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Rev. bras. ortop. vol.52 número1

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Avaliac¸ão

do

desempenho

in

vivo

de

pinos

porosos

de

hidrogel

para

preenchimento

de

defeito

osteocondral

em

coelhos

Túlio

Pereira

Cardoso

a,∗

,

André

Petry

Sandoval

Ursolino

a

,

Pamela

de

Melo

Casagrande

a

,

Edie

Benedito

Caetano

a

,

Daniel

Vinicius

Mistura

b

e

Eliana

Aparecida

de

Rezende

Duek

a aPontifíciaUniversidadeCatólicadeSãoPaulo,FaculdadedeCiênciasMédicasedaSaúdedeSorocaba,Sorocaba,SP,Brasil

bUniversidadeFederaldeSãoCarlos,Sorocaba,SP,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem14dejaneirode2016 Aceitoem29demarçode2016

On-lineem13dejulhode2016

Palavras-chave:

Cartilagemarticular Hidrogéis/química Coelhos

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Trabalho experimentalparaavaliarodesempenho biológico dearcabouc¸os de hidrogelpoli(L-co-D,Lácidolático)-co-trimetilenocarbonato/poli(álcoolvinílico) (PLDLA--co-TMC/PVA)comoimplantenopreenchimento,enãonoreparo,dedefeitoosteocondral emcoelhosNovaZelândiaeverificarainfluênciadomaterialnaprotec¸ãotecidualinvivo.

Métodos:Foramusados12coelhosdivididosemgruposdenovee16semanas.Emcada animalfoicriadoumdefeitoosteocondralemambososcôndilosfemoraismediais,emum foiimplantadoumarcabouc¸odehidrogel(grupopino)enooutrofoimantidoodefeito(grupo controle).Apósosacrifíciodosanimais,foifeitaanálisehistológicadomaterial.

Resultados: Oscôndilosdogrupopinonãoevidenciaramreac¸ãoinflamatóriaeestavam rode-adosporcápsulafibrosa.Jánogrupocontrole,umamaiorproliferac¸ãoósseafoiobservada nasáreasdodefeito,porémcomcartilagemarticulardesorganizada,fibroseevidente,atrofia comexposic¸ãoósseaeproliferac¸ãodemembranasinovial.

Conclusão:Ospinosdehidrogelsãopromissoresnafunc¸ãodepreenchimentodedefeitos oste-ocondrais,nãoocasionam,demodogeral,reac¸ãoinflamatóriaenãosãoeficazesnoreparo

dedefeitososteocondrais.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

TrabalhodesenvolvidonoLaboratóriodeBiomateriais,FaculdadedeCiênciasMédicasedaSaúdedeSorocaba,PontifíciaUniversidade CatólicadeSãoPaulo,Sorocaba,SP,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:tuliopcardoso@gmail.com(T.P.Cardoso). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.03.011

(2)

In

vivo

evaluation

of

porous

hydrogel

pins

to

fill

osteochondral

defects

in

rabbits

Keywords: Articularcargilage Hydrogels/chemistry Rabbits

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Thisexperimentalstudyaimedtoevaluatethebiologicalperformanceofpoly (L-co-D, L-lacticacid)-co-trimetilenecarbonate/poly(vinylalcohol)(PLDLA-coTMC/PVA), hydrogelscaffolds,asanimplantinthefilling(andnotintherepair)ofosteochondraldefects inNewZealandrabbits,assessingtheinfluenceofthematerialintissueprotectioninvivo.

Methods: Twelverabbitsweredividedintogroupsofnineand16weeks.Ineachanimal, an osteochondral defectwascreated inboth medialfemoral condyles.In one knee, a hydrogelscaffoldwasimplanted(pingroup)andintheother,thedefectwasmaintained (controlgroup).Ahistologicalanalysisofthematerialwasperformedaftereuthanasia.

Results: Thecondylesofthepingroupshowednoinflammatoryreactionandwere surroun-dedbyafibrouscapsule.Thecontrolgrouppresentedhigherbonegrowthintheareasofthe defect,butwithdisorganizedarticularcartilage,evidentfibrosis,boneexposure,atrophy, andproliferationofsynovialmembrane.

