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Participação em grupo de apoio: experiência de mulheres com câncer de mama.

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Academic year: 2017

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PARTI CI PAÇÃO EM GRUPO DE APOI O: EXPERI ÊNCI A DE MULHERES

COM CÂNCER DE MAMA

Cleoneide Paulo Oliv eir a Pinheir o1 Raim unda Magalhães da Silv a2 Mar li Villela Mam ede3 Ana Fát im a Car v alho Fer nandes4

Procurou- se com preender o significado sobre os grupos de apoio na vida das m ulheres com câncer de m am a. Tr at a- se de est u do qu alit at iv o com 3 0 m u lh er es m ast ect om izadas, per t en cen t es a seis gr u pos de apoio da cidade de For t aleza, Cear á. Os dados colet ados por m eio de ent r evist a sem i- est r ut ur ada for am or ganizados e analisados sob fundam ent ação int er acionist a. Os r esult ados car act er izar am os gr upos com o m ecanism o par a o enfrent am ent o da sit uação e de superação do sofrim ent o, oriundo do diagnóst ico e t rat am ent o do carcinom a m am ár io. A socialização das ex per iências facilit ou a busca de aux ílio nos gr upos de apoio, pois com par t ilhar problem as ent re as m ulheres m ast ect om izadas era um a form a de m ant er a aut o- est im a elevada, de acredit ar, d e con f iar e su p er ar alg u m as d if icu ld ad es. A p ar t icip ação n o g r u p o p r op or cion av a b em - est ar e cu id ad o diferenciado, pois foi considerada um a form a de conhecer, aceit ar e com preender a doença e cura, facilit ando a socialização das idéias.

DESCRI TORES: neoplasias m am ár ias; m ast ect om ia; est r ut ur a de gr upo

PARTI CI PATI NG I N A SUPPORT GROUP: EXPERI ENCE LI VED BY W OMEN

W I TH BREAST CANCER

The goal of t he st udy was t o underst and t he m eaning of support groups in t he life of wom en wit h breast cancer. I t is a qu alit at iv e st u dy w it h 3 0 m ast ect om ized w om en w h o belon ged t o six su ppor t gr ou ps in t h e cit y of For t aleza, Cear á. Dat a w er e collect ed w it h sem i- st r uct ur ed int er v iew s, or ganized and analy zed based on t he int eract ionism concept . The result s charact erized t he support groups as a m echanism t o cope wit h t he sit uat ion and t o overcom e t he suffering derived from t he diagnosis and t reat m ent of t he breast carcinom a. The socializat ion of t he experiences facilit at ed t he search for assist ance in t he support groups, since sharing t he problem s w it h m ast ect om ized w om en w as a w ay t o pr eser v e a high self- est eem , hav e fait h and ov er com e som e difficult ies. Part icipat ing in t he group provided well- being and a different iat ed care, since it was considered a way t o know, accept and under st and t he disease and it s cur e, facilit at ing t he socializat ion of ideas.

DESCRI PTORS: br east neoplasm s; m ast ect om y ; gr oup st r uct ur e

PARTI CI PACI ÓN EN UN GRUPO DE APOYO: EXPERI ENCI A DE MUJERES

CON CÁNCER DE MAMA

En est e est u dio, se bu scó com pr en der el sign if icado de los gr u pos de apoy o a las m u j er es con cán cer de

m am a. Se t rat a de est udio cualit at ivo con 30 m uj eres m ast ect om izadas pert enecient es a seis grupos de apoyo

de la ciu dad de For t aleza- Cear á. Los dat os r ecolect ados por m edio de en t r ev ist a sem i- est r u ct u r ada f u er on

or ganizados y analizados baj o el m ar co t eór ico int er accionist a. Los r esult ados car act er izar on los gr upos com o

un m ecanism o par a el enfr ent am ient o de la sit uación y de super ación del sufr im ient o que se or iginan en el

diagnóst ico y t r at am ient o del car cinom a m am ar io. La socialización de las ex per iencias facilit ó la búsqueda de

au x ilio en los gr u pos de apoy o, y a qu e com par t ir pr oblem as en t r e las m u j er es m ast ect om izadas, er a u n a

form a de m ant ener la aut o- est im a elevada, de creer, de confiar y superar algunas dificult ades. La part icipación

en el grupo proporcionaba bienest ar y un cuidado diferenciado, ya que fue considerada una form a de conocer,

acept ar y com pr ender la enfer m edad y su cur a, facilit ando la socialización de las ideas.

