etos dos consum idores da m etrópole. A concorrência é acirrada entre as esquinas e cruzam entos im portantes de São Paulo, principalm ente nas proxim idades das lojas.

58

Figura 15: Mapa de Localização do Carrefour no Est ado de São Paulo em 2002.

60

Figura 16: Fotografia do Hiperm ercado Carrefour - A cor verde caracteriza suas loj as em t odo o m undo.

60

Figura 17: Mapa de localização das loj as Extra Hiperm ercados no Estado de São Paulo em 2002.

62

Figura 18: Mapa de Localização dos Hiperm ercados BI G no Estado de São Paulo em 2002.

64

Figura 19: Fotografia do BI G - Form at o de Hiperm ercados da em presa portuguesa Sonae no Brasil.

64

Figura 20: Mapa de localização das loj as Wal- Mart Supercent er no Est ado de

São Paulo em 2002.

66

Figura 21: Fotografia do Wal- Mart Supercent er - a m aior em presa

superm ercadista do m undo acredita na satisfação de seus clientes para continuar em prim eiro lugar.

(12)

Figura 22: Mapa de localização das redes de Loj as de Conveniência da Metrópole Paulista destacadas para análise, em 2002.

71

Figura 23: O consum idor é sem pre bem vindo às lojas de conveniência Hungry

Tiger, ainda m ais se abastecer e com prar algum produto na loja.

75

Figura 24: Quadro dos estabelecim entos com erciais que funcionam 24 horas na Grande São Paulo.

82

Figura 25: Fot ografia de um a lanchonet e com funcionam ent o 24 horas da rede norte- am ericana de fast food Mc Donald´ s no cruzam ento da Av. Brasil/ Henrique Schaum ann com a Av. Rebouças no distrito de Pinheiros em São Paulo.

84

Figura 26 – Quadro de localização das Loj as 24 horas no Est ado de São Paulo em funcionam ent o em 2002.

86

Figura 27: Mapa de localização das redes de superm ercados e hiperm ercados 24 horas na m et rópole paulist a em 2002.

87

Figura 28: Mapa de Distribuição de Renda por distritos na cidade de São Paulo 88

Figura 29: Fotografia do Extra Hiperm ercados - Loj a da Av. Brig. L. Antonio. 91

Figura 30: Superm ercados, Hiperm ercados, Loj as de Conveniência e Shopping

Cent ers localizados no vet or sudoest e da Met rópole Paulist a em 2002.

92

Figura 31: Fotografia de out door da rede de Loj as de Conveniência Select –

Shell de São Paulo - o consum o de m ercadorias não tem hora, principalm ente as m ais prazerosas.

94

Figura 32: Quadro de freqüência dos consum idores aos superm ercados e hiperm ercados de São Paulo segundo os dias da sem ana.

(13)

Figura 33: Localização dos Hiperm ercados Carrefour em Paris – França em 2001.

141

Figura 34: Localização dos Hiperm ercados Carrefour na região da I le de France (Paris) – França em 2001.

142

Figura 35: Planta de um Superm ercado com área de vendas de 1.000 m2 . 145

Figura 36: Planta de um Hiperm ercado com área de vendas de 10.000 m2. 146

Figura 37: Fotografia do setor de alim entação self ser v ice de um a loja de

conveniência da rede Select (Shell).

157

Figura 38 – Fotografia do setor de Geladeiras e Gôndolas e Prateleiras de um a loja da rede Select (Shell).

158

Figura 39: Fot ografia do set or de check out de um a loja da rede Select

(Shell).

159

Figura 40: Mapa de distribuição dos Hiperm ercados Carrefour e Superm ercados Cham pion no Brasil em 2002.

187

Figura 41: Gráfico do núm ero total de loj as controladas pelo Carrefour entre 1981 e 2001 no Brasil.

190

Figura 42: Gráfico da área total de vendas das loj as controladas pelo Carrefour o Brasil entre 1981 e 2001 no Brasil.

190

Figura 43: Gráfico da m édia em m2 das loj as controladas pelo Carrefour entre 1981 e 2001 no Brasil.

191

Figura 44: Mapa de Localização dos Superm ercados Cândia, Mercadoram a, Nacional e dos Hiperm ercados BI G no Brasil em 2002.

(14)

Figura 45: Gráfico da área total de vendas das loj as controladas pela Sonae

no Brasil ent re 1998 e 2001. 194

Figura 46: Gráfico da m édia em m 2 das loj as controladas pela Sonae no Brasil ent re 1998 e 2001.

195

Figura 47: Gráfico do núm ero total de vendas das loj as controladas pela

Sonae no Brasil entre 1998 e 2 001. 195

Figura 48: Mapa de localização dos Superm ercados Pão de Açúcar, Barateiro e

Hiperm ercados Extra no Brasil em 2002. 197

Figura 49: Gráfico do núm ero total de loj as controladas pelo Grupo Pão de Açúcar entre 1981 e 2001 no Brasil.

200

Figura 50: Gráfico da área total de vendas das loj as controladas pelo Grupo Pão de Açúcar no Brasil ent re 1981 e 2001.

200

Figura 51: Gráfico da m édia em m2 das loj as controladas pelo Grupo Pão de Açúcar entre 1981 e 2001 no Brasil.

(15)

Í N DI CE DE TABELAS

Tabela 01: Núm ero de Loj as de Conveniência em funcionam ento na Met rópole Paulist a em novem bro de 2001.

17

Tabela 02: Distribuição dos Superm ercados na Grande São Paulo em 2002.

35

Tabela 03: Distribuição dos Hiperm ercados no Estado de São Paulo em 2002.

50

Tabela 04: Localização das Loj as de Conveniência do Estado de São Paulo em 2002.

70

Tabela 05: Loj as que perm anecem 24 horas em funcionam ent o no Est ado de São Paulo em 2002.

89

Tabela 06: Ano de I nauguração dos Hiperm ercados Extra do Estado de São Paulo.

147

Tabela 07: Ano de I nauguração dos Hiperm ercados D’avó do Estado de São Paulo.

148

Tabela 08: Ano de I nauguração dos Hiperm ercados Carrefour do Estado de São Paulo.

148

Tabela 09: Ano de I nauguração dos Hiperm ercados SONDA do Estado de São Paulo.

148

Tabela 10: Ano de I nauguração dos Hiperm ercados BI G do Estado de São Paulo.

(16)

Tabela 11: Ano de I nauguração dos Hiperm ercados Wal Mart do Estado de São Paulo.

149

Tabela 12: Evolução das redes de loj as de conveniência entre 1989 e 2000.

156

Tabela 13: Tipo de m oradia na Região Metropolitana de São Paulo em 1975 e 1999.

173

Tabela 14: Shopping Cent ers do Est ado de São Paulo que possuem

Superm ercado ou Hiperm ercado com o loj a âncora em 2002.

182

Tabela 15: Distribuição das lojas controladas pelo Carrefour no Brasil em 2002.

188

Tabela 16: Ano de I nauguração dos Hiperm ercados Carrefour no Brasil ent re 1975 e 2002.

189

Tabela 17: Distribuição das Lojas controladas pela Sonae no Brasil em 2002.

192

Tabela 18: Distribuição das lojas controladas pelo Grupo Pão de Açúcar no Brasil em 2001.

