• Nenhum resultado encontrado

J. Pediatr. (Rio J.) vol.90 número6

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "J. Pediatr. (Rio J.) vol.90 número6"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

www.jped.com.br

ARTIGO

ORIGINAL

Nuclear

abnormalities

in

cells

from

nasal

epithelium:

a

promising

assay

to

evaluate

DNA

damage

related

to

air

pollution

in

infants

,

夽夽

Michelle

Mergener

a,∗

,

Cláudia

R.

Rhoden

b

e

Sérgio

L.

Amantéa

b

aUniversidadeFederaldeCiênciasdaSaúdedePortoAlegre(UFCSPA),PortoAlegre,RS,Brasil bUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul(UFRGS),PortoAlegre,RS,Brasil

Recebidoem13dejaneirode2014;aceitoem3deabrilde2014

KEYWORDS

Micronucleiassay;

Nasalcells;

Environmental health; Infants; Toddlers

Abstract

Objectives: Thisstudyintendstoprovideaquick,easy,andinexpensivewaytoassessnuclear

abnormalitiessuchasmicronucleiandbudfrequencies;binucleated,karyorrhectic,karyolytic,

pycnotic,andcondensedchromatincellsinnasalscrapingsofinfants,whichareparticularly

important for conducting genotoxic studies related to the inhaledatmosphere in pediatric

populations.

Methods: Nasalswabsampleswerecollectedfrom40infantsunder12monthsofageusinga

smallcytobrush.2,000cellsfromeachinfantsamplewereanalyzedandclassifiedaccordingto

thefrequencyofnuclearabnormalities.

Results: Ratesofnuclearabnormalitiesfoundagreewithvaluesreportedinotherstudiesof

neonatesandchildren.Thisstudyfound0.13%ofcellswithmicronuclei;1.20%karyorrhexis;

0.03% pyknosis; 10.85%karyolysis; 1.11% condensed chromatin; 0.54binucleated cells;and

0.02%nuclearbud.Differenceswerenotobservedbetweengendersorenvironmentalpassive

smoking,norwasanyagecorrelationfound.

Conclusion: Theassayproposedhereissuitableforassessingthefrequencyofnuclear

abnor-malitiesfromnasalcellsininfants.

©2014SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.

DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.04.009

Comocitaresteartigo:MergenerM,RhodenCR,AmantéaSL.Nuclearabnormalitiesincellsfromnasalepithelium:apromisingassayto

evaluateDNAdamagerelatedtoairpollutionininfants.JPediatr(RioJ).2014;90:632---6.

夽夽EstudovinculadoàUniversidadeFederaldeCiênciasdaSaúdedePortoAlegre(UFCSPA),PortoAlegre,RS,Brasil.Autorparacorrespondência.

E-mail:michimerg@yahoo.com(M.Mergener).

(2)

PALAVRAS-CHAVE

Ensaiode

micronúcleos;

Célulasnasais;

Saúdeambiental;

Neonatos;

Crianc¸asdeum

atrêsanos

Anormalidadesnuclearesemcélulasdoepitélionasal:umatécnicapromissorapara avaliardanonoDNArelacionadoàpoluic¸ãoatmosféricaemneonatos

Resumo

Objetivos: Este estudo pretendeu fornecer uma forma rápida, fácil e barata de avaliar

anormalidades nucleares, como frequênciasde micronúcleose gêmea, células binucleadas,

cariorréticas,cariolíticas,picnóticas ecomcromatinacondensada, emesfregadosnasaisde

neonatos,oqueéparticularmenteimportanteparaarealizac¸ãodeestudosgenotóxicos

rela-cionadosaoarinaladonaspopulac¸õespediátricas.

Métodos: Foramcoletadasamostrasdeesfregac¸onasalde40neonatoscommenosde12meses

deidade,utilizandoumapequenaescovacitológica.Foramanalisadas2.000célulasdaamostra

decadaneonatoeclassificadasdeacordocomafrequênciadeanormalidadesnucleares.

