• Nenhum resultado encontrado

Avaliação de risco e incidência de queda em pacientes neurocirúrgicos.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Avaliação de risco e incidência de queda em pacientes neurocirúrgicos."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

AVALI AÇÃO DE RI SCO E I NCI DÊNCI A DE QUEDA EM PACI ENTES NEUROCI RÚRGI COS

Solange Diccini1

Pr iscila Gom es de Pinho2

Fabiana Oliv eir a da Silv a3

O pacient e neur ocir úr gico pode apr esent ar déficit s m ot or es, sensit iv os e de equilíbr io, aum ent ando o r isco de

queda. O obj et ivo dest e est udo foi avaliar os fat ores de risco e a incidência de queda em pacient es neurocirúrgicos

dur ant e o pr é e pós- oper at ór io. Est udo de coor t e pr ospect iv o, onde for am incluídos pacient es subm et idos a

cir u r gias in t r acr an ian as e r aqu im edu lar es elet iv as. Nov en t a e set e pacien t es par t icipar am do est u do, sen do

que oit o ( 8,2% ) apr esent ar am queda, t ot alizando 12 ( 12,4% ) quedas. Em 2 ( 16,7% ) quedas ocor r idas, nest e

est udo, as cam as apr esent av am as gr ades abaix adas e em 6 ( 50% ) delas a cam a não possuía gr ades. Não

houve difer ença ent r e os fat or es de r isco par a queda no pacient e no pr é e no pós- oper at ór io. Conclui- se que

a m aioria das quedas poderiam t er sido prevenidas com a m elhoria da est rut ura hospit alar e com a im plem ent ação

de pr ogr am a de pr ev enção de quedas.

DESCRI TORES: aciden t es por qu edas; en fer m agem ; epidem iologia; n eu r ocir u r gia

ASSESSMENT OF RI SK AND I NCI DENCE OF FALLS I N NEUROSURGI CAL I NPATI ENTS

Neurosurgical pat ient s m ay present m ot or, sensit ive and balance im pairm ent and increased risk of falling. The

aim of t his st udy w as t o ev aluat e t he fall r elat ed r isk fact or s and t he incidence of falls in t he pr e and post

-oper at iv e per iod of neur osur gical pat ient s. A pr ospect iv e cohor t st udy w it h a r esear ch populat ion of pat ient s

undergoing elect ive neurosurgical procedures. Ninet y- seven pat ient s t ook part in t he st udy. Eight ( 8.2% ) have

present ed falls wit h a t ot al of 12 falls ( 12.4% ) . I n t wo falls ( 16.7% ) , bed side rails were down, whereas in six

falls ( 50% ) , beds had no rails at all. There was no difference am ong fall- relat ed risk fact ors during pre and t he

post - operat ive periods. We have concluded t hat m ost falls could have been prevent ed t hrough an im provem ent

in t he hospit al int ernal st ruct ure and w it h t he int roduct ion of a falls prevent ion program .

DESCRI PTORS: accident al falls; nur sing; epidem iology ; neur osur ger y

EVALUACI ÓN DE RI ESGO E I NCI DENCI A DE CAÍ DAS EN PACI ENTES DE NEUROCI RUGÍ A

Los pacient es en neurocirugía pueden present ar deficiencias m ot oras, sensit ivas y del equilibrio, lo cual aum ent a

el riesgo de caídas. El obj et ivo de est e est udio fue evaluar los fact ores de riesgo y la incidencia por caídas en

pacien t es de n eu r ocir u gía du r an t e el pr e- oper at or io y post - oper at or io. Est u dio de coh or t e pr ospect iv o, en

don de se in clu y er on pacien t es som et idos a cir u gías in t r a- cr an ean as y r aqu ídeo- m edu lar es. Par t icipar on del

est udio nov ent a y siet e pacient es, de los cuales ocho ( 8,2% ) t uv ier on caídas, t ot alizando 12 ( 12,4% ) caídas.

En 2 ( 16,7% ) de las caídas, ocurridas durant e el est udio, las barandas no est aban colocadas en la cam a y en

6 ( 50% ) de ellas, la cam a no t enía barandas. No se evidenció diferencia ent re los fact ores de riesgo para las

caídas en los pacient es dur ant e el pr e- oper at or io y post - oper at or io. Concluim os que la m ay or ía de las caídas

podrían haber sido prevenidas, a t ravés de una m ej or est ruct ura hospit alaria, así com o con la im plem ent ación

de pr ogr am as de pr ev ención par a caídas.