(17)

RESUM O

A m etrópole paulista desem penha papel central no com ando da econom ia do Brasil, configurando- se com o pont o de int erligação e com unicação ent re o m undo e nosso país, sendo a port a de entrada, consolidação e expansão dos m ais diversos tipos de investim entos de capital. No com ércio varej ista esse m ovim ento se torna claro quando se analisa o papel das grandes em presas brasileiras e das m ultinacionais a partir da força que os superm ercados, hiperm ercados e loj as de conveniência desem penham hoj e no cotidiano das cidades. A distribuição alim entar passou por inúm eras m odificações nos últim os cinquenta anos introduzindo novas form as de com ércio que foram adaptando- se às novas características da sociedade brasileira. O com ércio 24 horas m etropolitano é um atribuito novo dentro do espaço urbano brasileiro e tem propiciado a const rução de novos elem ent os para a reprodução do espaço urbano. O com ércio 24 horas é o ponto central de análise desta dissertação, que ao longo de três capítulos trata de apresentar, desenvolver, analisar e concluir com o que o com ércio varej ista brasileiro criou novos m étodos para distribuir as m ercadorias no espaço urbano, sendo as loj as de funcionam ento 24 horas, um a das últim as novidades criadas pelo com ércio na busca da am pliação do lucro.

(18)

ABSTRACT

The m etropolis of São Paulo has a central role in the Brazilian econom y com m and, configuring as an interconnection and com m unication point between world and our country, being the entrance door, consolidation and expansion of m any kinds of capital investm ents. I n the retail com m erce that progress becom es clear when we investigate the Brazilian big corporations and the transnational corporations from the power that the superm arket, hyperm arket and convenience stores have in the urban daily routine nowadays. The food distribution has been through m any changes in the last fifteen years introducing new ways of com m erce whose have been adapt ed t o t he new charact erist ics of the Brazilian society. The m etropolitan 24- hour com m erce is a new attribute inside the Brazil urban space and it allows new elem ents construction to the urban space reproduction. The 24- hours com m erce is the central point of this dissertation analyzes, which through three chapters shows, develop, analyze and conclude how the Brazilian retail com m erce has created new ways to distribute goods in the urban space, being the 24- hours st ores, one of t he last news m ade by the com m erce to m ake the incom e bigger.

(19)

1 – I N TRODUÇÃO

A Geografia Brasileira nos últ im os anos t em t ido dest aque no cenário m undial devido aos avanços teórico- m etodológicos realizados por alguns pesquisadores com intuito de m ontar e diversificar um leque de conceitos atualizados para contribuir na explicação da realidade do m undo de hoj e. A Geografia Urbana tem sido um a das áreas de grande crescim ento conceitual, principalm ente com aqueles pesquisadores que consideram o espaço urbano um ente em plena transform ação, que incessantem ente é obj eto de diferentes estratégias políticas e econôm icas, sendo produt o, meio e condição para a reprodução social.

Dentre os diversos agentes que atuam na produção e reprodução do espaço urbano destacam os aqueles que integram o circuito da troca e da distribuição de m ercadorias, isto é, as atividades ligadas ao com ércio. Ao exam inarm os a história da cidade1, vem os que as atividades ligadas à troca de m ercadorias e a fixação de povos em determ inados lugares são fatores prim ordiais para o nascim ento de um a cidade. Em sua história percebe- se que vários foram os processos sócio - espaciais que contribuíram para sua produção e reprodução.

Ao longo dos séculos, a cidade ganhou e perdeu funções conform e o m odo de produção vigente e assim , até início do século XI X as atividades do cam po estavam im pregnadas na cidade. Com a industrialização crescente ao longo dos séculos XI X e XX, as atividades da produção industrial apontavam inclusive para o desenvolvim ento da sociedade, entretanto, presenciam os a partir do últim o quartel do século XX um a grande transform ação nas atividades industriais e que m uitos autores têm denom inado de “desindustrialização da cidade”, isto é, a indústria deixa as cidades, m etrópoles e passa a localizar- se em locais próxim os, ligados pelos grandes sistem as de transporte ( rodoviários, aéreos, ferroviários, m arítim os), construídos para dar m aior fluidez ao espaço. As atividades com erciais e de serviços, em bora passando t am bém por inúm eras t ransform ações ao longo do t em po,

(20)

perm anecem na cidade, pois claro, fazem parte da natureza da cidade, são constitutivas do m odo de vida urbano. (Pintaudi, 1999).

Braudel (1982, p.351), afirm a que “ não existe cidade sem m ercado e sem estradas: alim entam - se de m ovim ent os”, e por est a afirm ação

percebe- se a im portância das atividades com erciais para a natureza da cidade e não há com o fazer um a distinção entre a natureza de am bas, pois sem pre cam inharam e cam inham j untas. O com ércio faz parte da razão de ser da cidade, viabiliza sua existência, explica sua organização e justifica inúm eros m ovim entos que se desenvolvem em seu interior.

Analisar o com ércio e suas form as possibilita assim , com preender o espaço urbano e suas com plexidades, enxergar as m udanças na sociedade, na estrutura urbana e na evolução dos valores. Para a Geografia, o estudo das atividades com erciais possibilita ver a dinâm ica da sociedade e o processo de ( re) produção da cidade, pois a localização do com ércio sem pre dem andou situações estratégicas, isto é, suas funções expressam e contêm centralidade. Pintaudi (1999), afirm a que para análise das form as com erciais é necessário tam bém desvendar o tem po do cotidiano, pois é nele que as contradições da dinâm ica da sociedade apresentam - se com sua m aior pot ência.

Neste contexto, pesquisadores vinculados ao Grupo2 sobre a “ Mundialização do Com ércio” da União Geográfica I nternacional têm trabalhado a partir dessa perspectiva nos últim os anos, pesquisando sobre as form as do com ércio e o seu papel na re- produção do espaço urbano.

Em nosso t rabalho, est am os considerando que o espaço geográfico é produt o e condição para a reprodução das relações sociais que se estabelecem entre os hom ens através do trabalho, para se apropriar da nat ureza3. Assim , podem os avançar em nossas reflexões a respeito das relações entre cidade e com ércio, objetivo principal desta Dissert ação.

Um dos cam inhos t eóricos para ent ender o espaço urbano atualm ente passa pelas contribuições de Henri Lefèbvre. Este autor, a partir da crítica da vida cotidiana e da crítica da econom ia política do espaço, nos leva a

2 São pr ofessor es pr incipalm ent e das seguint es Univ er sidades: Univ er sidade Est adual Paulist a, Univ er sidade de São Paulo, Univ er sidade de Bar celona, Univ er sidade Complut ense de Madr id, Univ er sidade de Lisboa, Univ er sidade de Par is, Univ er sidade de Liège, Univ er sidade de Dublin e de alguns I nst it ut os na Ásia e na Áfr ica.

(21)

pensar de m odo profundo as cont radições que se t ravam no t em po e no espaço produzidas pelas relações sociais, conduzindo- nos à com preensão do espaço com o produt o e condição das relações sociais de produção.

Com o avanço do processo de globalização, novas cont radições surgem e são reproduzidas no espaço geográfico, ganhando com plexidade, cabendo aos geógrafos se dedicarem ao desvendam ento da realidade que se anuncia.

As cidades, principalm ente a grande cidade, a Metrópole, se tornam o elo de ligação entre a m undialidade que invade a todos os locais e o lugar onde a vida se realiza, fazendo surgir estranham entos e descom passos de ações.

