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Apocalipse - Estudo versículo a versículo

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Academic year: 2021

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Igreja Presbiteriana Independente de Cosmópolis

Apocalipse

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Introdução: propósito e esclarecimentos_________________

Este material foi resultado de aulas ministradas na Escola Bíblica

Dominical da IPI de Cosmópolis. A idéia de estudarmos Apocalipse surgiu no

momento em que estávamos discutindo qual assunto tratar em aula, após

terminarmos nosso estudo sobre Missão e Evangelismo. Como uma atividade

final daquele estudo, tínhamos visitado o Instituto de Formação de

Missionários Peniel, e algumas das pessoas que lá foram assistiram a uma aula

sobre Apocalipse, ministrada por um dos professores do Instituto. Foi por

sugestão então dos nossos irmãos Tarlei e Marcelo, em uma das aulas da

EBD, que iniciamos este estudo.

Durante diversas semanas podemos então estar estudando, depois de

uma introdução ao estudo, verso a verso o Livro de Apocalipse.

O Livro de Apocalipse é, por certo, o mais difícil entre os 66 Livros de

nossa Bíblia. Muitas encruzilhadas surgem para aquele que se debruça sobre o

livro pra realizar seu estudo. Para não se perder nas diversas interpretações

que já foram sugeridas para as diversas passagens é preciso se ter em mente

alguns pontos-chave antes de passar a estudar com atenção o Livro. O

primeiro é a dependência de Apocalipse ao restante das Escrituras. Para

compreender bem as passagens de Apocalipse muitas vezes é necessário se

olhar para passagens do AT e mesmo do NT, as quais este faz clara referência,

ou mesmo faz referência de forma indireta. Segundo, precisamos definir de

que forma vamos tratar o livro: como profecia, símbolo, alegorias.

Escolhemos tratar Apocalipse como tratamos o restante dos livros: como

literal, a não ser que o texto mostre que deve ser lido de forma simbólica. Esta

é considerada uma interpretação futurista do livro. Devemos ter também de

forma clara, como interpretamos textos-chave do Livro, como onde situar a

Tribulação, a prisão de Satanás no Milênio, a Nova Jerusalém. Enfim, o

estudo de Apocalipse é desafiador, e enriquecedor para o Cristão, que por

acaso desejar estudar mais a fundo muitas das questões bíblicas, que acabam

surgindo neste último livro da nossa Bíblia.

As páginas que se seguem foram escritas em um longo período,

conforme cada capítulo foi sendo estudado. Certamente contém erros, pois

“ agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face.

Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” (1

Co 13.12). Com erros entretanto foi um trabalho feito buscando sempre a

iluminação da vontade de Deus e esperamos que possa abençoar os que por

acaso o leiam.

Presb. Robson Timoteo Damasceno, IPI de Cosmópolis

Dia 4 de Julho de 2007

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1 – O Livro de Apocalipse_________________________

1- Título

O título vem do grego apokalipsis (αποκάλυψις), que por sua vez vem da junção de apo (distante, longe) e kalupsis (cobertura), o que literalmente seria retirar uma cobertura, ou seja revelar. Por isso, algumas versões da Bíblia usam o nome “Revelação” para o livro.

2- Autor

O próprio autor se identifica como sendo João (1.1,4,9 e 22.8).

Tradicionalmente, se identifica o João de Apocalipse como o apóstolo João, que também teria escrito o Evangelho e as 3 Epistolas. Esse ponto de vista é reforçado por semelhanças entre esses textos, por exemplo, no fato de o autor se referir a Cristo como o Cordeiro (Jo 1.29 e mais duas vezes em João, 5.6 e mais 30 vezes em Apocalipse) e o Verbo (somente nesses textos: Jo 1.1, 1.10 e 1.14, 1Jo 1.1 e 19.13), e por serem textos com uma alta Cristologia (Jesus como Senhor dos Senhores, filho de Deus, etc.).

Os primeiros pais da Igreja, por exemplo, Justino Mártir (150DC) e Irineu (178DC) aceitavam a autoria joanina de Apocalipse.

A primeira dúvida a respeito da autoria de João surgiu com Dionísio de Alexandria (248DC), que apontava diferenças doutrinárias entre o Evangelho de João e Apocalipse. Durante a história outros estudiosos apontaram outros autores e mesmo colocaram dúvidas sobre a canonicidade de Apocalipse.

Dentro da crítica moderna (alta crítica), alguns estudiosos sugerem que João Apóstolo, João Presbítero e João de Patmos seriam 3 pessoas distintas e apontam diferenças entre o grego dos textos, por exemplo, como razões para essa diferenciação.

Embora discussões sobre autoria e canonicidade sejam válidas, no caso de Apocalipse nenhum argumento é forte o suficiente para apontar outro autor que não João. Primeiramente, seria presunçoso de outro João, que não o apóstolo, se identificar somente como “João”. Além disso, o fato de escrever as cartas às igrejas da Ásia (historicamente acredita-se que o apóstolo João tenha ministrado a essas igrejas), e principalmente a importância da mensagem que o livro passa, fazem do Apóstolo João a mais correta opção de autoria do livro. Tanto as evidências internas quanto externas dão credibilidade à autoria de João.

3- Data

Assim como a autoria, a data do livro tem sido motivo de discussões. Pode-se situar o livro entre 41 e 117 DC, embora a maioria das hipóteses aponte para uma data entre 54 e 96DC. O principal foco das discussões reside em se situar o livro antes ou depois de 70DC (ano da destruição do templo de Jerusalém), uma vez que a linha preterista (veremos na próxima aula) depende da anterioridade a essa data. Os defensores de uma data recuada (60-67DC) apontam como evidências internas à menção do templo no livro (Cap. 11) e como evidências externas citações do período patrístico. Já os defensores de uma data tardia (95-96DC) apontam evidências internas, como o contexto no qual viviam as 7 igrejas da Ásia frente às cartas Paulinas, e evidências externas, como a forma de perseguição enfrentada pelas igrejas a quem a carta se endereça, que parece apontar para o período de Domiciano ao invés da época de Nero, e o testemunho de Irineu que teria recebido o testemunho de pessoas que viram João face a face.

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Uma vez que temos como autor de Apocalipse à João, podemos situar o livro entre 54DC e 96DC. Datas anteriores e posteriores a essa são improváveis diante das evidências.A data exata dentro desse período não é imprescindível para compreensão das principais verdades do livro, a não ser que se compreenda o livro pela linha de interpretação preterista.

4- Gênero

Embora muitas vezes seja dito isto, não é correto descrever o livro como apocalíptico. Livros apocalípticos podem ser agrupados com algumas características comuns, e incluem entre elas o fato de expressarem a visão pessoal de seu escritor e o efeito que esse pretende causar. Essas características em especial não se aplicam a Apocalipse, uma vez que este é uma profecia de Deus e não uma visão elaborada por João. Acreditamos que este é um livro, que Jesus ordenou que se servo escrevesse, e é uma profecia e não um livro apocalíptico (22.16 e 18).

5- Contexto e Propósito

Algumas correntes de interpretação de Apocalipse colocam o contexto no qual João o escreveu como de extrema importância. Esses intérpretes consideram que Apocalipse foi escrito primariamente para pessoas daquela época, e refere-se à fatos que eram importantes nesse contexto. Dentro dessa visão é importante situar-se Apocalipse no período de governo ou de Nero, ou de Domiciano como imperadores romanos (dependendo da visão referente à datas). Nessa época, João estava exilado em Patmos por pregar a Palavra (1.9). As igrejas sofriam perseguição dentro do império, uma vez que a pregação do Evangelho ia contra à idéia do Imperador como Divino e, além disso, era um fator de desestabilização dentro das fronteiras do Império Romano.

Embora o contexto seja importante para termos uma visão melhor dos símbolos usados por João, não devemos, entretanto supervalorizar o contexto imediato do I Século. Assim como as profecias do AT, que só tiveram total cumprimento séculos depois (profecia do servo sofredor de Is 53, p.ex.), as profecias de Apocalipse também se referem a eventos futuros.

Mais do que tudo, devemos ter em mente que assim como todas profecias do AT, as palavras de Apocalipse destinam-se primeiramente a advertir as pessoas que mudem sua maneira errada de vida, e tornem-se para Deus, tornando-se de acordo com sua vontade.

É nos forçoso admitir, frente ao texto de Apocalipse, que João não tinha nenhum propósito próprio em escrever Apocalipse. Como um servo obediente ele apenas o fez (1.19). Além disso, devemos ter em mente que o contexto a qual o livro se aplica é universal, assim como a Palavra de Deus, através da Bíblia, o é. Assim, embora o livro trate de acontecimentos ainda não realizados, e por outro lado, tenha figuras que sejam mais próximas da época em que foi escrito, de forma alguma deixa de ter sua importância teológica, e deve ser estudado com cuidado.