Resultados: Astaxas deanormalidadesnuclearesencontradasnesteestudo sãocompatíveis

comos valores relatadosem outrosestudosde neonatose crianc¸as.Encontramos 0,13%de

células commicronúcleos,1,20%comcariorrexe, 0,03%compicnose, 10,85%comcariólise,

1,11%comcromatinacondensada,0,54comcélulasbinucleadase0,02%comcélulasnucleares

gêmeas.Nãoobservamosdiferenc¸asentreosgêneros,tabagismopassivoenenhumacorrelac¸ão

entreidades.

Conclusão: Oensaiopropostonesteestudoéadequadoparaavaliarafrequênciade

anormali-dadesnuclearesdecélulasnasaisemneonatos.

©2014SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos

reservados.

Introduc

¸ão

Oestudodosefeitosdoimpactoambientalsobreexposic¸ões

visa quantificar os agentes presentes no ambiente para

investigarseuefeitosobreaocorrênciadedoenc¸ascrônicas

em indivíduos expostose esclarecerosvários mecanismos

pelos quais esses processos ocorrem. Nesse sentido, tem

havidoumesforc¸ocada vezmaiorem todoo mundopara

determinar oimpactodos fatoresambientais,genéticose

deestilodevidasobreaestabilidadegenômica.

Tanto em adultos quanto em crianc¸as, os índices

deavaliac¸ãoquerefletemdanosnoDNA,comoapresenc¸ade

micronúcleos (MN), têmsemostrado umaferramenta útil

e podem monitorar suas variac¸ões em mudanc¸as

aciden-taiscadavezmaiores,relacionadasafatoresambientaise

de estilo de vida. É importante focar principalmente em

crianc¸as ouneonatos, porque eles podem ter uma maior

sensibilidade a agentes genotóxicos em comparac¸ão aos

adultos. Adicionalmente, danos genéticos em idades

pre-cocespodemafetaro risco,durante avida,deresultados

adversosàsaúde.Consequentemente,ométododeensaio

demicronúcleostemsidoamplamenteutilizadopara

estu-darosdanosgenéticosemcrianc¸asapósexposic¸õesdentro

do útero e pós-natais em uma variedade de ambientes

rurais e urbanos como resultado detabagismo maternoe

superexposic¸õesindustriaisoutecnológicasacidentais.1---3

Pormeiodeumlevantamentodaliteraturaatual, obser-vamosqueafrequênciadeanormalidadesnuclearesémuito baixa nonascimento. Contudo, em casos de exposic¸ão, o aumentoé muito maisacentuadoem comparac¸ãoa adul-tos.Issoconfirmaaideiadequehámaiorsensibilidadeentre ascrianc¸as expostas.Osestudosmostraramaumentos sig-nificativosnafrequênciadeMNedeoutrasanormalidades nuclearesemcasosdecrianc¸asexpostasàfumac¸adecigarro em ambientes fechados, residências próximas a depósitos de produtos químicos, água contaminada com arsênico e

metaispesados,alémdepoluentesindustriais.Apesardisso, aac¸ão em longoprazo dedeterminadas doenc¸as crônicas etratamentosfortes,comoaquimioterapia,aindanãofoi conceituada.

O usode MN como umamedida dedanos cromossômi-cosfoipropostopelaprimeiravezporCountrymaneHeddle (1976)4emlinfócitosdesangue,sendoométododeescolha

paraavaliac¸ãodagenotoxicidadeempopulac¸õeshumanas.5

Contudo,a maioria dos outrosinvestigadores estava inte-ressadanasanálisesdecélulasesfoliadasdamucosabucal ounasal para coletar dados para pesquisas de exposic¸ão ocupacional.6 Os autores sugeriram a adequac¸ão desses

lugares de coleta, porque os mesmos estão em contato diretocomagentesambientaisnocivoseacoletapodeser feitadeformanãoinvasiva,oqueéparticularmente impor-tanteao realizarestudosenvolvendo crianc¸as. Emcélulas esfoliadas, a presenc¸a de MN indica corpos citoplasmáti-cosextranuclearesassociadosaaberrac¸õescromossômicas. Estas são induzidas por uma variedade de substâncias, inclusivecompostoscarcinogênicospresentesnafumac¸ade cigarro.Ainduc¸ãodecélulascomMNporagentes cancerí-genosemutagênicoséumsinaldoefeitogenotóxicodessas substâncias.7