DESCRI PTORES: neoplasias de la m am a; m ast ect om ia; est r uct ur a de gr upo

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I NTRODUÇÃO

N

o Brasil, o câncer de m am a é a m aior causa

de m orte entre as m ulheres. Dos 467 440 novos casos de diagnóstico de câncer previsto para 2006, o câncer d e m a m a f o i o seg u n d o m a i s i n ci d en t e en t r e a população fem inina, sendo r esponsáv el por 48 930 casos novos. Est im a- se, no Est ado do Cear á, 34,82 casos para cada 100 000 m ulheres, sendo 1 460 casos no Estado e 660 na cidade de Fortaleza( 1).

O cân cer d e m am a é car act er izad o com o d o e n ça l e n t a , si l e n ci o sa e f u r t i v a , m a s, se n d o d i a g n o st i ca d a p r e co ce m e n t e e co m i n t e r v e n çã o t er ap êu t ica ad eq u ad a, p od er á d im in u ir os m it os, t r i st e za s e i n ce r t e za s o r i u n d a s d a p a t o l o g i a e tratam ento. Nos grupos sociais populares, a conotação m oral/ r eligiosa do câncer, com o doença punit iva e fat al, é reafirm ada pelas m ulheres( 2).

I n d e p e n d e n t e m e n t e d o p r o ce d i m e n t o t e r a p ê u t i co , o “ câ n ce r ” p r o v o ca se n t i m e n t o s n egat iv os, f azen do com qu e a m u lh er se per ceba diferent e e excluída da sociedade, quando acom et ida por essa enfer m idade. Par a que a pessoa m inim ize esse quadro, é possível que sua inserção em grupos de apoio possibilite vivência com outras m ulheres que est ão passando pela m esm a ex per iência e, assim , r econ h eça qu e poder á j u n t am en t e com as dem ais enfrentar barreiras e superar lim ites. Possibilita ainda q u e el a p er ceb a n ã o est a r só , q u e p o d e t r o ca r ex per iên cias e com isso r edescobr ir a v on t ade de v iv er.

Apesar dos benefícios com provados sobre a part icipação em grupos de apoio, percebe- se que há poucos espaços que propõem essas atividades e que, quando ex ist em , nem sem pr e há env olv im ent o por p a r t e d a q u e l a s q u e n e ce ssi t a m . Há v á r i o s q u est ion am en t os sob r e as r eais r azões p ar a t ais at it udes, m as especificam ent e é inquiet ant e saber o que significa para as m ulheres com câncer de m am a participar de grupos de apoio e com o essas percebem os grupos.

Algu n s fat or es podem in ibir a in ser ção da m u l h e r n o s g r u p o s d e a p o i o , d e n t r e o s q u a i s considera- se os diferent es procedim ent os invasivos, sej a no am biente hospitalar ou am bulatorial, e o tem or d a s co n se q ü ê n ci a s/ i m p l i ca çõ e s f ísi ca s e so ci a i s decor r ent es da m ast ect om ia e, ainda, as condições socioeconôm icas, m uit as vezes, desfavoráveis, o que as im possibilit a de par t icipar do gr u po com cer t a fr eqüência.

Al g u m a s m u l h e r e s su b m e t i d a s a procedim ent os t erapêut icos, que levam à m ut ilação, procuraram form as de conviver m ais dignam ente com a n o v a co n d i çã o d e sa ú d e . Pa r a i sso , b u sca m p o ssi b i l i d a d e s d e a j u d a e m i n st i t u i çõ e s co m o associações, serviços de saúde, grupos de apoio ou m esm o na fam ília( 3).

No conv ív io com m ulher es par t icipant es de um grupo de apoio, observa- se em diversas ocasiões que, no m om ento de inserção no grupo, as m ulheres se m o st r a m so l i t á r i a s, i so l a d a s, co n st r a n g i d a s, especialm ent e para falar de seus problem as quant o à im agem corporal, saúde e doença. Foi durante essa ex per iência com um gr upo de apoio, ouv indo seus r e l a t o s, q u e f o r a m d e sp e r t a d o s o s se g u i n t e s quest ionam ent os: o que esses gr upos ofer ecem às m u l h er es p ar a su a so ci al i zação ? Qu e co n t eú d o s est rut uram o universo sim bólico sobre a part icipação em gr u pos de apoio por m u lh er es com cân cer de m am a? Por que buscam e part icipam das at ividades oferecidas pelos grupos de apoio?