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2 – Interpretando Apocalipse_______________________

1- Os 5 Sistemas de Interpretação

A principal divisão entre os estudiosos de Apocalipse é sobre a forma como as profecias do livro devem ser analisadas. Cada sistema adota uma linha de visão a respeito do tempo ao qual as profecias se aplicam. Os preteristas analisam o texto como se referindo a acontecimentos do passado, como a queda de Roma e a destruição do templo de Jerusalém. Os historicistas aplicam o texto como referente aos principais acontecimentos da história, indo do tempo de João até a segunda vinda de Cristo. Na visão futurista, os fatos descritos no livro refere-se a tempos futuros. Já os idealistas assumem que os eventos do livro não dizem respeito a nenhum tempo, mas são símbolos da grande guerra espiritual entre o bem e o mal. Por último, os ecléticos assumem como válidos pontos de interpretação de cada corrente e assim aplicam visões preteristas, futuristas, historicistas e principalmente idealistas. Dentre todos esses métodos de análise, adotaremos o sistema futurista, uma vez que o caráter de Apocalipse é profético e nenhuma tentativa de associar fatos históricos aos descritos em Apocalipse foi suficientemente bem-sucedida, de forma que primariamente devemos considerar, pela inerrância das Escrituras, que esses fatos ainda se sucederão. Além disso, nossa interpretação será dispensacionalista. O dispensacionalismo interpreta que na Bíblia o homem passou por dispensações, que são formas pelas quais Deus interagiu com o homem. Assim, Adão e Eva pertenceram a dispensação da Inocência, o AT foi escrito na dispensação da Lei, e a Igreja vive a dispensação da graça. Quanto as profecias de Apocalipse, assim como as profecias do AT muitas vezes tinham um cumprimento imediato, e outro futuro (ver por exemplo, Os 11.1), não podemos deixar de observar que algumas das profecias do Livro se encaixam bem em acontecimentos do I Século, embora seu cumprimento final ainda esteja no futuro.

2- Simbolismo

O surgimento desses sistemas de interpretação se deve principalmente à forma como os símbolos de Apocalipse são interpretados. Dois extremos na interpretação dos símbolos de Apocalipse são: julgá-los de forma puramente literal e julgá-los como alegorias de uma verdade maior. Para que não se perca o texto de controle e parta-se para o campo das especulações infrutíferas, no estudo de Apocalipse são necessárias algumas considerações gerais:

Deve-se sempre pensar no contexto de João para entender-se melhor seus símbolos.

Deve-se considerar o uso de expressões parecidas no NT.

Deve-se considerar a ligação com outros textos do AT e NT dos quais depende e aos quais complementa.

Deve-se evitar suposições que não podem ser comprovadas, e nunca presumir algo que vai contra a teologia do resto da Bíblia.

Embora muitas pessoas bem-intencionadas enxerguem em Apocalipse as mais diversas interpretações, muitas vezes fantasiosas, é necessário que se tenha em mente alguns pontos no estudo desse livro. Primeiramente, Apocalipse deve ser lido como o resto da Bíblia, portanto, ao menos que o contexto peça o contrário, os símbolos devem ser vistos da forma mais literal possível. Assim a ilha de Patmos é a ilha conhecida historicamente naquela região, e não um lugar espiritual representado

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por ela. Da mesma forma deve-se sempre procurar sempre seguir o que pode ser chamado como a Regra de Ouro da Hermenêutica (interpretação da palavra):

“Quando o sentido da palavra é o sentido comum não procure outro significado, ou seja, use o significado literal, comum da palavra, a menos que o contexto imediato peça, que a luz de outras passagens bíblicas e verdades fundamentais, se interprete de outra forma”.

3- Números em Apocalipse

Assim como os símbolos, os números em Apocalipse geralmente têm um significado além do literal. Porém, esse significado não pode ser colocado como único, de forma a se considerar que exista apenas simbolismo. Assim, acreditamos que 12 é um número simbólico, porém nunca negamos que houve 12 apóstolos e filhos de Israel. Conforme aparecem os números em Apocalipse estes serão explicados.

4- A importância do AT para interpretação

Apocalipse, mais que qualquer outro livro do NT, tem diversas referências ao AT. Embora essas referências não sejam explicitadas diretamente, sua ligação com outros textos é clara. Há referências ao Pentateuco, Juizes, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Samuel, Salmos, Provérbios, Cantares, Jó e os profetas maiores e menores, sendo o maior número de referências a Daniel. Apocalipse termina idéias deixadas abertas no AT e mostra cumprimentos de promessas deste.

5- A importância do relacionamento

Estudando Apocalipse como um livro da Bíblia, devemos ter sempre em mente a necessidade de buscarmos em Deus iluminação para entendermos suas Palavras. É importante que se tenha um relacionamento firme para podermos enxergar cada vez mais o desejo de Deus através da sua Palavra, e a importância desta, para vivermos uma vida de acordo com sua vontade.

Devemos ter em mente, no entanto, que não seremos capazes de ter o pleno conhecimento de todo o livro, uma vez que muitas coisas residem no futuro. Por outro lado, o conhecimento adquirido de Apocalipse não é de forma nenhuma dispensável, sendo pelo contrário muito importante para o desenvolvimento cristão.

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3 – Estrutura de Apocalipse_________________________

1- Visões estruturais de Apocalipse

Para podermos estruturar o livro de Apocalipse, devemos ter em mente de que forma as visões do livro se seguem. A principal questão reside em de que forma devem ser vistos os 3 heptetos do livro: os 7 selos, as 7 trombetas e as 7 taças.

Duas visões principais existem: a simultânea ou de recapitulação, e a seqüencial. A visão simultânea enxerga os 7 selos, trombetas e taças como recapitulações de um mesmo acontecimento. Assim as 7 trombetas seriam formas de mostrar detalhes referentes aos 7 selos, e da mesma forma as 7 taças complementariam os outros dois heptetos. Essa visão do livro enfatiza as similaridades entre as 3 séries de símbolos e entende a presença dessas similaridades como uma indicação de identidade. Exemplo de semelhança, identificada nos relatos, é a presença de relâmpagos, vozes e trovões (4.5, 8.5, 11.19 e 16.18). Além disso, o principal argumento pela visão simultânea é a presença de cenas recorrentes em cada seqüência. Assim, temos cenas de julgamento e de salvação que se seguem (comparar 6.12-17 e 7.9-17 com 11.18 parte a e b, ou 16.17-21 e 19.1-10) que segundo os que seguem essa linha de interpretação são sinais de que o livro deve ser seguido numa seqüência que se complementa por diversas visões de um mesmo acontecimento. No geral, essa visão dos eventos é preferida em interpretações mais alegóricas e é consenso em interpretações idealistas do texto.

Na visão seqüencial, os 3 heptetos e o fluxo do livro são interpretados como uma seqüência cronológica. Assim as similaridades são vistas como parte do desejo de Deus no design dos eventos, e as diferenças entre cada relato serve de base para sua diferenciação. Argumentos para a visão seqüencial são:

• As seqüências são mais destruidoras conforme os eventos se desenrolam. Assim, a segunda trombeta destrói dois terços do mar (8.8-9) enquanto a segunda taça torna todo mar em sangue (16.3). Sendo assim, por esse aumento de intensidade parece mais correto ver esses fatos como distintos.

• Embora haja muitas semelhanças entre os heptetos, as diferenças são também marcantes. Assim existem diferenças entre os 7 selos e a as 7 trombetas. Não há paralelo entre os primeiros, quintos e sétimos julgamentos.

• A forma como as 7 taças são apresentadas dá idéia de uma seqüência cronológica (15.1).

• Entre o sexto e sétimo selo temos que 144.000 pessoas são seladas (7.1-8). Na quinta trombeta temos que é dito para que não se fizesse mal aqueles que tinham o selo (9.4). Sendo assim, o sexto selo precede a quinta trombeta.

• Quando o sétimo selo é aberto, ao contrário das outras vezes, nada ocorre. Sendo assim, parece mais adequado que as 7 trombetas sejam colocadas dentro dos 7 selos. Da mesma forma quando é tocada a sétima trombeta, nenhum evento ocorre (11.15), porém esse fato pode ser melhor explicado pelo versículo anterior (11.14). Diante disso, conclui-se que as 7 taças encontram-se dentro da 7a trombeta.

• O santuário está fechado durante as 7 taças diante da gravidade desses julgamentos (15.8). Porém nos relatos anteriores dos selos e trombetas o santuário não está fechado (7.15, 11.19, 14.15). Isso indica que as taças não podem ser simplesmente uma outra visão das trombetas e selos.

• Em uma visão simultânea, uma das principais características de Apocalipse, que é colocar em ordem cronológica promessas e profecias espalhadas no AT é perdida.

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2- Estrutura de Apocalipse

Além das duas formas principais apresentadas anteriormente, outras formas de se estruturar Apocalipse são possíveis, por exemplo, estruturando baseados nas cenas que são vistas na Terra e as que são vistas nos Céus.

