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A Prática Educativa à Luz da Pedagogia Social e da Psicologia Social Comunitária: Estudo do Programa Integração AB Comunidade DOUTORADO EM PSICOLOGIA SOCIAL

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Juliana Santos Graciani

A Prática Educativa à Luz da Pedagogia Social e da

Psicologia Social Comunitária: Estudo do Programa

Integração AABB Comunidade

DOUTORADO EM PSICOLOGIA SOCIAL

(2)

Juliana Santos Graciani

A Prática Educativa à Luz da Pedagogia Social e da

Psicologia Social Comunitária: Estudo do Programa

Integração AABB Comunidade

DOUTORADO EM PSICOLOGIA SOCIAL

Tese apresentada à Banca

Examinadora da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutora em Psicologia Social, sob a orientação do Prof. Doutor Salvador Antônio Meireles Sandoval.

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial deste trabalho por processos fotocopiadores ou eletrônicos, desde que citada à fonte.

Assinatura: _________________________________________________________

Local:____________________ Data: ________________

GRACIANI, J. S.

A Prática Educativa à Luz da Pedagogia Social e da Psicologia Social Comunitária: Estudo do Programa Integração AABB Comunidade. São Paulo: PUCSP/ Programa de Estudos Pós- Graduados em Psicologia Social, 2015.

xi, 306 f. : il. ; 31 cm

Orientador: Prof.Dr. Salvador Antônio Meireles Sandoval

Tese de (Doutorado) – PUCSP / Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social / DIP, 2015.

(4)
(5)

Dedico esta pesquisa a todos os Educadores Sociais do Brasil.

Junto podemos promover às transformações necessárias para construir a real

(6)

... ao Supremo Deus, pela permissão de participar da construção do mundo novo;

... a todos os Ancentrais, Antepassados e Amigos da Espiritualidade que sempre me assistiram

e me ampararam, em especial ao Professor Dr. Mokiti Okada por me ensinar que o estudo

deve ser vivo, ser útil a sociedade e promover resultados;

... aos meus Avôs: Lelinho, Tito e Waldemar e as minhas Avós: Nicota, Vera, Yolanda e a

Dona Regina avó de coração;

... a Pontifícia Universidade Católica, Núcleo de Trabalhos Comunitários – PUC/SP,

Fundação Banco do Brasil, Federação Nacional das Associações Atléticas do Banco do

Brasil, pela parceria e compromisso com a transformação da realidade brasileira, a partir da

atuação no Programa Integração AABB Comunidade;

... ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da PUC/SP por me ensinar que a

teoria e a prática social do pesquisador entrelaça toda a análise de um fenômeno;

... ao Professor, Doutor Salvador Antônio Meireles Sandoval, GRATIDÃO por me apoiar

incondicionalmente neste trabalho;

... ao Professor, Doutor e Educador, Paulo Freire por acreditar na cultura popular e ousar criar

um método de transformação político e social através de um novo paradigma crítico

pedagógico com decência e belezura;

... a Professora, Doutora em Educação - USP, Educadora e minha mãe, Maria Stela Santos

Graciani, que criou o Núcleo de Trabalhos Comunitários, espaço de extensão universitária, de

construção de vida e contribuição nas políticas públicas brasileiras;

... ao meu pai João Judas Thadeu Riberio Graciani pela amizade, a minha irmã pelo carinho e

apoio;

... a Ana Carolina, que me ensinou a ler a vida contemporânea pela maternidade;

... ao Aguiar, Priscila, Giovani, Pedro e Sayuri, concretização amorosa familiar;

... as amigas Andrea Tomita e Márcia Guerra, pela amizade sincera e fraterna;

... aos companheiros de jornada do Programa de Pós-Graduação da Psicologia Social;

... ao empenho e amor da Dona Zeli em realizar a revisão deste trabalho;

... a todas as pessoas que passaram pelo meu caminho, a todas as que estão e a todas as que

virão, minha eterna gratidão! Agradecer sempre, em qualquer circunstância, esse é o segredo

de uma vida feliz!

(7)

Salvador Antônio Meireles Sandoval, Tese (Doutorado em Psicologia Social) Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

RESUMO

A pesquisa teve como objetivo geral refletir sobre a prática educativa por meio da análise dos Planos Pedagógicos de Atividades dos Educadores Sociais do Programa Integração AABB Comunidade, a luz dos fundamentos da Pedagogia Social e da Psicologia Social Comunitária, partindo do pressuposto que os aspectos teóricos e metodológicos destas podem contribuir para a compreensão deste projeto social. Utilizamos nesta pesquisa, a metodologia qualitativa e o procedimento técnico da análise documental, referente aos Planos Pedagógicos de Atividades enviados ao concurso Capa da Agenda de 2013. Para a realização da pesquisa foi solicitada a aceitação do termo de autorização de utilização dos dados do Concurso e para a escolha do critério das práticas educativas optamos em analisar todas as 105 experiências enviadas. A análise foi realizada a partir das três categorias da Psicologia Social Comunitária (Participação Ativa, Fortalecimento dos Vínculos Afetivos e Impacto Comunitário) e dos quatro domínios da Pedagogia Social (Epistemológico, Sociopedagógico, Sociocultural e Sociopolítico). Quanto aos resultados obtidos, o domínio Sociocultural e a categoria Participação Ativa foram as que mais se sobressaíram, logo a seguir, o domínio Sociopolítico, e por último simultaneamente com o mesmo score, os domínios Epistemológico e Sociopedagógico da Pedagogia Social e as categorias relativas ao Fortalecimento dos Vínculos Afetivos e os Impactos Comunitários, prevaleceram em segundo e terceiro lugar da Psicologia Social Comunitária. Concluímos que as práticas educativas incentivaram as ações artísticas, culturais, esportivas, ambientais, de complementação socioeducacional e de cidadania, favorecendo ao exercício pessoal, familiar e comunitário de propostas educativas que produzem transformações na realidade vivida individualmente e em sociedade, aspectos estes que transversalizam os fundamentos teóricos e práticos da articulação entre as ciências Pedagogia Social e Psicologia Social Comunitária frente à prática educativa.

(8)

Orientation: Dr. Salvador Sandoval Antonio Meireles, Thesis (PhD in Social Psychology) Postgraduate Studies Program in Social Psychology - Pontifical Catholic University of São Paulo.

ABSTRACT

The research aimed to reflect on the educational practice by analyzing the Plans Pedagogical Integration Program of Social Educators Activities AABB Community in light of the foundations of Social Pedagogy and Social Community Psychology, assuming that the theoretical aspects and methodological these can contribute to the understanding of this social project. We use this research, qualitative methodology and the technical procedure of document analysis, referring to the activities of Pedagogical Plans sent to the competition 2013. Agenda Case For the research was requested to accept the use of authority term of the Contest data and for the choice of the criterion of educational practices we chose to analyze all 105 experiments sent. The analysis was performed from the three categories of Community Social Psychology (Active Participation, Strengthening Affective and Community Impact Bonds) and the four fields of Social Pedagogy (Epistemological, socio-pedagogical, sociocultural and sociopolitical). As for the results obtained, the Socio-cultural domain and Active Participation category were those most stood out, soon after, the socio-political domain, and finally simultaneously with the same score, the Epistemological and socio-pedagogical fields of Social Pedagogy and the categories of strengthening Affective Links and Community Impacts, prevailed in second and third place in the Community Social Psychology. We conclude that the educational practices encouraged the artistic actions, cultural, sports, environmental, social and educational complementation and citizenship, favoring the personal, family and community exercise of educational proposals with the changes in the reality experienced individually and in society, aspects that the transversalizam theoretical and practical foundations of the relationship between science Social Pedagogy and Social Community Psychology front of the educational practice.