Com a finalidade de encontrar respostas para os quest ionam ent os, o est udo obj et ivou com preender o significado sobr e os gr upos de apoio na v ida de m ulheres com câncer de m am a.

METODOLOGI A

Tr at a- se de est u do do t ipo descr it iv o com a b o r d a g e m q u a l i t a t i v a , so b u m a p e r sp e ct i v a sociocultural que favoreceu a com preensão do m undo subj et iv o das ações, r eações, aspir ações, cr enças, ex p er iên cias d e v id a d e m u lh er es com cân cer d e m am a que part iciparam de grupos de apoio( 4).

Pa r t i ci p a r a m t r i n t a ( 3 0 ) m u l h e r e s m astectom izadas por câncer de m am a, assistidas nos seis grupos de apoio existentes na cidade de Fortaleza. Cada grupo foi represent ado por cinco ( 5) m ulheres, com at é cinco anos de m ast ect om ia, apt as par a a ent revist a e part icipando de grupos de apoio há pelo m enos t rês m eses ( 12 sessões, quando o grupo era sem anal ou t rês vezes quando m ensal) .

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m édicos, assist ent es sociais, enferm eiras, t erapeut as ocupacionais e fisiot er apeut as.

A colet a de dados foi realizada por m eio de e n t r e v i st a s se m i - e st r u t u r a d a s, a g e n d a d a s previam ent e, com dur ação de apr oxim adam ent e 20 m in u t os, em clim a d e h ar m on ia e d escon t r ação. Ut ilizou- se um a quest ão nort eadora: o que significa para a senhora part icipar de grupos de apoio? Essa indagação funcionou com o est ím ulo para o início da ent revist a e facilit ou a socialização das experiências de vida.

As r elações dialogais for am gr av adas, com aut orização das ent revist adas, e em local adequado e d e e sco l h a d a p a r t i ci p a n t e . O co n t e ú d o d a s en t r ev i st as f o i t r an scr i t o n a ín t eg r a, t en d o si d o a n o t a d a s e x p r e ssõ e s d e se n t i m e n t o s, ch o r o s e en t on ações, com a f in alid ad e d e cap t ar t od as as inform ações, pausas e ruídos cont idos na gravação. Essa abordagem deu suport e para am pliar a r e l a çã o p e sq u i sa d o r a s- p e sq u i sa d a e cr i a r quest ionam ent os quant o às experiências vivenciadas no grupo e suas repercussões na vida fam iliar e social. A colet a de dados foi int er r om pida após ent r ev ist a com cin co m u lh er es d e cad a g r u p o, p or t er sid o ob ser v ad o coin cid ên cias n as r esp ost as, as q u ais responderam sat isfat oriam ent e o obj et ivo propost o. As e n t r e v i st a s t r a n scr i t a s f o r a m l i d a s r ep et id as v ezes, com a f in alid ad e d e p r oced er à ordenação das idéias e dos cont eúdos convergent es e div er gent es, capazes de at ender à com pr eensão sobre o significado dos grupos de apoio, na perspectiva das m ulheres, e o significado dos agrupam entos para suas vidas.

Para a organização sist em át ica dos dados e a busca de um a descrição coerente de todo o m aterial levant ado, opt ou- se por usar a análise de cont eúdo na m odalidade t em át ica apr esent ada por Bar din( 5).

D e ssa f o r m a , p r o ce d e u - se à p r é - a n á l i se d a s e n t r e v i st a s, b u sca n d o a ssi n a l a r o s d i scu r so s se m e l h a n t e s e o s d i f e r e n ci a d o s, m a s q u e r epr esent av am unidades de significado dos gr upos com o suport e na visão das ent revist adas.

Na e x p l o r a çã o d o m a t e r i a l co l e t a d o , ident ificou- se unidades de significados, agr egando f a l a s se m e l h a n t e s e si m b o l i za n d o a r e l a çã o i n t e r p e sso a l e i n t e r g r u p a l a t r i b u íd a s p e l a s p a r t i ci p a n t e s co m o si g n i f i ca t i v a s p a r a o se u desenvolvim ent o pessoal, fam iliar e social. A análise fundam ent ou- se em um a abor dagem int er acionist a com ên f ase n a in t er p r et ação con scien t e d e cad a m ulher e no significado da int eração grupal( 6).