Pesando os prós e contras de cada visão, parece mais adequado concordar-se que uma visão cronológica/seqüencial é mais correta e podemos apresentar um esboço para Apocalipse dentro da estrutura a seguir. Podemos usar como base àquilo que é dito a João em 1.19: Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas.

1 – Prólogo: as coisas que viste (1.1-20) 2 – Cartas as 7 Igrejas: as que são (2.1-3.22)

3 – O futuro revelado: as que hão de acontecer depois destas (4.1-22.5) 1- A grande tribulação (4.1-19.21)

1- Introdução aos julgamentos dos 7 selos (4.1-5.14) a- Trono de Deus no Céu (4.1-11) b- O Livro do Cordeiro (5.1-1) 2- O julgamento dos 6 selos (6.1-7.17)

a- Primeiro selo: Cavalo Branco (6.1-2) b- Segundo selo: Cavalo Vermelho (6.3-4) c- Terceiro selo: Cavalo Preto (6.5-6) d- Quarto selo: Cavalo Amarelo (6.7-8) e- Quinto selo: Mártires sob o altar (6.9-11) f- Sexto selo: o Grande Dia da ira de Deus (6.12-17) g- Prévia da Narrativa: os redimidos de Deus (7.1-17)

I- 144.000 selados (7.1-8)

II- Mártires da Grande Tribulação (7.9-17) 3- O Sétimo Selo: as 7 trombetas (8.1-18.24)

a- O sétimo selo é aberto: introdução as 7 trombetas (8.1-6) b- Primeira Trombeta: um terço da terra é destruída (8.7) c- Segunda Trombeta: um terço do mar é destruído (8.8-9) d- Terceira Trombeta: um terço da água é destruída (8.10-11) e- Quarta Trombeta: um terço dos céus é destruído (8.12)

f- Quinta Trombeta / Primeiro Ai: homens atormentados (8.13-9.12) g- Sexta Trombeta / Segundo Ai: um terço da humanidade morta (9.13-11.14) h- Sétima Trombeta / Terceiro Ai: as 7 taças (11.15-18.24)

I- Proclamação do Reino de Deus (11.15-19) II- Sinopse da Narrativa (12.1-14.13)

i- A mulher e Satanás em conflito (12.1-6) ii- Guerra angelical nos céus (12.7-12) iii- Terra em Guerra (12.13-17) iv- Besta que sai do mar (13.1-10) v- Besta que vem da terra (13.11-18) vi- Prévia da narrativa (14.1-13) III- Introdução as 7 taças (14.14-15.8)

i- Filho do Homem com uma foice (14.14-16) ii- O lagar da ira de Deus (14.17-20)

iii- Sete anjos das sete pragas (15.1) iv- Louvor a Deus e ao Cordeiro (15.2-4) v- Sete anjos recebem as taças (15.5-8) IV – O Julgamento das 7 taças (16.1-18.24)

i- Primeira Taça: Úlceras malignas (16.1-2) ii- Segunda Taça: Mar destruído (16.3) iii- Terceira Taça: Rios destruídos (16.4-7) iv- Quarta Taça: Calor intenso (16.8-9) v- Quinta Taça: Escuridão (16.10-11)

vi- Sexta Taça: Preparação para guerra (16.12-16) vii- Sinopse da Narrativa (17.1-18.24)

(a) Descrição e destruição da meretriz (17.1-18) (b) Condenação e destruição da Babilônia (18.1-24) 4- O Advento de Jesus Cristo (19.1-21)

a- Introdução e Louvor ao Advento de Jesus Cristo (19.1-10) b- Parousia de Jesus Cristo (19.11-16)

c- Julgamento da Besta, Falso Profeta e das pessoas (19.17-21) 2- O Reino Milenial (20.1-10)

1- Satanás é jogado no abismo (20.1-3) 2- Santos ressurretos (20.4-6)

3- Julgamento final de Satanás (20.7-10) 3- O Julgamento final (20.11-15)

4- A Nova Jerusalém (21.1-22.5) 4 – Epílogo (22.6-21).

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4 – Estudo de Apocalipse: Apresentação/Capitulo 1_____

1- Apresentação

Após termos desenvolvido as bases para o estudo de Apocalipse podemos proceder ao estudo verso a verso. É válido lembrar que a interpretação futurista e seqüencial será privilegiada, apresentando outras interpretações em pontos-chave do texto.

2- Capitulo 1, Apresentação do Livro (1.1-3)

Versículo 1 -Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João,

Revelação - Apocalipse começa com essa palavra que é o titulo para o livro em

algumas versões. A primeira palavra mostra que é desejo de Deus revelar e não encobrir. A clareza da Palavra de Deus é um tema constante durante as escrituras (Dt 29.29, Is 45.19, 2Tm 3.16, 2Pe 1.19). No entanto, muitas vezes quando lendo a Palavra, e principalmente Apocalipse, nos deparamos com dificuldades entendendo o que Deus quer dizer. Quanto a isso, devemos levar em conta, em primeiro lugar, que reside em Deus conceder seu Espírito para que possamos compreender a Palavra (Mt 11.25) e que, além disso, a natureza pecaminosa do homem impede que esse possa chegar a Deus, e ter total compreensão da sua Palavra (Is 59.2). Além disso, não podemos compreender a Palavra, muitas vezes, por que nos falta um conhecimento que poderíamos ter se usássemos nosso tempo na leitura e estudo. Assim, quando se começa a leitura de Apocalipse falta o conhecimento do restante da Palavra, para que este possa ser compreendido. No entanto, com dedicação pode-se retirar grandes lições da leitura de Apocalipse, muito embora a total compreensão não seja possível.

de Jesus Cristo – A grande questão é se Jesus é a fonte da revelação, ou se a

revelação é sobre ele. O contexto da frase favorece a interpretação que é a revelação veio através de Jesus, uma vez que, o versículo prossegue dizendo que Deus lhe deu essa revelação. Porém, embora nesse caso em especifico essa pareça ser a mais correta alternativa não devemos deixar de ver que através da Escritura, Jesus está envolvido na revelação tanto como fonte da revelação (Gl 1.12), quanto como objeto da revelação (Lc 24.44). Temos também que Jesus encarnado é a revelação de Deus ao homem (Jo 1.18). O fato de a revelação ser através de Jesus mostra que o homem é incapaz de compreender algo sozinho, sendo necessário que Deus o revele (Mt 16.17, 2 Co 3.14-15). Assim devemos ser totalmente gratos a Deus por nos revelar a verdade da sua morte e ressurreição pela qual somos salvos (Lc 10.22).

que Deus lhe deu – Muito embora, a humanidade de Jesus seja parte essencial de sua pessoa, destacada durante as Escrituras (Lc 2.40, Hb 5.8), e mesmo Jesus admitindo que não conhecia o dia certo do juízo de Deus (Mc 13.32); esta frase é melhor entendida no sentido da diversidade de funções da Trindade (Jo 5.20), e não de uma necessidade de conhecimento por parte de Jesus, após sua ressurreição glorificado.

para mostrar a seus servos – aqui vemos a quem se destina o livro. Não é para

João, para as 7 igrejas da Ásia, mas para todos os servos. Os servos de Deus são aqueles que ouvem Sua voz e respondem com fé (Jo 10.3). O homem que não conhece a Cristo, escuta as palavras do livro mas não é capaz de compreende-las (1 Co 2.14).

as coisas que em breve – Há alguma discussão em torno desse “em breve”. Três

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pode-se entender como que essa expressão signifique que os acontecimentos (“as coisas”) necessariamente deveriam ocorrer no tempo de João. Uma segunda interpretação é que, uma vez que, os acontecimentos iniciarem esses acontecerão rapidamente. Uma ultima interpretação considera que isso quer dizer proximidade no tempo, porém no ponto de vista de Deus. A expressão em grego para “em breve” aparece em outros lugares do NT. Algumas vezes como em 1 Tm 3.14 indica um tempo próximo. Em outras vezes como em Lc 18.8 e Rm 16.20 indica um longo tempo, embora do ponto de vista divino, breve. Mais importante, porém é a ocorrência dessa mesma expressão em 22.6. Uma vez que esta expressão está no final do livro e, portanto, mostra que todas as coisas que este relata devem ocorrer em breve, podemos descartar a segunda interpretação, e caso concordemos que a segunda vinda de Cristo por exemplo não ocorreu ainda, devemos aceitar a terceira interpretação, e a certeza de que Deus já tem tudo planejado para breve (2 Pe 3.8-9).

devem acontecer – As profecias de Deus têm a garantia que acontecerão (Dn

2.45, Mc 13.7), uma vez que a Palavra não falha (Jo 10.35).

e que ele, enviando por intermédio de seu anjo – Um anjo está presente em

diversas outras ocasiões, onde importantes mensagens são transmitidas a homens. Assim ocorre quando a Lei é passada a Moisés (Gl 3.19), nas profecias de Daniel (Dn 10.11-13), nas profecias de Zacarias (Zc 1.9), no anúncio do nascimento de João Batista (Lc 1.11-13) e no anúncio do nascimento de Jesus para Maria (Lc 1.26-27) e para José (Mt 1.20-21).