DESCRI PTORES: acciden t es por caídas; en fer m er ía; epidem iología; n eu r ocir u gía

(2)

I NTRODUÇÃO

Queda é definida com o súbit a e inexplicável

m udança na posição, na qual o paciente vem ao chão d e m an ei r a n ão - i n t en ci o n al( 1 ). Mai s d e 7 0 % d as quedas em pacient es hospit alizados ocorrem dent ro do quart o, durant e a t ransferência da cam a, cadeira ou cad eir a d e r od as e cer ca d e 1 9 % ocor r em n a d eam b u lação d u r an t e o t r aj et o d e id a e v olt a ao banheiro( 1- 2).

Os fat or es de r isco par a queda são: idade a ci m a d e 6 5 a n o s( 3 - 4 ), a l t e r a çõ e s n o n ív e l d e co n sci ê n ci a( 3 - 4 ), u so d e m e d i ca m e n t o s ( a n t i d e p r e ssi v o s, b e n zo d i a ze p ín i co s, a n t i -hipert ensivos)( 5- 6), síncope e hipot ensão post ural( 2,4), incont inência vesical e/ ou int est inal( 3- 4), dist úrbios do equilíbrio( 2,4), déficit m ot or( 2- 4), déficit s sensoriais( 2- 4), falta de segurança no m eio am biente( 2- 4) e ocorrência prévia de quedas( 2- 4).

D e n t r e a s p a t o l o g i a s m a i s co m u m e n t e associadas a quedas, obser va- se com o dir et am ent e r elacion ad as as p at olog ias ost eom ioar t icu lar es e, indiret am ent e relacionadas, as doenças neurológicas e car diov ascular es( 7).

Cer ca d e 2 3 % d as q u ed as em p aci en t es hospit alizados r esult am em lesões, sendo que 83% das lesões são abr asões, cont usões e lacer ações e 9 % são fr at ur as( 1). Das fr at ur as, 4 % ocor r em nos ossos do quadril e 3,5% nos ossos da calota craniana( 2). A queda pode t er com o conseqüência o aum ent o no tem po de internação e no custo do tratam ento, além d e ca u sa r d e sco n f o r t o a o p a ci e n t e e o ca si o n a r cet icism o em relação aos serviços de enferm agem( 8). A im plem entação de program as de prevenção de queda tem dem onstrado sucesso e são com postos de três elem entos: identificação do risco para queda, i m p l e m e n t a çã o d e t é cn i ca s d e p r e v e n çã o e reavaliação do pacient e para m ant er ou incluir novos fat or es de r isco( 4). Com isso, esper a- se dim inuir as t ax as d e q u ed as e as co m p l i caçõ es d eco r r en t es dessas em pacient es hospit alizados.

A qu eda é con sider ada com o in dicador de qualidade da assistência de enferm agem e é tam bém u m d o s i n d i ca d o r e s m o n i t o r a d o p e l o p r o g r a m a Com prom isso com a Qualidade Hospitalar ( CQH) , que visa a m elhoria da qualidade assistencial, tendo com o obj et ivo a excelência no at endim ent o hospit alar( 9).

O ob j et iv o d est e est u d o f oi com p ar ar os fat ores de risco para queda no pré e pós- operat ório e v e r i f i ca r a i n ci d ê n ci a d e q u e d a e m p a ci e n t e s neurocirúrgicos durant e o pré e pós- operat ório.

MÉTODO

Est udo de coor t e pr ospect iv o, r ealizado na unidade de neurocirurgia e UTI de neurocirurgia do Hospit al São Paulo, de fevereiro a agost o de 2006. For am incluídos pacient es int er nados par a cir ur gias elet ivas int racranianas e raquim edulares e com idade superior a 18 anos. Foram excluídos pacient es com patologias neuroclínicas. A coleta de dados foi iniciada após a aprovação pelo Com it ê de Ét ica em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo e os pacient es f o r a m i n cl u íd o s a p ó s a ssi n a r e m o Te r m o d e Consent im ent o Livre e Esclarecido.

Os seguint es dados foram colet ados: idade, sex o , t em p o d e i n t er n ação , d i ag n ó st i co m éd i co , fat ores de risco para queda, ocorrência e núm ero de quedas durant e a int ernação, local da queda, t ipo e local da lesão após a queda. Os fatores de risco para queda foram relacionados ao pacient e, ao am bient e e à enfer m agem .