(9)

Figura 1. 25 Anos do Programa Integração AABB Comunidade 18

Figura 2. Sonhos e Direitos 24

Figura 3. Brincando e Aprendendo 44

Figura 4. Dimensões Basilares da Pedagogia Social 51

Figura 5. Visão Norteadora da Pedagogia Social 52

Figura 6. Práticas Educativas do Programa Integração AABB Comunidade 69

Figura 7. Os Quatro Domínios da Pedagogia Social 70

Figura 8. Convivência Familiar e Comunitária 77

Figura 9. Origem e Evolução Histórica da Psicologia Até o Século XXI 82

Figura 10. Palavras Mágicas 92

Figura 11. Atividades Artística, Cultural, Esportiva e Ambiental 97

Figura 12. Cuidando e Preservando o Meio Ambiente 122

Figura 13. Processo das Práticas Educativas do Programa Integração AABB

Comunidade No Território Nacional

137

Figura 14. O Tempo, o Momento e Vida 145

Figura 15. VII Gincana Pedagógica 227

Figura 16. Releitura de Obra de Arte 238

(10)

Gráfico 1. Eixos Temáticos das Práticas Educativas Vencedoras 232

Gráfico 2 Práticas Educativas da Região Centro-Oeste 242

Gráfico 3. Práticas Educativas da Região Norte 244

Gráfico 4 Práticas Educativas da Região Sudeste 245

Gráfico 5. Práticas Educativas da Região Nordeste 247

Gráfico 6. Práticas Educativas da Região Sul 249

(11)

Quadro 1. Classificação Brasileira de Ocupações: Educador Social 46

Quadro 2. Modelos de Concepção de Educação que Permeiam a Pedagogia

Social

58

Quadro 3. Visão Sintética dos Autores da Psicologia Social 86

Quadro 4. Temas Geradores dos Módulos da Educação Continuada a Distância

Período 2001 a 2011

130

Quadro 5. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Centro-Oeste 146

Quadro 6. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos

Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Centro-Oeste

149

Quadro 7. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Norte 154

Quadro 8. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos

Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Norte

158

Quadro 9. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Sudeste 163

Quadro 10. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos

Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Sudeste

172

Quadro 11. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Nordeste 179

Quadro 12. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos

Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Nordeste

193

Quadro 13. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Sul 201

Quadro 14. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos

Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Sul

217

Quadro 15. Síntese das Doze Práticas Vencedoras do Concurso Capa da Agenda

de 2013

(12)

Tabela 1. Famílias Com Crianças de 0 a 14 anos de Idade e a Distribuição da

Renda

26

Tabela 2. Pessoas de 15 anos ou Mais de Idade, Analfabetas, Total e Respectiva

Distribuição Percentual Por Grupos de Idade e Cor ou Raça

26

Tabela 3. Taxa de Analfabetismo Funcional das Pessoas de 15 anos ou Mais de

Idade, Por Características Selecionadas

28

Tabela 4. Caracterização do Programa Integração AABB Comunidade 100

Tabela 5. Conteúdos da Formação Inicial do Programa Integração AABB

Comunidade

110

Tabela 6. Eixos Temáticos do Caderno de Atividades Lúdicas do Programa

Integração AABB Comunidade

116

Tabela 7. Temas, Textos e Objetivos do VII Encontro Nacional de Educadores

Sociais do Programa Integração AABB Comunidade

119

Tabela 8. Frequência dos Eixos Temáticos das Práticas Educativas Vencedoras 235

Tabela 9. Registro Geral da Análise dos Planos Pedagógicos de Atividades 240

Tabela 10. Frequência da Participação do Público por Região no Programa

Integração AABB Comunidade

253

Tabela 11. Articulação dos Conteúdos da Formação Inicial dos Educadores

Sociais com As Práticas Educativas

258

Tabela 12. Síntese Regional das Práticas Educativas e Sua Relação com os

Domínios da Pedagogia Social e das Categorias da Psicologia Social

Comunitária

(13)

ANA Agência Nacional das Águas

AABB Associação Atlética do Banco do Brasil – Clubes

CBO Classificação Brasileira de Ocupações

CDP Conselho Deliberativo Participativo

CESAN Companhia Espírito Santense de Saneamento

CEREUS Centro de Desenvolvimento Humano

CF Constituição da República Federativa do Brasil

CGEA Coordenadoria Geral de Educação Ambiental

CIPS Congresso Internacional da Pedagogia Social

CONANDA Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

FBB Fundação Banco do Brasil

FENABB Federação Nacional das Associações Atléticas do Banco do Brasil

FUCAMP Fundação Carmelitana Mário Palmério

DST Doenças Sexualmente Transmissíveis

EAD Educação Continuada a Distância

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

GCM Guarda Civil Metropolitana

GPPS Grupo de Pesquisa Pedagogia Social da Faculdade de Educação da

USP

IASES Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo

LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC Ministério da Educação e Cultura

MOVA Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos

NTC Núcleo de Trabalhos Comunitários

PIB Produto Interno Bruto

PNAD Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios

PNE Plano Nacional da Educação

PNUD Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento

PPP Projeto Político Pedagógico

(14)

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SGD Sistema Garantia de Direitos

SINASE Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo

UNESCO Organização das Nações Unidas Para a Educação, Ciência e Cultura

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UNISAL Centro Universitário Salesiano de São Paulo

UNIPAM Centro Universitário de Patos de Minas

(15)

INTRODUÇÃO 19

CAPÍTULO I CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ATUAL: MARCO LEGAL, SOCIAL, CULTURAL E POLÍTICO

25

CAPÍTULO II MÚLTIPLAS DIMENSÕES DA PEDAGOGIA SOCIAL 45

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SURGIMENTO DA PEDAGOGIA SOCIAL 45

2.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PEDAGOGIA SOCIAL 50

2.2.1 Visão Transdisciplinar na Pedagogia Social 53

2.2.2 Visão do Ser Humano Contextualizado na Pedagogia Social 55

2.2.3 Visão da Concepção de Educação na Pedagogia Social 57

2.2.4 Visão Compartilhada na Pedagogia Social 66

2.3 QUATRO DOMÍNIOS DA PEDAGOGIA SOCIAL 70

2.3.1 Domínio Epistemológico 72

2.3.2 Domínio Sociopedagógico 73

2.3.3 Domínio Sociocultural 74

2.3.4 Domínio Sociopolítico 75

CAPÍTULO III CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL NA ABORDAGEM DA PEDAGOGIA SOCIAL

78

3.1 INTERFACES DAS CORRENTES DA PSICOLOGIA E SUA

COLABORAÇÃO NA ABORDAGEM DA PEDAGOGIA SOCIAL

78

3.2 CONTRIBUIÇÕES DAS TEORIAS DOS PAPÉIS NA PSICOLOGIA

SOCIAL E SUAS ARTICULAÇÕES COM A PEDAGOGIA SOCIAL

84

3.3 A PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA E SUAS INTERFACES COM A

PEDAGOGIA SOCIAL

93

CAPÍTULO IV PESQUISA DE CAMPO 98

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA INTEGRAÇÃO AABB

COMUNIDADE

98

(16)

4.1.4 Contextualização das Práticas Educativas 133

4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 138

4.3 ANÁLISE DOS DADOS 143

4.3.1 Análise das Práticas Educativas Por Região 143

a) Análise das Práticas Educativas da Região Centro-Oeste 146

b) Análise das Práticas Educativas da Região Norte 154

c) Análise das Práticas Educativas da Região Sudeste 163

d) Análise das Práticas Educativas da Região Nordeste 179

e) Análise das Práticas Educativas da Região Sul 201

4.3.2 Interpretação das Práticas Educativas Vencedoras do Concurso Capa da Agenda 2013

228

4.3.3 Discussão e Resultados Comparativos das Práticas Educativas 239

4.3.4 Análise do Método 268

CONSIDERAÇÕES FINAIS 273

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 282

ANEXOS

A – Termo de Autorização de Utilização dos Dados 293

B – Temas da Formação da Educação a Distância Continuada Período 2001- 2011 294

(17)

“O homem depende de seu pensamento e de suas obras”.