Confor m e a Resolução 1 9 6 / 9 6 , a pesquisa foi apr ov ada pelo Com it ê de Ét ica da Univ er sidade d e For t aleza/ UNI FOR. As p ar t icip an t es d o est u d o f o r a m i n f o r m a d a s so b r e a i m p o r t â n ci a d e su a p a r t i ci p a çã o n a p e sq u i sa , a sse g u r a n d o - l h e s o anonim at o e a liber dade de desist ir sem per da de p a r t i ci p a çã o n o g r u p o o u d e o u t r a f o r m a d e a ssi st ê n ci a . As q u e p a r t i ci p a r a m d a p e sq u i sa a ssi n a r a m o Te r m o d e Co n se n t i m e n t o Li v r e e Esclarecido e ficaram cientes de que os dados seriam a g r u p a d o s e a p r e se n t a d o s p a r a e l a s m e sm a s e publicados em veículos de propagação cient ífica.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

A an ál i se d o co n t eú d o d as en t r ev i st as e obser v ações efet uadas com as m ulher es est udadas perm it iu apreender que a part icipação em grupos de apoio significav a par a elas a possibilidade de t r oca de experiências, de receber e oferecer suporte social, sa i r d a e x cl u sã o so ci a l , r e ce b e r i n f o r m a çõ e s e at ividades de lazer.

Segundo r elat o das m ulher es est udadas, a par t icipação em gr u pos de apoio a por t ador as de câncer de m am a pr om ov e a t r oca d e ex p er iên cias

co m o u t r a s q u e co n v i v e m co m p r o b l e m a s sem elhant es, o que lhes possibilit a a const at ação de que não est ão sozinhas nest a j ornada: a gent e vê que

não foi só com igo, que exist em m uit as com o m esm o problem a. As m ulheres revelam que a oport unidade de par t ilhar ex per iências com pessoas que sofr em dos m esm os problem as é form a de se sent irem incluídas n o g r u p o, ap oiad as, e, a p ar t ir d aí, con seg u ir em externar sentim entos( 6). No grupo a gent e observa e vê

que aquela am iga t am bém t eve e est á ali fort e, quer dizer, t rocar

idéias, você chora, você discut e os problem as que são com uns, a

gent e se fort ifica.

Fazer part e de grupos de apoio a m ulheres com câncer de m am a foi t am bém considerado com o font e de supor t e social, ao se per ceber que, par a elas, os grupos funcionaram com o sust ent áculo para d a r co n t i n u i d a d e a o p r o cesso d e r ecu p er a çã o e adapt ação à nova condição, e ainda com o am bient e d e t r an sf or m ação p sicof ísico e p sicossocial. Par a tanto, as m ulheres acrescentaram que são pessoas que

passaram a m esm a coisa que eu e que hoj e eu est ou convivendo,

(4)

O câncer é vist o com o doença im previsível, q u e t r a z i n cer t eza s d i a n t e d a cu r a t o t a l e esse sentim ento é com partilhado com outras m ulheres em consult as m édicas, ent r e o gr upo de aut o- aj uda e nos encont ros de m ulheres m ast ect om izadas( 7).

As m u l h er es ev i d en ci ar am a i m p or t ân ci a dessa convivência grupal, pois ident ificam form as de super ação que cada um a ut iliza, além da liber dade de expressão, um a vez que, nesse am bient e criado nos grupos de apoio, as m ulheres podem expressar o q u e p en sam , sen t em , d esej am , e v o cê n ã o t em

const rangim ent o em falar sobre o seu problem a, t odas est ão ali

para li ouvir.

Est u d i osos d o assu n t o escl ar ecem q u e a procura direcional de pessoas na m esm a sit uação de an siedade decor r e da n ecessidade de est abelecer um a realidade social que sirva de base para avaliar a j ust ificação da ansiedade em que se encont ram( 8).

