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Pobreza: caracterização socioeconômica da tuberculose.

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Academic year: 2017

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POBREZA: CARACTERI ZAÇÃO SOCI OECONÔMI CA DA TUBERCULOSE

Mar ia de Lour des Sper li Ger aldes Sant os1 Silv ia Helena Figueir edo Vendr am ini2 Claudia Eli Gazet t a2 Sonia Apar ecida Cr uz Oliv eir a3 Ter eza Cr ist ina Scat ena Villa4

O obj et iv o f oi an alisar a sit u ação epidem iológica da t u ber cu lose ( TB) em r elação às car act er íst icas socioeconôm icas de São José do Rio Pr et o, SP, ent r e 1998 e 2004. Consider ou- se indicador es est im ados par a 432 set ores censit ários da área urbana, ano censit ário 2000, ordenados segundo valores do fat or socioeconôm ico e agr upados em quar t is. A car act er ização socioeconôm ica foi delineada com base em escolar idade, r enda e núm er o de m or ador es. Os coeficient es de incidência for am calculados par a 1998, 1999, 2003 e 2004. O fat or socioeconôm ico foi r esponsáv el por 8 7 % da v ar iação t ot al. A doença incide com m ais for ça nas ár eas m ais pobres. Em 2003 e 2004 dim inuíram a t axa de incidência e o risco de adoecer por t uberculose nas áreas m ais pobr es. Os r esult ados confir m am a det er m inação da t uber culose, no m unicípio est udado, pelas condições de vida da população, fort alecendo a im port ância da com preensão dos condicionant es sociais da TB para t ransform ar o cenár io pr eocupant e em que est á inser ida.

DESCRI TORES: pobr eza; t u ber cu lose; con dições sociais

POVERTY: SOCI OECONOMI C CHARACTERI ZATI ON AT TUBERCULOSI S

This st udy aim ed t o evaluat e t he epidem iological st at us of Tuberculosis regarding t o t he socioeconom ic ch ar act er ist ics of São José do Rio Pr et o bet w een 1 9 9 8 an d 2 0 0 4 . I n dex es est im at ed for 4 3 2 u r ban cen su s t r act s fr om t he dem ogr aphic census of 2000, sor t ed sy st em at ically accor ding t o t he v alues of socioeconom ic fact or s and gr ouped int o quar t iles w er e t ak en int o account . The socioeconom ic char act er izat ion w as out lined based on Schooling, I ncom e, and Num ber of Resident s. The incidence r at es w er e consider ed for 1998, 1999, 2003, and 2004. The socioeconom ic fact or account ed for 87% of t he t ot al variat ion. The disease prevalence is h igh er in t h e poor est ar eas. Th e in ciden ce r at e an d t h e r isk of bein g in f ect ed by TB in t h e poor est ar eas declined in 2003 and 2004. The result s confirm t hat TB is det erm ined by t he populat ion’s living condit ions in t he cit y st udied. I t st r engt hens t he r elev ance of under st anding t he TB condit ional social fact or s t o t r ansfor m t he w or r isom e scenar io in w hich t his populat ion is inser t ed.

DESCRI PTORS: pov er t y ; t uber culosis; social condit ions

POBREZA: CARACTERI ZACI ÓN SOCI OECONÓMI CA DE LA TUBERCULOSI S

El obj et iv o fue analizar la sit uación epidem iológica de la Tuber culosis en r elación a las car act er íst icas socioeconóm icas de São José do Rio Pret o ent re 1998 e 2004. Fueron considerados indicadores est im ados para 432 sect or es censales del ár ea ur bana, año censal 2000, or denados según v alor es del fact or socioeconóm ico, ag r u p ad os en q u ar t iles. Car act er ización socioecon óm ica d elin ead a p or la Escolar id ad , Ren t a y Nú m er o d e personas. Coeficient es de incidencia fueron calculados para 1998, 1999, 2003 y 2004. El fact or socioeconóm ico f u e r espon sable por el 8 7 % de la v ar iación t ot al. La en f er m edad in cide con m ás f u er za en las ár eas m ás pobr es. En 2003 y 2004, dism inuy ó la incidencia y el r iesgo de enfer m ar por Tuber culosis en las ár eas m ás pobres. Result ados confirm an la det erm inación de la Tuberculosis, en el m unicipio, por las condiciones de vida de la población, for t aleciendo la im por t ancia de la com pr ensión de los condicionant es sociales de la TB par a t r ansfor m ar el escenar io pr eocupant e en que est á inser t ada.