Versículo 2 - o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.

a palavra de Deus – essa expressão é uma marca do apóstolo João, e em Jo 1.1

refere-se a Jesus. De fato, há muitas semelhanças entre as Escrituras e Jesus: a eternidade, a produção pelo Espírito Santo, algo divino em forma material, acomodação ao intelecto humano da grandeza de Deus, ser a única autoridade a respeito de Deus, ser rejeitado pelos homens, ser vitoriosos sobre os inimigos, a única maneira de revelação do Pai. Assim, da mesma forma que Jesus era totalmente humano e sem erros, a Escritura foi escrita por homens, mas é inerrante.

o testemunho de Jesus Cristo - aqui como no versículo 1, podemos ter dúvida a

respeito de Jesus ser o sujeito ou o objeto. Porém consultando todas passagens que falam sobre o testemunho de Jesus vemos que ele é tanto aquele que traz o testemunho, quanto o testemunho é a respeito dele (1 Pe 1.11). Assim devemos conhecer a Cristo, para fazê-lo conhecido.

Versículo 3 - Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.

Bem-Aventurados aqueles – Esta é a primeira benção das 7 encontradas no

livro, sendo as outras encontradas em 14.13, 16.15, 19.9, 20.6, 22.7 e 22.14. Uma vez que o livro de Apocalipse necessita de uma compreensão das Escrituras, para ser entendido e lido propriamente, fica claro por que é abençoado aquele que procura lê-lo, uma vez que, assim este compreenderá a Palavra de Deus, cuja leitura por si só é uma benção para os servos de Deus.

que lêem e aqueles que ouvem – Na época de João, as pessoas tinham acesso

apenas ao manuscrito original, sendo a cópia difícil de ser realizada. Assim, numa congregação de crentes uma pessoa leria o livro e outras poderiam também ouvir. A benção está sobre todos aqueles que colocam sua atenção a ouvir à Palavra de Deus.

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as palavras – Deus fala para nossas vidas através de sua palavra escrita. Através

da Bíblia é destacada a importância de cada Palavra da Escritura (Js 8.35, Jr 26.2, Mt 5.18). Nós, que não podemos ler direto dos originais temos o problema das traduções da Palavra de Deus. Uma regra para uma boa tradução é manter-se o mais próximo possível de uma tradução palavra por palavra.

da profecia – Como dissemos na introdução, esse livro não é uma alegoria ou

um livro de figuras apocalípticas. É uma profecia de Deus, a respeito do que deve vir.

e guardam as coisas nela escritas – Guardar as coisas escritas no livro envolve

conhecer seu significado, através do estudo. Porém, não é um mero exercício intelectual, mas envolve também a aplicação e divulgação da Palavra de Deus (Mt 11.27-28).

pois o tempo está próximo. – O termo no grego é kairos e não chronos. Kairos

indica um tempo futuro de crise, associado com os últimos dias, enquanto chronos é o tempo da maneira mais comum. A mesma expressão aparece, por exemplo, em At 1.7. Quanto ao tempo estar próximo, a idéia é a mesma de “em breve", já discutido.

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4 – Estudo de Apocalipse: Capítulo 1 / Apresentação da

Carta (1.4-8)____________________________________

1- Autor e Destinatários (1.4)

Versículo 4, parte a - João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros,

João – Como discutimos anteriormente, o mais provável autor de Apocalipse é

João, o Apóstolo. O próprio fato de o autor escrever apenas João é um ponto a favor desta tese.

às sete igrejas que se encontram na Ásia – o Livro de Apocalipse é destinado

primeiramente as 7 igrejas da Ásia. Seus nomes estão alistados no versículo 11: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

A Ásia do tempo de João não é o continente asiático de nossos dias. No fim do primeiro século, a Ásia Menor incluía 6 províncias: Ásia, Bitinia, Galácia, Capadócia, Cílicia e Licia. No NT Ásia refere-se sempre a região da Península da Ásia Menor. A região da Ásia dos tempos de João encontra-se hoje na Turquia Ocidental. Podemos ver as 7 igrejas no mapa abaixo:

As 7 igrejas da Ásia foram, direta ou indiretamente, resultado do trabalho missionário de Paulo descrito em Atos. Paulo ficou 2 anos em Éfeso, na Escola de Tirano (At 19.1,9-10), e através dos ensinos deste as igrejas da região ouviram de Jesus.

(13)

2- A autoria trinitária da mensagem (1.4-5)

Versículo 4, parte b - da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono

da parte daquele que é, que era e que há de vir – temos aqui a confirmação de

que a mensagem as sete igrejas é da parte de Deus Pai, assim como o livro em última análise é através Dele, como nos diz o versículo 1. Temos aqui um nome de Deus que remonta a sua revelação para Moisés: “EU SOU” (Ex 3.14); que mostra sua eternidade e pré-existência e, ao mesmo tempo, nos lembra um dos temas principais do livro, que virá para os seus.

da parte dos sete Espíritos que se acham diante do trono – Aqui temos uma

referência ao Espírito Santo, e não a anjos, uma vez que seria teologicamente improvável que se colocasse anjos entre duas referências a outras pessoas da trindade. Quanto ao número sete, este é o mais encontrado no livro de Apocalipse, e seu significado é de perfeição, algo completo. Assim, as 7 igrejas representam a totalidade das igrejas e os sete Espíritos são, portanto, uma referência à obra completa do Espírito Santo, presente na totalidade da Igreja de Cristo, trabalhando como a Bíblia nos mostra, por exemplo em Jo 16.8. O Espírito Santo está totalmente ligado a mensagem que João prossegue trazendo, e no final de cada carta as 7 igrejas isso nos é lembrado, como por exemplo em 2.7.

Versículo 5, parte a - e da parte de Jesus Cristo,

e da parte de Jesus Cristo – O versículo 5 termina a lista Daqueles por quem A

mensagem vem, colocando Jesus Cristo. Assim, a importante doutrina da Trindade é aqui, como em muitos outros lugares da Palavra, confirmada e o texto prossegue então, apresentando as grandiosas características de Jesus. Porém, a simples inclusão deste junto ao Pai e ao Espírito já servem para mostrar a grandeza da sua pessoa.

3- Exaltação a Cristo (1.5-8)

Versículo 5, parte b - a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Aquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados

a Fiel Testemunha – Como 19.11 nos mostra, Jesus é Fiel e Verdadeiro. Como

Deus, Jesus não pode mentir (Nm 23.19, Tt 1.2) e, assim, se está envolvido em algo, nenhuma testemunha mais é necessária, pois Jesus é testemunha de si mesmo (Jo 8.14). Jesus, como Deus encarnado, é o testemunho da glória de Deus para os homens (Jo 1.14).

o Primogênito dos mortos – Jesus é o primogênito dos mortos para em tudo ter

primazia (Cl 1.18). Embora tenham havido ressurreições no AT (1 Re 17.17-23, 2Re 4.32-36, 2Re 13.20-21) e no NT, incluindo as realizadas por Jesus (Mt 9.23-25, Lc 7.11-15, Jo 11.30-44), a ressurreição de Jesus é diferente, no sentido que ele ressuscitou em um corpo glorificado (1Co 15.42) e, assim, não veio a morrer novamente, como nesses outros casos. Além disso, a palavra grega usada tem um sentido não apenas de primeiro cronologicamente, mas também primeiro em posição. Assim, Jesus é o maior dentre todos que ressurgiram ou ainda ressurgirão. Esse sentido é o mesmo encontrado em Sl 89.27, por exemplo.

e o Soberano dos reis da Terra – Muito embora Jesus seja Senhor sobre todos

(14)

Reino de Cristo sendo firmado na terra. Jesus será Rei dos Reis, mas não pelo desejo de aceitação destes (Sl 2), mas, pelo contrário, o mundo rejeitará a vinda do Reino de Deus sendo que o estabelecimento deste reino é apresentado em Apocalipse.