Os fat ores de risco relacionados ao pacient e foram : idade acim a de 65 anos( 3- 4), alterações no nível d e co n sci ê n ci a( 3 - 4 ), u so d e m e d i ca m e n t o s ( a n t i d e p r e ssi v o s, b e n zo d i a ze p ín i co s, a n t i -hipertensivos e outros)( 5- 6), distúrbios do equilíbrio( 2,4), déficit m ot or( 2- 4), déficit s sensoriais ( acuidade visual e / o u a u d i t i v a d i m i n u íd a s)( 2 - 4 ), p a t o l o g i a s ost eom ioart iculares( 7) e hist ória de queda ant erior à int ernação( 2- 4).

A avaliação da força m otora foi realizada com a classificação de grau 0 a grau 5( 10).No item histórico d e q u ed a an t er ior à in t er n ação h osp it alar f or am co l et a d o s o m o t i v o , l o ca l e n ú m er o d e q u ed a s, presença e t ipo de lesões.

Os fatores de risco relacionados ao am biente incluíram : cam a com grades, cam a sem grades, cam a a l t a e ca m p a i n h a f o r a d e a l ca n ce d o p a ci e n t e . Se g u n d o o p a ci e n t e , a s g r a d e s p e r m a n e ce r a m elevadas a m aior part e do t em po ou perm aneceram ab aix ad as n a m aior p ar t e d o t em p o. A cam a f oi consider ada alt a quando o pacient e necessit av a de escada para descer ou subir na cam a.

No s f a t o r e s d e r i sco , r e l a ci o n a d o s à enfer m agem , for am colet ados: a solicit ação ou não solicit ação de auxílio à enferm agem pelo pacient e.

Os f a t o r e s d e r i sco p a r a q u e d a f o r a m av aliad os n o p r é- op er at ór io e n o p ós- op er at ór io. Diar iam en t e er a r ealizad a a colet a d e d ad os em relação à presença de queda e o núm ero de pacientes/ dia. O índice de queda foi calculado div idindo- se o núm er o de quedas pelo núm er o de pacient es/ dia e m ult iplicando- se o result ado por 1000( 9).

(3)

qui-qu adr ado ou t est e de Fisch er, con sider an do com o est at ist icam ent e significat ivo os valores de p< 0,05.

RESULTADOS

D u r a n t e a i n t e r n a çã o h o sp i t a l a r f o r a m incluídos 97 pacientes. Na Tabela 1 são apresentadas as caract eríst icas em relação à idade, sexo, dias de int ernação hospit alar e diagnóst ico m édico.

Tabela 1 - Dist ribuição segundo idade, sexo, dias de int ernação, e diagnóst ico m édico

Dos pacient es que apr esent ar am alt er ação n o n ív el d e co n sci ên ci a , set e ( 7 7 , 8 % ) est a v a m con f u sos n o pr é- oper at ór io e oit o ( 8 0 % ) n o pós-operatório; dois ( 22,2% ) sonolentos no pré- operatório e dois ( 20% ) no pós- operat ório.

Na alt eração de acuidade visual, seis ( 14% ) pacient es t inham am aur ose unilat er al, dois ( 4,6% ) am aurose bilateral, cinco ( 11,6% ) diplopia, três ( 7% ) cat arat a, um ( 2,3% ) est rabism o, 17 ( 39,5% ) faziam uso de lentes corretivas para m iopia ou hiperm etropia e nove ( 21% ) tinham acuidade visual dim inuída devido a neuropat ias no pré e no pós- operat ório.

Na av aliação da for ça m ot or a, 45 ( 46,4% ) pacient es no pr é- oper at ór io e 41 ( 42, 2% ) no pós-operat ório apresent aram dim inuição de força m ot ora. Hem iparesia de grau 1 a grau 4 foi avaliada em dez ( 22,2% ) pacient es no pr é e nov e ( 22,0% ) no pós-operatório, paraparesia crural de grau 1 a grau 4 em 11 ( 24,5% ) pacient es no pré e 11 ( 26,8% ) no pós-operat ório, m onoparesia de m em bro inferior de grau 2 a grau 4 em nove ( 20% ) pacient es no pré e set e ( 17% ) no pós- operatório, tetraparesia em 11 ( 24,5% ) pacient es no pr é e nov e ( 22% ) no pós- oper at ór io, h em ip leg ia em u m ( 2 , 2 % ) p acien t e n o p r é e u m ( 2 , 4 % ) n o p ó s- o p er at ó r i o , p ar esi a em m em b r o s superiores em três ( 6,6% ) pacientes no pré e quatro ( 9,8% ) no pós- operat ório.

