RevBrasAnestesiol.2014;64(1):62---65
REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
OfficialPublicationoftheBrazilianSocietyofAnesthesiologywww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
Eficácia
do
videolaringoscópio
C-MAC
no
manejo
de
intubac
¸ões
malsucedidas
inesperadas
Alper
Kilicaslan
∗,
Ahmet
Topal,
Aybars
Tavlan,
Atilla
Erol
e
Seref
Otelcioglu
DepartamentodeAnaestesiologia,FaculdadedeMedicinaMeram,NecmettinErbakanUniversity,Konya,Turquia
Recebidoem2dedezembrode2012;aceitoem20demarçode2013
PALAVRAS-CHAVE
Manejodasvias aéreas; Laringoscopia; Intubac¸ãodifícil
Resumo
Justificativaeobjetivos: Oobjetivodesteestudofoifazerumarevisãodasexperiênciasdeum departamentodeanestesiologiaemrelac¸ãoaousodovideolaringoscópioC-MACemtentativas malsucedidasdeintubac¸ão.
Métodos: Analisamososdadosde42 pacientes,cujastentativasdeintubac¸ãocomousode laringoscopiadireta (Macintosh) tinhamfalhadoe nosquais o videolaringoscópioC-MAC foi usadocomo odispositivoderesgateprimário.A taxadesucessodoC-MACemintubac¸ãofoi avaliadaeavisãodalaringeemambososdispositivosfoicomparada.
Resultados: ComolaringoscópioMacintosh,oescoredeCormackeLehanefoi3em41pacientes e4emumpacienteecomoCMAC,foi1em27pacientes,2em14pacientese3emumpaciente. Intubac¸ãotraquealcomCMACfoibem-sucedidaem36pacientes(86%)naprimeiratentativa eemseispacientes(14%)nasegundatentativa.Nenhumacomplicac¸ãofoiobservada,alémde pequenalesão(sanguenalâmina)emoitopacientes(19%).
Conclusão:Esses dadosfornecem evidência para aeficáciaclínica do videolaringoscópio C-MACnomanejodeintubac¸õesmalsucedidasinesperadasemassistênciarotineiradeanestesia. O videolaringoscópioC-MAC é eficiente e seguro como dispositivo de resgate primário em intubac¸õesmalsucedidasinesperadas.
©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
Introduc
¸ão
Doisrecursosqueumanestesiologistadevetersãoavaliac¸ão precisa e controle eficiente das vias aéreas. Apesar dos
DOIdoartigooriginal:
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjane.2013.03.001
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:dralperkilicaslan@gmail.com(A.Kilicaslan).
avanc¸osestratégicosnaprevisãodeviaaéreadifícil,a eficá-ciadosexamespré-operatóriosderotinaaindaélimitada.
Laringoscopia difícil inesperada e intubac¸ão traqueal malsucedidaestãoentreasprincipaiscausasdemorbidade e mortalidade associadas à anestesia1,2. Além das baixas
taxas de sucesso das tentativas múltiplas de intubac¸ão, podemocorrercomplicac¸ões,comotraumadasviasaéreas, hipóxia, taquicardia, aumento da pressão arterial, intra-craniana e intraocular, aspirac¸ão e parada cardíaca3. A
Sociedade Americanade Anestesiologistas (ASA) limitou o
0034-7094/$–seefrontmatter©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
VideolaringoscópioC-MACemintubac¸õesmalsucedidasinesperadas 63
usorepetidodamesmatécnicaparaevitarcomplicac¸õesem viaaéreadifícilerecomendaousodetécnicasopcionais4.
Osvideolaringoscópiosrepresentamumapotencialsoluc¸ão quepermiteumamelhorimagemdalaringequandoos larin-goscópiosconvencionaisfalham5.
OvideolaringoscópioC-MAC®(KarlStorz,Tuttlingen,
Ale-manha)temopadrãoMacintoshdedesenhodelâminas,com umafonte de luzexterna e microcâmera digital noterc¸o distal dalâmina que se estendea ummonitor de vídeo6.
Aocontráriodosvideolaringoscópioscomlâminasanguladas agudas,épossívelveraglotededuasmaneiras:aprimeira éavisãodiretadagloteaolhonueasegundaéavisão indi-retaapartirdomonitorcomaajudadeumamicrocâmera napontadaslâminas.
Estudosmostraramqueavisãolimitadadalaringe melho-rou com o C-MAC após laringoscopia direta6,7. Aplicac¸ões
bem-sucedidas de um C-MAC em laringoscopias difíceis previstas também foram relatadas8. No entanto, não há
conhecimento suficiente sobre a eficácia do C-MAC e as potenciais complicac¸ões em situac¸ões de emergência duranteaspráticasclínicascotidianas,comointubac¸ão mal-sucedidainesperada.