Aquele que nos ama - O amor de Deus por nós é demonstrado de muitas

maneiras, mas especialmente por Ele ter nos dado seu Filho (Jo 3.16). Além disso, o filho demonstra seu amor por nós na medida que desejou entregar-se para nossa salvação (Ef 5.2). Além disso, nós só amamos a Jesus e a Deus por que Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19). A profundidade do amor de Deus é vista mais claramente diante do relacionamento entre o Pai e o Filho, desfeito na vinda deste a Terra por nossa causa (Mt 27.46) e da nossa condição de pecadores (Rm 5.6-10).

e, pelo seu sangue – O sangue é a forma de sacrifício que Deus escolheu para

receber. Embora a razão para isso não nos seja dita é assim desde Abel, passando por Abraão (Gn 15.9-21), pelo povo de Israel no Egito (Ex 12.23), na confirmação da Lei Mosaica (Ex 24.8) e nos sacrifícios estabelecidos por esta Lei. Desde o sacrifício sem sangue de Caim (Gn 4.3-5) o homem tenta em vão oferecer sacrifícios de forma diferente da vontade de Deus, porém, sem sucesso (Jo 14.6). Na Bíblia, o sangue está diretamente ligado a vida (Lv 17.11) e assim Jesus ao oferecer sua vida (sangue) ofereceu o sacrifício perfeito.

nos libertou dos nossos pecados – Em outras traduções a frase é “nos lavou de

todos nossos pecados”, sendo que a diferença entre as duas frases reside em uma única letra no grego. Seja como for, as duas frases estão corretas dentro da teologia bíblica, pois tanto a figura de sermos libertados (Mt 20.28, p.ex.) quanto à de sermos lavados está presente na Palavra (Hb 9.14). A frase está no passado, pois o ato de Cristo em nosso favor foi realizado apenas uma vez, sendo eficiente para sempre. No entanto como o titulo anterior nos mostra seu amor é uma realidade presente.

Versículo 6 - e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!

e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai – Somos reino de

Deus, na medida que nos entregamos a seu filho, sejamos judeus ou gentios. Esse título era empregado primeiramente a Israel (Ex 19.6) e depois foi aplicado à Igreja no NT (1 Pe 2.9).

a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! – Isaias 48.11 diz

que Deus não divide sua glória com ninguém. A glória ser creditada a Jesus aqui é apenas mais uma das claras evidências que Jesus é Deus.

Versículo 7 - Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!

Eis que vem – Referência a Segunda Vinda de Cristo, a qual o livro apresenta

como profecia. Tendo vindo como o Servo Sofredor, Jesus voltará como o Rei Conquistador.

com as nuvens – Nuvens por toda a Bíblia são usadas como indicativo da glória

de Deus e da sua presença poderosa (p.ex.: Ex 16.10, e na frase de Salomão em 2 Cr 6.1). Em Dn 7.13-14 é predito que o Filho do Homem viria sobre as nuvens. Provavelmente as nuvens não devem ser encaradas apenas como nuvens de vapor comuns, mas sim como sinais inequívocos da presença de Deus, como a nuvem que acompanhava Israel no deserto.

e todo olho o verá - Aqui está uma frase que mostra os equívocos presentes

(15)

seja em seitas como os Mórmons. A Segunda Vinda de Cristo será visível e inequívoca para todo homem.

até quantos o traspassaram – Jesus não apenas foi traspassado por pregos em

suas mãos e pés, como teve seu corpo furado por uma lança (Jo 19.34). Embora possa se colocar esse subgrupo de pessoas que verão o Cristo como aqueles soldados e pessoas diretamente envolvidos na morte de Jesus, olhando para Zc 12.10 vemos que o texto é mais corretamente aplicado a todo Israel como este texto se aplica. Assim, o que essa frase diz é que até mesmo Israel que negou o seu Messias o verá, quando na sua glória este voltar.

E todas as tribos da terra – Tribos embora, geralmente se refira as tribos de

Israel, nesse caso, como em Mt 24.30, se refere a todos os povos da Terra.

se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! – Os judeus se lamentarão por

ver a desastrosa realização que crucificaram a seu próprio Messias. Os gentios lamentarão pela verdade que rejeitaram, e pelo julgamento que se aproximará. João mostra que mesmo diante das grandes obras que Deus fará e de toda destruição e desespero, os homens ainda assim não se arrependerão (16.9).

Versículo 8 - Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.

Eu sou – Declaração que João atribui a Jesus 7 vezes no Evangelho de João e

outras 7 vezes, incluindo esta, em Apocalipse. Deus se apresenta a Moisés como “EU SOU” (Ex 3.14). Jesus diz em Jo 8.24: “Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU sou, morrereis nos vossos pecados”.

o Alfa e o Omega – Alfa é a primeira letra do alfabeto grego e Omega a última

letra. Sendo assim, Jesus declara que ele é o primeiro e o último, mostrando sua pré-existência e sua eternidade. Esse título também é usado em referência ao Pai em 21.6. diz o Senhor Deus – Não se deve entender que esta expressão sirva para mostra

que aqui a frase se refere a Deus Pai ao invés do Filho. Uma mudança de sujeito aqui seria muito abrupta e o contexto mostra que esta frase ainda se aplica a Jesus. Chamar alguém de Senhor nos dias de João não era usado em um sentido que não de divindade, e os judeus daquela época não usavam esse titulo como uma simples forma respeitosa como hoje usamos.

aquele que é, que era e que há de vir – Ver comentário em 1.4.

o Todo-Poderoso – Mostrando a soberania e auto-suficiência de Deus. Diante

das Palavras que Apocalipse traz, o cristão pode viver em confiança, pois Deus tudo pode e nada escapa a seu controle (Jó 42.2).

(16)

4 – Estudo de Apocalipse: Capítulo 1 / A Primeira visão

(1.9-20)________________________________________

1- O profeta (1.9)

Versículo 9 - Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.

Eu, João – Além de João, somente Daniel usa uma frase semelhante (Dn 7.28,

9.2 e 10.20). João semelhantemente emprega essa expressão 3 vezes, sendo as outras em 21.2 e 22.8. João a emprega primeiramente para mostrar que tinha sido ele próprio quem tinha tido a grande visão que se segue e também para mostrar sua total insignificância e inadequação para receber tão grande mensagem. Como discutimos na introdução ao estudo, o fato do autor se chamar apenas como João é um indicativo que este era o apóstolo João.

irmão vosso e companheiro – É interessante que João se coloque como igual

aos outros cristãos a quem se dirige, assim como Pedro também faz em 1Pe 1.5. Sendo, provavelmente, o último dos 12 discípulos ainda vivo na época que escreve a carta, João se vê como semelhante, e de forma alguma superior, aos outros cristãos. Essa é uma grande lição para nossos dias; onde muitas vezes lideres se consideram superiores e acima dos outros numa hierarquia cristã, que nunca foi desejo de Deus que existisse, muito embora lideres sejam necessários, porém cientes de sua condição de servos, como João era.

na tribulação, no reino e na perseverança – Expressão semelhante é

encontrada em At 14.22. Devemos sempre perseverar em meio as tribulações pela esperança que temos de fazer parte do Reino de Deus, que Apocalipse nos mostra que no final será vitorioso sobre o Império das trevas (Cl 1.13).

em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos – Patmos é uma pequena ilha, na costa do que hoje é a Turquia. Como vimos na última aula, estava próxima da Ásia. Sendo uma ilha rochosa e árida, foi escolhida como assentamento penal pelos romanos, assim como outras ilhas da região.

por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus – Ao invés de

entendermos que João tenha ido para Patmos para pregar a seus habitantes, é mais correto, sabendo que esta era uma colônia penal, entendermos que João tenha ido contra sua própria vontade. Nesse caso, “por causa” se refere a ter sido exilado na ilha em decorrência de sua obra missionária, a respeito da Palavra e do Testemunho de Jesus. Segundo a tradição patrística, João, embora velho, foi exilado em Patmos por Domiciano e obrigado a trabalhar quebrando pedras em minas. Segundo Eusébio, um dos patriarcas, João foi liberado depois de 18 meses da ilha. O fato de estar preso e em tribulação não impediu que João recebesse a grandiosa mensagem de Apocalipse.

2- A visão (1.10-20)

A primeira visão que João relata é do próprio Jesus, lhe dizendo que devia escrever. Esta visão é a que motiva o livro e a partir dela João vai recebendo a revelação. João descreve como teve a visão, e como esta era, muitas vezes usando comparações. João vê Jesus em sua glória após a ascensão, glória esta capaz de deixar Paulo cego no caminho de Damasco, e fazer com que João caísse como que morto (1.17). Algumas expressões devem ser analisadas com cuidado nessa primeira visão.

(17)

em espírito – Nenhuma profecia da Palavra vem pelo desejo dos homens, mas

sim pelo Espírito (2 Pe 1.20-21). Estar em espírito não é uma atitude iniciada pelo homem como muitos cultos pagãos, como os descritos em 1 Re 18, que induzem a um frenesi estático. Estar em espírito é estar envolvido em uma revelação sobrenatural da parte de Deus, iniciada apenas pelo desejo dEle (Ez 1.3). Muitas vezes a revelação envolve um transporte físico do profeta, como em Ez 8.3 e 4.2. No NT, situações semelhantes a de João são descritas em relação a Pedro (At 10.10) e Paulo (At 22.17).

no dia do Senhor – Duas principais explicações são dadas a esta expressão.