Por meio do ensaio de micronúcleos em células esfo-liadas também é possível avaliar algumas anormalidades nucleares,comorupturaouperdadematerialgenéticopela medic¸ão da presenc¸a de MB ou célulasnucleares gêmeas (tambémconhecidascomo‘‘ovosquebrados’’),defeitosde citocineserepresentados por células binucleadas e morte celular quando apresentando pouquíssimos núcleos (pic-nose)oucromatinacondensada, oumesmo perdatotalde seusmateriaisnucleares(chamadoscélulascariorréticase cariolíticas).8

(3)

anormalidadesnuclearesnoepitélionasal,especificamente emcrianc¸asouneonatos.Contudo,indivíduosnessasfaixas etáriasforamoalvo deváriosestudosavaliandodanosno DNAemcélulasbucaisesfoliadase/oulinfócitosdesangue periférico em situac¸ões específicas de exposic¸ão, como radiac¸ãoionizante9 ouqueima debiomassa,10 oucasosde

síndrome de Down.11 Outros utilizaram coleta de sangue

paraavaliarosdanosaoDNAemcrianc¸assaudáveis.12

Em um estudo recente, não foi observado aumento de anomalias que refletem dano cromossômico (micro-núcleos, células binucleadas, células nucleares gêmeas), porémforamencontradastaxassignificativamentemaiores deaberrac¸õesnuclearesqueindicamcitotoxicidade (carió-lise,cariorrexe, cromatinacondensada) nostrabalhadores que participaram desse estudo. Esses efeitos foram mais acentuadosnascélulasnasaisquenascélulasbucais.13

Atualmente, os poucos estudos existentes mostraram resultadosinconclusivossobreatoxicidadecitogenéticaem humanosdevido a diferentes níveis de exposic¸ão, fatores enganosos e diferenc¸as de protocolo dentre os laborató-rios.Assim,considerandoaimportânciadeavaliarosefeitos do ambiente sobre a saúde, focando principalmente na poluic¸ão do ar, com relac¸ão a crianc¸as pequenas,e tam-bémnanecessidadedepadronizar ummétodoviávelpara pesquisarapresenc¸adeanormalidadesnuclearesem célu-lasesfoliadas,esteestudopretendeuapresentarumaforma rápida,fácilebaratadeavaliaranormalidadesnuclearesem esfregac¸osnasaisdeneonatos.

Métodos

Após aprovac¸ão do Comitê de Ética (CEP/UFCSPA), foram

coletadasamostrasdeesfregac¸onasalde43neonatoscom

menosde12mesesdeidadeinternadosporoutrascondic¸ões

nãoafetandoasviasaéreas.Excluímoscrianc¸ascomdoenc¸as

associadassubjacentes, como doenc¸a cardíacacongênita,

imunodeficiência,doenc¸apulmonarcrônica,doenc¸as

neuro-musculares,síndromescitogenéticas,ouquenecessitaram

deventilac¸ãomecânica.

Foiaplicadoumquestionárioaospaisqueacompanharam

oneonatonomomentodacoletadaamostra.Asperguntas

foramdesenvolvidas combase no ‘‘Relatório sobrea

Epi-demiaGlobal de Tabagismo (Global Adult TobaccoSurvey

---GATS):QuestionáriocomPerguntasOpcionais’’,14 criado

pela Organizac¸ão Mundial de Saúde (OMS), validado em 2010,ecommudanc¸asrelacionadasàgravidezeexposic¸ão infantilàfumac¸adecigarro.