Conclusion:Thehydrogelpinsarepromisinginfillingosteochondraldefects,generallydonot causeinflammatoryreactions,andarenoteffectiveintherepairofosteochondraldefects.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Aosteoartroseouosteoartriteéumadasafecc¸õesquemais acometemohomem.1Suaprevalênciaaumentacomopassar dosanos,é comumapós os60 anos.2 Acartilagem articu-lareoossosubcondralformamumsistemadelubrificac¸ão, estabilizac¸ão e distribuic¸ão uniforme de carga, absorvem choques epermitem movimentac¸ão com baixafricc¸ão por váriasdécadas.2–4 Dessaforma,acartilagemprotegeoosso subcondral de alto estresse e reduz a pressão normal de contato.2,5 Acartilagemdegradadaevoluicomdor,rigideze diminuic¸ão domovimentoarticular.Grac¸as àbaixa capaci-dadederegenerac¸ãocondral,aosteoartroseéumdosmais importantesproblemasnaortopedia.Comoaumentoda lon-gevidadehumanaedapráticaesportivanasúltimasdécadas observamoscadavezmaislesõesosteocondrais.2

Acartilagemarticularnormalapresentaumafasesólida constituídaprincipalmenteporcolágenoeproteoglicanos (15-32%) e umafase fluida composta predominantemente por água (68-85%).2 A cartilagem hialinacompõe-se de10% de células(condrócitos) edensamatrizextracelular,com 60 a 80%deágua,10a20%defibrasdecolágenotipoIIe10a15%de proteoglicanos.Aspropriedadesmecânicasdacartilagem arti-cularatornamcapazdetransmitircargadeaproximadamente oitovezesopesocorporal,grac¸asàexsudac¸ãoeaomovimento dofluídopelosporosdacartilagem,econferemumcoeficiente defricc¸ãode0,008␮(mi).4,6

Oossosubcondraléumafinacamadadeossodensoeduro emcontatocomacartilagemarticular,enquantooosso tra-becularécompostoporabundantematriz(fibrasdecolágeno eminerais)queagenatransmissãodecarga.6

Porseravascular,acartilagemdependedavascularizac¸ão proveniente da medula óssea para que ocorra migrac¸ão de células mesenquimais, responsáveis pelo processo de

cicatrizac¸ão.7,8 Alémdisso,aslesõessuperficiais da cartila-gemarticular,quenãoenvolvemoossosubcondral,têmpouca capacidadeintrínsecadereparac¸ão.9

Tantonaosteoartroseprimáriacomonasecundária,a car-tilageméotecidoquesofreasmaioresaberrac¸ões.Dentreas alterac¸õesmorfológicasocorremperdadesuanatureza homo-gênea,fragmentac¸ão,fibrilac¸ão,fissuraseulcerac¸ões.Coma progressãodadoenc¸a,ocasionalmentenãorestanenhumae áreasdeossosubcondralficamexpostas.10

Podemosconsiderartrêsfasesnoprocessoderegenerac¸ão tecidual: necrose, inflamac¸ão e reparo.11,12 Porém, a cicatrizac¸ão de lesão restrita à cartilagem hialina pode nãoocorrerdessaforma.13Lesõessuperficiaisdacartilagem hialina que não atinjam o osso subcondral tendem a não cicatrizar.9 Nessa lesão ocorre degenerac¸ão da cartilagem apartirda zonasuperficialeobservam-sefinasporc¸õesde fibras de colágeno com aspecto descamativo. Com a pro-gressão da lesão épossível visualizar fissuras verticais na cartilagem articular,queproduzemaspectoirregular esem brilho.4,14

Alesãocondraldesencadeariaumprocessoinflamatório eo hematomarapidamente seorganizariaemcoágulos de fibrina,glóbulosbrancoseelementosdamedulaóssea.