Obser v a- se nos r elat os das par t icipant es a noção de que m uit as m ulheres ident ificavam o grupo com o espaço onde habit am pessoas que par a elas e r a m i d e n t i d a d e s co n si d e r a d a s d e r e f e r ê n ci a , ex em plo e m odelo inspir ador par a a elabor ação de sua im agem e história: é o espelho que a gent e t em do out ro,

se a gent e consegue ver out ra pessoa que passou pelo problem a,

que a gent e passou bem , ent ão, eu vou dizer para m im m esm o

am anhã vou est ar igual a ela vou acredit ar e vou lut ar para chegar

.

No t ranscorrer do processo de socialização, há a ex posição a pessoas ou gr upos que assum em p ap el d e r ef er ên cia p osit iv a ou n eg at iv a p ar a si próprias. No present e est udo, foi observado que as m ulheres buscam referências e ident idades posit ivas que as m ot iv em par a a super ação das dificuldades enfr ent adas.

O v alor dos gr upos de aut o- aj uda est á no f a t o d e co m p a r t i l h a r e x p e r i ê n ci a s co m u n s, e m pr opor cionar aos seus int egr ant es enor m e ener gia que pode ser car r eada par a as ex igências da v ida, p a r a a r e sso ci a l i za çã o e p a r a a r e cu p e r a çã o( 7 ). Portanto, um a das coisas que m e aj udou m uit o foi ver que

t inha out ras m ulheres com a m esm a doença e que est ava bem

aj udando as out ras.

A t o t a l i d a d e d a s m u l h e r e s e st u d a d a s ressaltou o quanto é significativo participar de grupos de apoio, não apenas pelo suporte em ocional e social q u e r eceb em , m as t am b ém p ela p ossib ilid ad e d e saírem da sit uação de exclusão social e perceberem

-se incluídas, igualando- as um as às outras: aqui, apesar

das diferenças, um as usam prót ese, out ras t êm a cirurgia de

reconst rução, t odas são iguais.

O u n i v e r so si m b ó l i co r e p r e se n t a d o p e l a con v iv ên cia com ou t r as m u lh er es, com a m esm a ex p er i ên ci a d e con v i v er com cân cer d e m am a e p a ssa r p el o s m esm o s p r o cesso s t er a p êu t i co s, é r e p r e se n t a d o , n a v i sã o d a s m u l h e r e s, p o r u m a realidade vivida nos grupos de aj uda que auxilia na redução do sofrim ento e do isolam ent o social. Tal fato pode ser ev idenciado na seguint e ex pr essão: t od as

falam a m esm a língua, o m esm o problem a, as m esm as coisas,

parece assim : quando a gent e t á com um a dor, e a out ra t em um a

dor parecida, a gent e fica m ais calm a.

Esse sent im ent o de com part ilhar sofrim ent os é com u m n as f alas d as m u lh er es com cân cer d e m am a, e a dor física é tida com o percepção sensorial relacionada a fenôm enos em ocionais e a com ponentes da personalidade( 9).

A sensação de dor, com um ente sentida pelas m ulheres, não retrata apenas o sofrim ento físico, m as tam bém a auto- estim a e a auto- im agem , m odificadas em d eco r r ên ci a d o p r o b l em a ca u sa d o r d e t a n t o sofrim ent o, ou sej a, t er se subm et ido a um a cirurgia de ret irada de m am a - a m ast ect om ia. A consciência d e n ã o se r a ú n i ca a t e r t a i s se n t i m e n t o s, a possibilidade do diálogo, a part ilha de sent im ent os e reações, bem com o a exploração de idéias são form as de terapia e de m inim izar o sofrim ento partilhado em grupos de aj uda( 9).

A int eração pessoal viabiliza m udanças que favorecem m aior desenvolvim ent o individual e o fat o de com part ilharem experiências nos grupos de apoio funciona com o facilitador de suporte físico, em ocional e social( 10). Constatou- se que, das trinta entrevistadas, 17 fizeram referência à im port ância de um m om ent o de com par t ilh ar ex per iên cias, pois, segu n do elas, f acilit a a com u n icação in t er p essoal, p ossib ilit a a int eração grupal e proporciona m eios de aut o- aj uda e auxílio m útuo. Deixam em evidência que a finalidade do grupo é com plet ar- se m út ua e const ant em ent e e a p r e n d e r co m o s d e m a i s m e m b r o s, m e d i a n t e experiências pessoais( 10). Nesse sentido, os m om entos de troca de experiências são tidos com o de valor para as int egrant es desses grupos, independent em ent e de sua m aneira de ser, viver e conviver consigo e com os out ros.