No est udo das form as do com ércio esses descom passos e diferenças que se produzem na relação global- local se tornam evidentes e ganham força, já que antes de qualquer coisa são form as produzidas pelas relações sociais. Desde j á concordam os com Pintaudi quando afirm a que:

“ As form as com erciais são, antes de m ais nada, form as sociais; são as relações sociais que produzem as form as que, ao m esm o tem po, ensejam relações sociais. Analisar as form as com erciais, que são form as espaciais hist óricas, perm it e- nos a verificação das diferenças present es no conj unt o urbano, o ent endim ent o das distinções que se delineiam entre espaços sociais. Em sum a, colet ivam ent e, as formas sociais dão ensej o à analise das diferenças4” .

Em nossa pesquisa pretendem os analisar os diferentes m odos de uso por part e dos consum idores de t rês form as do com ércio, dest acando seu padrão de localização e o rit m o de consum o que se produz nest es estabelecim entos na m etrópole paulista, dando ênfase às lojas que funcionam 24 horas, pois acreditam os que a extensão do horário de funcionam ento reflete um a nova dim ensão da reprodução social, configurando um a adaptação do com ércio aos novos padrões sociais.

4 Pint audi, S.M. A cidade e as form as do com ércio. I n: CARLOS, A.F.A. Novos cam inhos da

(22)

Desvendar as diferenças existentes entre as form as do com ércio nos faz enxergar os diferent es t em pos exist ent es na m et rópole, cada um com sua com plexidade e seus ritm os.

Para t ant o, t rabalham os com a hipót ese de que as novas form as com erciais, que t êm com o um a de suas características funcionar durante dia e noite, se constituem em m ais um a transform ação da atividade com ercial para at ender aos novos padrões e m odos de consum o da sociedade. Os estabelecim entos que funcionam 24 horas, possibilitam a reprodução das relações de produção, a partir, tanto das transform ações no âm bito do trabalho com o no ritm o da vida urbana, j ustificando seu funcionam ento incessante.

Neste estudo, estarem os analisando de form a específica os Superm ercados, Hiperm ercados e Loj as de Conveniência procurando identificar as diferenças de uso por parte do m ercado consum idor e tam bém das estratégias de localização na m etrópole paulista. Acreditam os que averiguar o padrão locacional das em presas do setor superm ercadistas e das loj as de conveniência nos perm itirá ver o m ovim ento que se processa entre os diferentes usos que a sociedade faz do com ércio, ist o é, os deslocam ent os que se realizam na m et rópole para a efet ivação do consum o e as suas conseqüências para a reprodução do espaço urbano.

Analisando o com ércio 24 horas podem os desvendar algum as das novas caract eríst icas que se est ão processando na m et rópole nos últ im os anos, principalm ente no últim o decênio. Os estabelecim entos que funcionam dia e noit e represent am , ao m esm o t em po, um a adapt ação aos novos padrões da sociedade e tam bém oportunidade a todos aqueles que participam do tem po da m etrópole: incessante, fluido e escasso.

Consideram os que as novas relações de trabalho que propiciaram o surgim ento de novas profissões, o redim ensionam ento dos papéis dentro da casa e da estrutura fam iliar, os novos padrões da sociedade baseados no individualism o e a generalização do consum o são alguns dos fatores que auxiliaram para o funcionam ento incessante do com ércio, principalm ente dos grandes estabelecim entos varej istas que se propõem estar à disposição do consum idor em qualquer m om ento de realização da vida, isto é, em todos as instâncias da vida cotidiana.

(23)

ali onde surgiram os prim eiros superm ercados, hiperm ercados, lojas de conveniência, grandes m agazines especializados e tam bém as franquias. Além disso, é o lugar do país com a m aior diversificação e concent ração de estabelecim entos com erciais.

Outro fator que nos levou a escolha da Grande São Paulo foi o seu tam anho, tanto populacional com o de área urbana. É a m aior m etrópole do país que contém todas as faixas de renda em proporções variadas, distribuídas por suas várias partes, e para o com ércio isto é fundam ental para a sua distribuição espacial.

São Paulo está inserida num a rede de cidades que com andam a econom ia m undial denom inadas “ Cidades Globais” por m uitos autores, sendo os pont os de cont role do t erritório nacional tornando- se um vetor de difusão de t odas as inovações no plano econôm ico e social. Seu papel de com ando da econom ia brasileira se expressa em t odos os ram os da econom ia e, no com ércio, é bem evidente, pois abriga a sede das m aiores em presas do set or varej ist a do país além do m aior núm ero de estabelecim entos superm ercadistas.

Ao longo do últim o século, São Paulo foi ganhando e perdendo inúm eras funções. Se no início do século era o capital cafeeiro que dava im pulso a econom ia da cidade, a partir de m eados do século a indústria tom a esse posto e após a década de 1970 é o set or t erciário – com ércio e serviços - e o capital financeiro que vão traçar o cam inho de desenvolvim ento da grande São Paulo. De cidade de econom ia agrícola passa para a grande cidade industrial e hoje é a m et rópole dos serviços.

“ A base indust rial foi o alicerce para que São Paulo hoj e se tornasse um a cidade inform acional, um centro internacional de serviços. São Paulo é agora, relat ivam ent e m enos fort e, em produto e em emp rego industrial, m as sua força aum ento, no país e no m undo, graças ao fat o de que a at ividade de serviços se desdobra, criando um expressivo setor terciário de com ando, baseado na inform ação ( concepção, direção, coordenação, cont role)5” .

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A refuncionalização é frut o dos diversos agent es que vem influenciando na reprodução do espaço m etropolitano, principalm ente o Estado brasileiro e o capital internacional.

No plano do com ércio esse m ovim ent o é vist o at ravés dos investim entos realizados para a construção dos est abelecim ent os e a localização deles, pois antes estavam concentrados no centro histórico e após a década de 1950 foram seguindo os eixos de circulação rum o a região sudoeste da m etrópole e às vias m arginais aos rios Tietê e Pinheiros, apresentando hoje, um padrão difuso do inicial, estando as grandes superfícies com erciais ao longo de novas áreas da cidade, produzidas após a década de 1970, fruto de novos loteam entos e da expansão urbana para as periferias.

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2 - FUN DAM EN TAÇÃO TEÓRI CA E METODOLÓGI CA

Nesta pesquisa, a crítica da vida cotidiana e a reprodução do espaço urbano conduzem nosso pensam ent o para analisar o funcionam ent o 24 horas dos superm ercados, hiperm ercados e lo jas de conveniência na Grande São Paulo.

Deste m odo, consideram os as m últiplas relações sociais que se reproduzem no espaço m etropolitano, principalm ente aquelas baseadas no tem po quantitativo, escasso, fluido, condicionado pelos elem entos form adores da dita sociedade produtivista, onde o tem po da produção invade e program a o cotidiano.

Estam os utilizando o m étodo desenvolvido por Henri Lefèbvre para a realização de nossa análise porque acreditam os que o m ovim ento de reflexão em butido nele nos propicia descobrir as diferentes contradições desenvolvidas ao longo do tem po e m aterializadas no espaço. Por outra parte, nos faz enxergar com o que se estabelece o diálogo entre os diferentes m om ent os da reprodução social, auxiliando no desvendam ent o de com o se processa a existência de diferentes form as no espaço urbano.

O m ét odo, denom inado Regressivo – Progressivo6, tem sido utilizado por pesquisadores brasileiros e foi desenvolvido por Lefèbvre no intuito de auxiliar os trabalhos em Sociologia Rural, pois a partir de 1950, o Aut or entendia que os m étodos até então utilizados, não davam conta de explicar todas as instâncias dos problem as rurais. Segundo Lefebvre quando analisa alguns m étodos existentes naquele m om ento, diz que “ o m ét odo et nográfico sem pre corre o perigo de t om ar com o nat urais fat os sociais profundam ent e conform ados pela História e pelas estruturas do conjunto atualm ente existente7“ .