(18)

PUC-SP

Juliana Santos Graciani

A Prática Educativa à Luz da Pedagogia Social e da

Psicologia Social Comunitária: Estudo do Programa

Integração AABB Comunidade

DOUTORADO EM PSICOLOGIA SOCIAL

(19)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Juliana Santos Graciani

A Prática Educativa à Luz da Pedagogia Social e da

Psicologia Social Comunitária: Estudo do Programa

Integração AABB Comunidade

DOUTORADO EM PSICOLOGIA SOCIAL

Tese apresentada à Banca

Examinadora da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutora em Psicologia Social, sob a orientação do Prof. Doutor Salvador Antônio Meireles Sandoval.

SÃO PAULO

(20)

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

xclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial deste trabalho por processos fotocopiadores ou eletrônicos, desde que citada à fonte.

Assinatura: _________________________________________________________

(21)
(22)

Dedico esta pesquisa a todos os Educadores Sociais do Brasil.

Junto podemos promover às transformações necessárias para construir a real efetivação política, social, econômica, jurídica, educacional, cultural,

artística e espiritual aos Direitos Humanos.

Meus Sinceros Agradecimentos

... ao Supremo Deus, pela permissão de participar da construção do mundo novo;

... a todos os Ancentrais, Antepassados e Amigos da Espiritualidade que sempre me assistiram e me ampararam, em especial ao Professor Dr. Mokiti Okada por me ensinar que o estudo deve ser vivo, ser útil a sociedade e promover resultados;

... aos meus Avôs: Lelinho, Tito e Waldemar e as minhas Avós: Nicota, Vera, Yolanda e a Dona Regina avó de coração;

... a Pontifícia Universidade Católica, Núcleo de Trabalhos Comunitários – PUC/SP, Fundação Banco do Brasil, Federação Nacional das Associações Atléticas do Banco do Brasil, pela parceria e compromisso com a transformação da realidade brasileira, a partir da atuação no Programa Integração AABB Comunidade;

... ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da PUC/SP por me ensinar que a teoria e a prática social do pesquisador entrelaça toda a análise de um fenômeno;

(23)

... ao Professor, Doutor e Educador, Paulo Freire por acreditar na cultura popular e ousar criar um método de transformação político e social através de um novo paradigma crítico pedagógico com decência e belezura;

... a Professora, Doutora em Educação - USP, Educadora e minha mãe, Maria Stela Santos Graciani, que criou o Núcleo de Trabalhos Comunitários, espaço de extensão universitária, de construção de vida e contribuição nas políticas públicas brasileiras;

... ao meu pai João Judas Thadeu Riberio Graciani pela amizade, a minha irmã pelo carinho e apoio;

... a Ana Carolina, que me ensinou a ler a vida contemporânea pela maternidade; ... ao Aguiar, Priscila, Giovani, Pedro e Sayuri, concretização amorosa familiar; ... as amigas Andrea Tomita e Márcia Guerra, pela amizade sincera e fraterna;

... aos companheiros de jornada do Programa de Pós-Graduação da Psicologia Social; ... ao empenho e amor da Dona Zeli em realizar a revisão deste trabalho;

... a todas as pessoas que passaram pelo meu caminho, a todas as que estão e a todas as que virão, minha eterna gratidão! Agradecer sempre, em qualquer circunstância, esse é o segredo de uma vida feliz!

GRACIANI, J.S. A PRÁTICA EDUCATIVA À LUZ DA PEDAGOGIA SOCIAL E DA

PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA: ESTUDO DO PROGRAMA

INTEGRAÇÃO AABB COMUNIDADE. São Paulo, 2015, p. 306. Orientação: Dr.

Salvador Antônio Meireles Sandoval, Tese (Doutorado em Psicologia Social) Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

RESUMO

(24)

Sociopolítico). Quanto aos resultados obtidos, o domínio Sociocultural e a categoria Participação Ativa foram as que mais se sobressaíram, logo a seguir, o domínio Sociopolítico, e por último simultaneamente com o mesmo score, os domínios Epistemológico e Sociopedagógico da Pedagogia Social e as categorias relativas ao Fortalecimento dos Vínculos Afetivos e os Impactos Comunitários, prevaleceram em segundo e terceiro lugar da Psicologia Social Comunitária. Concluímos que as práticas educativas incentivaram as ações artísticas, culturais, esportivas, ambientais, de complementação socioeducacional e de cidadania, favorecendo ao exercício pessoal, familiar e comunitário de propostas educativas que produzem transformações na realidade vivida individualmente e em sociedade, aspectos estes que transversalizam os fundamentos teóricos e práticos da articulação entre as ciências Pedagogia Social e Psicologia Social Comunitária frente à prática educativa.

Palavras-chave:Pedagogia Social, Psicologia Social Comunitária, Participação, Cidadania e Criticidade.

GRACIANI, J.S. CONTRIBUTIONS OF ASSUMPTIONS AND INTERFACE OF THE

SOCIAL PSYCHOLOGY AND SOCIAL PEDAGOGY FOR TRAINING AS THE

SUBJECT, CRITICAL, AND CITIZEN PARTICIPATORY. Sao Paulo, 2015, p.306.

Orientation: Dr. Salvador Sandoval Antonio Meireles, Thesis (PhD in Social Psychology) Postgraduate Studies Program in Social Psychology - Pontifical Catholic University of São Paulo.

ABSTRACT

(25)

socio-political domain, and finally simultaneously with the same score, the Epistemological and socio-pedagogical fields of Social Pedagogy and the categories of strengthening Affective Links and Community Impacts, prevailed in second and third place in the Community Social Psychology. We conclude that the educational practices encouraged the artistic actions, cultural, sports, environmental, social and educational complementation and citizenship, favoring the personal, family and community exercise of educational proposals with the changes in the reality experienced individually and in society, aspects that the transversalizam theoretical and practical foundations of the relationship between science Social Pedagogy and Social Community Psychology front of the educational practice.