Célulasindiferenciadasdamedulaedoendotélio vascu-larsãotransformadasemfibroblastosprimitivosque,como aportedecapilaresecoágulosdefibrina,setransformamem tecidofibroblásticovascularizadodereparac¸ão.11Essetecido fibrocartilaginoso,adependerdosestímulosmecânicose bio-lógicos, formará umtecido cartilaginoso.13 A neoformac¸ão ósseamigradabasedodefeitoparaasuperfíciearticularna regiãoemcontatocomoossosubcondral. Umtecido fibro-cartilaginoso preenche azona de transic¸ão einterrompe a formac¸ãodetecidoósseo.4,11,14

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sintetizaproteoglicanosdemenorpesomolecular.Comoas fibrasdecolágenodotipoIItêmmenordiâmetroedisposic¸ão mais irregular, esse arranjo favorece a permeabilidade à água. Essetecido neoformadoapresentamenor módulode elasticidade quandocomparado como tecido cartilaginoso normal.4,16,17

Otratamentocirúrgicodelesõescondraiseosteocondrais representaumgrandedesafio.Podemostentaraestimulac¸ão daformac¸ãodetecidocartilaginosooufibrocartilaginoso,que seriaareparac¸ãoouasubstituic¸ãodessaslesõesportecidos comcaracterísticassemelhantes.4,13

Não existem tecidos de substituic¸ão com propriedades mecânicassimilaresaotecidooriginal.18Pesquisascom enge-nhariadetecidoqueusasistemastridimensionaissintéticos comarcabouc¸osporosostêmsidofeitas.19,20

Polímeros como poli(p-dioxanona) – PPD, o poli (ácido lático) – PLA,poli (ácido glicólico) – PGA eseus copolíme-rosPLLAePLGAepoli(␣-hidroxiácidos)comcaracterísticas dedegradac¸ão,biorreabsorc¸ãoebiocompatibilidadetêmsido exaustivamenteestudados.4,21–24

Nonossoestudoempregamosumhidrogel nãoporosoe nãoabsorvível(PLDLA-co-TMC/PVA)parapreenchimentodo defeitoosteocondral,enãoparareparac¸ãoquepermita cres-cimentodeneotecido.

Arespostabiológicainvivocompinosdehidrogel PLDLA--co-TMC/PVAnopreenchimentodedefeitososteocondraisé desconhecida.

Oobjetivodeste trabalho foi avaliarodesempenho bio-lógicode arcabouc¸osde hidrogelPLDLA-co-TMC/PVA como implantenopreenchimento,enãonoreparo,dedefeito oste-ocondralemcoelhosNovaZelândiaeverificarainfluênciado materialnaprotec¸ãotecidualinvivo.

Material

e

métodos

Opresenteestudofoiaprovado pelaComissãodeÉtica em Pesquisa de nossa instituic¸ão (CEUA/FCMS/PUCSP, número 2013/10).

Preparac¸ãodosarcabouc¸ospoliméricos(pinosdehidrogel)

Os pinos de hidrogel são compostos por polímeros semi--interpenetrantesbaseadosemPoli(ÁlcoolVinílico)(PVA)e poli(L-co-D,L ácido lático)-co-trimetileno carbonato (PLDLA--TMC).Ohidrogelfoifeitocomumasoluc¸ãode10%m/vde PVAemáguae10%docompostoPLDLA-TMCemrelac¸ão à massadePVAusada.Asoluc¸ãofoientãovertidaemmoldesde PTFE(politetrafluoretileno)comdiâmetrode4,1mm,deixados emprocessodecongelamento-descongelamentodurantedois dias.Apósesseprocessoospinosforamretiradosdomolde, cortadosnosentidodocomprimentocom13mm, esteriliza-dosemradiac¸ãoUVeimplantados(fig.1).

Estudoinvivocomimplantedospinosecontroles

Foramusados12coelhosNovaZelândia,deambosossexos, entre120e150diase3,5kga4,5kg.

Apósjejumpré-operatóriodeoitohoras,submetemosos animaisàanestesiageralviaintramuscularcomcloridratode

Figura1–PinosdehidrogelPLDLA-co-TMC/PVAemolde usadoparaconfecc¸ãodosdispositivos.

cetamina(30mg/kgdepeso)associadoacloridratodexilazina (5mg/kgdepeso).Feitatricotomiada áreaoperada,os coe-lhosforamposicionadosemmesa cirúrgicaapropriada,em decúbitodorsalhorizontal.Aassepsiafoifeitacomsoluc¸ãode clorexidinaalcoólica0,5%aplicadacomgazesestéreis.O cirur-giãofezusodeluvascirúrgicasestéreisemateriaiscirúrgicos esterilizadosemautoclavea180◦Cporduashoras.