A p r esen ça d e alt er ação n a m ar ch a e/ ou equilíbr io foi av aliada em 18 ( 18,5% ) pacient es no p r é e n o p ós- op er at ór io. No p r é- op er at ór io, oit o ( 4 4 , 4 % ) p a ci en t es a p r esen t a r a m t o n t u r a , ci n co ( 27,9% ) m archa atáxica, dois ( 11,1% ) vertigem , dois ( 1 1 , 1 % ) m a r ch a p a r é t i ca , u m ( 5 , 5 % ) m a r ch a ant álgica. No pós- operat ório, dez ( 55,6% ) pacient es a p r e se n t a r a m t o n t u r a , q u a t r o ( 2 2 , 2 % ) m a r ch a atáxica, dois ( 11,1% ) vertigem e dois ( 11,1% ) m archa par ét ica.

x

- m édia; DP - desvio padrão; TCE - traum a cranioencefálico; TRM - traum a raquim edular

Na Tabela 2 são apresent ados os fat ores de risco relacionados ao pacient e neurocirúrgico no pré e pós- oper at ór io.

Tabela 2 - Dist ribuição dos fat ores de risco relacionados ao pacient e neurocirúrgico no pré e pós- operat ório s a c i t s í r e t c a r a

C Total(n=97)

) P D X s o n a ( e d a d

I 48,9 14,8

) % n ( o x e S o n il u c s a

M 49 50,5

o n i n i m e

F 48 49,5

) P D X s a i d ( r a l a ti p s o h o ã ç a n r e t n I ) % n ( o c i d é m o c it s ó n g a i

D 16 12,8

s o n a i n a r c a r t n i s e r o m u

T 39 40,2

o c il á f e c n e r a l u c s a v e t n e d i c

A 18 18,5

s e r a l u d e m i u q a r s a i g o l o t a

P 16 16,5

s e r a l u d e m i u q a r s e r o m u

T 9 9,3

E C

T 2 2,1

o c ir é fi r e p o s o v r e n a m e t s i s o n s e õ s e

L 3 3,1

e s o c r e c it s i c o r u e

N 3 3,1

a il a f e c o r d i

H 2 2,1

M R

T 1 1,0

s a n a i n a r c s a i g o l o t a p s a r t u

O 4 4,1

e t n e i c a p o a s o d a n o i c a l e r o c s i r e d s e r o t a

F Pré-operatório Pós-operatório p

n % n %

s o n a 5 6 e d a m i c a e d a d

I 16 16,5 16 16,5 1,00

a i c n ê i c s n o c e d l e v í n o d o ã ç a r e tl

A 9 9,3 10 10,3 0,81

l a u s i v e d a d i u c a a d o ã ç a r e tl

A 43 44,4 43 44,4 1,00

a r o t o m o ã ç a r e tl

A 45 46,4 41 42,2 0,66

o ir b íl i u q e u o / e a h c r a m e d o ã ç a r e tl

A 18 18,5 18 18,5 1,00

s o v i s n e t r e p i h -it n a e d o s

U 46 47,4 45 46,4 0,88

s o c i p ó r t o c i s p e d o s

U 63 65 61 62,9 0,88

s a c it é l e u q s e o l u c s u m s a i g o l o t a

P 5 5,2 5 5,2 1,00

r o ir e t n a a d e u q e d a ir ó t s i

(4)

D o s 6 3 ( 6 5 % ) p a ci e n t e s q u e u t i l i za r a m psicotrópicos no pré- operatório, 49 ( 77,8% ) utilizaram ant iconv ulsiv ant es, oit o ( 12, 7% ) ant idepr essiv os e seis ( 9,5% ) benzodiazepínicos. No pós- operat ório, 61 ( 6 2 , 9 % ) u t i l i zar am p si co t r ó p i co s, sen d o q u e 4 8 ( 78,7% ) pacient es ut ilizaram ant iconvulsivant es, seis ( 9 , 8 % ) a n t i d e p r e ssi v o s e se t e ( 1 1 , 5 % ) benzodiazepínicos.

As pat ologias m usculoesquelét icas est iveram pr esent es em cinco ( 5 , 2 % ) pacient es no pr é e no p ós- op er at ór io, sen d o d ois ( 4 0 % ) p acien t es com ost eoart rose, um ( 20% ) com am put ação de m em bro in fer ior, u m ( 2 0 % ) com h ipot r ofia da m u scu lat u r a pélvica e de m em bros inferiores e um ( 20% ) paciente com im obilização por t ala gessada, por fr at ur a em m em br o infer ior esquer do.