A ferramenta de escolha para coleta das amostras foi umapequenaescovacitológica,fabricadacomercialmente para práticas odontológicas. Esta foi utilizada especifica-mentedevidoàssuascerdasdenáilon(importanteparaque acélulaserompacomfacilidade)etamanhoadequadopara serinseridonas narinas dessas crianc¸as pequenas,e tam-bémparaencaixartotalmenteemummicrotubo.Acoleta decélulasfoifeitaporresidentesempediatria,sob super-visão de ummédico preceptor. As cerdas foraminseridas nas narinas dos neonatos até atingir a concha média, de modoqueascerdasvoltadasparaoseptonasaldobrassem easdooutroladoficassememcontatocomaasadonariz. Nessaposic¸ão, ascerdas foramgiradasna cavidadenasal, afimdeseobteramaiorquantidadepossíveldematerial

celulardoreferidoepitélio.Depoisdisso, asescovas cito-lógicasforamarmazenadasemmicrotuboscontendo1,0mL desorofisiológico(0,08NaCl)eadequadamente identifica-das.Osmateriaisforammantidosemrefrigerac¸ão(4◦C)por

umperíodomáximode12horas.

Nolaboratório, os microtubosforam centrifugados por 10 minutosa1.500 rotac¸õesporminuto (RPM),passando, a seguir, por três lavagens dos materiais com 1,5mL de soluc¸ão fixadora de Carnoy (metanol 3:1 ácido acético), mantendoomaterialsempresuspenso.Naúltimalavagem, a suspensão do material foi feita com apenas 1,0mL de soluc¸ão fixadoradeCarnoyparaconcentrar aindamaisas células.Nofinaldoprocesso,foramfeitastrêslâminaspara cada paciente, cadaumcom aproximadamente0,3mLdo material desuspensão das células. As lâminasforam pré--lavadasearmazenadasemetanola70%paraobtermelhor aderência. Quando utilizadas, as lâminas foram lavadas novamente com água encanada e depoiscom água desti-lada.Enquantoaindaúmidascomáguadestilada,0,3mLda soluc¸ãocontendocélulasemsuspensãofoipingadonas lâmi-nas.Após,asmesmassecaramemtemperaturaambientee, mais tarde, foram coradas com soluc¸ão de Giemsa a 10% emtampãofosfato-salino(PBS)pH7,0.Porfim,aslâminas foramlavadascomáguaencanadaesecadasaoar.

Asanálisesdaslâminasforamfeitascomummicroscópio ópticocommagnificac¸ãode400Xe1.000Xcomaadic¸ãode óleomineral.Apenasaslâminascomcélulasbasaise dife-renciadasforamconsideradasnaanálise.Foramanalisadas 2.000(duasmil)célulasbasaise diferenciadasdaamostra decadaneonatoeclassificadasdeacordocomafrequência demicronúcleos,célulasnuclearesgêmeas,células binucle-adas,picnóticas,cariorréticas,cariolíticasecomcromatina condensada,seguindooscritériosdeavaliac¸ãosugeridospor Knasmuelleretal.,8eThomasetal.15

Avariávelestudadaafastou-sesignificativamenteda nor-malidade, e, portanto,o testeUdeMann---WhitneyUnão paramétrico foi aplicado aos dados. As associac¸ões entre duas variáveisforamanalisadas pelacorrelac¸ão de Spear-man.O nível de relevância foiconsiderado em p ≤ 0,05. Todasasanálisesforamfeitasutilizandoopacoteestatístico deciênciassociais(SPSS)paraWindows(IBMCorp,Armonk, EUA),versão17.0.

Resultados

Aidadedosneonatosvarioude14diasa12meses(média

4,28±3,14 meses).Desses,28 (70,0%)eram homens.Não

foram observadas reac¸ões dos neonatos aos

procedimen-tos.Nãoforamobservadoscasosdeirritac¸ão.Observamos

apenasdesconfortonomomentodacoletadevidoao

estra-nhamentodascrianc¸ase,namaiorpartedoscasos,choro.

Afrequênciamédiadeanormalidadesnuclearesé

apre-sentadanatabela1.Apenastrêslâminasforamdescartadas

porsuabaixacelularidade(<2.000.);então,aanáliseseguiu com40neonatos.Nãohouvecorrelac¸ãosignificativaentre anormalidadesnucleareseidade(emmeses;correlac¸ãode Spearman)nemdiferenc¸asentregêneros(testeUde Mann--Whitney).