As crít icas que Lefèbvre faz ao m ét odo et nográfico t am bém se estendem ao m étodo da arqueocivilização, pois este, além de cont er os m esm os problem as do antecedente, considera a existência de um a civilização rural que desapareceu, fazendo um a oposição ent re o m eio nat ural e o m eio t écnico.

6 Est e m ét odo se encont r a publicado em LEFÉBVRE, H. De lo rural a lo urbano. Barcelona: Península, 1978.

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Outro m étodo existente na época o qual Lefèbvre encontra problem as é o histórico cultural, pois perm ite a construção de com plexos que substituem os fatos através de um procedim ento hipotético dedutivo.

O m ét odo m onográfico, m uit o ut ilizado t am bém pelos geógrafos tradicionais, deve ser utilizado com precauções, conform e adverte Lefèbvre ( op.cit) , j á que m uitas vezes os pesquisadores se perdem em detalhes locais não dando conta de explicar o real. Um outro m étodo utilizado pelos geógrafos e que Lefèbvre (op.cit) tam bém questiona sua relevância é o tecnológico8, que está reduzido aos lim ites das t écnicas, dos m odelos.

Dest e m odo, est e Aut or apont a o m ét odo Regressivo - Progressivo com o um cam inho para o entendim ento da totalidade, fundam entalm ente baseado no m aterialism o histórico- dialético.

Est e m ét odo prevê t rês m om ent os de invest igação: Descrit ivo, Analítico – Regressivo e Histórico – Genético. Apesar de buscar na história os aport es para explicar o at ual, est e m ét odo não conduz ao est udo do t em po cronológico, sucessivo, pois através da análise regressiva – progressiva recupera- se os m om ent os das t em poralidades coexist ent es e descom passadas.

O prim eiro m om ent o – Descritivo – se processa pela observação do obj et o de est udo.

“ Observação, m as inform ada pela experiência e um a teoria geral. No prim eiro plano: a observação sobre o terreno. Utilização prudent e das t écnicas de pesquisa ( ent revist as, quest ionários e dados est at íst icos)9” .

Em nosso caso, a observação e descrição part em dos superm ercados, hiperm ercados e loj as de conveniência que funcionam 24 horas na Grande São Paulo.

Não é um a observação pura e sim ples do visível, pois isso nos levaria a um relato. A crítica da vida cotidiana apóia nossas observações. Sobre o prim eiro m om ent o do m ét odo, José de Souza Mart ins analisa dizendo que:

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“ Cabe ao pesquisador, reconstituir, a partir de um olhar t eoricam ent e inform ado, a diversidade das relações sociais, ident ificar e descrever o que vê. Nele, o t em po de cada relação social ainda não est á ident ificado1 0” .

O segundo m om ent o é o Analítico – Regressivo e conform e Lefèbvre:

“ É a análise da realidade descrit iva. Deve- se t ent ar fecha- la exat am ent e para não se cont ent ar com um a relação de “ arcaísm os” sem data, sem com paração um as com as outras1 1” .

Esta fase prevê a coexistência de diferentes relações socais com datas desiguais. Conform e Martins

“ ...a realidade é analisada e decom posta. É quando o pesquisador deve fazer um esforço para dat á- la exat am ent e. Cada relação social t em sua idade e sua dat a, cada elem ent o da cult ura m at erial e espiritual tam bém tem a sua data. O que no prim eiro m om ento parecia sim ult âneo e cont em porâneo é descobert o agora com o rem anescent e de época específica. De m odo que no vivido se faz de fat o a com binação prát ica de coisas, relações e concepções que de fat o não são cont em porâneas1 2” .

É nest e m om ent o que os dados hist óricos, as estatísticas e a econom ia são utilizados para auxiliar a pesquisa.

Em nosso t rabalho, o segundo m om ent o est á em fase de desenvolvim ento, j á que necessitam os de m uitos dados históricos e estatísticos, os quais ainda estam os buscando para reconstituir o m om ent o de im plant ação das grandes superfícies com erciais na Grande São Paulo e os diferentes horários de funcionam ento de cada form ato de loj a nas diferentes regiões da m etrópole.

10 MARTI NS, J.S. Henri Lefèbvre e o retorno a dialética. São Paulo: Cont ex t o, 1996, p.20. 11 LEFÉBVRE, ( op.cit )

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Estam os levantando elem entos da sociedade dita produtivista e no processo de m undialização do com ércio varej ista para fazer esse m ovim ent o1 3.

O t erceiro m om ent o é o Histórico – Genético, que se baseia num a

“ t ent at iva de classificação genét ica das form ações e est rut uras, no m arco do processo do conj unt o. Tent at iva, port ant o, de regressar

ao at ual descrit o ant eriorm ent e, para reencont rar o present e, m as elucidado e com preendido: explicado1 4” .

Nest a fase reencont rarem os com a est rut uração do com ércio 24 horas e seu processo de form ação, onde buscarem os reencont rar as m odificações existentes tanto na sociedade com o nos equipam entos com erciais. Um m arco analítico geral de transform ação deve ser descoberto e correlacionado a t odo o conj unt o do processo.

Martins esclarece- nos afirm ando que

“ Nesse m om ento regressivo- progressivo é possível descobrir que as cont radições sociais são hist óricas e não se reduzem a confront os de int eresses ent re diferent es cat egorias sociais. Ao cont rário na concepção lefebvriana de cont radição, os desencont ros são t am bém desencont ros de t em pos e, port ant o, de

possibilidades. Na descobert a da gênese cont radit ória de relações e concepções que persist em est á a descobert a de cont radições não resolvidas, de alt ernat ivas não consum adas, necessidades insuficientem ente atendidas, virtualidade não realizadas. Na gênese dessas cont radições est á de fat o a gest ação de virtualidades e possibilidades que ainda não se cum prem1 5” .

Esta fase final do m étodo será apresentada no capítulo 3 onde trabalharem os os elem entos constitutivos da Sociedade Burocrática de

13 Acr edit am os que o funcionam ent o 24 hor as do com ér cio, além de ser fr ut o das m odificações na est r ut ur a social, confor m ando um a adapt ação, suscit a t am bém a r epr odução do e spaço e de novas r elações sociais, aux iliando par a o sur gim ent o de nov as cont r adições.

14 Lefèbvre, H. De lo rural a lo urbano. Barcelona: Península, 1978, p.71.

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Consum o Dirigido, tam bém estudados por Lefèbvre1 6, e sua em ergência. A reprodução das relações de produção serão consideradas com o essenciais para elucidarm os o m arco geral de transform ação. Além disso, é nesta etapa quando o present e e o passado aparecem em coexist ência, apont ando t odas as cont radições surgidas devido ao m ovim ent o da reprodução do espaço urbano.

Vale ressaltar que para a Geografia, esse m étodo é valioso, pois nos faz pensar em busca do m ovim ento de constituição da totalidade e não apenas de elem entos, fases ou agentes da re- produção do espaço urbano. Os recursos da história, dados estatísticos e m ateriais cartográficos devem ser utilizados para a m elhor com preensão do real, pois som ente assim , conseguirem os ver com o se processa e se realiza a produção do espaço e não apenas sua organização.