Vin t e e u m ( 2 1 , 6 % ) p acien t es r elat ar am queda ant er ior à int er nação. As causas for am : 1 1 ( 5 2 , 3 % ) p or d im in u ição d e f or ça m ot or a, q u at r o ( 19% ) por dist úrbios de equilíbrio, t rês ( 14,3% ) por conv ulsão, um a ( 9,6% ) por síncope e duas ( 9,5% )

quedas sem r elat o do m ot iv o. Os locais de queda foram : 13 ( 62% ) na residência do pacient e; quat ro ( 19% ) na rua, um a ( 4,7% ) no hospital anterior a essa int ernação, um a ( 4,7% ) no t rabalho e duas ( 9,5% ) q u e d a s se m r e l a t o d o l o ca l . D o s p a ci e n t e s q u e ap r esen t ar am q u ed a, 1 2 ( 5 7 % ) ap r esen t ar am as seg u in t es lesões: set e ( 3 3 , 3 % ) escor iações, t r ês ( 1 4 , 3 % ) h e m a t o m a s, u m a ( 4 , 7 % ) e sco r i a çã o e h e m a t o m a , u m ( 4 , 7 % ) h e m a t o m a e f r a t u r a d e m em bro superior direit o. Em relação ao núm ero de qu edas, 1 7 ( 8 1 % ) pacien t es caír am u m a v ez, u m ( 4 , 7 % ) du as v ezes, u m ( 4 , 7 % ) t r ês v ezes e dois ( 9 , 6 % ) q u a t r o v ezes o u m a i s. D o s 2 1 ( 2 1 , 6 % ) p acien t es q u e ap r esen t ar am q u ed as an t er ior es à int ernação, t rês ( 14,3% ) t iveram quedas durant e a at ual int ernação.

Na Tabela 3 são apresent ados os fat ores de risco relacionados ao am bient e e à enferm agem no pr é e pós- operat ór io. Todos os pacient es r elat aram q u e f o r a m a t e n d i d o s a o so l i ci t a r o a u x íl i o d a en f er m agem .

Tabela 3 - Dist ribuição dos fat ores de risco relacionados ao am bient e e à enferm agem durant e o pré e pós-oper at ór io

Durant e a int ernação hospit alar, oit o ( 8,2% ) p acien t es ap r esen t ar am q u ed a, n u m t ot al d e 1 2 ( 12,4% ) quedas. Dois ( 25% ) pacient es t inham m ais de 65 anos de idade. No pré- operatório, cinco ( 62,5% ) p a ci e n t e s ca ír a m , se n d o q u e d o i s ( 2 5 % ) apresentaram duas quedas, num total de sete ( 58,3% ) qu edas n o pr é- oper at ór io. No pós- oper at ór io, t r ês ( 37,5% ) pacient es caíram , no ent ant o, um ( 12,5% ) apresent ou t rês quedas, num t ot al de cinco ( 41,7% ) q u ed a s n o p ó s- o p er a t ó r i o . Nã o h o u v e d i f er en ça

estatística entre os pacientes que caíram no pré e no pós- operat ório ( p< 0,72) . Os locais de queda foram : set e ( 5 8 , 3 % ) dent r o do quar t o no pr é- oper at ór io; quatro ( 33,3% ) dentro do quarto no pós- operatório e u m a ( 8 , 4 % ) q u ed a ocor r eu n o b an h eir o n o p ós-operatório. A distribuição da form a com o os pacientes caíram foi a seguinte: cinco ( 41,7% ) quedas ao descer d a cam a; t r ês ( 2 5 % ) n a d eam b u lação d en t r o d o quarto; três ( 25% ) ao m ovim entar- se na cam a, sendo que, nos t rês casos, a cam a não t inha grades e em e

d e t n e i b m a o a s o d a n o i c a l e r o c s i r e d s e r o t a F

m e g a m r e f n e

o i r ó t a r e p o r

P Pós-operatório

p

n % n %

a m a c a n s e d a r G

s e d a r g m e

S 54 55,7 56 57,8

s a d a v e l e s e d a r

G 28 28,9 31 32 0,55

s a d a x i a b a s e d a r

G 15 15,4 10 10,2

a m a c a d a r u tl A

a tl

A 71 73,2 72 74,2 0,87

a x i a

B 26 26,8 25 25,8

a h n i a p m a C

e t n e i c a p o d e c n a c l a o

A 83 85,6 89 91,8 0,26

e t n e i c a p o d e c n a c l a o d a r o

F 14 14,4 8 8,2

o d i d n e t a i o f e m e g a m r e f n e a d o il í x u a u o ti c il o

S 81 83,5 89 91,8 0,14

m e g a m r e f n e a d o il í x u a o u o ti c il o s o ã

(5)

dois casos as cam as eram altas e um a ( 8,3% ) queda ocorreu ao sair do vaso sanitário. Um ( 8,3% ) paciente ev olu iu com h em at om a d e su b cu t ân eo n a r eg ião front al após a queda.