(4)

Tabela1 Frequênciadeanormalidadesnuclearesnas

célu-lasnasaisdeneonato

Anormalidades nucleares

Frequência cellular/2.000

Desvio--padrão

Percentuais

Micronúcleos 2,70 1,53 0,13%

Cariorrexe 24,02 10,36 1,20%

Picnótica 0,65 0,83 0,03%

Cariolótica 217,10 64,41 10,85%

Cromatina condensada

22,27 11,28 1,11%

Binucleada 10,95 3,63 0,54%

Gêmea 0,40 0,74 0,02%

admitiram ter fumado durante a gravidez. Em termos de

família,20mãesrelataramhaveroutrosmoradoresnacasa

quefumam.Aanáliseestatística(testeUdeMann-Whitney)

tambémnãoapresentoudiferenc¸ascomrelac¸ãoa

anorma-lidades nucleares entre os neonatos que foram expostos

passivamenteàfumac¸adecigarroeaquelesquenãoforam

expostos.

Discussão

Nocontexto daanálisedegenotoxicidadeem humanos, a

maiorpartedosestudosutilizaanálisesdoslinfócitosde

san-gueperiféricoedoepitéliobucal.Reticulócitosoucélulas

nasais raramentesão utilizados.1 Em vez disso, avaliamos

ascélulasesfoliadas,porqueasmesmastêmsidomais uti-lizadas devido aos métodos de coleta não invasivos e ao fatodequeasfrequênciasdeanormalidadenucleares refle-temdiretamenteataxadedanosnostecidosestudados.15,16

Aanálisedascélulasnasaispormeiodoensaiode micronú-cleosmostrou-seadequada,umavezquesetornoupossível a visualizac¸ão de todas as células, refletindo, assim, as alterac¸õesnucleares.

No presenteestudo, asanormalidadesnuclearesforam facilmentevistasnascélulasapartirdeesfregac¸oscorados comsoluc¸ãodeGiemsaa10%emPBSpH7,0.Contudo, res-tosbacterianosecelularessãofatoresenganososquepodem mascararoefeitodosmicronúcleosoudascélulasgêmeas, em comparac¸ão aoutrostestes decolorac¸ão, como Papa-nicolau,FeulgenoucorantedeWright.6,17---19Contudo,essa

dificuldadepodeserresolvidautilizandoummicroscópio.As bactériascoradascomGiemsaevistaspelaluzdo microscó-piodiferemdosmicronúcleosoudascélulasgêmeasporque parecem mais brilhantes, são menores e ficam agrupadas comumacormaisforte.Damesmaforma,osrestos celula-respodemserdiferenciadosdosmicronúcleosoudascélulas gêmeasadicionandoPBS,queforneceumpHneutro,e tam-bémporqueosrestosreagemdemaneiradiferentequando corados,emcomparac¸ãoaonúcleoprincipal.

A frequência das anormalidades nucleares foi de 2.000 células como outros estudos, que analisaram 2.000 células ou mais.19 Apenas três lâminas foram

des-cartadas por sua baixa celularidade (< 2.000). Apesar do menor número de células, este trabalho conseguiu avaliar a presenc¸a de anormalidades nucleares em célu-las das cavidades nasais de neonatos, que são menores que as de indivíduos adultos e também porque é mais difícil coletar células em neonatos, pois a escova pode

ser inconveniente para as crianc¸as, e as mesmas talvez precisemserimobilizadasporseuspais.

Váriosoutrosestudosutilizamoensaiodemicronúcleos em populac¸ões infantis por meio de métodos invasivos, comoamostrasdesangue,1,20,21ouemrecém-nascidos,

uti-lizando sangue do cordão umbilical.22 Apesar de utilizar

Giemsacomo corante,osachadosapresentadosneste tra-balho correspondem a outros na literatura, considerando comparac¸õescomoutrascrianc¸asmaisvelhasquejáforam expostas de forma mais significativa a fatores ambien-tais, porque, no momento, nenhum dos estudos associou a presenc¸a de MN ou outras anormalidades nucleares no primeiroanodevidaafatoresambientais.