É sobretudo na vida cotidiana que podem os enxergar os fatores que possibilit aram o surgim ent o das novas form as com erciais e t odo o processo de t ransform ação e adapt ação por part e dos consum idores e da produção material. Trata- se de ir além de estudos baseados na influência direta dos atores da globalização econôm ica no lugar, e sim ver com o que se trava o em bate entre essas duas instâncias e com o surgem as possibilidades de saída desse processo que busca a hom ogeneização do espaço e dos hábit os.

Ter o cotidiano com o categoria de análise para os estudos geográficos significa concentrar- se no plano do lugar, do vivido, do elem entar, do real e de suas possibilidades. A partir da vida cotidiana, se pode enxergar além do dom ínio do m undial no lugar, pois possibilita ver as contradições surgidas desta relação e o aparecim ento do extraordinário.

“ O estudo da vida cotidiana determ ina o lugar em que se form ulam os problem as concretos da produção em sentido am plo. A maneira como é produzida a existência dos seres hum anos com as t ransições da escassez para a abundância e do precioso para o deteriorado1 7” .

É na vida cotidiana onde se m aterializa a j unção do processo produtivo e sua reprodução, num m ovim ento com plexo e contraditório .

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“ O cot idiano é onde as relações sociais de produção se est rut uram na vida urbana em t odos os sent idos, e port ant o é at ravés dele que as m udanças no t em po e no espaço conseguem se m aterializar1 8” .

Com o est am os est udando a Met rópole e um de seus elem ent os – o com ércio - , se faz necessário considerar três tipos de níveis escalares conform e Carlos1 9: O plano do espaço m undial; o plano do lugar; e o plano da m etrópole. Acreditam os ser um dos cam inhos atuais dentro da geografia para alcançar o m ovim ento de repro dução da sociedade.

Cada um desses três planos contém de m odo articulado, suas lógicas e características. O m undial se revela com o virtualidade e produção contínua do novo. O lugar contém e revela o plano do vivido e as interações e descom passos ent re o m undial e o local. A m etrópole dá a perspectiva de com preensão da cidade com o obra hum ana e m aterialidade produzida ao longo da história, conform ando o plano de m ediação entre os dois outros níveis2 0.

Nesta pesquisa consideram os esses três níveis dentro da articulação com ércio - cidade possibilitando a reflexão de com o se processa esse diálogo.

Para tanto, dividim os em três fases a construção deste trabalho. A prim eira fase constitui o prim eiro m om ento do m étodo e isto j á realizam os e est arem os apresent ando neste relatório com o capítulo 1. Procuram os apresentar com o está estruturada a distribuição dos estabelecim entos 24 horas na Grande São Paulo das form as em análise e tam bém sua articulação no plano espacial, isto é, os padrões de localização conform e renda, população e eixos de circulação. Além disso, realizam os trabalho de cam po, conform e j á exposto na parte 2 deste relatório, que nos possibilitou analisar o m ercado consum idor e os diferentes ritm os de consum o processados nos t rês diferent es form at os de venda.

A segunda fase da pesquisa, que ainda está em processo de desenvolvim ento concentra- se nos dois últ im os m om ent os que o m ét odo exige. A análise regressiva se baseará no processo de instalação das grandes superfícies com erciais na Grande São Paulo e com o a sociedade vem passando

18 ORTI GOZA, S.A.G. O tem po e o espaço da alim entação no centro da m etrópole paulista. Rio Claro: UNESP, 2001, 195p. Tese ( dout orado em Geografia) – I GCE – UNESP, 2001, p. 04 19 CARLOS, A. F. A. Espaço- Tem po na Metópole. São Paulo: Cont ex t o, 2001, 380 p.

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por transform ações, a partir de novos m odos de vida que vão se delineando. No plano econôm ico, é o m om ent o de desvendar a passagem do capit alism o de base produtiva fordista- taylorista para a produção flexível e todas as conseqüências no plano político e cultural advindas deste m ovim ento, principalm ente no plano das relações de trabalho.

Para as form as com erciais t ent arem os dat ar seu processo de im plantação e a reprodução do espaço urbano, relacionada com a expansão urbana e os novos em preendim entos im obiliários.

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CAPÍ TULO 1

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1 – APRESEN TAN DO A PROBLEMÁTI CA

Este capítulo trata da problem ática do com ércio 24 horas na Grande São Paulo contem plando os Superm ercados, os Hiperm ercados e as Loj as de Conveniência. Busca identificar a diversidade de relações sociais que se processam neles e entre eles.

Apresenta considerações sobre a distribuição destes estabelecim entos varej istas pela região m etropolitana de São Paulo apontando para as áreas de m aior e m enor concent ração conform e suas respect ivas localizações.

Busca tam bém , refletir sobre as novas relações espaço- t em po na m etrópole através da análise do processo de generalização da m ercadoria e as diferent es form as de com ércio e de consum o.

Por m eio de dados secundários e das entrevistas realizadas, apresentam os um quadro geral do consum idor noturno da m etrópole: suas necessidades e m odo de vida.

As variadas form as de com ércio present es hoj e na m et rópole nos faz perceber o m ovim ent o de ( re) produção da sociedade, j á que, com o ant eriorm ent e apont ado, as form as com erciais são t am bém form as sociais, são frut os dos diferent es m odos de apropriação do espaço urbano.

A t roca de m ercadorias é um m om ent o no processo geral da produção2 1 em que se estabelecem as m ais variadas relações sociais, sendo o m ercado, sua form a m ais característica. Na história da cidade o lugar do m ercado sem pre dem andou situações estratégicas, pois sua finalidade é de produzir e aproveitar- se da aglom eração, configurando- se com o um elem ent o produtor de centralidade.

Conform e Lefèbvre2 2 “a centralidade é parte constitutiva essencial do fenôm eno urbano” e se considerarm os que a centralidade é tam bém pré-requisit o para as form as do com ércio, chegarem os a conclusão que o com ércio é elem ento fundam ental para a form a urbana, sendo produto e condição de situações estratégicas.

21 De acordo com Marx, K. I ntrodução à crítica da econom ia política. São Paulo: Col. Os pensador es, 1973, 115p.

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A centralidade que as form as do com ércio produz está ligada à natureza da troca de m ercadorias que dem anda e produz a aglom eração. Na hist ória do com ércio, o m ercado e o hiperm ercado são os represent ant es extrem os da evolução dos lugares destinados à troca de alim entos, onde cada um tem seu lugar. Conform e as cidades iam crescendo novas condições foram sendo im post as para o com ércio e assim , foi- se desenvolvendo novas m aneiras para possibilitarem a troca.

Na m etrópole, a idéia de centralidade hoje, está ligada ao processo de expansão e crescim ent o urbano, onde o cent ro - histórico – não é m ais o único lugar onde tudo se pode encontrar, a diversidade de funções está distribuída por todo espaço m etropolitano. Segundo Carlos2 3 “a centralidade acentua- se, isto é, o centro histórico representa ainda o locus da adm inistração, da organização política”. O centro contém todavia a sua im portância política e

social, m ant endo seu conteúdo sim bólico. A autora continua dizendo que hoj e

“ Assist e- se à const rução de um a pluralidade de cent ros ( cult urais, religiosos, sim bólicos, de m ercado, etc.), ao m esm o tem po em que se est rut uram as periferias, est endendo- se a perder de vist a, englobando sem pre novas áreas e ext ensões fragm ent adas. Esses elem entos revelam a m etrópole polinucleada2 4” .