DESCRI PTORES: pobr eza; t u ber cu losis; con dicion es sociales

1 Aluna do Program a de Pós-graduação Doutorado I nterunidades, Docente da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Brasil, e-m ail: m lsperli@gm ail.com ; 2 Dout or em Enferm agem em Saúde Pública, Docent e da Faculdade de Medicina de São José do Rio Pret o, Brasil, e- m ail: silviave@eerp.usp.br,

claudiagazet t a@yahoo.com .br; 3 Mestranda em Enferm agem em Saúde Pública, Docente da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Brasil, e- m ail:

soniaoliveira@fam erp.br; 4 Professor Associado, e- m ail: t it e@eerp.usp.br. Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo, Cent ro

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I NTRODUÇÃO

A

t uber culose ( TB) , doença supost am ent e d o p assad o, en con t r a- se em f r an ca ex p an são n o m undo t odo, preocupando as aut oridades sanit árias, com unidades cient íficas e a sociedade civ il. Apesar dos avanços e incent ivos com o a est rat égia DOTS, a t erapêut ica m edicam ent osa eficaz e acessível, a TB n o m u n d o t o d o r ep r esen t a ca r g a i n t o l er á v el d e so f r i m e n t o e g r a n d e o b st á cu l o p a r a o d e se n v o l v i m e n t o so ci o e co n ô m i co . A i n ci d ê n ci a m undial da doença vem aum ent ando 1% ao ano, 9 m ilhões de casos novos e 2 m ilhões de m ort es são r e g i st r a d o s n o m u n d o a n u a l m e n t e( 1 - 2 ), o q u e r ep r esen t a in cid ên cia d e 1 3 6 casos p or 1 0 0 . 0 0 0 habit ant es.

Vár ios aut or es t êm at r ibuído a pr opagação g a l o p a n t e d a TB à p o b r e za e a o b a i x o desenvolvim ent o socioeconôm ico. Em bora, de m odo ger al, a saú de das pessoas t en h a m elh or ado n os últim os tem pos, o que se observa é que essa situação é p r i v i l é g i o d e g r u p o s m a i s f a v o r e ci d o s e co n o m i ca m e n t e . Po p u l a çõ e s m a i s p o b r e s e socialm en t e d esf av or ecid as e m ar g in alizad as são at ingidas de form a int ensa e desproporcionada pelas doenças, dent re elas a TB que t em se est abelecido nos países m enos favorecidos, de form a assustadora. A TB e a p ob r eza assu m em u m a r elação b i d i r e ci o n a l , p o i s t a n t o a p o b r e za p o d e e st a r r elacionada às condições pr ecár ias de saúde, com o e ssa s p o d e m p r o d u zi r a p o b r e za , l i m i t a n d o a s o p o r t u n i d a d e s d e t r a b a l h o e d e su b si st ê n ci a , form ando, assim , um ciclo vicioso que tende a piorar. A gravidade e o im pacto negativo da doença varia na razão inversa do Í ndice de Desenvolvim ent o Hum ano ( I DH) e, sua distribuição não uniform e, sofre influência de fat ores com o a ext ensão t errit orial, o crescim ent o p o p u l a ci o n a l d e so r d e n a d o e a co n ce n t r a çã o d e pessoas nas per ifer iasv em se ar r ast ando ao longo dos anos. A relação ent re pobreza e TB est á m uit o b em d ocu m en t ad a e, t am b ém , q u an t o aos r iscos relacionados a indicadores de st at us socioeconôm icos com o aglom erados, pobreza e desem prego, sem que se e n co n t r e u m a sa íd a e f e t i v a , e m b o r a m u i t o s in v est im en t os est ej am sen do feit os, por ém , esses privilegiam o t rat am ent o, não a prevenção. Não que essa não exist a. Exist em m edidas para a prevenção e cont role, est rat égias inovadoras e eficazes com o a e st r a t é g i a D OTS , p o r é m , o f i n a n ci a m e n t o e envolvim ent o polít ico nesse âm bit o é deficient e( 2- 3).