Keywords: Social Pedagogy, Social Community Psychology, Participation, Citizenship and Criticality.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. 25 Anos do Programa Integração AABB Comunidade 18

Figura 2. Sonhos e Direitos 24

Figura 3. Brincando e Aprendendo 44

Figura 4. Dimensões Basilares da Pedagogia Social 51

Figura 5. Visão Norteadora da Pedagogia Social 52

Figura 6. Práticas Educativas do Programa Integração AABB Comunidade 69

Figura 7. Os Quatro Domínios da Pedagogia Social 70

Figura 8. Convivência Familiar e Comunitária 77

Figura 9. Origem e Evolução Histórica da Psicologia Até o Século XXI 82

Figura 10. Palavras Mágicas 92

(26)

Figura 12. Cuidando e Preservando o Meio Ambiente 122

Figura 13. Processo das Práticas Educativas do Programa Integração AABB

Comunidade No Território Nacional

137

Figura 14. O Tempo, o Momento e Vida 145

Figura 15. VII Gincana Pedagógica 227

Figura 16. Releitura de Obra de Arte 238

Figura 17. Plante Uma Árvore na Calçada e Uma Fruta no Quintal 272

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Eixos Temáticos das Práticas Educativas Vencedoras 232

Gráfico 2 Práticas Educativas da Região Centro-Oeste 242

Gráfico 3. Práticas Educativas da Região Norte 244

Gráfico 4 Práticas Educativas da Região Sudeste 245

Gráfico 5. Práticas Educativas da Região Nordeste 247

Gráfico 6. Práticas Educativas da Região Sul 249

(27)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Classificação Brasileira de Ocupações: Educador Social 46

Quadro 2. Modelos de Concepção de Educação que Permeiam a Pedagogia Social

58

Quadro 3. Visão Sintética dos Autores da Psicologia Social 86

Quadro 4. Temas Geradores dos Módulos da Educação Continuada a Distância Período 2001 a 2011

130

Quadro 5. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Centro-Oeste 146

Quadro 6. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Centro-Oeste

149

Quadro 7. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Norte 154

(28)

Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Norte

Quadro 9. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Sudeste 163

Quadro 10. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Sudeste

172

Quadro 11. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Nordeste 179

Quadro 12. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Nordeste

193

Quadro 13. Síntese das Atividades Pedagógicas da Região Sul 201

Quadro 14. Síntese das Categorias da Psicologia Social Comunitária e dos Domínios da Pedagogia Social em Relação à Região Sul

217

Quadro 15. Síntese das Doze Práticas Vencedoras do Concurso Capa da Agenda de 2013

229

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Famílias Com Crianças de 0 a 14 anos de Idade e a Distribuição da Renda

26

Tabela 2. Pessoas de 15 anos ou Mais de Idade, Analfabetas, Total e Respectiva Distribuição Percentual Por Grupos de Idade e Cor ou Raça

26

Tabela 3. Taxa de Analfabetismo Funcional das Pessoas de 15 anos ou Mais de Idade, Por Características Selecionadas

28

Tabela 4. Caracterização do Programa Integração AABB Comunidade 100

Tabela 5. Conteúdos da Formação Inicial do Programa Integração AABB Comunidade

110

Tabela 6. Eixos Temáticos do Caderno de Atividades Lúdicas do Programa Integração AABB Comunidade

(29)

Tabela 7. Temas, Textos e Objetivos do VII Encontro Nacional de Educadores Sociais do Programa Integração AABB Comunidade

119

Tabela 8. Frequência dos Eixos Temáticos das Práticas Educativas Vencedoras 235

Tabela 9. Registro Geral da Análise dos Planos Pedagógicos de Atividades 240

Tabela 10. Frequência da Participação do Público por Região no Programa Integração AABB Comunidade

253

Tabela 11. Articulação dos Conteúdos da Formação Inicial dos Educadores Sociais com As Práticas Educativas

258

Tabela 12. Síntese Regional das Práticas Educativas e Sua Relação com os Domínios da Pedagogia Social e das Categorias da Psicologia Social Comunitária

263

SIGLAS E ABREVIATURAS

ANA Agência Nacional das Águas

AABB Associação Atlética do Banco do Brasil – Clubes

CBO Classificação Brasileira de Ocupações

CDP Conselho Deliberativo Participativo

CESAN Companhia Espírito Santense de Saneamento

CEREUS Centro de Desenvolvimento Humano

CF Constituição da República Federativa do Brasil

CGEA Coordenadoria Geral de Educação Ambiental

CIPS Congresso Internacional da Pedagogia Social

CONANDA Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes CRAS Centro de Referência de Assistência Social

FBB Fundação Banco do Brasil

FENABB Federação Nacional das Associações Atléticas do Banco do Brasil FUCAMP Fundação Carmelitana Mário Palmério

(30)

EAD Educação Continuada a Distância

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

GCM Guarda Civil Metropolitana

GPPS Grupo de Pesquisa Pedagogia Social da Faculdade de Educação da USP

IASES Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC Ministério da Educação e Cultura

MOVA Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos

NTC Núcleo de Trabalhos Comunitários

PIB Produto Interno Bruto

PNAD Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios

PNE Plano Nacional da Educação

PNUD Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento

PPP Projeto Político Pedagógico

PUC Pontifícia Universidade Católica

SEGER Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SGD Sistema Garantia de Direitos

SINASE Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo

UNESCO Organização das Nações Unidas Para a Educação, Ciência e Cultura UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UNISAL Centro Universitário Salesiano de São Paulo UNIPAM Centro Universitário de Patos de Minas

(31)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 19

CAPÍTULO I CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ATUAL: MARCO LEGAL, SOCIAL, CULTURAL E POLÍTICO

25

CAPÍTULO II MÚLTIPLAS DIMENSÕES DA PEDAGOGIA SOCIAL 45

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SURGIMENTO DA PEDAGOGIA SOCIAL 45

2.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PEDAGOGIA SOCIAL 50

2.2.1 Visão Transdisciplinar na Pedagogia Social 53

2.2.2 Visão do Ser Humano Contextualizado na Pedagogia Social 55

2.2.3 Visão da Concepção de Educação na Pedagogia Social 57

2.2.4 Visão Compartilhada na Pedagogia Social 66

2.3 QUATRO DOMÍNIOS DA PEDAGOGIA SOCIAL 70

2.3.1 Domínio Epistemológico 72

2.3.2 Domínio Sociopedagógico 73

(32)

2.3.4 Domínio Sociopolítico 75

CAPÍTULO III CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL NA ABORDAGEM DA PEDAGOGIA SOCIAL

78

3.1 INTERFACES DAS CORRENTES DA PSICOLOGIA E SUA

COLABORAÇÃO NA ABORDAGEM DA PEDAGOGIA SOCIAL

78

3.2 CONTRIBUIÇÕES DAS TEORIAS DOS PAPÉIS NA PSICOLOGIA

SOCIAL E SUAS ARTICULAÇÕES COM A PEDAGOGIA SOCIAL

84

3.3 A PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA E SUAS INTERFACES COM A

PEDAGOGIA SOCIAL

93

CAPÍTULO IV PESQUISA DE CAMPO 98

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA INTEGRAÇÃO AABB

COMUNIDADE

98

4.1.2 Gestão do Programa Integração AABB Comunidade 105

4.1.3 Formação dos Educadores Sociais do Programa Integração AABB Comunidade

108

4.1.4 Contextualização das Práticas Educativas 133

4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 138

4.3 ANÁLISE DOS DADOS 143

4.3.1 Análise das Práticas Educativas Por Região 143

a) Análise das Práticas Educativas da Região Centro-Oeste 146

b) Análise das Práticas Educativas da Região Norte 154

c) Análise das Práticas Educativas da Região Sudeste 163

d) Análise das Práticas Educativas da Região Nordeste 179

e) Análise das Práticas Educativas da Região Sul 201

4.3.2 Interpretação das Práticas Educativas Vencedoras do Concurso Capa da

Agenda 2013

228

4.3.3 Discussão e Resultados Comparativos das Práticas Educativas 239

4.3.4 Análise do Método 268

(33)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 282

ANEXOS

A – Termo de Autorização de Utilização dos Dados 293

B – Temas da Formação da Educação a Distância Continuada Período 2001- 2011 294

“O homem depende de seu pensamento e de suas obras”.