Na Tabela 4 são apr esen t ados os m ot iv os r ef er idos pelos pacien t es e pela en f er m agem qu e lev aram à qu eda du r an t e a in t er n ação h ospit alar. Houve predom ínio do déficit m ot or no pré e no pós-operat ório com o o principal m ot ivo de queda.

Tabela 4 - Mot ivos r efer idos pelos pacient es e pela enferm agem da unidade que levaram à queda durante a int ernação hospit alar

neurocirurgia o risco de queda independe da idade( 1). Nest e est u d o , v er i f i co u - se q u e 2 5 % d as q u ed as ocor r er am em pacien t es com idade su per ior a 6 5 an os.

Dent re os fat ores de risco m ais encont rados em pacient es neur ológicos, a fr aqueza m uscular é for t em ent e associada ao r isco de queda e à queda propriam ent e dit a.Pesquisa realizada com pacient es hospit alizados m ost rou que fraqueza m uscular est ava p r esen t e em 8 0 , 9 % d os p acien t es q u e caír am( 5 ). Déficit m ot or foi encont rado em 4 ( 33,3% ) pacient es que caír am no pr é- oper at ór io e 2 ( 16,7% ) no pós-operat ório e déficit visual associado ao dist úrbio do equilíbrio e/ ou de m archa foi encontrado em 3 ( 25% ) pacient es que caíram no pós- operat ório.

Os f a t o r e s d e r i sco p a r a q u e d a e st ã o present es em pacient es hospit alizados em unidades clínicas e cirúrgicas. No ent ant o, o risco de queda é m aior nas unidades de psiquiat ria, neuroclínica e/ ou n e u r o ci r u r g i a( 1 ). Ne ssa s u n i d a d e s, o s p a ci e n t e s possuem vários fatores de risco, tais com o alterações n o n ív el d e con sciên cia, m ob ilid ad e p r ej u d icad a, h i p o t e n sã o o r t o st á t i ca , d i st ú r b i o s v e si ca i s o u in t est in ais, déficit s sen sor iais e h ist ór ia pr év ia de qu edas. As qu edas en t r e pacien t es da n eu r ologia o co r r e m d u a s v e ze s m a i s d o q u e e m o u t r a s unidades( 1).

Nos fatores de risco relacionados ao am biente h o sp i t a l a r, f o r a m a v a l i a d o s p r o b l e m a s t a n t o d e est r u t u r a com o de pr ocesso. As cam as alt as e as cam as sem gr ades est ão r elacionadas a pr oblem as de est rut ura do hospit al. As cam as com grades que p er m an ecer am ab aix ad as e a n ão solicit ação d a enferm agem est ão relacionadas à falha de processo. Pe sq u i sa q u e a v a l i o u f a t o r e s d e r i sco r elacionados com pr esença de queda m ost r ou que 56, 1% dos pacient es que caír am apr esent av am as grades das cam as abaixadas. Além disso, 44 ( 44,9% ) deles r ef er ir am solicit ar a en f er m agem , às v ezes, enquant o que apenas 11 ( 11,2% ) referiram solicit ar a enfer m agem sem pr e( 11). Nest e est udo, o núm er o de pacient es que referiu não solicit ar a enferm agem foi de 16 ( 16,5% ) no pré- operat ório e 8 ( 8,2% ) no pós- operat ório. Em 2 ( 16,7% ) quedas ocorridas, as cam as apr esent av am as gr ades abaix adas e em 6 ( 50% ) delas a cam a não possuía grades.

Dos pacientes adm itidos em um a unidade de n eu r oclín ica/ n eu r ocir u r g ia, 5 , 8 % sof r er am q u ed a d u r an t e a in t er n ação( 1 ). Nest e est u d o, 8 , 2 % d os pacient es apr esent ar am queda, o que m ost r a que, A Figura 1 m ostra o índice de queda por m ês.