O fato de o Brasil ocupar o 16º lugar na lista dos 22 países com m aior carga de TB é o reflexo da m á si t u a çã o so ci o e co n ô m i ca d a p o b r e za e d a incapacidade do gov er no por engaj am ent o público lim itado, com prom isso político insuficiente e aplicação inconsist ent e dos program as de cont role da doença no país( 4). Essa situação de pobreza e sofrim ento tem sid o p r eocu p ação d e or g an izações in t er n acion ais, governam ent ais e não- governam ent ais, dedicadas ao desenvolvim ento e cooperação. Em resposta ao apelo da Assem bléia Mundial de Saúde, em m aio de 2000( 5), foi const it uída a Parceria Global para elim inação da TB, co n st i t u íd a p o r u m a r e d e d e m a i s d e 4 0 0 organizações, países, representantes do setor público, privado e do part icular.

Essa Parceria resultou na elaboração do Plano Global de lut a cont ra a TB, prom ovido e coordenado pela Organização Mundial de Saúde ( OMS) e apoiado pelo Banco Mundial, t endo a elim inação da TB com o obj et ivo para a redução da pobreza no m undo.

O prim eiro Plano Mundial 2001- 2005 t rouxe avanços no que se refere a novos aliados, incent ivo a pesquisas e im pactos nos locais m ais afetados pela epidem ia, pois o núm er o de doent es t r at ados pela est rat égia DOTS passou de 2 m ilhões em 2001 para 4 m ilhões em 2004( 1).

As m etas do 2º Plano Global de TB para 2015 v ão ao en con t r o d as m et as d o m ilên io( 6 ) q u an d o propõem m edidas est rat égicas para im pact ar a carga de TB no m undo, reduzindo a incidência da doença, dim inuindo pela m etade a prevalência e a m ortalidade, em com paração aos índices de 1990( 1).

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As d i f i cu l d a d e s e n co n t r a d a s n o m u n d o , principalm ent e em países m enos favorecidos, t êm a pobreza com o fat or det erm inant e ou agravant e para o adoecim ent o por TB.

Est e e st u d o r e m e t e à r e f l e x ã o so b r e a urgent e necessidade de um novo “ olhar” sobre a TB, co n si d e r a n d o o i m p a ct o d a s co n d i çõ e s socioeconôm icas sobr e o agr av am ent o da sit uação epidem iológica da doença. A m agnit ude do problem a i m p l i ca e m so f r i m e n t o e m o r t e , a p e sa r d a d i sp o n i b i l i d a d e d e e st r a t é g i a s d e co n t r o l e , apresentando cenário alarm ante, em que pese o papel dos órgãos form adores de recursos hum anos na área d e saú d e e d a n ecessid ad e d e in v est ir m ais em pesquisas clínicas, epidem iológicas e operacionais no âm bit o da TB.

É nesse cont ext o que est e est udo t em com o obj et ivo analisar a sit uação epidem iológica da TB em r e l a çã o à s ca r a ct e r íst i ca s so ci o e co n ô m i ca s d o m unicípio de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil.

METODOLOGI A

Est e é um est udo de nat ureza explorat ório-descr it iv a, de car át er epidem iológico, r ealizado em São José do Rio Pret o, Est ado de São Paulo, Brasil, m unicípio com 400 m il habit ant es. Classificado com o um dos m elhor es em qualidade de v ida, apr esent a Í ndice de Desenvolvim ent o Hum ano ( I DH) de 0,834; Esperança de Vida ao Nascer de 71,5 anos; Produt o I nt erno Brut o ( PI B) por volt a de $2,3 m il. Apresent a pr oblem as focalizados, pr incipalm ent e na per ifer ia, p e l a s co n d i çõ e s d e e x t r e m a p o b r e za d e 4 % d a p o p u l a çã o . É co n si d e r a d o p r i o r i t á r i o p e l o Pl a n o Em ergencial de Controle da TB, devido à alta taxa de co- infecção TB/ HI V( 7- 8).

Delim it ou - se, com o p op u lação d o est u d o, t odos os casos novos georreferenciados para os 432 set ores censit ários da área urbana do m unicípio de São José do Rio Pret o, no período de 1998 a 2004. Fo r a m u t i l i za d a s i n f o r m a çõ e s d o Si st e m a d e I nform ação em TB ( EPI TB) , do Sist em a Est adual de Análise de Dados de São Paulo ( SEADE)( 9)e do Censo Dem ogr áfico ( DATASUS)( 10).