(34)
(35)

Figura 1. 25 Anos do Programa Integração AABB Comunidade

(36)

INTRODUÇÃO

Meu interesse por intervenções sociais surgiu desde a infância onde me questionava sobre o porquê da Educação formal concentrada na escola não levar em consideração o que os alunos queriam aprender, mas apenas se focavam no que os professores desejavam ensinar.

Motivada por propor mudanças na filosofia, concepção e fomentar novas práticas educacionais, ingressei no curso de magistério do Colégio Stella Maris, no ano de 1987. Meu desejo em parte foi contemplado já que esta escola oferecia estágios em comunidades, instituições sociais ou na própria rede escolar, como parte importante da capacitação profissional e no desenvolvimento de uma formação humana integral comprometida com as mudanças na Educação brasileira.

Paralelamente a essas primeiras experiências no ano de 1987, comecei a trabalhar na

Pastoral do Menor na região central da cidade de São Paulo, como aprendiz de Educadora Social e foi nessa época que iniciei o meu processo de sensibilização humanitária com as desigualdades, injustiças e angústias sofridas pela maior parte da população brasileira.

A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC-SP, ao longo de seus sessenta e oito anos de existência, vem se destacando ao implementar práticas pioneiras, desenvolver produções científicas comprometidas com as transformações sociais e formar profissionais capacitados para atuarem de modo a atender às necessidades e demandas da sociedade brasileira e através da extensão comunitária, envolvendo alunos e ex-alunos, a PUC-SP tem possibilitado a realização de experiências na articulação e na mobilização da conjuntura social, política, econômica do país, oferecendo vários espaços de aprendizagem, formação, pesquisa e intervenção social e comunitária, através de cursos, estágios, trabalhos voluntários,

monitorias, participação em diversas atividades e eventos.

O Núcleo de Trabalhos Comunitários – NTC é um dos setores de extensão da Universidade, integrado à Faculdade e ao Centro de Educação, tendo como objetivo primordial contribuir na formação profissional de alunos e ex-alunos, integrando-os em

(37)

O NTC foi criado no ano de 1982, pela Prof.ª Dra. Maria Stela Santos Graciani1, juntamente com alunos do curso de Pedagogia, tendo como objetivo compreender a realidade brasileira e propor interações educativas voltadas para questões como: a superação das vulnerabilidades econômicas, corrupção, violência, discriminação racial e étnica, preconceito, desagregação familiar, abuso de drogas psicotrópicas, exploração sexual e do trabalho

infantil.

Dentre os trabalhos desenvolvidos pelo NTC incluem-se: diversos programas que visam atender as vítimas das desigualdades sociais, destacando-se o Programa Integração AABB Comunidade, que é considerado segundo o Conselho Nacional dos Direitos da Criança

e do Adolescente – CONANDA, o maior programa de Complementação Socioeducacional do

Brasil. A capacitação aos Conselheiros Tutelares em abrangência nacional e a formação preventiva e comunitária da Guarda Civil Metropolitana – GCM da cidade de São Paulo,

realizada no período de 2001 a 2005, também compõem as programações.

Em relação às assessorias realizadas pelo NTC priorizam-se as que envolvem a execução de Planos e Políticas Nacionais, como o Movimento de Alfabetização de Jovens e

Adultos – MOVA do município de São Paulo, criado pelo Secretário de Educação professor

Paulo Freire, na gestão da prefeita Luiza Erundina (1989-1993).

Nos anos de 2005 a 2009 tive a oportunidade de realizar uma assessoria no estado do

Espírito Santo, visando à implantação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, destinado aos adolescentes que cometem atos infracionais, englobando a articulação com o Plano Nacional de Proteção, Promoção e Defesa dos Direitos a Convivência Familiar e Comunitária.

Estas ações buscam favorecer mudanças na condição de vida das pessoas,

proporcionando reflexões sobre a forma de convivência na família, no trabalho, no bairro e nos movimentos sociais, além de promover a articulação das políticas públicas dos municípios, contribuindo para a conscientização da cidadania e gestão democrática participativa.

1 Pedagoga - PUC/SP, Mestre em Ciências Sociais - PUC/SP, Doutora em Educação USP, Professora Titular

(38)

Nas diversas atividades que realiza, o NTC envolve estudantes da PUC-SP de múltiplos cursos, estagiários de outras Universidades, professores, além de representantes das comunidades onde os projetos são desenvolvidos. Os trabalhos ocorrem num processo contínuo de estudo e pesquisas, visando à constante integração entre teoria e prática.

Ingressei na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo no ano de 1992 no curso de Filosofia e por não encontrar uma verdade única para os fenômenos da vida, acabei por transferir minha carreira profissional para o curso de Psicologia, pude compreender como o conhecimento se estrutura e se organiza de forma pessoal e social.

Em 1999, ingressei na equipe do NTC/PUC-SP como Coordenadora do Projeto

Ônibus Ludicidade – Baú Encantado, desenvolvido na Comunidade Nova Pantanal no município de São Paulo. Inicialmente as atividades foram direcionadas aos jovens moradores da região através de oficinas artísticas e culturais. Posteriormente, esses jovens desenvolveram uma ação comunitária com as crianças da comunidade, o que favoreceu a motivação de mães e avós a participarem do Projeto, através do Grupo de Convivência de Mulheres Idosas, voltado para a aprendizagem de pintura e da reflexão de temas relacionados à vida pessoal, do bairro e da cidadania.

A partir da vivência no Projeto Ônibus Ludicidade – Baú Encantado abrangendo uma década de minha vida (1999 a 2009) foi possível sistematizar minha experiência na Pedagogia Social e realizar minha pesquisa de Mestrado no Programa de Pós-Graduados em Gerontologia Social, intitulada “Envelhecimento Compartilhado: Participação de Idosas no Grupo de Convivência da Comunidade Nova Pantanal” no ano de 2009.

Na sequência fui convidada a exercer o cargo de Gerência Pedagógica Estatual no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES, no qual com o apoio dos gestores socioeducacionais, construímos um Projeto Político Pedagógico - PPP que foi implantado em todas as unidades de atendimento aos adolescentes em cumprimento de Medidas Socioeducativas em regime Jurisdicional no meio aberto e fechado. Este Projeto recebeu um prêmio de menção honrosa de Parcerias no ano de 2009, pela Secretaria de Estado em Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo – SEGER.

(39)

promover a capacitação aos Educadores Sociais do Programa Integração AABB Comunidade, desenvolvido pela Fundação Banco do Brasil - FBB e Federação Nacional das Associações Atléticas do Banco do Brasil – FENABB.

O Programa Integração AABB Comunidade, foi idealizado no ano de 1986 e vem sendo implantado desde o ano de 1987 até o presente momento, tendo por objetivos promover diversas ações complementares à escola voltadas à proteção integral, desenvolvimento e socialização de crianças e adolescentes, realizadas nas dependências do Clube do Banco do Brasil.

No ano de 2015 o Programa Integração AABB Comunidade em parceria Pedagógica com o Núcleo de Trabalhos Comunitários comemoram 28 anos de existência, atuando em mais de 400 municípios do Brasil dispostos nas cinco regiões deste território.

O NTC no ano de 2012 foi convidado pela Fundação Banco do Brasil e pela FENABB para compor uma equipe de análise de práticas educativas dos Educadores Sociais, que desejassem participar do Concurso Capa da Agenda de 2013.

Esta pesquisa tem como objetivo compreender as contribuições e as características da construção de uma nova área do conhecimento, denominada Pedagogia Social, articulá-la com a Psicologia Social Comunitária, a partir da análise dos Planos Pedagógicos de Atividades realizados no Programa Integração AABB Comunidade.