(5)

f azem p ar t e d o u n iv er so sim b ólico d as m u lh er es estudadas sobre a im portância do grupo com o suporte social. O at o de aj udar, esclarecer, inform ar aquelas m ulheres que ainda irão se subm et er ao t rat am ent o, provavelm ent e, dim inuirá a expect at iva e as t ensões oriundas do próprio desconhecim ent o. Esse at o deve ser h u m an izado, v alor izan do u m pr ocesso pessoal i n t er n o , est i m u l ad o p o r u m esp aço d e r ef l ex ão , confront o e m obilização colet iva( 11).

D e a co r d o co m a s m u l h e r e s e st u d a d a s, dentre as atividades propostas pelos grupos, tam bém se i n cl u ía m a çõ e s e d u ca t i v a s e i n f o r m a t i v a s, v i a b i l i za n d o co n h e ci m e n t o so b r e a d o e n ça e t rat am ent os. Tais at iv idades, para elas, r efor çam o dom ínio do corpo e adoção de m edidas prevent ivas ou de diagnóst ico pr ecoce, por m eio do ensino do a u t o - e x a m e p a r a a m a m a p r e se r v a d a( 1 2 ). A

necessidade de inform ação foi represent ada quando as m ulheres divulgaram que no grupo t êm várias coisas,

palest ras, cursos e agora vai t er um curso lá, e t udo isso acaba

esclarecendo a gent e sobre m uit a coisa.

Re l a t a r a m q u e o g r u p o p o ssi b i l i t a a a p r e n d i za g e m so b r e a s p o ssív e i s co m p l i ca çõ e s, exposição a fatores de risco e esclarecim entos quanto aos seus direitos com o m astectom izadas e de acesso a o s se r v i ço s d e sa ú d e . Esse p o d e r, o r i u n d o d o con h ecim en t o adqu ir ido, t am bém aliv ia os m edos v i v e n ci a d o s p o r m u i t a s d e l a s, v i st o q u e o desconhecido as assust a: a gent e t inhavár ias per gunt as

que a gent e não sabia, aí num a conversa esclarecia m uit a coisas

com os profissionais.

Os assu n t os assim ilad os con scien t em en t e for n ecem a capacidade de est abelecer r eflex ões e decisões m ais j ust as e m inim izar t raj et órias errát icas t ão com uns na nat ur eza hum ana. O senso com um , dent ro de um processo crít ico e plural, responsável, pode en t ão ev olu ir par a o bom sen so. O cidadão inform ado passa a ser o transform ador de sua vida e isso t am b ém é v alor izad o p elas m u lh er es, com o observado nestes discursos: aqui ensinam a gent e m uit a

coisa, ensina a gent e a se cuidar. Venho part icipar dos cursos,

das falas do povo que vem m uit o aqui. Aqui t am bém t em um as

aulas a gent e aprende m uit a coisa sobre essa doença, alivia um

pouco o m edo, e sem pre t em gent e nova.

Essa s i n f o r m a çõ e s so b r e a d o e n ça e o s esclar ecim en t os sobr e a pat ologia e o t r at am en t o favorecem a prom oção da saúde, t ornando- as m ais independent es para o cuidado de si m esm as, para a r ea l i za çã o d e o u t r a s a t i v i d a d es r el a ci o n a d a s ao

am bient e e à fam ília. Possibilit am , ainda, que cada m ulher se t ransform e em um agent e m ult iplicador. A

gent e t ent a fazer isso um t rabalho, de levar inform ações para as

pessoas, que a gent e consiga cada vez m ais det ect ar o câncer

cedo.

As experiências positivas constituem força no e n ca m i n h a m e n t o d e a çõ e s n e ce ssá r i a s p a r a o tratam ento e servem para m inim izar tensões e m edos sem pr e pr esent es nesses casos, além de fav or ecer o ego e reanim á- las para a form ulação de um proj eto de vida( 13).

Ao e x p r e ssa r e m a s si g n i f i ca çõ e s, f o i m arcante a satisfação com que cada qual falava sobre a im port ância em part icipar do grupo: conhecer out r as

m ulheres que t inham o m esm o problem a do m eu, só isso aj uda

m uit o. Eu precisava conviver com pessoas que t inham o m esm o

problem a que eu, para m e sent ir m ais segura, ent ão. Melhorei

m uit o ao m e vincular no grupo m e sint o m ais út il, posso aj udar a

out ras pessoas.