Primeiramente, alguns defendem que esta seja uma alusão ao domingo, na forma como os primeiros cristãos passaram a adotar e ainda hoje usamos. Porém em todas outras ocorrências no NT do domingo este é chamado como o primeiro dia da semana (1 Co 16.2, por exemplo). Outra explicação é que João se refira ao Dia do Senhor, no sentido do dia de julgamento (At 2.20, por exemplo). Nesse caso, porém a maior dificuldade é que a palavra grega usada aqui é diferente de todas outras ocorrências do dia do Senhor nesse sentido. A segunda explicação dentro do contexto da frase parece mais adequada e a diferença no grego pode ser explicada como um hebraísmo no texto.

grande voz, como de trombeta – Esta mesma voz em 4.1 chama João para

subir e ter novas visões. O fato de essa voz ser como de trombeta mostra sua força e atenção que ela merece. Na Bíblia, trombetas sempre estão presentes em momentos importantes: anunciando a presença de Deus no Sinai (Ex 19.6), no anúncio do ano do Jubileu (Lv 25.9), na queda de Jericó (Js 6.4-20), por exemplo. Jl 2.1 nos diz que trombetas anunciarão o Dia do Senhor.

Voltei-me para ver – João está iniciando uma experiência que outros profetas

tiveram de ver a glória de Deus, geralmente no início de seu ministério profético (Moisés, Ezequiel, Isaias, Daniel e Paulo são os outros). João já tinha tido a oportunidade de ver a glória de Deus, na transfiguração de Jesus (Mt 17.1).

sete candeeiros de ouro – Como o versículo 1.20 explica, os sete candeeiros são

as sete igrejas da Ásia. A Igreja como um candeeiro (candeeiros são objetos usados para colocar-se velas) emite luz, mas não é a fonte da luz (Jo 1.4-9 e Mt 5.14-16).

no meio dos candeeiros – Sendo que, os sete candeeiros são uma representação

da Igreja universal de Cristo, o texto nos diz que Jesus está no meio da Igreja (Mt 18.20).

filho do homem – Jesus aplica esse título a si em diversas ocasiões (Mt 26.45

p.ex.). Este é título usado por Estevão em sua visão antes de morrer (At 7.56). Assim, esta é mais uma expressão que mostra que João estava vendo Jesus. Filho do Homem é uma expressão que remete a natureza totalmente humana de Jesus, base de seu ministério e de sua morte e ressurreição como caminho para salvação. Jesus é também chamado o Filho de Deus (Jo 11.4) na medida que é totalmente divino. Como Filho do Homem, ele tem autoridade para julgar e redimir a todos quanto crerem em seu nome, sendo seu mediador (1 Tm 2.5).

vestes talares – No Oriente tidas como sinal de dignidade e honra (Gn 37.3),

uma vez que, os que a usavam geralmente não estavam envolvidos em trabalho pesado. As vestes descritas aqui lembram também as vestes do sumo-sacerdote, porém, em maior glória, sendo a cinta feita de ouro, símbolo constante de honra. Jesus é o Sumo-Sacerdote supremo (Hb 7.15-25).

A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve – Semelhante

descrição é usada para o Ancião dos Dias em Dn 7.9. Não devemos confundir esses cabelos brancos como alva lã com um sinal de idade; e sendo assim, de fraqueza e proximidade da morte; mas os cabelos de Jesus são descritos assim como um sinal da sua glória, ofuscante como a luz. Além disso, neve e cor branca são associados à pureza, como por exemplo em Is 1.18.

(18)

os olhos como chama de fogo – Aqui a figura é de uma chama que, brilhando

nas trevas, é capaz de revelar todos pecados (Sl 90.8). Não existe escuridão tão profunda que nos separe de Jesus (Sl 139.11-12). Assim diante de Jesus todos estão descobertos e sem defesa (Hb 4.13).

os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha – A

palavra para bronze polido é de difícil tradução do grego e traz a idéia de brilho, reforçada pela expressão seguinte. Além disso a referência ao bronze traz a idéia de endurecimento provocada pelo processo de refino, sendo isso uma alusão ao fato de Jesus pisar os adversários, como em textos como Sl 58.10 e Is 63.3.

voz como que de muitas águas – Semelhante figura é usado por Daniel (Dn

10.6) e Ezequiel (Ez 43.2). Existem muitas figuras associadas a uma voz como que de muitas águas, como por exemplo; a força das águas, presente na voz e o poder regenerador das águas, presente na voz de Cristo.

Tinha na mão direita sete estrelas - As sete estrelas são os sete anjos das sete

igrejas, como explica o versículo 20. A mão direita é a mão do favor, o que mostra que estes anjos (discussão a seguir) estão diante da proteção e favor de Cristo.

e da boca saia-lhe uma espada afiada de dois gumes - Figura que representa

o poder presente nas palavras de Jesus. As palavras de Deus criaram o mundo do nada (Gn 1.3 p.ex.). As palavras de Deus podem trazer também a destruição: Is 11.4 nos diz que o Messias ferirá com a vara de sua boca a terra dos perversos. Os 6.5 nos diz que através das suas palavras, por meio de seus profetas, Deus abateu a Judá e Efraim. Ef 6.17 nos diz que a Palavra de Deus é a espada do crente, e assim é sua única arma ofensiva. Hb 4.12 usa a figura da espada de dois gumes e mostra o poder da Palavra. 2 Ts 2.8 nos diz que Jesus vencerá seus inimigos com um sopro de sua boca. Assim, a figura quer mostra que Jesus, sendo portador da Palavra de Deus, tem em suas palavras o poder para julgar os ímpios e vencer seus inimigos, como Apocalipse mostra que fará.

O seu rosto brilhava como o sol na sua força – Mostrando a glória de sua face,

como o Soberano Exaltado. João já tinha tido oportunidade de ver a glória do rosto de Jesus na Transfiguração e Mateus usa a mesma figura para descrever a sua glória (Mt 17.1-2).

Quando o vi, caí a seus pés como morto – Essa é a reação dos que foram

privilegiados com uma visão da glória de Deus (Is 6.4, Ez 1.28, Dn 8.17, Mt 17.6, At 9.4). É um reconhecimento da pequenez do homem diante da glória de Deus (Is 6.5).

Porém ele pôs sobre mim a mão direita - Daniel também perdeu as forças

diante da visão que teve e semelhantemente teve suas forças restauradas por uma mão que lhe tocou (Dn 10.8-10). Além disso, João mesmo teve suas forças restabelecidas por Jesus no monte da Transfiguração (Mt 17.6-7).

dizendo: Não temas - Os servos do Senhor respondem a ele com temor. Na

Bíblia, Deus é chamado como o Temor (Gn 31.42). Sl 111.10 nos diz que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Outros textos, principalmente em Provérbios, destacam a necessidade do temor do Senhor. O servo de Deus não precisa ter medo deste, porém a ausência de temor é característica dos ímpios (Sl 36.1). Diante da manifestação da glória de Deus como João viu, é impossível não temer.

estive morto – Referente a sua morte na cruz. O fato de Jesus afirmar sua

divindade anteriormente: “Eu sou o primeiro e o último” e depois afirmar que esteve morto é prova incontestável de que Jesus é totalmente divino e foi totalmente humano. Não é possível como algumas seitas, p.ex. Testemunhas de Jeová, fazem, afirmar que Jesus não era totalmente divino face a este versículo.

mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos – Jo 14.6 nos diz que Jesus é a

vida. Realmente ele está vivo e viverá para sempre e pode conceder vida eterna a todos que o Pai lhe entregou (Jo 17.2).

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e tenho as chaves da morte e do inferno – Ter as chaves remete a textos que

retratam a entrada na morte como controlada por portas (Sl 107.8). Além disso, ter as chaves significa ter controle. O homem estava condenado a morte (Gn 3.19) e somente pela ação de Jesus pode escapar da morte, o último inimigo a ser vencido (1 Co 15.26). O inferno é a segunda morte, e somente aqueles que crêem no que tem as chaves podem escapar desta porta e do pavor da morte (Hb 2.15).

Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas – Resumo do livro, como dissemos na introdução. As coisas que viste

refere-se a visão que João já tinha tido. As coisas que são refere-se a situação das sete igrejas. As coisas que hão de acontecer são as profecias que temos no livro.

as sete estrelas são os anjos das sete igrejas – Aqui reside a mais difícil

interpretação do Capitulo 1: a quem se refere anjos aqui. Dificilmente se refere a anjos protetores das igrejas; pois, primeiramente, seria estranho que João recebesse a mensagem por um anjo (1.1), para depois passar a outro anjo que levaria as igrejas. Mais do que isso porém, muitas das afirmações que são colocadas nas cartas (Que começam com: “Ao Anjo da Igreja... escreve”) não se aplicam a anjos, como por exemplo, não poder ser aprisionados pelo diabo (2.10). O mais correto é que anjos aqui sejam mensageiros pertencentes as sete igrejas, e responsáveis por levar a carta a esta igreja. A favor desta interpretação temos que em outros lugares a palavra usada aqui, angelos, é usada para mensageiros humanos, por exemplo, em Mt 11.10. O principal problema é que em nenhum lugar mensageiros são chamados como estrelas, porém ver Dn 12.3. De qualquer forma, os anjos devem ser vistos como representantes das igrejas, uma vez que, as afirmações feitas nas cartas se referem geralmente a toda igreja e não apenas a um individuo. Seriam mensageiros, e a carta que receberam, uma carta para toda igreja e não apenas ao anjo (mensageiro) desta.