Acreditamos que os resultados desta pesquisa puderam contribuir para a compreensão da promoção da Pedagogia Social, articulando conceitos importantes da Psicologia Social Comunitária à luz das práticas educativas.

(40)

Neste sentido, a pesquisa ficou organizada a partir dos seguintes capítulos:

No capítulo 1, é realizada uma reflexão sobre o contexto da Educação Brasileira e como esta vem sendo planejada, construída e executada a partir do marco legal, social, cultural e político.

No capítulo 2, são identificadas as múltiplas dimensões da Pedagogia Social, incluindo sua contextualização de surgimento, características gerais e seus quatros domínios específicos.

No capítulo 3, foram apontadas algumas contribuições da Psicologia Geral, da Psicologia Social, dando destaque a Psicologia Social Comunitária na abordagem da Pedagogia Social.

O capítulo 4 foi destinado à pesquisa de campo onde são destacados os procedimentos metodológicos, as práticas educativas, sua análise, resultados e sua articulação com a Pedagogia Social e a Psicologia Social Comunitária.

(41)

Figura 2. Sonhos e Direitos

(42)

CAPÍTULO I CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ATUAL: MARCO LEGAL,

SOCIAL, CULTURAL E POLÍTICO

Refletir sobre o contexto da Educação Brasileira e como esta vem sendo planejada, construída e realizada é um grande desafio. Faz-se necessário buscar e compreender sua conjuntura atual e suas múltiplas dimensões.

Neste sentido, os aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais vem influenciando um processo de resistência às mudanças e simultaneamente de transformações nas diversas áreas da realidade brasileira.

Libâneo (1985, p.7) defende que “[...] a atividade docente constitui-se como prática coletiva, que ocorre em contextos socioculturais e institucionais, quer dizer, é preciso considerar os contextos concretos em que se dá a formação”.

A Educação ocorre mediada pela realidade e pelos marcos legais, sociais, culturais e políticos. Na sequência, abordaremos a fundamentação sobre cada um destes marcos e suas relações com a realidade educativa do país, destacando seus desafios e avanços.

No Brasil, a desigualdade econômica se expressa pelos índices de renda da população. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2009), referente à Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios – PNAD realizada no ano de 2007, divulgada no Portal do Correio, a grande maioria dos brasileiros tem rendimento per capita de até dois

salários mínimos. “72,6% dos lares urbanos no país têm rendimentos até R$ 760,00 reais por pessoa, 53, 3% têm rendimento entre meio e dois salários e 19,4% tem rendimento até meio salário mínimo”.

(43)

inserida socialmente e economicamente a família esteja dentro da sociedade, maior é o acesso à escolarização, a cultura, ao lazer, ao esporte e a prática da cidadania.

Em relação à distribuição da renda articulada com a composição familiar com a presença de crianças e adolescentes na faixa etária entre 0 a 14 anos destaca-se a seguinte tabela:

Tabela 1. Famílias Com Crianças de 0 a 14 anos de Idade e a Distribuição da Renda Por Percentual

Brasil Até meio

Salário

Mais de meio até 1salário

Mais de 1 até 2 salários

Mais de 2 a 3 salários

Mais de 3 a 5 salários

Mais de 5

Salários

% 37,7 29,0 17,9 4,9 3,4 2,0

(Fonte: IBGE dados PNAD 2009, referentes à pesquisa de 2008).

A tabela acima aponta para uma maior incidência no índice de famílias com crianças e adolescentes entre a faixa etária de 0 até 14 anos, abarcando 37,7% da população com renda até meio salário mínimo. Isto revela que a população na faixa etária que engloba a infância e a adolescência vem sendo expostas as vulnerabilidades pessoais, sociais, econômicas e culturais diante da situação de vida de seus pais ou responsáveis.

A seguir, apresentamos o índice de analfabetismo por raça e por faixa etária, iniciando aos 15 anos de idade em diante:

Tabela 2. Pessoas de 15 anos ou Mais de Idade, Analfabetas, Total e Respectiva Distribuição Percentual Por Grupos de Idade e Cor ou Raça

Idade 15 a 24

anos

25 a 39 anos

40 a 59 anos

60 a 64 anos 65 ou mais Raça Branca Raça Preta2 - Parda

% 5,1 17,9 35,8 9,8 31,5 31,0 67,8

(Fonte: IBGE dados PNAD 2009, referentes à pesquisa de 2008).

2 Atualmente a Lei Federal nº 10.639 de 2003, que modificou a Lei 9.394 de 1996, que dispõe sobre as Diretrizes

(44)

A partir dos dados expostos, nota-se que 5,1%, indicamos o menor índice de concentração do analfabetismo abrangendo o final da adolescência e os primeiros anos do jovem adulto (15 a 24 anos) e o maior índice é de 35,8%, que inclui a faixa etária entre 40 a 59 anos.

Portanto, a maior incidência de analfabetismo esta na faixa etária do adulto maduro, a partir de 40 anos em diante, tendo grande concentração a fase do desenvolvimento humano da velhice.

Quanto à associação do analfabetismo com as raças, destaca-se que a preta e parda apresentam 67,8% da população, representando mais que o dobro que a raça branca, delimitada pelo índice de 31%.

A Lei 12.711 de 20123 que instituiu a política afirmativa e o Sistema de Cotas busca suprir a demanda de defasagem racial e educacional, desenvolvendo por força normativa destinar 50% das matrículas por curso no nível Superior, nos Institutos Federais de Educação aos alunos que cursaram integralmente o ensino público.

Para se chegar ao nível Superior, faz-se necessário uma Educação Básica de qualidade a todos em idade prevista em Lei, bem como acesso, permanência, para se buscar o sucesso escolar.

Outro aspecto, sobre o analfabetismo é que este segundo o IBGE (2009) referente aos dados sobre a situação de domicílio no ano de 2007, destaca que, nas cinco regiões administrativas brasileiras, existe uma maior incidência deste na zona rural (41,8%) do que na urbana (17,2%).

Dando continuidade, apresentamos uma tabela que ilustra por região o índice de analfabetismo funcional da população com 15 anos ou mais de idade e a situação de domicílio:

3 A Lei 12.711 de 2012 dispõe sobre o ingresso nas Universidades Federais e nas Instituições Federais de ensino

(45)

Tabela 3. Taxa de Analfabetismo Funcional das Pessoas de 15 anos ou Mais de Idade, Por Características Selecionadas

Local Zona Urbana Zona Rural

Nordeste 24,4 51,8

Norte 19,7 41,1

Centro-Oeste 16,9 35,4

Sudeste 14,7 33,6

Sul 14,2 26,3

Brasil 17,2 41,8

(Fonte: IBGE dados PNAD 2009, referentes à pesquisa de 2008).

A região Nordeste do Brasil é a que maior apresenta um índice de analfabetismo numa população acima de 15 anos ou mais, sendo que sua maior concentração esta na zona rural, 51,8 %, acrescidos de outros 24,4% que habitam a zona urbana. A menor região brasileira com incidência é a Sul, sendo 14,2 % na zona urbana e 26,3% na zona rural.

Nota-se que nas cinco regiões a incidência de analfabetismo se concentra em média mais que o dobro na região rural, revelando-se necessárias a criação de políticas públicas educacionais emergentes que deem ênfase nestes territórios.

Os índices de analfabetismo no Brasil revelam que os esforços tanto dos Governos Federal, Estadual e Municipal, bem como com todas as articulações com as iniciativas da sociedade civil, não vem conseguindo garantir o acesso às vagas, sua permanência de qualidade para aqueles que ingressam e o sucesso de finalização na Educação Básica, Média e Superior para toda a população.