Os gr upos de aut o- aj uda pr ocur am aux iliar a pessoa na resolução de seus problem as, pois, por se r e m h o m o g ê n e o s e m t e r m o s d e p o ssu ír e m m em bros que convivem com problem as sim ilares, é o qu e car act er iza os gr u pos de apoio a m u lh er es m ast ect om izadas.

Ou t r o e l e m e n t o p r e se n t e n o u n i v e r so sim bólico das m ulheres estudadas sobre o significado d o s g r u p o s d e m a st e ct o m i za d a s r e f e r i u - se à

in t eg r ação social. I sso por qu ê gr an de par t e delas deix a em ev idência a idéia de que, ao se achar em i n t eg r a d a s a o m ei o co m u n i t á r i o , r et o m a m su a s at iv id ad es sociais, o q u e as f az p r od u t iv as, com capacidade de aj udar os outros e de autovalorização. O gr upo possibilit ou algum as t om adas de decisões que foram m ostradas dessa form a: eu ainda t enho m uit o

receio de sair, m as o grupo m e aj udou m uit o, depois que ouvi

algum as eu criei coragem e j á vou at é o superm ercado, part icipo

das fest inhas do grupo e dos passeios.

A part icipação em grupos de m ulheres com cân cer d e m am a sig n if icou p ar a elas h ab it ar u m espaço que propicia m om ent os de alegria, de prazer, à m edida qu e r ealizam at iv idades de lazer, com o passeios e viagens. As at ividades grupais reduzem o isolam ent o social e m uit as vezes m elhoram a aut o-estim a( 14), portanto, foi expresso que: fui para a viagem

no Rio Grande do Sul, nunca t inha andado de avião e no grupo fiz

essa viagem. A gent e ficar só em casa a gent e não cresce, eu

est ava m uit o em casa, m as aí em casa a gent e acaba t om ando

(6)

O lazer, configurado com o atividade que visa o d i v e r t i m e n t o , e n t r e t e n i m e n t o e d i st r a çã o , f o i dest acado com o elem ent o de gr ande im por t ância e r eper cussão em suas v idas, agindo com o poder oso r ecur so t er apêut ico.

Para elas, o lazer é um a form a de buscar a cura da doença, vist o que, ao se dist rair, a m ent e é o cu p a d a d e f o r m a p r a ze r o sa , a f a st a n d o o s p en sam en t o s p er si st en t es e n eg at i v o s q u an t o à doença( 13). Em relação à descont ração, as m ulheres

revelaram que: venho pra cá, passo a t arde aqui, passo a

t arde no t oque de vida, a gent e conversa m uit o, j oga m uit a

conversa fora, m as é m uit o bom , m e faz m uit o bem . Passeam os,

brincam os, nos divert im os m uit o, conhecem os m uit a gent e, é

sem pre assim no grupo. Aqui eu não m e sint o sozinha, t enho

m uit o que conversar e t am bém gost o de ouvir.

Configura, ainda, o diálogo ent re elas com o for m a de lazer e de passar o t em po, r efor çando a idéia de que o gr upo é per cebido com o espaço de pr azer, en con t r os e r een con t r os qu e f av or ecem o bem - estar geral de cada um a delas. É nesse convívio que o espaço físico dos grupos de apoio se transform a em um locus social dest inado a possibilit ar que cada u m a d elas p r ocu r e se ocu p ar con sig o m esm a. A con v iv ên cia em gr u po de pessoas com pr oblem as se m e l h a n t e s p r o p o r ci o n a e x p e r i ê n ci a q u e p o d e desenvolver um valor t erapêut ico e novas m aneiras de lidar com a doença( 13).

Fo i p o ssív e l t a m b é m p e r ce b e r, e n t r e o s ben ef ícios or iu n dos da con v iv ên cia em gr u pos de apoio, a m elhora da auto- estim a e da própria im agem cor por al, r ecobr ando- as par a a v ida, par a o pr azer d e v i v e r. Esse s e st ím u l o s su r g i r a m q u a n d o obser v ar am que a v id a n ão acab a, con t in u a, e a g en t e

encont rando um grupo desses que dá apoio ent ão incent iva m ais

a aut o- est im a da gent e apesar que a m inha aut o- est im a não est á

baixa, sem pre eu fui m uit o ot im ist a. Pra m im , eu part icipar de um

grupo desse, faz eu viver m ais um a vida, que eu t ava louca pra

aj udar alguém , incent ivar as pessoas, t em m uit as pessoas que

ficam só.