UmC-MACéusadoemnossodepartamentocomo princi-paldispositivodeemergênciaparaviasaéreasemcasosde intubac¸ãomalsucedidainesperadae oscasossão registra-dosemumformuláriopadronizado.Oobjetivodestarevisão retrospectiva foi avaliar a utilidade de um C-MAC usado apóstentativasmalsucedidasdeintubac¸ãocom laringoscó-pioMacintoshconvencional.
Métodos
Cenário
Esteestudoanalisaosdadosregistradosemprontuáriosde pacientescomviaaéreadifícil,submetidosaintubac¸ão tra-quealsobanestesia geralem saladeoperac¸ão.Em nossas práticas, usamosC-MAC, sempre que adequado, quanto a primeiratentativadelaringoscopiaconvencionalrevelauma intubac¸ãodifícilefornecemosventilac¸ãosuficientevia más-cara.Noentanto,umC-MACnãoéusadoemtodososcasos delaringoscopiadifícil,poisalgumasdenossas24salasde operac¸ão estão localizadas em diferentes blocos e temos apenasumvideolaringoscópio(C-MAC),comlâminan◦3,em
nossodepartamento.Alémdisso,aindanãoháum conheci-mentocompletosobrecomousararecém-adquiridoC-MAC em nossodepartamento.Por isso,algunsanestesiologistas nãousamoC-MAC---ouporquenãoestádisponívelou por-quenãoestãotreinados.Emcasosdelaringoscopiadifícil, umestiletesemirrígidoéusadoparaguiarotubo endotra-queal.OC-MACéusadoporanestesiologistascomformac¸ão préviaemaisde20experiênciasdeusoclínico,sempreque possível.
Emnossodepartamento,asinformac¸ões sobrecasosde intubac¸ão malsucedida inesperada, as técnicas aplicadas e os resultados são registrados em um formulário padro-nizado. Esse formulário inclui as seguintes informac¸ões: características dopaciente (incluindo idade,sexo, estado ASA),técnica deanestesia, ventilac¸ãodifícilvia máscara, dispositivos usados para intubac¸ão, pessoas que fizeram a intubac¸ão, número de tentativas de intubac¸ão, uso
de estilete, manipulac¸ões externas da laringe, sucesso e complicac¸õesdaintubac¸ão.
As melhoresvisualizac¸ões dalaringeobtidasem tenta-tivasconsecutivasforamregistradas comograusdaescala deCormacke Lehane(CL)9.Umaúnica tentativafoi
defi-nidacomoainserc¸ão dotubo endotraquealnaorofaringe. Retrac¸ãodotuboouintubac¸ãoesofágicanãointencionalfoi definidacomo ‘‘fracasso’’.Opreenchimento dos formulá-riosdeintubac¸ãomalsucedidainesperadaéfeitodeacordo comadecisãoclínicadoespecialistaemanestesiologia.
Desenhodoestudo
Apósa aprovac¸ãodoconselho derevisãoinstitucional, os registrosdosformuláriosdeavaliac¸ãodeviasaéreasdifíceis depacientessubmetidos à anestesiageral, entreabrilde 2011e2012,foramanalisados.Asinformac¸õessobreoscasos nosquais o videolaringoscópio C-MAC foi usado após uma tentativa malsucedida de intubac¸ão orotraqueal com um laringoscópio Macintosh convencional (Heine Instruments, Alemanha)foramanalisadas.
Apartir desses registros, ospacientes commais de18 anos,quenãotinhamhistóriadeintubac¸ãooudeviaaérea difícil,apresentaramumescoredeMallampati≤2eexame
normaldasviasaéreas,masosqueapresentaramuma ten-tativadeintubac¸ãomalsucedidaapósainduc¸ãodaanestesia foramespecificados.Foramexcluídosdoestudocirurgiasde emergência,casosobstétricosecasosnosquaisa laringos-copiadiretafoiusadasimultaneamentecomumC-MACpor diferentesespecialistasemanestesiologia.
Desfechos
Odesfechoprimáriofoiosucessodaintubac¸ãocomC-MAC emlaringoscopiadiretaeoscasosdeintubac¸ãodifícil ines-perada.Odesfechosecundárioforamasvisualizac¸õespela classificac¸ãodeCormack-Lehanepormeiodelaringoscopia diretaeC-MAC.