Est im ou- se os indicador es socioeconôm icos dos 432 set ores, t endo com o ano base de cálculo, o a n o ce n si t á r i o d e 2 0 0 0 . A ca r a ct e r i za çã o soci oecon ôm i ca d a p op u l ação d esses set or es f oi d e l i n e a d a a p a r t i r d a s i n f o r m a çõ e s d o ce n so

dem ográfico, agregadas no nível de set or censit ário com base nas variáveis: anos de instrução m édia das p esso a s r esp o n sá v ei s p el o s d o m i cíl i o s; a n o s d e in st r u ção m édia das m u lh er es r espon sáv eis pelos d om icílios; r en d a m éd ia ( em r eais) d as p essoas responsáveis pelos dom icílios; renda m édia ( em reais) d a s m u l h e r e s r e sp o n sá v e i s p e l o s d o m i cíl i o s; p r o p o r çã o d e p e sso a s co m 5 a n o s, o u m a i s, analfabetas ( % ) ; proporção de m ulheres com 5 anos, ou m ais, analfabet as ( % ) ; pr opor ção de dom icílios com 5, ou m ais, m oradores ( % ) .

Os 4 3 2 se t o r e s f o r a m o r d e n a d o s p e l o s r e sp e ct i v o s v a l o r e s d o f a t o r so ci o e co n ô m i co e a g r u p a d o s se g u n d o q u a r t i s. O a g r u p a m e n t o d e se t o r e s co r r e sp o n d e n t e a o p r i m e i r o q u a r t i l f o i classificado com o nível socioeconôm ico I ( m ais baixo) , os do segundo e terceiro com o níveis socioeconôm icos I I e I I I ( int erm ediários) e o do quart o quart il com o nível socioeconôm ico I V ( m ais alt o) .

Os casos novos de TB do período de est udo f o r a m t r a n sp o r t a d o s p a r a o b a n co d e d a d o s d o Pr og r am a Ex cel, p ar a calcu lar os coef icien t es d e incidência por TB ( casos nov os da doença por 100 000 habitantes) para dois períodos 1998/ 1999 e 2003/ 2 0 0 4 , segu n do as v ár ias ár eas an alisadas par a a população total do m unicípio de São José do Rio Preto, de 2003.

As v a r i á v e i s so ci o e co n ô m i ca s f o r a m analisadas no program a STATA pela técnica estatística Análise de Com ponentes Principais que produz fatores n ão cor r el aci on ad os en t r e si e q u e r ep r esen t am aspectos im portantes caracterizados pelas correlações ent re as variáveis( 11).

RESULTADOS

(4)

( p r o p o r ç ã o d e d o m i c íl i o s c o m c i n c o o u m a i s m orador es) . O Tabela 1 apr esent a a caract er ização de cada u m dos qu at r o agr u pam en t os de set or es c e n s i t á r i o s , o b t i d o s a p a r t i r d o f a t o r socioecon ôm ico.

Tabela 1 - Características socioeconôm icas dos quatro agr upam ent os de set or es censit ár ios, São José do Rio Pret o, SP, 2000

DI SCUSSÃO

A partir do pressuposto de que a situação de saúde das pessoas acom etidas pela TB tem a pobreza com o f at or d et er m in an t e, est e est u d o ap r esen t a a l g u n s a sp e ct o s p a r a d i scu ssã o , l e v a n d o e m consideração os result ados obt idos.

D i a n t e d a s v a r i á v e i s so ci o - e co n ô m i ca s ident ificadas na análise dos com ponent es principais, nest a pesquisa, ficaram evident es anos de inst rução/ analfabet ism o, renda por responsáveis pelo dom icílio e m oradores por dom icílio, fat o evidenciado t am bém por out r os pesquisador es que afir m am que, dent r e os in dicador es m ais im por t an t es par a m en su r ar o nível socioeconôm ico associado à saúde da população, e n co n t r a - se o n ív e l d e i n st r u çã o , a r e n d a e a ocu p ação( 1 2 ), em b or a essa ú lt im a n ão t en h a sid o significat iva para est e est udo.