O índice de queda de pacient e foi m aior no m ês de fevereiro, com 10,2 quedas/ 1000 pacient es dia.

Figura 1 – Í ndice de queda de paciente/ 1000 pacientes dia

DI SCUSSÃO

Queda é o evento adverso m ais com um entre os pacientes hospitalizados, sendo 70% dos acidentes que ocorrem dentro do hospital( 11). Dos pacientes, 2% caem durant e a int ernação( 1).

Os pacientes idosos são de risco para queda, sendo que 53% delas ocor r em em pacient es acim a d e 6 5 a n o s( 5 ). Na s u n i d a d e s d e n e u r o cl ín i ca /

10

0

2

4,6 4,8

0 0

2 4 6 8 10 12

Fev Mar Abr Mai Jun Jul

M e se s

Quedas por 1000 pacientes dia

a d e u q a d o v i t o

M Pré-operatóiro Pós-operatóiro

n % n %

r o t o m ti c if é

D 4 33,3 2 16,7

e d u o / e o ir b íl i u q e e d o i b r ú t s i D

a h c r a

m 2 16,7 -

-o a o d a i c o s s a ( l a t n e m o ã s u f n o C

) r o t o m ti c if é

d 1 8,3 -

-o a o d a i c o s s a ( l a u s i v ti c if é D

e d u o / e o ir b íl i u q e o d o i b r ú t s i d

a h c r a

(6)

além dos fat ores de risco relacionados ao pacient e, as dificuldades encont radas em relação à est rut ura e processo podem t er cont ribuído para a ocorrência de qu edas.

As quedas foram divididas de acordo com o per íodo em que ocor r er am , pr é- oper at ór io ou pós-operat ório. Set e ( 58,3% ) das quedas ocorreram no pré- operatório e 5 ( 33,3% ) no pós- operatório. Quando avaliados os fatores de risco, 4 ( 4,2% ) pacientes que apr esen t av am alt er ação m ot or a do pr é- oper at ór io não apr esent avam no pós- oper at ór io.

A incidência de lesões provocadas por quedas f o i d e 2 8 % n a s u n i d a d e s d e n e u r o cl ín i ca / n eu r ocir u r gia( 1 ), en qu an t o em ou t r as u n idades de in t er n ação essa in cidên cia foi de 3 3 , 6 %( 12). Nest e estudo foi observado que 8,3% das quedas causaram lesões, sendo que nenhum a fratura. Em outro estudo, 2% dos pacient es t iveram frat ura( 1).

A taxa de quedas foi de 6,12 quedas por 1000 p aci en t es d i a em u m a u n i d ad e d e n eu r o l o g i a( 5 ), enquant o que, nest e est udo, as t ax as v ar iar am de zero a 10,2 quedas por 1000 pacient es dia. Fat ores relacionados à estrutura e processo contribuíram para essas t ax as.

Pa r a q u e a s q u e d a s p r e v e n ív e i s se j a m evitadas, as cam as atuais precisariam ser substituídas por cam as com grades e com regulagem de alt ura. Al ém d essas m ed i d as, n a ad m i ssão h osp i t al ar é necessário que haj a a avaliação do risco de quedas, q u e d e t e r m i n a a çõ e s d e p r e v e n çã o d u r a n t e a i n t e r n a çã o . Essa a v a l i a çã o t a m b é m d e v e se r p er iód ica, p ois os f at or es d e r isco m od if icam - se. Tam bém é im por t ant e o env olv im ent o da educação cont inuada no hospit al para educação da equipe de en f er m agem .

CONCLUSÕES

Não houve diferença entre os fatores de risco para queda encont rados no pré e pós- operat ório de neur ocir ur gia. A incidência de queda foi de 12,4% , sendo que 6 ( 50% ) das quedas poder iam t er sido prevenidas com a m elhoria da est rut ura hospit alar, 2 ( 1 6 , 7 % ) co m a i m p l em en t ação d e p r o g r am a d e p r e v e n çã o d e q u e d a e 4 ( 3 3 , 3 % ) se h o u v e sse a d e r ê n ci a d o p a ci e n t e q u a n t o à so l i ci t a çã o d a enferm agem ant es de realizar algum a at ividade.

REFERÊNCI AS

1. Rohde JM, Myers AH, Vlahov D. Variat ion in risk for falls by cl i n i cal d ep ar t m en t : I m p l i cat i on s f or p r ev en t i on . I n f ect Con t r ol Hosp Epidem iol 1 9 9 0 ; 1 1 : 5 2 1 - 4 .