Análiseestatística
A análise estatística foi feita com a versão 16.0 do pro-gramaSPSSparaWindows(SPSSInc.,Chicago,IL). Oteste deWilcoxonparadiferenc¸apareadafoiusadopara compa-rarosdadosobtidosdomesmopacientecomousodedois dispositivos diferentes. Os dados numéricos normalmente distribuídosforamexpressoscomomédia,desviopadrãoe variac¸ão(mínima-máxima). Asvariáveis categóricasforam expressas como números e percentagens. A significância estatísticafoiestabelecidaemp<0,05.
Resultados
64 A.Kilicaslanetal.
Total de intubações 5.774
53 intubações malsucedidas inesperados com ML
- idade > 18
- sem história de via aérea difícil - Mallampati I-II
- exame normal das vias aéreas
Excluídos 11
– cirurgia de emergência – casos obstétricos
Incluídos 42
intubações C-MAC após intubações malsucedidas com ML realizada por alguns anesiologistas
Figura1 Fluxogramadaselec¸ãoeinclusãodospacientes.
estudoporquenãoatendiamaoscritériosdeinclusãoou por-queoespecialistaemanestesiologianãotinhaexperiência suficientecomousodoC-MAC(fig.1).
Ascaracterísticasdemográficase clínicasdospacientes estãoapresentadasnatabela1.Apósainduc¸ãodaanestesia, ospulmõesdetodosospacientespodiamserventiladoscom dispositivobolsa-máscaraenãohouvedessaturac¸ão.
Osresultados de laringoscopia direta usando um larin-goscópioMacintoshrevelaramgrau3naescaladeCLem41 pacientes(97,6%)egrau4emumpaciente(2,4%);enquanto
Tabela1 Característicasdospacientes. Dados expressos comomédia(DP)[variac¸ão]ouporcentagemenúmeros
Númerodepacientes 42
Gênero(masculino/feminino) 26(62)/16(38)
Idade(anos) 45,9(12,5[24-67])
Peso(kg) 82,1(12,6[50-118])
Altura(cm) 171,1(8[154-188])
IMC(kgm−1) 28,1(7,9[19,1-42,2])
EstadoASA(I/II/III) 16/14/12
Classe/Mallampati(I/II) 7(17)/35(83)
Distânciatireomentoniana(mm) 72(8,5[65-105])
Aberturaoral(mm) 39,8(5,4[28-52])
Tipoderelaxantemuscular(n)
Rocurônio 28(67)
Atracúrio 14(33)
Tipodecirurgia(n)
Cardíaca 9(21,4)
Geral 18(42,8)
Urológica 6(14,3)
Ortopédica 3(7,1)
Otorrinolaringológica 6(14,3)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
CL com Macintosh e C-MAC
Número de pacientes
cI1 cI2 cI3 cI4
C-MAC Macintosh
Figura2 Comparac¸ãodavisualizac¸ãodaglote(grausde Cor-mack e Lehane) como uso do laringoscópio Macintosh e do videolaringoscópioC-MAC.
comovideolaringoscópioC-MAC,ograunaescaladeCLfoi 1em27pacientes(64%),2em14pacientes(33%)e3emum paciente(3%).
Quando o C-MAC foi usado após o Macintosh (fig. 2), 41 visualizac¸ões da laringe (97,6%) melhoraram. As visualizac¸õesem14pacientes(33%)melhoraram1grauna classificac¸ão de CL, enquanto melhoraram 2 graus em 27 pacientes(64%)(p<0,001).Asvisualizac¸õesdalaringe obti-veramgrau1em27pacientes(64%),Grau2em14pacientes (33%)eGrau3emumpaciente(3%).EmboraoC-MACnão tenhamelhoradoavisualizac¸ãodalaringeemumpaciente, aintubac¸ãofoibem-sucedidanasegundatentativacomuso doC-MAC.
Asintubac¸õestraqueaisforambem-sucedidasemtodos ospacientes (100%,n = 42)quando C-MAC foiusado após intubac¸õesmalsucedidas comlâminasMacintosh.Ostubos foramcolocadosnaprimeiratentativaem36pacientes(86%) e em seis pacientes (14%)na segundatentativa quando o C-MAC foiusado.Emboraestiletes tenhamsidousadosem todosospacientesdurantealaringoscopiadireta, seuuso foi necessário em seis pacientes (17%) durantea videola-ringoscopia. Manipulac¸ão externa da laringe foi feita em todosospacientesdurantealaringoscopiadireta,mas ape-nasemseispacientes(17%)duranteasegundatentativacom oC-MAC.
Nenhuma das cirurgias dos pacientes foi adiada. Não foramobservadascomplicac¸õesalémdepequenalesão (san-guenalâmina)emoitopacientes(19%).