A m etrópole hoje está constituída por atividades de diversas naturezas, fruto de ações políticas, econôm icas e sociais, condensando riqueza, poder, inform ação e cultura. Suas diversas partes vão se estruturando conform e a m obilização dos setores produtivos articulados às ações políticas no seu interior, produzindo efeitos de valorização/ desvalorização de áreas inteiras, art iculando t odo o conj unt o da m et rópo le.

Esse m ovim ent o é frut o das novas relações ent re o local e o global que se anuncia com o discurso hom ogeneizador, produzindo contradições surgidas nessas relações.

“ A cent ralidade liga- se hoj e, port ant o, a um a nova capacidade de

concent ração. No quadro produzido, o espaço fragm ent a- se; é raro em torno dos centros onde é literalm ente pulverizado, vendido em

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lotes, podendo m esm o assum ir as funções de reserva de valor, m eio de segregação, elem ent o e dispersão da sociedade nas periferias e subúrbios. I sto porque a cidade explodiu e concret izou-se a part ir de novas form as, est rut uras e funções, onde áreas

im ensas ganham novo valor de uso e, conseqüentem ente, valor de t roca, pois o espaço, m ercant ilizado, insere - se no m undo da m ercadoria2 5” .

Nest e cont ex t o, o com ércio é ent endido com o um elem ent o fundam ental para a construção de novas centralidades de acordo com Lefèbvre2 6 quando diz que “ o fat o de que qualquer pont o pode ser t om ado com o cent ro é o que caracteriza as relações espaço- t em po no urbano” . Dest e m odo , se inicialm ente as form as de com ércio estavam concentradas no centro da m etrópole e distribuídas conform e a m ercadoria vendida, hoj e o que vem os é a concentração em determ inados lugares da m etrópole de grandes superfícies com erciais que vendem t oda a sort e de produt os, com o Hiperm ercados,

Shopping Cent ers e Superm ercados, fazendo desaparecer a função de

abastecim ento fam iliar dos pequenos e tradicionais estabelecim entos com o os em pórios, m ercearias, quitandas e bazares. Essas grandes superfícies com erciais produzem um novo tipo de relação social onde se estabelecem , além de influenciarem na estruturação da cidade, dem andando a construção de novas infra- estruturas, com o novas avenidas, rotas de ônibus, m etrô e trem .

No processo de expansão do espaço urbano m etropolitano, vários foram os agentes ligados ao com ércio que influenciaram na valorização/ desvalorização de áreas inteiras da m etrópole, com binados ao adensam ento de serviços especializados, fazendo surgir grandes concentrações de estabelecim entos com erciais em alguns distritos de São Paulo, onde fatores com o nível de renda, núm ero populacional e infra- estrutura viária contribuíram para t ant o.

No m om ento atual, quando o discurso da m ercadoria e do consum o encont ra- se num est ágio alt am ent e com plexo e cont raditório, e um a nova estrutura social vem se anunciando, o com ércio, neste contexto, tem sido

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um im portante agente para a produção de novas relações sociais e de adaptação a est as t ransform ações na sociedade.

A produção industrial, o m undo do trabalho e as atividades ligadas ao lazer, a partir das transform ações ocorridas desde a segunda m etade do século XX, têm sido para o com ércio os elem entos que m ais contribuíram para o surgim ento de novas form as com erciais. Na m etrópole, que hoj e se apresenta com o a form a m ais elaborada do processo de urbanização, as form as do com ércio tom am um a com plexidade ainda m aior, pois a diversidade de usos precipita na m aior variedade de relações sociais.

Desde m odo concordam os com Carlos2 7 quando diz que a m etrópole revela toda a com plexidade do atual estágio de desenvolvim ento do m undo, pois é elem ento histórico, construção hum ana, obra e produto das relações sociais de produção. Nessa linha, a m esm a autora afirm a que a m et rópole:

“ Revela um m om ento histórico do processo de reprodução da cidade, port ant o não est am os diant e de um novo processo, m as de t ransform ações hist óricas no processo de const it uição do espaço urbano. Assim , a noção de cidade ganha nova am plitude revelando- se em sua hist oricidade, aparecendo com o cat egoria cent ral da análise ao revelar a m at erialização do processo hist órico de produção do espaço geográfico. Assim , do m esm o m odo que em cada m om ento da história se produz um espaço, este revela, em cada m om ento histórico, um a cidade e suas possibilidades2 8” .

No plano do com ércio o período atual contém a m aior variedade de form as, ganhando m aior com plexidade e, na m etrópole, os lugares destinados à troca e ao consum o de m ercadorias revelam grande diversidade de usos onde novas cont radições surgem . As form as do co m ércio hoj e se apresent am adaptadas à m orfologia da m etrópole, isto é, à estruturação das diferentes regiões de acordo com o nível de renda, infra- estrutura viária e aos locais disponíveis para a am pliação dos estabelecim entos e para novas inaugurações.

27 CARLOS, A F A. A Cidade. São Paulo: Cont ex t o, 135p.

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Carreras2 9 cham a a at enção para o fat o de que um dos m om ent os principais envolvidos no processo de consum o e de reprodução da cidade está na escolha do lugar de com pras e sua respectiva localização, sendo dois fatores determ inantes para a estruturação do espaço urbano e do processo produt ivo.

“ O m om ento culm inante é o m om ento da com pra do produto ou da aquisição do serviço com o m aterialização do consum o em si m esm o, m as não é o único, nem talvez o m ais im portante. Mas este m om ento requer um espaço e um a localização bem concret a, os que podem ser cham ados espaço do consum o: o m ercado, a

loj a, o shopping cen t er3 0” .

Para m elhor t rat ar dos assunt os referent es às form as do com ércio, obj eto de nossa pesquisa, apresentarem os um quadro geral do setor superm ercadist a e das lojas de conveniência hoje na Grande São Paulo para, logo após, levarm os adiant e a discussão do com ércio 24 horas.

29 CARRERAS, C. “ Consum ir ou com pr ar . Repensando o consum o ur bano à luz da globalização” .

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2 - OS SUPERM ERCADOS

Atualm ente no Estado de São Paulo existem m ais de 6.200 superm ercados e hiperm ercados representando 27,0% do m ercado nacional segundo o Censo 2000 da Associação Brasileira de Superm ercados - ABRAS. Estim a- se que os m unicípios da Grande São Paulo concentram m ais de 60% de todos os estabelecim entos do Estado. Esses dados aj udam a visualizar a dim ensão do m ercado paulist a para o set or superm ercadist a do com ércio varej ista e a concentração na região m etropolitana.

Quant o ao núm ero de em presas, são m ais de 5.000 no Est ado, ent ret ant o as 10 m aiores respondem por m ais de 50% do t ot al do fat uram ent o, revelando tam bém grande concentração financeira na m ão de poucas em presas.

Entre as 500 m aiores em presas superm ercadistas do país, 185 são paulistas respondendo a 38,9% do faturam ento nacional. Apesar desse grande núm ero de em presas a m aioria funciona com um núm ero reduzido de loj as, entre 1 e 3 estabelecim entos. No Brasil, a m édia de loj as por em presa é de 1,24 com m édia de at é 200m2 de área de vendas. I sto é, apesar dos vários processos de fusão que estão ocorrendo no país, principalm ente a partir de m eados da década de 1990, ainda há um a grande pulverização de em presas pequenas m uitas vezes funcionando com o m ercearias ou quitandas que am pliaram sua área de vendas e colocaram um a caixa registradora.