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4 – Estudo de Apocalipse: Capítulo 4 – A visão do trono

de Deus________________________________________

1- Introdução

Tendo escrito as cartas as 7 igrejas, João é chamado ao céu, onde terá início a visão que terá das “coisas que devem acontecer”. A primeira visão que tem, descrita no Capítulo 4, é de Deus em seu trono. Muitas das figuras usadas devem ser estudadas com cuidado e com auxílio dos demais livros da Bíblia, conforme explicamos na introdução a esse estudo.

2- A visão

Versículo 1 - Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.

Depois destas coisas – Demonstra a transição para a terceira maior divisão do

Livro, “as coisas que devem acontecer” (1.19).

e eis não somente uma porta aberta no céu – Semelhantemente as visões de

Ezequiel, nas quais o céu foi aberto (Ez 1.1). O céu é aberto também no batismo de Jesus (Mt 3.16), no apedrejamento de Estevão (At 7.56), na visão de Pedro (At 10.11) e será aberto para que todos vejam Jesus na sua Segunda Vinda (At 19.11). Os céus se abrem pela vontade de Deus para permitir que os homens vejam a verdade mostrada por Ele.

como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Esta é a voz de 1.10, a voz do próprio Cristo.

Sobe para aqui – Tendo escrito as sete igrejas, João é chamado para os céus,

onde testemunhará as coisas que “em breve devem acontecer”. É necessário que seja assim, pois um completo entendimento dos eventos a seguir só é possível tendo a visão divina do que ocorrerá. A maioria dos intérpretes futuristas de Apocalipse reconhece aqui uma referência ao arrebatamento da Igreja.

Anexo 1 – O Arrebatamento...

O principal motivo apontado pelos intérpretes dispensacionalistas para enxergar nesse versículo o arrebatamento é a súbita mudança de foco entre os capítulos 3 e 4. As igrejas de Cristo são o assunto principal dos capítulos iniciais, porém, a partir do momento em que João sobe aos céus em espírito não aparece nenhuma referência a Igreja e o mesmo ocorre praticamente até o final do livro, no capítulo 19, onde a igreja volta como a noiva gloriosa de Cristo. Essa mudança de foco por si só já e notável. No entanto, temos diversos outros textos que sugerem o arrebatamento da Igreja e esses textos juntos apontam para a realização desse acontecimento no decorrer da história. Nenhum versículo na tribulação que ocorre na Terra cita a igreja.

Existe na crítica moderna certa resistência a idéia do arrebatamento, considerando que é uma idéia fantasiosa, além disso é colocado o fato de antes de 1800 o arrebatamento não ser uma doutrina bem estabelecida.

O estudo a respeito do arrebatamento é extenso de forma que citaremos apenas alguns pontos a respeito.

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O primeiro ponto a ser tocado é: existe realmente um arrebatamento? A respeito disso, muitas vezes se diz que essa é uma idéia ausente na Bíblia. Quanto a isso, primeiramente o termo arrebatamento é bíblico (1 Ts 4.17), embora algumas versões não o apresentem. No entanto, um termo não ser encontrado explicitamente não significa que a Bíblia não traga o conceito. Idéias importantes como a Trindade, onipresença e onisciência não são encontradas diretamente citadas nas Escrituras, sendo no entanto, importantes doutrinas. O mesmo ocorre com o arrebatamento.

Além do texto de 1Ts 4.17, outras referências a pessoas sendo arrebatadas incluem Enoque (Gn 5.24), Elias (2Re 2.11), Isaias (Is 6), Jesus (At 1.11), Filipe (At 8.39) e Paulo (2 Co 12.2-4). Além destas temos que o livro de Apocalipse fala que as duas testemunhas serão arrebatadas depois de cumprirem seu ministério (11.12). Ser arrebatado significa ser movido pela ação de Deus para um novo lugar.

O principal motivo apontado para aceitarmos que Cristo arrebatará sua Igreja está na diferença entre os textos que falam a respeito de sua volta. Como existem diferenças marcantes entre esses textos concluí-se que eles se referem a diferentes acontecimentos: a sua volta como o noivo resgatando sua noiva, e sua volta para terminar o julgamento sobre a Terra.

As seguintes diferenças podem ser encontradas que mostram essa diferença e portanto uma existência de duas voltas de Cristo:

• No arrebatamento Jesus voltará para os seus (Jo 14.1-3) e na sua Segunda Vinda voltará com os seus (1 Ts 3.13).

• No arrebatamento Jesus chamará sua noiva (1 Ts 4.16-17) e na Segunda Vinda virá com sua noiva (19.6-14).

• No arrebatamento só os seus o verão (1 Ts 4.13-18) e na Segunda Vinda todo olho o verá (1.7).

• Depois do arrebatamento a tribulação começará (2 Ts 1.6-9) e na Segunda Vinda terá início o Reino Milenar de Cristo (20.1-7).

• Nenhum sinal precederá o arrebatamento (1 Ts 5.1-3) e a Segunda Vinda será procedida por sinais (Lc 21.11-20).

No arrebatamento todos aqueles que participam da Igreja de Cristo, reconhecidos por terem consigo o Espírito Santo, serão levados da Terra para junto do Pai. Outras características do arrebatamento que o diferem da Segunda Vinda são:

• No arrebatamento o principal objetivo é a remoção dos salvos enquanto na Segunda vinda é a manifestação de Cristo como o Rei Vencedor.

• O arrebatamento precede a vinda do homem de iniqüidades (2 Ts 2.1-3) enquanto a Segunda Vinda termina com sua ação.

• O arrebatamento é iminente enquanto a Segunda Vinda só acontecerá depois de um prazo onde muitas outras coisas acontecerão.

Outro fato a ser destacado é a ligação do Espírito Santo e o arrebatamento. O Espírito Santo desceu até os discípulos no Dia de Pentecostes e desde então os salvos são batizados pelo Espírito Santo, na sua conversão (1 Co 12.13). Antes disso, porém, o Espírito já agia na Terra (Gn 1.2). Antes do Dia de Pentecostes o Espírito descia e enchia as pessoas (Nm 24.2, Jz 3.10, Jz 6.34, 1 Sm 10.6, 1 Sm 19.20, Lc 1.67). No entanto sua presença não se era permanente (1 Sm 16.13-14, Sl 51.11). Antes da ressurreição de Jesus, João diz que o Espírito ainda não tinha sido dado (Jo 7.39, Jo 14.16). Após o Dia de Pentecostes o Espírito começou seu novo ministério que está intimamente ligado ao corpo de Cristo, a Igreja.

Sobre a atuação do Espírito Santo, temos então dois importantes fatos a serem destacados: ele agia antes do Dia de Pentecostes, porém nunca habitou permanentemente com as pessoas antes desse dia. No arrebatamento da Igreja o Espírito Santo deixará de exercer o ministério que hoje exerce, pois a igreja será levada.

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Um texto chave que indica que o Espírito terá uma mudança de atuação após o arrebatamento é 2 Ts 2.1-7. No versículo 7 nos é dito que o homem da iniqüidade e o mistério da iniqüidade aguardam que seja afastado aquele que agora o detêm. Embora muitas opiniões tenham sido levantadas a respeito da identidade daquele que detêm o mistério da iniqüidade (Miguel, Elias ou um ser mitológico por exemplo), o texto aqui se refere, de forma mais adequada, ao Espírito Santo. Dessa forma, antes da vinda do homem da iniqüidade a igreja é arrebatada e o Espírito é retirado, no sentido que ele veio no dia de Pentecostes, uma vez que, como o Espírito habita indefinidamente nos que pertencem a Cristo, a única forma de que este seja retirado da Terra é se todos os que o possuem forem retirados.

Durante a Grande Tribulação o Espírito continuará a agir na Terra da mesma forma que agia antes do dia de Pentecostes. Assim, as pessoas serão salvas pela regeneração que vem através da ação do Espírito neste período e, neste sentido, o Espírito continuará agindo. Porém, ele deixará de impedir a vinda do mistério da iniqüidade e de participar no batismo pelo Espírito Santo.

No arrebatamento os salvos serão livres da ira de Deus (Rm 5.9-10) e ficaram com Cristo nos céus até o Milênio.