Discussão
De acordo com os resultados deste estudo, no qual as experiências de nossoinstituto foram revistas, a videola-ringoscopia com C-MAC melhora a visualizac¸ão daglotee aumentaataxadesucessodaintubac¸ãotraquealemcasos deintubac¸ão difícilinesperadacom laringoscopiasdiretas convencionais. Nesse ambiente de tratamento clínico de rotina, a porcentagem total de sucesso em intubac¸ão foi de 100%, com 86% dos pacientes intubados na primeira tentativa, sem grandes complicac¸ões em pacientes com intubac¸õesmalsucedidasimprevistas.
VideolaringoscópioC-MACemintubac¸õesmalsucedidasinesperadas 65
etal.usaramumlaringoscópioC-MACem52pacientescom grau de CL 3 ou 4 em visualizac¸ões de laringe inespera-das através de laringoscópio Macintosh. Nesse estudo, a visualizac¸ão dalaringe foi melhor em 49 pacientes (94%) como usodeC-MAC e intubac¸õesbem-sucediasem todos eles7. Emoutro estudo randômicoe controlado,comuma
populac¸ãocom via aérea difícilprevista, Azizetal. rela-taram que a taxa de sucesso de intubac¸ão com C-MAC na primeiratentativa (138/149,93%) foimaiselevadaem comparac¸ãocomadelaringoscopiadireta(124/147,84%)8.
Emestudo conduzidoporByhahnetal.,noqualvia aérea difícilsimulada foiestabelecidacomousodecolares cer-vicaisrígidos,asintubac¸õestraqueaisbem-sucedidasforam feitascomousodeC-MACem88%(38/43)dospacientes10.
Estudos anteriores mostraram que videolaringoscópios comooMcGrath11ouoGlideScope,12quetêmlâminasmais
curvadasdo queo Macintoshconvencional,melhoraram a visualizac¸ãodagloteeaumentaramastaxasdesucessode intubac¸ão. Em um estudo que avaliouvideolaringoscópios McGrath Série 5,tentativasmalsucedidas foram relatadas em5%dospacientes13.Emoutroestudo,emboraumaboa
visualizac¸ão dalaringetenha sidoestabelecidacomo Gli-descope, 6% dos pacientes não puderam ser intubados14.
Quandoacurvaturadalâminaéaumentadaparamelhorar avisualizac¸ão,a pontadotuboendotraqueal,que precisa serdirecionadaemumângulomaisinclinadoparaalaringe, tocaaparedeanteriordatraqueia,impedindo-adeirmais abaixo15.AlémdesermuitosemelhanteàlâminaMacintosh,
alâminadoC-MACémaisfinaearegiãoquepodetocaros incisivos foireduzida,o quepermitiu, assim, maisespac¸o paralevantaraepiglotecomumamanobrademanivela9.Por
causadesuascaracterísticasfísicaseformais,oproblema denãopoderavanc¸arotuboemcasosdelaringoscopiadifícil ocorremenoscomousodeumalâminadoC-MAC, compa-radaàslâminascomângulosmaisinclinados.Deacordocom osachadosdoestudo,C-MACapresentaumataxamaiorde sucessoemintubac¸ãoemelhoraavisualizac¸ãodalaringe.
Osestiletesusadosem casosdeviaaéreadifícilpodem causarcomplicac¸õesgraves,comoperfurac¸ãopalatal, tra-queal oufaríngea. Osdados dopresente estudo mostram queanecessidadedeusodeestiletesfoisignificativamente reduzidacomoC-MACequenãohouvecomplicac¸ões,além depequenosangramento.
Este estudo apresenta algumas limitac¸ões. Primeiro,o estudofoiretrospectivoe,portanto,osanestésicose rela-xantes muscularesnãopuderam serpadronizados. Porém, as circunstâncias individuais podem ser igualmente avali-adas porque aslaringoscopias foram feitas pelos mesmos anestesiologiaexperientesnomesmopaciente,usando lâmi-nastantodoMacintoshquantodoC-MAC.Segundo,astaxas deintubac¸ão malsucedidanãorefletemtotalmente a prá-ticanormal, porqueC-MAC foiusadocomo umdispositivo secundário para vias aéreas sem tentar a intubac¸ão em determinadonúmerodepacientesnosquaisasvisualizac¸ões dalaringenãoeramboascomoMacintosh.
Em resumo, o videolaringoscópio C-MAC é seguro e eficaz como dispositivo primário de resgate em intubac¸õesmalsucedidasinesperadas.Essesdadosfornecem
evidência da eficácia clínica da videolaringoscopia no manejodeintubac¸õesmalsucedidasinesperadasem cuida-dosdeanestesiaderotina.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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