Hoje, é difícil definir a real relevância biológica das frequências das anormalidades nucleares em neonatos. Comparac¸õesarespeitodosexoapenasenfatizama ausên-ciadediferenc¸asentrehomensemulheres,principalmente entrecrianc¸astãonovasequeaindanãosãoafetadaspela ac¸ão de fatores hormonais. Contudo, seu valor preditivo paradoenc¸aexigeestudosquecombinemdadosde diferen-tesexposic¸ões,comofatoresambientaiseestilodevidados neonatosedesuasmães.1Portanto,asfrequênciasdas

anor-malidadesnucleares em células nasais de neonatos ainda nãoforamrelacionadasahábitosdefumodosmoradoresde umamesmaresidência.

Nãoexistemestudosdecélulasnasaisdeneonatos, ape-sar de as taxas de anormalidades nucleares encontradas nestetrabalhoseremcompatíveiscomosvaloresrelatados emoutrosestudos19 deneonatose crianc¸as (0,13%

micro-núcleos;1,20%cariorrexe;0,03%picnose;10,85%cariólise; 1,11% cromatina condensada; 0,54 células binucleadas; 0,02% células nucleares gêmeas). Outros autores sugeri-ram,aoavaliarlinfócitosecélulasbucais,queafrequência demicronúcleos foi baixa no nascimentoe aumentou em crianc¸as com 1-4 anos de idade.23 Segundo os dados da

literatura,aindahá controvérsia a respeitoda frequência basaldemicronúcleoseoutrasanormalidadesnucleares,e amesmaéaindamenosclaraquandodizrespeitoàavaliac¸ão emcélulasepiteliaisesfoliadas,principalmentecomrelac¸ão àidadeesexo.24

Osníveismédiosdemicronúcleosemcélulasbucais esfo-liadas relatados por dois outros estudos,25,26 em crianc¸as

entre0a6anosdeidade,diferiramemmaisde0,2vezes, sugerindo umimportante impacto dos fatores ambientais edavariabilidadetécnica sobrea frequênciade micronú-cleosemcélulasbucaisemestudosemhumanos.Emoutro estudoqueenvolveulinfócitosecélulasbucaisdecrianc¸as esuasmães,nenhumadiferenc¸aestatisticamente significa-tivadeidade foiobservada devidoa umaamplagamade variabilidadeinterindividual.15

Os efeitos da poluic¸ão no ar atmosférico parecem ser significativosprincipalmenteemcrianc¸as,quesãomais sen-síveisqueosadultos,devidoao fatodeseuscorposainda estaremem fasededesenvolvimento.27 Curiosamente,em

um estudo com crianc¸as de várias idades, o efeito mais fortedapoluic¸ãodoarsobreafrequênciademicronúcleos foiobservadoemindivíduosmaisjovens.28 Essaobservac¸ão

écompatívelcomasensibilidadepossivelmentemaiordas crianc¸asaexposic¸õesambientais.29

(5)

neste trabalho podem ser precursores de novas perspec-tivas no entendimento dos efeitos ambientais sobre as células nasais e seus efeitos relacionados a doenc¸as res-piratóriasna populac¸ãopediátrica. Apesar denão termos encontrado diferenc¸as nas frequências de anormalidades nuclearesentreneonatos expostosàfumac¸adecigarro,o ensaiodemicronúcleosemcélulasnasaistambémconseguiu detectaroutrasanormalidadesnucleares.

Oensaiopropostonesteestudoéadequadoparaavaliar afrequênciadeanormalidadesnuclearesemneonatos. Por-tanto,sugerimos a realizac¸ão de estudosadicionaisnesse campodeavaliac¸ãoparaajudaraestabelecerovalor pre-ditivodasalterac¸õesnuclearesnaelucidac¸ãodeprocessos patológicosemonitoramentodapopulac¸ão,proporcionando melhorescondic¸õesdesaúdeparaneonatoseidosos.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.HollandN,FucicA,MerloDF,SramR,Kirsch-VoldersM. Micronu-cleiinneonatesandchildren:effectsofenvironmental,genetic, demographicanddiseasevariables.Mutagenesis.2011;26:51---6.

2.BennettLM,WangY,RamseyMJ,HargerGF,BigbeeWL,TuckerJD. Cigarette smokingduringpregnancy: chromosometranslocations andphenotypicsusceptibilityinmothersandnewborns.MutatRes. 2010;696:81---8.

