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A Besta O mais proeminente dos inimigos de Deus nos últimos tempos, aparece em

No documento Apocalipse - Estudo versículo a versículo (páginas 78-81)

3 – As duas testemunhas mártires

Anexo 5 A Besta O mais proeminente dos inimigos de Deus nos últimos tempos, aparece em

diversos trechos do livro de Apocalipse (11.7, 13.1-4,13.11-12,13.14-15,13.17-18, 14.9, 14.11, 15.2, 16.2, 16.10, 16.13, 17.3, 17.7-8, 17.11-13, 17.16-17, 19.19-20, 20.4, 20.10). Esse título, a Besta, reflete seu caráter maligno, que forma um contraste a Cristo, o Cordeiro. Além desse nome, durante as Escrituras recebe diversos outros títulos: o pequeno chifre (Dn 7.8), rei de duro semblante e mestre em intrigas (Dn 8.23), príncipe que há de vir (Dn 9.26), o assolador (Dn 9.27), rrei que fará o que bem entender (Dn 11.36), homem da iniqüidade e filho da destruição (2 Ts 2.3), iníquo (2 Ts 2.8), o Anticristo (1 Jo 2.22). Dentre todos estes títulos, o mais conhecido é o de Anticristo. Embora esse não seja o mais usado entre os títulos que este recebe, é um nome que representa aquilo que ele é na essência, uma falsificação e um opositor a Cristo.

O Grande Imitador

Como Anticristo, a Besta é apresentada como uma falsificação do Cordeiro de Deus. Observemos os seguintes paralelos:

• Assim como Cristo é a imagem de Deus gerada pelo Pai (Hb 1.3), a Besta é uma imagem de Satanás trazida a luz (13.1).

• Assim como Cristo tem muitas coroas e nomes dignos (19.12), a Besta tem dez coroas e nomes blasfemos (13.1).

• Da mesma forma que Cristo recebe seu poder, trono e grande autoridade do Pai (Jo 5.21-23), o Anticristo recebe autoridade da parte de Satanás (13.2).

• Assim como Cristo depois de morto ressuscitou, sendo este o grande sinal para a pregação do Evangelho; a Besta tem uma ferida aparentemente mortal da qual se recupera, atraindo muitos seguidores (13.3-4).

• Assim como a adoração dos salvos é a Cristo e ao Pai (Jo 5.23), a adoração será dada a Besta e a Satanás (13.4).

• Assim como Cristo será adorado no mundo inteiro, a Besta será adorada por todo mundo (13.7).

A imitação do Anticristo da segunda pessoa da Trindade encaixa-se na imitação que Satanás faz com sua trindade maligna. Nesta, Satanás imita à Deus Pai (traz a sua imagem a tona através do caos do mar em 13.1) e a besta da terra imita a obra do Espírito Santo (pede louvor não a ele, mas ao Anticristo; opera falsos sinais milagrosos; força sua marca sobre aqueles que servem ao Anticristo). Juntos Satanás, o Anticristo e o falso profeta formam um trio de impiedade que está à frente da Babilônia, que é a imitação do povo de Deus representado por Jerusalém.

A origem e a natureza da Besta

Estas são provavelmente as questões mais controversas sobre o Anticristo. Temos claramente que o Anticristo receberá poder da parte de Satanás (Dn 8.24, 2 Ts 2.9). Apocalipse nos fala também que ele virá do Abismo (11.7, 17.8). Como vimos anteriormente, o Abismo é um lugar relacionado com demônios, que se encontram aprisionados.

Entre as opiniões já levantadas temos desde as que o Anticristo seria Judas ou Nero que reencarnariam, até a que o Anticristo seria concebido por uma mulher através do próprio Satanás (assim como na virginal concepção de Cristo). Porém a luz do texto

de Apocalipse parece ser melhor entendido que o Anticristo sofrerá uma ferida mortal e que reviverá através das forças demoníacas (13.3-4), sendo ai que reside sua ascensão do Abismo. A Bíblia nos dá a entender que o Anticristo será um homem muito inteligente e que enganará a muitos através de intrigas (Dn 8.25) assumindo grande poder sobre a Terra.

Judeu ou gentio

Outro ponto geralmente discutido é se o Anticristo será do povo de Israel ou um gentio. Razões favoráveis apontadas para sua procedência judia são o fato deste atuar na construção do templo judeu na Tribulação, e mesmo ser aceito pelo povo judeu no início (Dn 9.27). Além disto, alguns apontam a omissão da tribo de Dã na lista das tribos do Capítulo 7 como indicação de que o Anticristo virá desta tribo. Porém, o mais provável é que o Anticristo venha de outro povo não-judeu. Razões para isso são o fato de Antioco Epifânio, tipo do Anticristo, ser gentio; o fato de o tempo dos gentios (Lc 21.24) ainda não ter terminado, o que leva a conclusão que a Besta será de fora do povo judeu; o fato de 13.1 dizer que a Besta emerge do mar, sendo o mar uma figura das nações gentias; e além disso Dn 9.27 reforça a idéia quando diz “o povo de um príncipe que há de vir” que portanto não se refere a Israel.

que surge do Abismo – Conforme dito no anexo 5, isto descreve o fato de o

Anticristo ter sido trazido da morte (o Abismo) pela ação de Satanás.

pelejará contra elas – Uma marca da Besta e de Satanás é fazer guerra ao povo

de Deus (Dn 7.21, 7.9-16, 12.11, 13.7, 20.4) e particularmente a Israel (Jr 30.7, Dn 12.1).

e as vencerá, e matará – Mais um sinal que fará com que os homens adorem a

Besta, uma vez que todas tentativas anteriores de matar essas duas testemunhas foram fracassadas. Assim o Anticristo que saiu vencendo e para vencer (6.2), depois de ser ressuscitado pela ação de Satanás, agora consegue mais uma aparente vitória. Porém essa vitória, como todas que obterá, não é verdadeira. No fim, os verdadeiros vencedores são aqueles que estão com Deus, mesmo que para isso morram (12.11).