Usamos incisão para patelar medialcom dissecc¸ão por planos (subcutâneo e capsulotomia para patelar medial). Procedeu-seàluxac¸ãolateraldapatelaqueexpôsos côndi-losfemorais.Comojoelhofletidoa90◦,criou-seumdefeito cilíndriconacartilagemarticularenoossosubcondralno côn-dilofemoralmedialcomoempregoumabrocatrefinametálica de3,3mm/38,5mmefoiretiradoumcilindroosteocondralde 1cmdeprofundidadedeambososjoelhos7,13(figs.2e3).

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Figura3–Implanteecilindroosteocondral.

Odefeitocondralfoicriadoemambososcôndilosfemorais mediais,emumdosladosfoiimplantadoopinodehidrogel (ladoimplante),enquantonooutro(ladocontrole)foiapenas mantidoodefeito(fig.4).

Foifeitasuturaporplanosapósalavagemcomsoro fisi-ológico0,9%enãoforamusadoscurativosouimobilizac¸ões. Todososanimaisforammantidosindividualmenteemgaiolas metálicas,comáguaerac¸ãoadlibitum.

RetiradadomaterialEutanásiaecoletadetecido

Apósnovesemanasforamsacrificadosseteanimaisecinco após16semanas.

Usamos inalac¸ão com halotano. Após a constatac¸ão da morte,oanimalfoiposicionadoemdecúbitodorsal horizon-tal. Dessa maneira foram ressecados os côndilos femorais mediais dos dois joelhos, por via de acesso para patelar medial.

Avaliac¸ãomacroscópica

Os côndilos foram individualmente identificados, observa-dos macroscopicamente e fotografados (fig. 5). De acordo comaclassificac¸ãodeOuterbridgemodificada,ogrupopino, tantocom novecomo16semanas–considerou-sequenão houvecrescimentode tecidosobreopino–gruponãopôde serincluídonaclassificac¸ão.Jánogrupocontrole,comnove ou16semanas,observaram-sealterac¸õescaracterísticasde OuterbridgeII.

ProcessamentodomaterialAnálisehistológica

Oscôndilosfemoraisforamcolocadosemrecipientesdevidro comsoluc¸ãodeBouin(compostadeácidopícrico,ácido acé-ticoeformaldeído)parafixac¸ãopor24horasquemantéma integridadedostecidosapósamorte.

O material foi descalcificados em EDTA 4,13% (soluc¸ão descalcificadoracompostadeEDTAtetrassódico,tartaratode sódio,tartaratodesódio epotássio,ácidoclorídricoeágua destilada)por21dias.

Para processamento histológico foram feitos cortes paralelos longitudinais (craniocaudais) e identificados sequencialmente para cada amostra. Essa técnica permi-tiu avaliac¸ão precisa de toda área do côndilo, incluindo a inicialmente lesada e toda a superfície ao redor da lesão.

Asamostras,devidamenteidentificadas,foram desidrata-das emumasequênciadesoluc¸õesalcoólicas,diafanizadas sequencialmenteemxilolI,IIeIIIeincluídasemparafinaa 70◦C.Apósocortede3␮m,asamostrasforamcoradascom Hematoxilina-Eosinaeanalisadaspormicroscopiadeluz con-vencional.

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Figura5–A,compinodehidrogel;B,sempino(grupocontrole).

Avaliac¸ãomicroscópica

Noexamehistológicoqualitativodassecc¸õesdofêmur dis-tal,aatenc¸ãofoidirigida,particularmente,paraosseguintes elementos:

1. tipodetecidoquerecobriaasuperfíciearticular:cartilagem hialina,fibrocartilagem,tecidoósseooutecidofibroso; 2. estadodasuperfíciecartilaginosa:lisa,comdepressãoou

irregularcompresenc¸adefissurasoufragmentos; 3. padrãodoossosubcondral;

4. presenc¸aounãodenecroseerespostainflamatória propri-amentedita;

5. encontroounãodealterac¸õeshiperplásicasdacartilagem outecidoósseo;

6. avaliac¸ãodasmembranassinoviais,quandopossível.