3.FucicA,BrunborgG,LasanR,JezekD,KnudsenLE,MerloDF. Geno-micdamageinchildrenaccidentallyexposedtoionizingradiation: areviewoftheliterature.MutatRes.2008;658:111---23.

4.Countryman PI,HeddleJA.Theproduction ofmicronucleifrom chromosomeaberrationsinirradiatedculturesofhuman lymphocy-tes.MutatRes.1976;41:321---32.

5.BonassiS,FenechM,LandoC,LinY,CeppiM,ChangWP,etal. Humanmicronucleusproject:internationaldatabasecomparison forresultswiththecytokinesis-blockmicronucleusassayinhuman lymphocytesI.Effectoflaboratoryprotocol,scoringcriteria,and hostfactorsonthefrequencyofmicronuclei.EnvironMolMutagen. 2001;37:31---45.

6.YeX,YanW,XieH,ZhaoM,YingC.Cytogeneticanalysisofnasal mucosacellsandlymphocytesfromhigh-levellong-term formal-dehydeexposedworkersandlow-levelshort-termexposedwaiters. MutatRes.2005;588:22---7.

7.BansalH,SandhuVS,BhandariR,SharmaD.Evaluationof micronu-cleiintobaccousers:AstudyinPunjabipopulation.ContempClin Dent.2012;3:184---7.

8.KnasmuellerS,HollandN,WultschG,JandlB,BurgazS,MisıkM, etal.Useofnasalcellsinmicronucleusassaysandother genoto-xicitystudies.Mutagenesis.2011;26:231---8.

9.LorenzoniDC,FracalossiAC,CarlinV,RibeiroDA,Sant’annaEF. Mutagenicity and cytotoxicity in patientssubmitted to ionizing radiation.AngleOrthod.2013;83:104---9.

10.Sisenando HA, de Medeiros SR, Artaxo P, Saldiva PH,Hacon S. Micronucleusfrequencyinchildrenexposedtobiomassburningin theBrazilianLegalAmazonregion:acontrolcasestudy.BMCOral Health.2012;8:12---6.

11.Silva-GreccoRL,NavarroGC,CruzRM,BalarinMA.Micronucleated lymphocytesinparentsofDownsyndromechildren.BrasJMedBiol Res.2012;45:573---7.

12.GajskiG,Geri´cM,OreˇsˇcaninV,Garaj-VrhovacV.Cytogenetic sta-tus of healthy childrenassessed with thealkaline comet assay andthecytokinesis-blockmicronucleuscytomeassay.MutatRes. 2013;750:55---62.

13.WultschG,NersesyanA,MiˇsíkM,KundiM,WagnerKH,Szekeres T,etal.Formationofmicronucleiandothernuclearanomaliesin exfoliatednasalandoralcells:resultsofahumanstudywith wor-kersinapowerplantprocessingpoultrylitter.IntJHygEnviron Health.2013;216:82---7.

14.WHO. World Health Organization.Global Adult Tobacco Survey (GATS):core questionnaire with optionalquestions. [cited Sep-tember 2009]. Available from: http://www.who.int/tobacco/ surveillance/entfigatscorequestionnairewithoptional

questionsv2FINAL03Nov2010.pdf?ua=1

15.ThomasP,HarveyS,GrunerT,FenechM.Thebuccalcytomeand micronucleusfrequencyissubstantiallyalteredinDown’ssyndrome andnormalageingcomparedtoyounghealthycontrols.MutatRes. 2008;638:37---47.

16.DemircigilGC,CoskunE,VidinliN,ErbayY,YilmazM,CimrinA, etal.Increasedmicronucleusfrequenciesinsurrogateandtarget cellsfromworkersexposed tocrystallinesilica-containingdust. Mutagenesis.2010;25:163---9.

17.Palaskar S, Jindal C. Evaluation of micronuclei using Papa-nicolau and May Grunwald Giemsa stain in individuals with differenttobaccohabits---acomparativestudy.JClinDiagnRes. 2010;4:3607---13.

18.HuvinenM,MakitieA,JarventausH,WolffH,StjervallT,HoviA, etal. Nasalcellmicronuclei,cytologyand clinicalsymptomsin stainlesssteelproductionworkersexposedtochromium. Mutage-nesis.2002;17:425---9.