Essas v ar iáv eis t êm em com u m o f at o de ev idenciar em a est r at ificação social. Os indiv íduos ocupam um a posição na hierarquia social de acordo com a sua ocupação, renda e nível educacional, sendo que, cada um desses indicadores, cobre um aspect o diferent e da est rat ificação social. O nível educacional ex p r essa d if er en ças en t r e p essoas em t er m os d e acesso à inform ação e perspect ivas e possibilidades de se beneficiar de nov os conhecim ent os; a r enda representa antes de tudo o acesso aos bens m ateriais, i n cl u si v e a o s se r v i ço s d e sa ú d e ; e o s t a t u s ocu p acion al in clu i esses d ois asp ect os, além d os benefícios adquiridos em algum as profissões tais com o prest ígio, privilégios e poder( 12- 13).

No Brasil, a influência da escolaridade sobre a s co n d i çõ e s d e sa ú d e f o i e v i d e n ci a d a p e l o s result ados da Pesquisa sobre Padrões de Vida ( PPV) , r ealizada em 1 9 9 6 / 1 9 9 7 , pela Fu n dação I n st it u t o Br a si l e i r o d e Ge o g r a f i a e Est a t íst i ca ( I BGE) . An a l i sa n d o - se a i m p o r t â n ci a d a s v a r i á v e i s socioeconôm icas na per cepção do est ado de saúde de indivíduos com vinte anos ou m ais, com o anos de est udo, ocupação e renda m ensal, observou- se que a v ar i áv el “ an o s d e est u d o ” f o i a seg u n d a m ai s relevant e, após a idade( 13).

Esse fato é claram ente observado quando se analisa o m apa tem ático do m unicípio ( Figura 1) , em q u e a d o e n ça i n ci d e m a i s n a s cl a sse s m e n o s favorecidas e, conform e se investiu no direcionam ento das polít icas pú blicas par a as qu est ões sociais do m u n i cíp i o , h o u v e d i m i n u i çã o n a d i st r i b u i çã o d a i n ci d ê n ci a d a TB e n t r e o s n ív e i s I V e I . Esse s l e v á i r a V s e r o t e s e d s o t n e m a p u r g A s o i r á t i s n e c

I II III IV

s a o s s e p s a d a i d é m o ã ç u rt s n i e d s o n A s o ilí c i m o d s o l e p s i e v á s n o p s e

r 5,3 6,5 7,9 10,8

s e r e h l u m s a d a i d é m o ã ç u rt s n i e d s o n A s o ilí c i m o d s o l e p s i e v á s n o p s e

r 4,6 5,8 7,2 10,0

s a o s s e p s a d ) * s i a e r m e ( a i d é m a d n e R s o ilí c i m o d s o l e p s i e v á s n o p s e

r 465,20 690,03 1046,92401,42

s e r e h l u m s a d ) * s i a e r m e ( a i d é m a d n e R s o ilí c i m o d s o l e p s i e v á s n o p s e

r 298,50 453,60 687,20 1510,40

u o s o n a 5 m o c s a o s s e p e d o ã ç r o p o r P ) % ( s a t e b a fl a n a s i a

m 11,3 8,1 5,8 3,2

u o s o n a 5 m o c s e r e h l u m e d o ã ç r o p o r P ) % ( s a t e b a fl a n a s i a

m 12,4 9,2 6,6 3,6

s i a m u o 5 m o c s o ilí c i m o d e d o ã ç r o p o r P ) % ( s e r o d a r o

m 23,5 17,2 15,5 13,7

l e v í N o c i m ô n o c e o i c o s o n A 9 9 9 1 / 8 9 9

1 2003/2004

I 51,7 37,7

II 36,2 31,1

II

I 30,1 30,0

V

I 25,5 22,4

* Valores para setem bro de 2000

Os v alor es do coeficient e de incidência por TB, obt ido segundo os nív eis socioeconôm icos par a o s p e r ío d o s d e 1 9 9 8 / 1 9 9 9 e 2 0 0 3 / 2 0 0 4 sã o apresent ados na Tabela 2.

Tabela 2 - Casos novos de TB por 100.000 habitantes, segundo nível socioeconôm ico e ano de ocorrência

(5)

result ados est ão em consonância com out ros est udos que discutem a participação das desigualdades sociais nos desfechos de saúde( 14- 15).

co m p i o r e s n ív e i s d e d e se n v o l v i m e n t o socioeconôm ico, confirm ando a reflexão propost a da carga da TB para a com preensão dos condicionant es sociais do processo saúde - doença da TB.