Segundo o Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento - PNUD (Lopes, 2005, p. 62) a pobreza e a indigência no Brasil vêm diminuindo. “Entre 1992 e 2001, o número absoluto de brasileiros de baixa renda se reduziu em quase cinco milhões de pessoas”.

O relatório do PNUD (Lopes, 2005) também destaca que a diferença de rendimentos domiciliares per capita entre brancos e negros é de 124,8%, esta percentagem indica que em relação aos quinze países da América Latina, o Brasil é o sexto em desigualdade.

Destaca o PNUD (Lopes, 2005) referente aos índices de 2000, que 5,4% dos brancos e

(46)

pobreza embora esteja sendo superada, ainda se encontra o Brasil com grandes índices de exclusão econômica, educacional, social, cultural, racial e na participação política.

A população brasileira, segundo registros do IBGE, referente ao censo demográfico de 2010 é de 190.732.694 pessoas. A maior concentração populacional se encontra na fase adulta entre 20 e 59 anos, representando 51% da população. Logo a seguir, abrange a faixa etária entre 0 a 19 anos, totalizando 40% e os idosos acima de 59 anos, correspondem a 9% da amostragem total.

Segundo a Organização das Nações Unidas Para a Educação, Ciência e Cultura-UNESCO em reportagem da revista Veja On-Line (2014), referente aos dados de 2005-2011, destacam-se que no Brasil atualmente 14 milhões de adultos são analfabetos e existem cerca de 57 milhões de crianças fora da escola primária no mundo. Acrescenta-se que dos 36 milhões de adultos analfabetos na América Latina, 38,5% são brasileiros.

Assim, embora o desejo de educar esteja permeado no Brasil desde seus primórdios, em suas várias facetas e esteja promulgado desde a primeira Constituição Política do Império do Brasil, (1824, art.179, inciso XXXII) “A Instrução primaria, é gratuita a todos os Cidadãos”, no início do século XXI, ainda não conseguimos efetivar a garantia de acesso, permanência e sucesso escolar a nação brasileira de forma integral.

Um importante movimento histórico da construção dos avanços educacionais foi à criação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932. Destacam-se como participantes desta iniciativa: Fernando de Azevedo, Anísio Spinola Teixeira, Lourenço Filho, Afrânio Peixoto, Roquette-Pinto, Cecília Meirelles entre outros relevantes intelectuais e pensadores da época. Estes defendiam a criação de um projeto de renovação educacional ao país, incluindo um plano geral que organizasse e difundisse os principais valores e finalidades da Educação.

Destacamos como fundamentos principais deste Manifesto dos Pioneiros da Educação

Nova: “do direito de cada indivíduo decorre logicamente para o Estado, que reconhece e o

proclama, o dever de considerar a Educação, como função social e eminentemente pública

(Azevedo et al., 1932, p.43).

(47)

compreendem que a concepção da escola tradicional deva ser ultrapassada para promover

uma prática educativa “[...] espontânea, alegre e fecunda, dirigida à satisfação das necessidades do próprio indivíduo”.

Em relação a esta visão pode-se perceber que estes intelectuais de forma proposital abertamente e publicamente eram partícipes da concepção de educação escolanovista, que valoriza e integram os anseios psicobiológicos, culturais, sociais e científicos, a fim de integrá-los nas práticas educativas.

Decorridos mais de vinte e cinco anos, da criação do Primeiro Manifesto da Educação Nova (1932), foram mais uma vez convocados em 19594, os professores, educadores e intelectuais a rever e a propor mudanças, a partir do movimento de reconstrução educacional.

Os Pioneiros da Educação apontam em relação ao segundo Manifesto (Azevedo et al., 1959, p.70), que este era um plano de ação para o futuro, mas: “[...] tornou-se hoje matéria já inadiável como programa de realizações práticas, por cuja execução esperamos inutilmente, durante um quarto de século de avanços e recuos, de perplexidades e hesitações”.

Defendem ainda os Pioneiros da Educação (Azevedo et al., 1959, p. 71) que é preciso

uma: “tomada de consciência da realidade atual e uma retomada, franca e decidida em face a uma educação democrática, progressista, que tem como postulado a liberdade de pensamento e a igualdade de oportunidades para todos”.

Os ideais preconizados no primeiro e no segundo Manifestos foram mantidos, porém ainda situam-se como perspectivas a serem conquistadas, pois os índices de analfabetismo e de crianças e adolescentes fora da escolarização no início do século XXI permanecem como sonhos a serem alcançados e não como direitos efetivados.

Essa conjuntura contribui para que a população que abarca a infância, adolescência e juventude estejam expostas a restrição no acesso à escolarização, a formação profissional, ao gozo pleno da cidadania, sofrendo a vulnerabilidade social, política, econômica, cultural e artística gerando riscos pessoais, familiares e comunitários.

4 Este ficou conhecido como Manifesto dos Educadores e foi redigido por Fernando de Azevedo e publicado em

(48)

A estrutura social, política, econômica e cultural brasileira, onde estão inseridas estas populações, ou seja, o sistema capitalista baseado na exploração do trabalhador, na mais valia, no lucro, vem favorecendo o aumento das diversas desigualdades e em decorrência disso, temos a miséria, o aumento da violência, a invasão de espaços públicos na busca de moradia, a alienação dos sonhos pela sobrevivência e um desânimo da grande massa populacional.

Frente a esse cenário existem ações alternativas que vêm sendo desenvolvidas por um conjunto articulado entre o Poder Público e a Sociedade Civil, as Organizações Não-Governamentais, os Fóruns, os Movimentos Sociais, os Centros de Referências, as Universidades e as Entidades de Atendimento, enfim diversos setores, todos buscando a superação da conjuntura atual.

Os marcos legais, políticos, sociais e culturais também contribuem significativamente

na produção de mudanças e redimensionamentos nas realidades expostas.

Ressaltam-se em relação aos marcos legais nacionais, a conquista da Constituição da República Federativa do Brasil – CF de 1988, vinda do resultado de um longo processo de

redemocratização, é denominada “Constituição Cidadã”, pela ênfase com que trata à

cidadania, inaugurando um novo modelo de gestão, administração e gerenciamento da nação brasileira, proporcionando grandes transformações sociais, políticas, econômicas e culturais.

Podemos destacar os seguintes avanços: a criação do Estado Democrático de Direitos e junto com ele a garantia de participação democrática é assegurada em lei, criando o Sistema de Garantia de Direitos - SGD, definindo de forma objetiva os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (CF, art. 227), a municipalização do atendimento, a intersetorialidade entre as políticas Ministeriais, a regionalização e a descentralização das políticas públicas, a instituição dos Conselhos de Direitos e Tutelares, dentre outros aspectos possibilitaram que a sociedade civil organizada e os gestores públicos se articulassem para a execução das políticas públicas.

O artigo 227 da Constituição Federal destaca que:

(49)

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,

crueldade e opressão.” (CF, art. 227).

Neste sentido, o artigo 227 da CF regulamenta uma proposta de articulação da sociedade civil organizada, do poder público, da família, das crianças e dos adolescentes como parceiros na execução das políticas públicas. Destacamos que os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana sejam estabelecidos em lei, aspectos esses que possibilitam um reordenamento institucional metodológico, jurídico, conceitual e social como norteadores do Sistema de Garantia de Direitos a ser executado pela gestão de políticas públicas.