2. Rubenst ein LZ, Powers CM, MacLean CH. Qualit y indicat ors for t he m anagem ent and pr ev ent ion of falls and m obilit y p r o b l e m s i n v u l n e r a b l e e l d e r s. An n I n t e r n Me d 2 0 0 1 ; 1 3 5 : 6 8 6 - 9 3 .

3. Cohen L, Guin P. I m plem ent at ion of a pat ient fall prevent ion pr ogr am . J Neur osci Nur s 1991; 23: 315- 9.

4. Hit cho EB, Kr auss MJ, Bir ge S, Dunagan WC, Fischer I , Johnson S, et al. Charact erist ics and circum st ances of falls in a hospit al set t ing. J Gen I nt ern Med 2004; 19: 732- 9. 5. Vassallo M, Vignaraj a R, Sharm a JC, Briggs R, Allen SC. Predict ors for falls am ong hospit al inpat ient s wit h im paired m obilit y. J R Soc Med 2004; 97: 266- 9.

6 . Ch a i m o w i cz F, Fe r r e i r a TJXM, Mi g u e l D FA. Uso d e m edicam ent os psicoat ivos e seu relacionam ent o com quedas ent r e idosos. Rev Saúde Pública 2000; 34: 631- 5.

7 . Fa b r íci o SCC, Ro d r i g u es RAP, Ju n i o r MLC. Ca u sa s e conseqüências de quedas de idosos at endidos em hospit al público. Rev Saúde Pública 2004; 38: 93- 9.

8 . Mar in HF, Bou r ie P, Safr an C. Desenv olv im en t o de u m sist em a de aler t a par a pr evenção de quedas em pacient es hospit alizados. Rev Lat ino- am Enfer m agem 2000; 8: 27- 32. 9. NAGEH. Manual de I ndicadores de Enferm agem . Program a CQH. São Pau lo ( SP) : APM/ CREMESP; 2 0 0 6 .

10. Diccini S, Whit aker I Y. Ex am e Neur ológico. I n: Bar r os ALBL e cols. An am n ese e Ex am e Físico. São Pau lo ( SP) : Ar t m ed Edit or a; 2002, p. 95- 111.

11. Krauss MJ, Evanoff B, Hit cho E, Ngugi KE, Dunagan C, Fischer I , et al. A case- cont rol st udy of pat ient , m edicat ion, and care- relat es risk fact ors for inpat ient s falls. J Gen I nt ern Med 2 0 0 5 ; 2 0 ( 2 ) : 1 1 6 - 2 2 .

12. Schw endim ann R, Bühler H, Geest SD, Milisen K. Falls and consequent inj uries in hospit alized pat ient s: effect s of an int erdisciplinary falls prevent ion program . BMC Healt h Serv Res 2 0 0 6 ; 6 : 6 9 - 7 4 .

Referências

Documentos relacionados

1 Enferm eira, Mestre em Enferm agem , Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil, e-m ail: m fck@yahoo.com.. 2 Enferm

1 Enferm eiro, Doutor em Enferm agem , Professor Adjunto; 2 Enferm eira, Doutor em Filosofia da Enferm agem , Professor Titular; e-m ail: alacoque@newsite.com .br; 3

da Universidade de São Paulo, Brasil, e- m ail: m ariacel@usp.br, e- m ail: leilaneag@yahoo.com .br; 3 Enferm eira Executiva do Hospital 9 de Julho, Brasil,.. e-m ail:

1 Enferm eira, Universidade Est adual de Cam pinas, aluna de dout orado, e- m ail: rosangelahiga@bol.com .br; 2 Enferm eira, Livre- docent e, Professor Associado, e- m ail:

em Enferm agem , Professor Adj unt o da Escola de Enferm agem da Universidade Federal da Bahia, e- m ail: lilian.enferm agem @bol.com .br; 3 Mestre em Enferm agem , Professor

do Prêm io “ Enferm eira Jane da Fonseca Proença” ; 2 Enferm eira no Hospit al Casa de Saúde Cam pinas, e- m ail: rubi.rc@bol.com .br; 3 Dout or, Professor, Faculdade

Hospit al Universit ário, e- m ail: t onifer@usp.br; 3 Enferm eira, Mestranda em Enferm agem pela Escola de Enferm agem , Chefe da Seção de Pediatria do.. Hospit al

Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o desenvolvim ento da pesquisa em enferm agem , e-m ail: lbpinho@uol.com .br; 3 Enferm eira, Professor Doutor