Nas grandes cidades, principalm ente nos bairros m ais próxim os ao cent ro, o que se percebe é a concentração de estabelecim entos de m édio e grande porte e é na periferia que se pode encontrar a m aioria dos pequenos estabelecim entos que abastecem , em parte, o bairro.

De acordo com a ABRAS, 84,3% das loj as possuem at é 700 m2 de área de vendas e apenas 2,1% possuem m ais de 2.500 m2. 48,7% t êm no m áxim o 3 check- out s. Em São Paulo, este núm ero é de 40% e apenas 1% das

loj as possuem m ais de 50 check- out s. Do total das loj as no Brasil, 51,2% tem no

m áxim o dez anos de idade, refletindo o boom de inaugurações que ocorreram no

país na década de 1990, principalm ente após o Plano Real.

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de caixa ou serviços aut om at izados de entrega e recebim ento de m ercadorias em seus depósit os. Em São Paulo, est e núm ero é de 41,5% do t ot al de estabelecim entos.

Quanto ao horário de funcionam ento, segundo a ABRAS, 60,8% abrem suas port as aos dom ingos, m as apenas 10% funcionam 24 horas e est ão concentradas em cidades com m ais de 300 m il habitantes, fundam entalm ente nas regiões m etropolitanas.

Para esta pesquisa, selecionam os as 08 m aiores em presas do setor que possuem loj as na Grande São Paulo3 1 pois estas respondem pela m aior parte do núm ero total de estabelecim entos de m édio e grande porte e funcionam nas áreas m ais estratégicas da m etrópole. Além disso, a m aior parte das em presas de superm ercados possui no m áxim o entre um a e duas loj as localizadas m uitas vezes em apenas alguns distritos da capital ou ficando restritas aos m unicípios da região m etropolitana, e seus estabelecim entos foram se adaptando conform e as “ grandes em presas” iam inovando em seus sistem as operacionais e de venda3 2.

Essas 08 em presas respondem por 38% do fat uram ent o nacional e para o Est ado de São Paulo, concent ram m ais de 55% do fat uram ent o t ot al. Distribuem - se por t odas as regiões da m et rópole e operam com variados t am anhos de loj as, oscilando ent re 500 e 2.500 m2 de área de vendas com um a m édia de 12 check- out s por lo j a. A grande m aioria dos estabelecim entos tem

m enos de 10 anos em operação.

Sobre os superm ercados da Grande São Paulo, a dissertação de m estrado de Pintaudi3 3 apresent a com o foi o processo de surgim ent o e difusão nos prim eiros 20 anos destes estabelecim ent os. Na sua pesquisa, a Autora m ost rou a gênese e o desenvolvim ent o dos est abelecim ent os da m et rópole, e naquele m om ento eram 835 loj as divididas em um grande núm ero de em presas. A Cia. Brasileira de Distribuição, responsável pela m arca Pão de Açúcar, era a

31 As 8 em pr esas selecionadas possuíam fat ur am ent o br ut o super ior a 300 m ilhões de r eais em 2000, segundo a ABRAS, o que r epr esent a 0, 5% do t ot al nacional ou 5% do Est ado de São Paulo. 32 At ualm ent e dev ido ao gr ande núm er o de em pr esas super m er cadist as no país ser ia m uit o com plicado pr opor um a pesquisa com t odas as em pr esas, pois m uit as não liber am os dados e são na m aior ia das v ezes em pr esas de bair r o. Par a um a pesquisa desse por t e ser lev ada adiant e o ideal ser ia que um gr upo de pesquisador es pudessem r ealizá-la.

(40)

m aior em presa da época seguida de Peg & Pag, Morita, Eletroradiobras, Martins Sé, Sesi e Barateiro.

Atualm ente m uitas das em presas que funcionavam naquele m om ent o – década de 1970 – não est ão m ais em operação, pois algum as foram com pradas, indicando a concentração financeira do setor.

Um resultado que o trabalho de Pintaudi (op.cit) apresenta é a grande concentração de superm ercados nas áreas centrais da m etrópole e a rarefação em áreas periféricas principalm ente nas regiões Norte e Leste da capital. Hoje, analisando as m aiores em presas do setor, j untas possuem 216 loj as e apresent am um padrão de localização t am bém m uit o concent rado no cham ado centro expandido da m etrópole3 4.

Outro ponto interessante que a pesquisa de Pintaudi (op.cit) traz, é quanto ao pro cesso de aberturas das loj as na m etrópole, pois a partir de 1953, data de inauguração do prim eiro superm ercado em São Paulo, as regiões, da Consolação, Bela Vista, Santa Cecília, Pinheiros, Jardim Paulista, Aclim ação, I taim Bibi, Saúde, Moem a, Santana, Moóca, I piranga e Vila Prudente foram aquelas que m ais concentravam estabelecim entos inaugurados principalm ente antes de 1974 e atualm ente figuram entre as lojas m ais antigas da cidade.

At ualm ent e as grandes em presas do set or at uam com form at os de loj as específicos para cada clientela, principalm ente nos seguintes form atos: Superm ercados, Hiperm ercados, Loj as de Desconto (hard discount ) , Cash &

Carry ( at acado) , Loj as de Vizinhança, Hiperm ercados Com pact os.

Em São Paulo exist em t odos esses t ipos de loj a conform e a em presa. O Quadro 01 apresenta essa distinção.

(41)

Figura 01: Diferentes form atos de loj as do setor superm ercadista em operação na Metrópole Paulista.

Em pr e sa For m a t o Ca r a ct e r íst ica s

Pão de Açúcar Superm ercado Loj as entre 400 e 2.500 m2 de área de vendas,

cent rada nos consum idores de alt os rendim ent os. Grande quantidade de produtos im portados ( vinhos, queij os, hort ifrut i, carnes e doces)

Sé Superm ercado Loj as ent re 400 e 2.500 m2 de área de vendas, sem

dist inção de consum idor. As loj as possuem produt os diferenciados conform e a localização.

Coop Superm ercado Loj as ent re 1.500 e 3.500 m2 de área de vendas,

focalizado nas pessoas com faixa de rendim ent o m édio e baixo. As com pras são feitas a partir de cadast ro e os consum idores são considerados como cooperadores.

Champion Superm ercado Loj as ent re 1.500 e 3.000 m2 de área de vendas,

focalizando as pessoas com faixa de rendim ent o alt o e m édio. Grande quantidade de produtos im portados e de m arca própria.

Barateiro Loj a de Vizinhança Loj as entre 400 e 1.500 m2 de área de vendas,

centrado no público de baixa renda. Grande quantidade de produtos de m arca própria.

Todo Dia Loj a de Vizinhança Loj as ent re 1.500 e 3.000 m2 de área de vendas,

centrado no público de baixa renda. Grande

quant idade de produt os de m arca própria. Pouca preocupação com layout interno.

Sonda Superm ercado e

Hiperm ercado Com pact o

Lojas com 2.000 m2 de área de vendas com fort e

predom inância em gêneros alim entícios para os

superm ercados e loj as com 5.000 m2 de área de

vendas, sem dist inção de m ercado consum idor. Grande variedade em produtos perecíveis e para o lar para os hiperm ercados.

D’Avó Hiperm ercado

Com pact o

Loj as com 5.000 m2 de área de vendas, localizadas

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Extra Hiperm ercado Loj as ent re 7.000 e 15.000 m2 de área de vendas. Grande diversidade de produtos, incluindo sua própria m arca. Área de estacionam ento superior a 500 vagas.