19.Titenko-HollandN,MooreLE,SmithMT.Measurementand charac-terizationofmicronucleiinexfoliatedhumancellsbyfluorescence in situ hybridization with a centromeric probe. Mutat Res. 1994;312:39---50.

20.RossnerovaA,SpatovaM, RossnerJrP, NovakovaZ, SolanskyI, SramRJ.Factorsaffectingthefrequencyofmicronucleiin asth-maticand healthychildrenfrom Ostrava.MutatRes. 2011;708: 44---9.

21.Neri M, Ceppi M, Knudsen LE, Merlo DF, Barale R, Puntoni R, etal.Baselinemicronucleifrequencyinchildren:Estimatesfrom meta-and pooled analyses.EnvironHealth Perspect.2005;113: 1226---9.

22.PedersenM,HalldorssonTI,AutrupH,BrouwerA,BesselinkH,Loft S,etal.Maternaldietanddioxin-likeactivity,bulkyDNAadducts and micronuclei in mother---newborns. Mutat Res. 2012;734: 12---9.

23.Pedersen M, Vinzents P, Petersen JH, Kleinjans JC, Plas G, Kirsch-Volders M, et al. Cytogenetic effects in children and mothers exposed to air pollution assessed by the frequency of micronuclei and fluorescence in situhybridization (FISH): a familypilotstudy in theCzech Republic.Mutat Res. 2006;608: 112---20.

24.Holland N, Bolognesi C, Kirsch-Volders M, Bonassi S,Zeiger E, Knasmueller S,etal. Themicronucleus assay in human buccal cells asa tool for biomonitoringDNA damage: the HUMN pro-jectperspectiveoncurrentstatusandknowledgegaps.MutatRes. 2008;659:93---108.

25.GorovaiaAI,KlimkinaII.Cytogenetictestinginevaluationofthe ecologicalsituationandtheeffectofnaturaladaptogenson chil-drenandadulthealth.CitolGen.2002;36:21---5.

26.MaimulovVG,KitaevaLV,VereshchaginaTV,MikheevaEA, Shelo-movaLF.Cytogeneticaberrationsinsomaticcellsofchildrenliving inareaswithvariouslevelsofenvironmentalpollution.Tsitologiia. 1998;40:686---9.

27.MehtaS,ShinH,BurnettR,NorthT,CohenAJ.Ambientparticulate airpollutionandacutelowerrespiratoryinfections:asystematic reviewandimplicationsforestimatingtheglobalburdenofdisease. AirQualAtmosHealth.2013;6:69---83.

28.ValverdeM, LopezMC,LopezI,SanchezI,FortoulTI, Ostrosky-WegmanP,etal.DNAdamageinleukocytesandbuccalandnasal epithelialcellsof individualsexposed toairpollutionin Mexico City.EnvironMolMutagen.1997;30:147---52.

Imagem

Tabela 1 Frequência de anormalidades nucleares nas célu- célu-las nasais de neonato

Referências

Documentos relacionados

The cri- terion for inclusion was a diagnosis of GSDI established using at least two of the following methods (the diag- nosis was independently confirmed by the authors in

Objectives: To evaluate the impact of the chronic kidney disease (CKD) on quality of life, from the children’s and their parents’ perspective, respiratory muscle strength,

19,20 However, on a more detailed analysis, when assessing subgroups of leukemias and specifying gen- der, these trends changed: while the lymphoid (except for the age group of up

6,7 A study conducted in Brazil demonstrated a prevalence of 56%, which indicates a high consumption by children, indicating a significant use of med- ications with indication and

Objective: To study bone mineral density (BMD) in adolescent females according to five groups of chronological age (CA), bone age (BA), and breast development stage (B), and

Thus, considering the importance of evaluating the effects of the environment on the health, focusing mainly on air pollution in very young children, and also the need to standardize

Em um sentido mais amplo, com base na experiência pessoal e em análise da literatura, o envolvimento articu- lar MSK na hanseníase pode ser classificado nas seguintes categorias:

In a broad sense, based on personal experience and literature review, MSK articular involvement in leprosy may be classified into the following categories: (i) inflam- matory