O Sistema de Garantia de Direitos - SGD (Guerra et al., 2013) é instituído, constituído e organizado através de uma gestão vertical e horizontal da atuação das políticas públicas na articulação e mobilização das três esferas de intervenção, a Municipal, Estadual e Federal, visando abranger o estabelecimento dos direitos, sua defesa quando necessária, a prevenção das violações, a promoção e sua fiscalização.

A Lei 8.069 de 1990 institui o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA como diretriz para a execução das políticas públicas de atendimento a infância e a adolescência, a partir da Doutrina de Proteção Integral formando uma articulação com o Sistema de Garantia de Direitos - SGD.

Quanto às transformações no conteúdo o ECA, a partir do Sistema de Garantia de Direitos organiza-se numa lógica integracionista dos seguintes aspectos: garantia, defesa, promoção, prevenção e fiscalização dos direitos.

A garantia dos direitos subscreve-se a partir da conquista do artigo 227 da Constituição Federal de 1988 e do artigo 4 do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, onde ambos estabelecem e normatizam quais são esses direitos, a saber: “Vida, Saúde, Liberdade, Dignidade, Respeito, Educação, Esporte, Cultura, Lazer, Convivência Familiar e Comunitária, Profissionalização e Proteção no Trabalho” e quem são os zeladores destes

(50)

A defesa dos direitos faz-se presente quando esses são violados, seja por ameaças, abusos, omissões e/ou faltas, pelos agentes violadores (Estado, Sociedade, Pais/Responsáveis, Adolescentes e Crianças) dispostos no artigo 98 do ECA.

A promoção (ECA, art. 86-87) dos direitos fundamentais dentro do Sistema de Garantia de Direitos deveria estar permeada em todas as ações norteadoras das políticas, incluindo a divulgação, valorização, disseminação dos direitos. A melhor maneira em promovê-lo é sua efetivação na nação com qualidade pessoal, social e coletiva.

A prevenção das violações (ECA, art. 70-85) é uma diretriz que possibilita o estabelecimento de atitudes, hábitos e parâmetros a serem desenvolvidos ou evitados diante dos direitos e deveres preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. As políticas públicas de prevenção bem realizadas favorecem a antecipação de resultados, bem como auxiliam o desenvolvimento peculiar de crianças e adolescentes, garantindo a dignidade e

[...] pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”, como institui o artigo 18 do ECA.

O controle social e a fiscalização (ECA, art. 225-265) das ações a serem implantadas e/ou implementadas faz-se através do acompanhamento do planejamento, avaliação permanente das ações executadas, monitoramento dos resultados constantes dos gastos e investimentos e se necessário articulação e mobilização para possíveis providências.

Fica evidenciado que o Sistema de Garantia de Direitos – SGD possibilita sua ampla gestão e efetivação, incluindo um posicionamento firme dos cidadãos, gestão compartilhada e corresponsabilidades, ações colegiadas nas várias esferas Municipal, Estadual e Federal e favorece o norteamento da sua abrangência aos setores das políticas públicas.

Gomes (2006) indica os avanços que ocorreram a partir da implantação da Lei 8.069/1990, ou seja, o Estatuto da Criança e do Adolescente para a nação brasileira, em três grandes mudanças no que tange ao conteúdo, gestão e o método das políticas públicas.

(51)

A segunda grande mudança abarca o reordenamento institucional das instâncias que executam a política de atendimento na área da infância, adolescência e juventude, separando as políticas de proteção e de defesa. Destaca Gomes (2006, p. 13):

“Para os vitimados, se aplicam as medidas protetivas, e para aqueles que violaram os direitos de outras pessoas – no caso dos adolescentes – medidas socioeducativas. Antes, esses dois públicos iam para uma única instituição”

(GOMES, 2006, p. 13).

E o terceiro aspecto, abrange a metodologia de execução das políticas públicas, criando espaços de participação direta da sociedade na gestão, através da atuação nos Fóruns, Conselhos Tutelares e de Direito Municipal, Estadual e Nacional, apontando que todos os atores sociais são corresponsáveis por zelar pelos direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes.

O que norteia e fundamenta as novas diretrizes de execução da política na área da infância e da adolescência estão pautados na Doutrina de Proteção Integral. Compreende-se doutrina como um sistema articulado de valores, princípios e objetivos comuns. A proteção baseia-se no estabelecimento, garantia, defesa, execução e prevenção dos direitos fundamentais inerentes às crianças e adolescentes e o caráter integral, dimensiona a abrangência do cuidado, sua mobilização e articulação, englobando as várias políticas públicas do atendimento a infância e a adolescência.

Acrescenta Whitaker (2005) que a política na área da infância e da adolescência, esta permeada pelo trabalho em rede, seja no âmbito vertical esboçada pelas interfaces com as instâncias de maior abrangência e hierarquicamente com maior representatividade, bem como com na perspectiva horizontal, englobando as intervenções num mesmo nível de atuação.

(52)

e planejamento das diretrizes das políticas públicas, articulando a sociedade civil e o poder público.

A descentralização e a regionalização do atendimento, bem como a valorização e incentivo a democracia participativa dos cidadãos no que tange ao planejamento, monitoramento e avaliação das políticas públicas, marcam a iniciativa metodológica predisposta pelo ECA.

O artigo 86 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA descreve como se dará a efetivação da política de atendimento, que deverá ocorrer “[...] através de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios”.

Gomes (2006) aponta que preconizando a Doutrina da Proteção Integral, a Lei 8.069 de 1990, a partir do Estado Democrático de Direitos, deve superar a visão assistencial e da caridade, destinada a aqueles que necessitem, substituindo-a por uma Política Social Básica, disposta a atender a todos os sujeitos de direitos e em caráter peculiar as crianças e os adolescentes, que se encontram em fase de desenvolvimento.

Ressalta Gomes (2006, p. 27):

É necessário mudar a maneira de ver, entender e agir do pessoal que trabalha com criança e adolescente, substituindo o modelo assistencialista e correcional repressivo, por um modelo de garantia de direito e

educativo.” (GOMES, 2006, 27).

Ao definir o Sistema de Garantia de Direitos, o Estatuto da Criança e do Adolescente cria a rede articulada de Proteção Integral para o atendimento da infância e da adolescência, incluindo todos os setores que compõe os direitos humanos.

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A Educação brasileira neste contexto, de acesso, ingresso, permanência e sucesso educacional, também passou por diversas modificações de visões nos aspectos legais, sociais, econômicos e culturais.

A primeira Lei de Diretrizes e Bases – LDB da Educação foi influenciada pela

Constituição Federal de 1934, que instituía na época a busca por “traçar as diretrizes da Educação Nacional”. (CF, 1934, art. 5, inciso XIV).

Assim, a primeira versão da Lei de Diretrizes e Bases – LDB da Educação Brasileira foi promulgada como a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961, instituindo um sistema

nacional de educação, onde “O ensino primário é obrigatório a partir dos sete anos e só será ministrado na língua nacional”, (LDB, 1961, art. 27), composto de no mínimo de quatro anos, abrangendo apenas as séries iniciais.

Naquela época o direito a Educação, incidia numa disputa de dois grupos políticos, os de direita que defendiam que este era dever da família e os mais liberais que afirmavam que o Estado deveria ter obrigatoriedade neste processo e que a Educação nacional deveria ser

inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana” (LDB, 1961, art.1), tendo por fim, “o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação na obra do bem comum” (LDB, 1961, art. 1, inciso d), visando “o preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio”. (LDB, 1961, art. 1,

inciso e).

As questões reflexivas suscitadas abarcavam: Qual o objetivo da educação? Quais seus agentes principais? Quais suas finalidades e as obrigatoriedades do Estado frente a estas?

Referências

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