Resultados

Naavaliac¸ãoderesultadosforamconsideradosquantidadede fibrose,neoformac¸ãoósseaepresenc¸adetecidocartilaginoso nasuperfíciecondilar.

Nogrupopino,sacrificadonovesemanasapósoimplante, encontramosfibrosediscretaemquatroanimais,fibrose acen-tuadaemdoisenenhumcomfibrosemoderada.

Nogrupocontrole,sacrificadonovesemanasapósacriac¸ão dodefeitoosteocondral,encontramosfibrosediscretaemdois animais,moderadaemdoiseacentuadaemdois.

Nogrupopino,sacrificadoapósnovesemanasdoimplante, umanimalapresentouneoformac¸ãoósseaeemcincoelanão foi encontrada. Jáno grupo controle, aneoformac¸ão óssea estavapresenteemquatroanimais,contraausênciaemum animal.

Comrelac¸ãoàpresenc¸adecartilagemnasuperfície articu-lar,nãofoiencontradaemquatrocoelhosdogrupocontrole eestavapresenteemumcaso.Emumdoscoelhosfoi encon-tradaumasuperfíciequenãopôdeserdefinidacomotecido cartilaginosoorganizado.Nogrupopinoocorreupresenc¸ade tecidocartilaginosoemquatrocasos,enquantoemdois coe-lhosnãofoiencontradacartilagem(tabela1efigs.6e7).

Um dos animais incluído no grupo sacrificado com 16 semanas apresentou infecc¸ão no sítio cirúrgico e foi excluídodotrabalho.

Quatrocoelhosdogrupopinoapresentaramfibrosedegrau discretoeumnãotevefibrose.

Aneoformac¸ãoósseaocorreuemquatrocoelhosdogrupo controleeemumdelesocorreufragmentac¸ãodomaterial,o queinviabilizou aanálisecorreta.Jánogrupopino nãofoi observadapresenc¸adeneoformac¸ãoóssea.

Nogrupocontrole,com16semanasocorreudegenerac¸ão de cartilagem em um caso, enquanto naquele com

Tabela1–Coelhosdogrupocomnovesemanas

Sacrifícionovesemanas Grupos Fibrose Neoformac¸ãoóssea Superfíciecartilaginosa

Coelho1-9 Controle Acentuada Ausente Ausente

Coelho1-9 Pino Discreta Ausente Presente

Coelho2-9 Controle Moderada Presente Desorganizada

Coelho2-9 Pino Acentuada Presente Ausente

Coelho3-9 Controle Discreta Presente Ausente

Coelho3-9 Pino Discreta Ausente Ausente

Coelho4-9 Controle Discreta Presente Ausente

Coelho4-9 Pino Discreta Ausente Presente

Coelho5-9 Controle Acentuada Presente Presente

Coelho5-9 Pino Discreta Ausente Presente

Coelho6-9 Controle Moderada Ausente Ausente

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Figura6–Lâminahistológicadogrupopinonovesemanas comausênciadereac¸ãoinflamatóriaelevefibrose.

Figura7–Lâminahistológicadogrupocontrolecomnove semanascomneoformac¸ãoóssea,fibroseexuberante edesorganizac¸ãotecidual.

fragmentac¸ão do material não foi possível analisar a presenc¸aou não de cartilagem.Em dois coelhos dogrupo controle encontramos cartilagem na superfície articular contra um que não a apresentava. No grupo pino, cinco

Figura8–Lâminahistológicadogrupopinode16semanas quemostradiscretafibrose,semneoformac¸ãoóssea.

coelhos tinham cartilagem presente, contra um ausente (tabela2efigs.8e9).