A análise das condições de vida da população apontam que risco de adoecer por TB no m unicípio é d u a s v e ze s m a i o r n a s á r e a s co m p i o r e s n ív e i s socioeconôm icos em r elação àquelas com m elhor es níveis. No período com preendido ent re 2003 e 2004, observa- se m elhora nos indicadores de incidência com dim inuição na diferença do risco de adoecer nas áreas com piores níveis socioeconôm icos em relação à área com os m elhores níveis. Ressalt a- se, nesse período, o invest im ent o na m udança das polít icas públicas do m unicípio, direcionadas para as quest ões sociais.

CONCLUSÃO

No m unicípio de São José do Rio Pr et o, a dist r ibuição da população no espaço ur bano segue pr at icam ent e os m esm os padr ões de desigualdade dos grandes centros, com grupos m enos privilegiados em relação à renda e condições de saúde na periferia. Os a ch a d o s d e st e e st u d o co n f i r m a m a hipót ese ant eriorm ent e levant ada da part icipação das con dições de v ida n a det er m in ação do padr ão de m orbidade por TB da população de São José do Rio Pr et o.

Co n si d e r a n d o a m a g n i t u d e d a TB co m o d oen ça soci al m en t e p r od u zi d a, al ém d o i m p act o n eg at iv o sob r e a saú d e colet iv a, f ica ev id en t e a necessidade de m aior envolvim ent o de profissionais de saúde e da com unidade cient ífica no sent ido de im plem entar m edidas operacionais e de investigações r elev ant es par a a com pr eensão dos condicionant es so ci a i s d o p r o ce sso sa ú d e - d o e n ça d a TB e , co n se q ü e n t e m e n t e , t r a n sf o r m a r o ce n á r i o preocupante em que está inserida. Espera- se que este estudo proporcione essa com preensão e que os dados obt idos possam fornecer subsídios para a t arefa de t r açar est r at égias adequadas às ações de cont r ole da TB, propiciando o est abelecim ent o de colaboração da academ ia com o serviço.

AGRADECI MENTOS

Ao CNPQ e à FAPESP pelos financiam ent os dos pr oj et os.

Figura 1 - Mapa de São José do Rio Pret o, segundo áreas socioeconôm icas e coeficient e de incidência de t uberculose, 1998- 1999 e 2003- 2004

A av aliação e plan ej am en t o das ações do PCT requerem um m odelo de análise de sit uação de r isco colet iv o em su bst it u ição ao m odelo de r isco i n d i v i d u a l , u t i l i za n d o o e sp a ço / t e r r i t ó r i o co m o r efer ência. Esse enfoque ev idencia a desigualdade ex ist en t e n o in t er ior das cidades, possibilit an do o p l a n ej a m en t o d e i n t er v en çõ es e m o n i t o r a m en t o s e l e t i v o , c o n f o r m e a s r e a i s n e c e s s i d a d e s d e p eq u en as ár eas. Per m it e o r ed ir ecion am en t o d as polít icas pú blicas, bu scan do m aior adequ ação dos in v est im en t os m u n icipais n as ár eas m ais car en t es de infr a- est r ut ur a ur bana por m eio da m elhor ia da o f er t a d e ser v i ço s p ú b l i co s e i m p l em en t ação d e p r o g r a m a s s o c i a i s e s p e c íf i c o s( 8 ). D i a n t e d o s r e su l t a d o s, a s r e f l e x õ e s p r o p o st a s p o ssi b i l i t a m am pliar a abor dagem dos est u dos sobr e a TB, ao in cor por ar aos in dicador es epidem iológicos ou t r os i n st r u m e n t a i s, co m o o g e o p r o ce ssa m e n t o , q u e per m it am o en t en dim en t o da din âm ica da doen ça ao t r azer o com ponent e da desigualdade social.

Ap esar d o m u n i cíp i o em est u d o , p o ssu i r indicadores que refletem um bom padrão de condições de vida, a TB incide duas vezes m ais entre a população

Casos de tuberculose por 100.000 habitantes/ano

anos 1998/1999 51,7

2003/2007

36,2 30,1 25,5

37,7 31,1 30,0 22,4 Nível socioeconômico I

(6)

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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Referências

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