Versículo 8 – e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também seu Senhor foi crucificado.

e o seu cadáver ficará estirado na praça – Ou como algumas versões trazem, “na rua principal” ou “nas ruas”. Deixar de enterrar um corpo era para os judeus algo repugnante e um grande sinal de desprezo sobre uma pessoa executada (1 Re 14.11, 2 Re 9.7, Sl 79.3-4, Jr 8.1-2). Vemos por que deixar o corpo das duas testemunhas exposto é um ato proposital.

grande cidade – O mesmo título é usado para Jerusalém, Babilônia e a

Jerusalém celestial. Essas são os 3 pólos da história dos últimos dias. Jerusalém será o lugar onde o Anticristo interromperá o sacrifício e lançará a abominação terrível (11.1- 2).

espiritualmente – Através do Espírito Santo. É através da ação dele que se discerne o verdadeiro caráter de Jerusalém descrito pelas metáforas.

se chama Sodoma e Egito – Sodoma e Egito são tipos de cidades que rejeitaram

a vontade de Deus e foram julgadas. Jerusalém ser chamada de Sodoma e Egito mostra a impiedade da Jerusalém terrena, que rejeita a palavra de Deus (Mt 10.14-15).

onde também seu Senhor foi crucificado – A NU traz “seu Senhor” enquanto

o MT traz “nosso Senhor”. Aqui fica claro que a cidade não é outra senão Jerusalém, como o próprio João mostra claramente em seu evangelho (Jo 19.20).

Versículo 9 – Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados.

muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações – Uma quádrupla descrição,

que significa todos sobre a Terra.

contemplam os cadáveres das duas testemunhas – Uma afirmação que antigos

comentaristas tinham dificuldade de entender. Com o advento da TV e Internet no entanto, nos parece algo simples de ser realizado.

por três dias e meio – Dias literais, se vermos que seus corpos não são ditos se

decomporem até a ressurreição das testemunhas. Três dias e meio também são metade de sete dias, e representam que não é cumprido um tempo completo, pois as testemunhas ressuscitam antes, mostrando sua vitória. Três dias também é o tempo no qual Jesus esteve morto.

e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados – Por dois motivos.

Primeiro, como forma de repúdio, conforme o pensamento judeu (nota anterior). Segundo, para servir como troféu para a Besta que venceu as testemunhas.

Versículo 10 – Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra.

Os que habitam sobre a terra – A população da terra que não aceita a vontade

de Deus, aqueles sobre quem a tribulação é enviada (3.10).

se alegram por causa deles – Apesar dos tempos do fim serem marcados por

guerras, as forças do mal se unirão contra os profetas do Senhor (assim como foi com Jesus, Lc 23.12).

realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros – Tão grande serão as

pragas trazidas pelas duas testemunhas, que a morte destas será comemorada com festas e troca de presentes pelos moradores da terra. Como outros profetas antes, as duas testemunhas serão odiadas por aqueles a quem foram enviados (Lc 13.34).

Versículo 11 – Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo;

um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou – Um espírito

como o que foi colocado no homem para que este passasse a viver (Gn 2.7). Aqui o Espírito de Deus atua na ressurreição dos profetas de Deus.

e àqueles que os viram sobreveio grande medo – A população mundial que

se alegrava com a vitória da Besta, agora se toma de medo diante da ressurreição daqueles que já estavam mortos a três dias. O poder de Deus traz o medo sobre aqueles que não são seus servos (Mt 27.54).

Versículo 12 – e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo- lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.

e as duas testemunhas ouviram – O Texto Majoritário traz “Eu ouvi”,

destacando que João ouviu as vozes.

Subi para aqui – O mesmo comando que João recebe em 4.1.

E subiram ao céu numa nuvem – Semelhantemente a Jesus ressurreto (At 1.9). e os seus inimigos as contemplaram – O testemunho final. Com seu ministério

e sua vitória final, mostram que suas palavras eram de Deus.

Versículo 13 – Naquela hora houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, neste terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo atemorizadas e deram glória ao Deus do céu.

houve grande terremoto – Mais um terremoto durante a Tribulação.

Anteriormente um grande terremoto ocorrera no sexto selo (6.12). O maior terremoto da história ainda está por vir, na sexta taça (16.17).

e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, neste terremoto, sete mil pessoas – No terremoto que está por vir, os efeitos sobre Jerusalém serão ainda piores

(16.19).

ao passo que as outras ficaram sobremodo atemorizadas e deram glória ao Deus do céu. – Como estamos em Jerusalém, e o período de tempo é anterior a

Abominação da Desolação no templo judeu, e posterior perseguição dos judeus; a maioria da população da cidade é israelita. Isto mostra mais um passo na conversão dos judeus; conversão que será como esperava Paulo (Rm 11.25-27).

Versículo 14 – Passou o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai.

Passou o segundo ai – Aqui temos os ais de 8.13. Esta frase demonstra que os

eventos do capítulo 10 e 11 ocorrem durante o efeito da sexta trombeta (cap. 9). Mostra também que os 1260 dias que as testemunhas atuam são a primeira metade da Tribulação.

Eis que, sem demora, vem o terceiro ai. – O terceiro ai é a sétima trombeta,

que traz as sete taças. Vemos assim que a sétima trombeta será soada depois da morte e ressurreição das duas testemunhas, e será na segunda metade da Tribulação que virão, portanto, as sete taças.

No documento Apocalipse - Estudo versículo a versículo (páginas 78-81)