Carrefour Hiperm ercado Loj as ent re 7.000 e 12.000 m2 de área de vendas.

Grande diversidade de produtos, incluindo sua própria m arca. Área de estacionam ento superior a 500 vagas.

Big Hiperm ercado Loj as entre 6.000 e 10.000 m 2 de área de vendas.

Focaliza m ais as pessoas com ext rat os de rendimento médio- alto e m édio- baixo. Grande diversidade de produtos, incluindo sua própria m arca. Área de estacionam ento superior a 500 vagas.

Wal Mart Supercent er Lojas com 12.000 m2 de área de vendas. Grande

diversidade de produtos, incluindo sua própria m arca com seções caract eríst icas de loj as de depart am ent os. Área de est acionam ent o superior a 1.000 vagas

Font e: Gr upo Pão de Açúcar , Car r efour , Sonda, D’av ó, Wal-Mar t , Sonae, Coop, Sé. Org: SI LVA, C.H.C.

O Carrefour atua ainda no set or de Loj as de Descont o com a rede

DI A – Superm ercado da Econom ia (figura 03), que têm com o características

atender ao público do bairro onde se localiza e vender produtos de m arca própria com baixos preços. Possui baixo investim ento de layout e as m ercadorias são

dispostas em suas próprias caixas, não havendo gastos com funcionários para repor as gôndolas. A Wal Mart, atua tam bém no setor de cash & carry com as

loj as Sam ´ s Club. Este form ato de loj a se caracteriza pela venda no atacado para clientes cadastrados que pagam um a taxa anual para poder realizar suas com pras.

Os superm ercados represent am 45% de nossa am ost ra, ou sej a, 216 estabelecim entos divididos entre 153 na cidade de São Paulo e 63 nos m unicípios da Grande São Paulo. São sete as em presas de nossa análise, a saber: Pão de Açúcar, Barateiro, Sé, Cham pion, Todo Dia, Sonda e Coop.

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Figura 03: Fot ografia do Form at o HardDiscount da em presa francesa Carrefour –

DI A% Superm ercado da Econom ia (Loj a do Cam buci)

Aut or: Carlos H. C. Silva

A figura 02 t raz a localização dos superm ercados na Grande São Paulo e a tabela 01 relaciona a quantidade de lojas de cada rede no Estado de São Paulo. A partir delas podem os fazer algum as considerações.

Pela figura 02 podem os perceber a grande concentração dos superm ercados no cham ado centro expandido da m etrópole principalm ente no seu vetor centro - sudoeste. Nesta região, percebe- se forte concorrência entre duas redes: O Pão de Açúcar e o Sé.

Nas áreas com preendidas entre o centro e a Av. Salim Farah Maluf na região leste há poucas lojas, e as que existem são principalm ente da rede Barateiro.

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Tabela 01: Distribuição dos Superm ercados na Grande São Paulo.

Superm ercado São Paulo Grande S.Paulo I nterior Tot al

Pão de Açúcar 55 ( 54) 7( 5) 57( 52) 119( 11

1)

Barateiro 59( 64) 33( 31) 25( 28) 117( 12

3)

Sé 32 ( 31) 7( 6) 22( 23) 61( 60)

Cham pion 1 1 20( 21) 22( 23)

Coop 0 14 3 17

Sonda 5 0 0 5

Todo Dia 1 1 0 2

Font e: Gr upo Pão de Açúcar , Coop, Sé, Car r efour , Wal-Mart . Org: SI LVA, C.H.C.

Na Zona Norte da capital há poucas lojas estando distrib uídas por vários distritos, não havendo um a grande concentração.

A Zona Leste é a m enos atendida por superm ercados, pois são poucas as lojas para a quantidade de habitantes que residem nesta parte de São Paulo. O Barateiro é o que m ais atende esta região.

A Zona Sul da capital é principalm ente atendida pela rede Barateiro, concentrada principalm ente na região de Santo Am aro e Socorro.

Quanto aos m unicípios da Grande São Paulo, Santo André, São Bernardo do Cam po e Guarulhos são aqueles que m ais possuem loj as. O Barat eiro é o m ais abundant e com 33 loj as seguido da COOP com 14 loj as.

A rede COOP está concentrada na região do ABC. As dem ais estão distribuídas tanto na capital quanto nos m unicípios da região m etropolitana. A rede Cham pion, que é o form ato superm ercado do Carrefour, possui apenas duas loj as na Grande São Paulo, um a na região de I nterlagos e a outra em São Bernardo do Cam po. A Bandeira Cham pion é forte nos m unicípios do interior do Estado. As loj as Todo Dia da em presa Wal- Mart são apenas duas: um a na Av. Sapopem ba e a outra no m unicípio de Taboão da Serra, am bas inauguras em 2001.

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Superm ercados de cada rede em São Paulo, destacando o padrão de localização e as características das loj as.

2 .1 Pã o de Açúca r

Os superm ercados Pão de Açúcar são m uit o ant igos em São Paulo. A prim eira loja foi inaugurada na Av. Brigadeiro Luís Antônio na altura do núm ero 3.100 no bairro de Cerqueira César em 1959, ao lado da Doceira Pão de Açúcar, prim eiro estabelecim ento com ercial do grupo no Brasil, inaugurado em 1948. Ent re 1959 e 1963 exist ia apenas est a loj a Pão de Açúcar em t odo o país, m as no final de 1963 abre- se a segunda loj a no bairro de Higienópolis. 1965 é um ano m arco da história do Pão de Açúcar, pois foi quando houve a aquisição da rede Sirva- se, pioneira em superm ercados no país, am pliando de 6 para 9 o núm ero de loj as. Em 1966 inaugura- se o prim eiro superm ercado fora da cidade de São Paulo e a cidade escolhida foi Santos no litoral, a qual foi a 12ª loja da rede. Nesse m esm o ano, inaugura- se o prim eiro Shopping Cent er do país, na Av.

Faria Lim a no bairro de Pinheiros, local onde tam bém passa a funcionar o prim eiro superm ercado em Shopping Cent er.

Até 1970 o Pão de Açúcar m antinha em funcionam ento m ais de 70 loj as em várias cidades do Estado com o Cam pinas, Piracicaba, Taubaté, Lim eira, Rio Claro e Ribeirão Preto.

A partir de 1970 o grupo diversifica m uito m ais suas operações e passa a atuar inclusive no exterior, quando abre a prim eira loja em Lisboa – Port ugal e em 1971 o prim eiro Hiperm ercado do país com o nom e de Jum bo. Durante toda a década de 1970, são abertas inúm eras loj as em diversos form at os: Loj as de Descont o, Revendedoras de Autom óveis, Agências de Turism o, Loj as de Eletroeletrônicos, Seguradoras e Restaurantes. Em 1975 abre a prim eira loj a na Espanha e passa a atuar em outros Estados com o Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais e Pará.

A década de 1970 tam bém é caracterizada por várias aquisições do grupo, principalm ente de superm ercados, o que am pliou para 236 lojas em 1978.

Imagem

Figura 01:  Diferentes form atos de loj as do setor superm ercadista em  operação  na Metrópole Paulista
Figura 03:  Fot ografia do Form at o Hard Discount  da em presa francesa Carrefour –  DI A%  Superm ercado da Econom ia (Loj a do Cam buci)
Figura 04:  Mapa de localização dos Superm ercados Pão de Açúcar no Estado de  São Paulo
Figura 05:  Fotografia de um a Loj a Pão de Açúcar:  grande diversidade em   produtos alim entícios para público das classes A e B
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