Discussão

Dos 12coelhosestudados, apenasumdogruposacrificado comnovesemanasfoiexcluídoporapresentarinfecc¸ãolocal. Portanto,11animaisfizerampartedesteestudo.

A análise histológica dos implantes de arcabouc¸os de PLDLA-co-TMC/PVA após nove semanas evidenciou que o pino não induz reac¸ão inflamatória, tampouco estimula a neoformac¸ãoóssea.Háestimuloparaproliferac¸ãofibrosanas bordasdalesãoapartirdacartilagemarticularcomformac¸ão principalmentedefibrocartilagemetentativadefechamento dalesão.

Nogrupocontroleapósnovesemanashámaisfibrose,mais neoformac¸ãoóssea,sejaapartirdacartilagemarticulardas bordasdalesãocomoapartirdastrabéculasdoossocompacto

Tabela2–Coelhosdogrupocom16semanas

Sacrifício16semanas Grupos Fibrose Neoformac¸ãoóssea Superficiecartilaginosa

Coelho1-16 Controle Discreta Presente Presente

Coelho1-16 Pino Discreta Ausente Ausente

Coelho2-16 Controle Discreta Presente Presente

Coelho2-16 Pino Discreta Ausente Presente

Coelho3-16 Controle Discreta Presente Denerac¸ão

Coelho3-16 Pino Discreta Ausente Presente

Coelho4-16 Controle Fragmentac¸ão Análiseinviável

Coelho4-16 Pino Discreta Ausente Presente

Coelho5-16 Controle Moderada Presente Ausente

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Figura9–Lâminahistológicadogrupocontrolede 16semanasquemostraneoformac¸ãoósseaefibrose.

rodeadasdecélulasosteoprogenitoras.Porém,semevidências dereparodalesãocondral.

Após16semanasoscôndiloscomimplantesdehidrogel nãoevidenciaramreac¸ãoinflamatóriaeestavamrodeadospor cápsulafibrosa.Oossotrabecularaoseuredortemaspecto conservado e há fechamento da superfície articular com presenc¸adecartilagemhialinaouentãocartilagematrófica deaspectofibro-hialino.

Naslesõesdogrupocontrolecom16semanashouvemais proliferac¸ãoósseanasáreasdodefeito.Noentanto,com car-tilagemarticulardesorganizada,comfibroseevidente,houve atrofiacomexposic¸ãoósseaeproliferac¸ãodemembrana sino-vial.

Comrelac¸ãoàneoformac¸ãoóssea,nogrupodenove sema-nas, para nossa surpresa, um dos animais do grupo pino apresentoucrescimentodetecidoósseocompadrãofibroso. Jáosoutroscoelhosdesse gruponão apresentaram cresci-mentoósseo,enquantoemtodosdogrupocontroleocorreu neoformac¸ãoóssea.

Nogrupocontrolesacrificadocom16semanas encontrou--se,como esperado, preenchimento ósseono defeito oste-ocondral, muito provavelmente devido ao maior tempo decorridoentreacirurgiaeosacrifício.Entretanto,nos ani-maisdogrupopinonãohouvecrescimentoósseonodefeito. Issosugerequeapresenc¸adopinoimplantadocausou preen-chimentodetodooespac¸ocriadopelodefeito.

Conclusão

Os pinos de hidrogel demonstraram superioridade com relac¸ãoàprotec¸ãodasuperfíciecartilaginosaarticular,como artefatos depreenchimento dosdefeitososteocondrais. No entanto, não apresentaram qualquer efeito reparador. Por outrolado,nogrupocontrole,verificou-sedegradac¸ãoda car-tilagemtantonodefeitoquantonaperiferia.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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e

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Imagem

Figura 1 – Pinos de hidrogel PLDLA-co-TMC/PVA e molde usado para confecc¸ão dos dispositivos.
Figura 4 – A, defeito osteocondral in situ ; B, defeito após retirada do cilindro osteocondral; C, defeito preenchido com pino de hidrogel implantado.
Tabela 1 – Coelhos do grupo com nove semanas
Figura 7 – Lâmina histológica do grupo controle com nove semanas com neoformac¸ão óssea, fibrose exuberante e desorganizac¸ão tecidual.
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Referências

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