A co n st i t u i çã o d e u m a so ci ed a d e se f a z inicialm ent e pelo ent endim ent o de suas relações. A linguagem , a form ulação de conceit os e a definição clara do pensam ent o são elem ent os que facilit am a com preensão das inform ações e proporcionam a ação cidadã( 6). Assim , foi not ória a linguagem usada pelas

m ulheres com o ferram ent a para facilit ar a int eração e a relação ent re elas, m udando com port am ent os e aliviando seus sofrim ent os com base na convivência com as dem ais do grupo: a gent e fica conversando e às

vezes dizendo at é o j eit o que a gent e ficou, dando às vezes at é

depoim ent o. Quando a gent e part icipa de um grupo, conhece as

pessoas com o m esm o sofrim ent o e a gent e se com unica um a

com a out ra e vai aceit ando m ais.

A con v iv ên cia em gr u po pr opicia em cada indivíduo um a m odificação const ant e, que por m eio da int eração com os dem ais, se m ost ra dinâm ica e cont ínua( 10); m udam - se os hábit os, os pensam ent os,

os sent im ent os e t r ansfor m am - se com por t am ent os num a r elação am igáv el e não de im posição. Essas m udanças for am ident ificadas de for m a salut ar : eu

est ava ficando m uit o em casa, m e am arrando, cuidando da casa e

t udo, e eu dando essa saída pra cá, a gent e se anim a m ais, m uda

sua vida para m elhor. Part icipar de um grupo assim , é fant ást ico! A t r oca de ex per iên cias n o gr u po lev a as m ulheres a adquirirem m aior habilidade para enfrentar a s d i f i cu l d a d e s r e l a ci o n a d a s co m o câ n ce r, est im ulando–as a m odificar at it udes e reações, além de favorecer o conhecim ent o de si.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Os r e su l t a d o s d e st e e st u d o p e r m i t i r a m com preender que, para as m ulheres part icipant es de gr upos de apoio a m ast ect om izadas, esses gr upos são de im port ância fundam ent al na socialização das par t icipant es um a v ez que possibilit am a t r oca de ex p er iên cias, of er ecim en t o d e su p or t e social, d e in f or m ações e or ien t ações sobr e a doen ça e seu s t r at am en t os, o desen v olv im en t o de at iv idades de lazer, m elh or an d o a au t o- im ag em , au t o- est im a e com unicação int er pessoal.

O espaço físico organizado por profissionais, q u e t en h am in t er esse em aj u d ar n o p r ocesso d e recuperação e reabilit ação de m ulheres com câncer de m am a, pode ser transform ado em um espaço social replet o de possibilidades de t ransform ações hum anas q u e l e v e m a o b e m - e st a r d o g r u p o q u e se e st á assist indo.

Constata- se com o fundam ental a im plantação de gr upos de apoio nos ser v iços de saúde pública, nos planos m unicipal e estadual do Ceará, a exem plo das cidades de Sobr al e Juazeir o do Nor t e, pois se regist ra o fat o de que, além da incidência desse t ipo d e câ n ce r, a s m u l h e r e s r e v e l a r a m sa t i sf a çã o e necessidade da continuidade do grupo tendo em vista a m elhoria da saúde.

(7)

a t en ção d as au t or id ad es g ov er n am en t ais locais e est ad u ais, p ar a v alor ização e r econ h ecim en t o d a importância de grupos de apoio às mulheres com câncer de m am a, devem ser envidados, um a vez que é um a form a de reduzir as barreiras de acesso a serviços de recuperação e reabilitação dessas m ulheres.

Out ros est udos devem ser desenvolvidos no sent ido de ident ificar e validar os result ados quant o às m udanças na qualidade de v ida, nas condições f a v o r á v e i s p a r a a r e cu p e r a çã o d a sa ú d e e a p r e v e n çã o d e a g r a v o s, j u n t o à s m u l h e r e s q u e part icipam de grupos de apoio dessa nat ureza.

REFERÊNCI AS

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Referências

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