Apesar de existirem diversas teorias sobre quando ocorrerá o arrebatamento da Igreja, a luz do texto bíblico o mais correto é que seja antes da Tribulação. Os motivos para que concluamos que o arrebatamento será anterior à Grande Tribulação (doutrina do arrebatamento pré-tribulacional) são: a promessa de ser livre da tribulação feita a igreja de Filadélfia (3.10); a presença dos 24 anciãos no Céu, indicando que a igreja já está presente nos céus; as bodas do Cordeiro na Segunda Vinda; a completa ausência de qualquer citação de arrebatamento durante a Grande Tribulação; o caráter iminente do arrebatamento, que vai contra as coisas que sucederão durante a Grande Tribulação; o fato de a igreja ser advertida para esperar pela vinda de Cristo, mas nunca do Anticristo; além da já citada tipologia presente neste capítulo, onde João representa a Igreja.

Outros tipos do arrebatamento da Igreja podem ser encontrados na Bíblia: Enoque que é salvo do dilúvio através do arrebatamento, Ló e sua família salvos de Sodoma e Gomorra antes do julgamento. Além disso, a figura de Jesus como a estrela da manhã é um símbolo do arrebatamento.

Um fato importante sobre o arrebatamento é sua iminência. Textos que tratam disto são Mt 24.36, Mt 24.42-46, Mt 25.13, At 1.7.

Outra questão é o que ocorrerá durante e depois do arrebatamento. Durante o arrebatamento ocorrerá conforme Jesus disse no Sermão do Monte das Oliveiras (Mt 24.38-41) e os salvos serão arrebatados sem que os incrédulos se dêem conta. Uma idéia de como será o arrebatamento pode ser encontrada na série “Deixados para trás”. Depois do arrebatamento fica a pergunta: como os incrédulos não creriam diante de tão incontestável fato? Diante da quantidade de informações já disseminadas sobre o arrebatamento (bem exemplificada por exemplo nos adesivos: “Em caso de arrebatamento esse carro ficará desgovernado” que se tornaram populares a alguns anos) só podemos pensar que as pessoas que ficarem estarão em choque a princípio, e procurarão respostas na religião. As sessões de venda das livrarias cristãs esgotarão seus livros e as pessoas procurarão respostas naqueles membros não-salvos das igrejas. Nesse cenário é que o Anticristo se levantará, em meio a Tribulação que se iniciará, e procurará enganar a muitos, conseguindo êxito até a vinda de Jesus como o Rei Vencedor, mostrado no Sl 2.

Os principais argumentos contra o arrebatamento são como já dito, a falta de historicidade dessa doutrina. Os que são contra a doutrina do arrebatamento pré-tribulacional colocam que apesar de difundida atualmente, essa doutrina carece de base bíblica. Assim, estes em textos como o de Ts vêem uma referência a Segunda Vinda. Quanto aos fatos que precedem a Segunda Vinda geralmente colocam que o homem de

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iniqüidades é um sistema maligno de certa forma já presente, e que não serão óbvios os fatos descritos em Apocalipse antes da Segunda Vinda. Estudar Apocalipse sem o arrebatamento leva a ter de adotar visões idealistas em diversos trechos, ou então colocá-los como os historicistas colocam, fazendo uma interpretação eclética. Como temos seguido desde o início a visão futurista (como a mais correta para o texto de Apocalipse), optamos por prosseguir o estudo com o arrebatamento como uma certeza. O estudo de Apocalipse leva a muitas encruzilhadas sendo que com o arrebatamento encontramos a segunda delas, após a escolha do estilo de interpretação.

Outra questão que aparece quando colocamos o arrebatamento como ocorrendo aqui, é a situação dos salvos mortos, motivo pelo qual Paulo escreve o texto de Tessalonicenses. Aqui temos novamente controvérsias, e trataremos desse assunto mais detalhadamente em outro momento, porém temos que os mortos em Cristo ressuscitarão e ganharão corpos glorificados, assim como os vivos arrebatados e julgados justos em Cristo, e esperarão nos céus até o Milênio. Até o arrebatamento os mortos têm seu espírito com Deus nos céus e seu corpo separado deste.

O assunto arrebatamento é longo de forma que não alongaremos sobre este. Para mais informações (em inglês) ver: http://raptureready.com/ e

http://en.wikipedia.org/wiki/Rapture .

e te mostrarei – É o motivo principal da Revelação dada a João mostrar as coisas

que devem acontecer. Cada visão nos céus é seguida por uma visão na Terra. Assim, a visão nos céus explica a visão na Terra.

o que deve acontecer depois destas coisas. – A profecia vindo de Deus não pode

falhar (Jo 10.35).

Versículo 2 - Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;

eu me achei em espírito – Como no início da visão (1.10). Estar em Espírito é

receber poder para receber a revelação de Deus (Ez 2.2).

e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado – Antes de

grandes revelações, os profetas são colocados diante da glória de Deus. João já viu a glória de Jesus, e agora é colocado diante do trono de Deus. Isaias teve a mesma visão (Is 6.1), assim como Ezequiel (Ez 1.26-28). Este alguém sentado é Deus, o Pai, e não Jesus, que depois aparece para receber os sete selos. Deus está assentado no trono, mostrando seu caráter de Rei e Juiz que aparece durante todo o livro. Ao contrário de Ezequiel que cai rosto em terra, João não sofre nenhum colapso. Isto ocorre provavelmente por já ter sido fortalecido na visão anterior (1.17). Um ponto importante a ser tocado é que João estava em um lugar material e não tendo uma visão espiritual apenas. O Céu é um lugar material, tanto que Jesus subiu para os céus em seu corpo glorificado e não em Espírito.

Versículo 3 - e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda

é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe – Essa pedra de jaspe

provavelmente não deve ser associada a jaspe atual, que é uma pedra opaca e não tão preciosa. Provavelmente deve ser associado a uma pedra mais preciosa, provavelmente um tipo de diamante. Fatos que confirmam isso são por exemplo a citação de pedra na

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glória da Nova Jerusalém (21.11). Jaspe era a última das pedras no peitoral do Sumo-Sacerdote pela ordem de citação (Ex 28.20). Assim Deus é descrito como tendo a maior glória possível.

e de sardônio – A primeira das pedras no peitoral do Sumo-Sacerdote (Ex

28.17). A inclusão da primeira e da última pedra aqui relembra de Deus como o primeiro e o último, aquele que tem a glória de todas pedras preciosas. O peitoral do Sumo-Sacerdote representa a glória de Deus, que João agora pode ver.

e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda –

Mais uma descrição da glória presente com Deus em seu trono. O arco-íris foi colocado como promessa de Deus de nunca destruir a Terra com um dilúvio (Gn 9.13-16). Por isso, a Bíblia nos mostra que a Terra será destruída pelo fogo (2 Pe 3.5-7).

Versículo 4 - Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.

Ao redor do trono – Outros textos descrevem uma multidão ao redor do trono

de Deus (1 Re 22.19, 5.11, 7.11). Esses 24 anciãos entretanto estão mais próximos e gozam de especial favor na presença de Deus.

há também vinte e quatro tronos – Os anciãos estão junto com Deus no seu

domínio. Isto nos relembra outros textos como a promessa de Jesus para os doze Apóstolos (Mt 19.28) e as promessas ao vencedor do capítulo anterior (2.26-27, 3.21). No Milênio é dito que os santos terão poder de julgamento (20.4). Paulo havia dito antes desse papel dos santos: “Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!” (1 Co 6.2-3).

e assentados neles, vinte e quatro anciãos – Esse é um ponto em que há

também muita controvérsia. Existem diversas opiniões a respeito da identidade desses 24 anciãos. A primeira divisão é entre considerá-los homens ou anjos. Nesse ponto, o mais correto é considerá-los como homens pelos seguintes motivos:

• O termo ancião em nenhum lugar na Bíblia é usado em referência a anjos. Esse termo, que é sinônimo de presbítero, é sempre usado para lideres e homens de idade.

• Anjos na Bíblia não aparecem usando coroas, símbolo de recompensa para homens, em textos como 3.11, por exemplo.

• Em nenhum lugar é mostrado anjos eleitos sentados em tronos.

A segunda divisão é se esses 24 anciãos representam realmente 24 pessoas ou são uma representação de uma organização. Quanto a organizações, a principal linha de pensamento é a que coloca esses anciãos como representantes dos 12 apóstolos e das 12 tribos de Israel. Há problemas entretanto com essa identificação numa interpretação futurista de Apocalipse, uma vez que esses santos do Velho Testamento estariam nos céus e recebido coroas antes da Grande Tribulação e da redenção de Israel, o que implica que teriam tomado parte na Primeira Ressurreição. Caso 12 anciãos representem o povo de Israel há problemas também, uma vez que a nação ainda não se converteu ainda a Deus, o que ocorrerá somente no decorrer da Tribulação.

A mais provável identificação destes 24 anciãos deve ser os redimidos da presente era, da Igreja. Os motivos são:

• Cristo prometeu aos vencedores da Igreja que se sentariam em tronos com ele (3.21) assim como os 24 anciãos. Além disso Ef 2.6 diz: “e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”.

Referências

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