• Nenhum resultado encontrado

Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número5

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número5"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

original

As

decisões

de

tratamento

com

DMARD

na

artrite

reumatoide

parecem

ser

influenciadas

pela

fibromialgia

Rafael

Mendonc¸a

da

Silva

Chakr

a,∗

,

Claiton

Brenol

a

,

Aline

Ranzolin

b

,

Amanda

Bernardes

a

,

Ana

Paula

Dalosto

a

,

Giovani

Ferrari

a

,

Stephanie

Scalco

a

,

Vanessa

Olszewski

a

,

Charles

Kohem

a

,

Odirlei

Monticielo

a

,

João

Carlos

T.

Brenol

a

e

Ricardo

M.

Xavier

a

aUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul(UFRGS),PortoAlegre,RS,Brasil bUniversidadeFederaldePernambuco(UFPE),Recife,PE,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem18demaiode2016 Aceitoem8denovembrode2016

On-lineem18dedezembrode2016

Palavras-chave:

Fibromialgia Artritereumatoide Tratamentofarmacológico

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Compararousodefármacosantirreumáticosmodificadoresdadoenc¸a(DMARD) empacientescomesemfibromialgia(FM)aolongodotempo,incluindoastaxasde trata-mentoexcessivoesubtratamentoemambososgrupos.

Métodos:Estudo decoorte prospectivacompacientesatendidos emum ambulatório de artritereumatoide(AR).Osparticipantesforamrecrutadosconsecutivamenteentremarc¸o de2006ejunhode2007eforamseguidosatédezembrode2013.Compararam-seosdados deusodeDMARD(prevalências,dosesetaxasdeescalonamento),28-JointDiseaseActivity Score(DAS28),HealthAssessmentQuestionnaire(HAQ)eprogressãoradiográficaentre paci-entescomesemFM.Oscenáriosclínicosdetratamentosupostamenteincorretoforam identificadosecomparadosentreosgrupos.

Resultados: Seguiram-se256pacientescomAR(32comFM)por6,2±2,0(média±DP)anos, período que abrangeu 2.986 consultas. No início do estudo, a durac¸ão da AR era de 11,1±7,4anos.ODAS28eoHAQforammaioresnogrupoARcomFMeestavammais pró-ximosdogrupoARsemFMnofimdoestudo.OspacientescomARcomFMusaramdoses maisaltasdeantidepressivostricíclicos,leflunomidaeprednisonaedosesmaisbaixasde metotrexato.QuandocomparadoscomospacientescomARsemFM,osparticipantescom AReFMusarammaisfrequentementeantidepressivostricíclicos,leflunomida,prednisona eanalgésicoscontínuosemenosfrequentementemetotrexato.Osgruposapresentaram sobrevidaemseteanossemagentesbiológicoselivresdeprogressãoradiográfica seme-lhantesnaregressãoCox.OspacientescomARcomFMapresentaramumamaiorproporc¸ão deconsultasemcenáriosdetratamentosupostamenteincorretoquandocomparadoscom ospacientescomARsemFM(28,4vs.19,8%,p<0,001).

Autorparacorrespondência.

E-mail:rafaelchakr@gmail.com(R.M.Chakr). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2016.11.004

(2)

Conclusões:OspacientescomAReFMusarammaisleflunomidaeprednisonaeotratamento supostamenteincorretonaARfoimaisfrequenteempacientescomFM.Ospacientescom ARcomFMcertamentesebeneficiarãodeumaestratégiapersonalizadadetratamentopor metas(T2T),incluindoultrassonografia(quandoapropriado)econtroledaFM.

©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸a CCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Rheumatoid

arthritis

seems

to

have

DMARD

treatment

decision

influenced

by

fibromyalgia

Keywords:

Fibromyalgia Rheumatoidarthritis Drugtherapy

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: TocompareDMARDuseinpatientswithandwithoutFMovertime,including overtreatmentandundertreatmentratesinbothgroups.

Methods: AprospectivecohortstudywithpatientsattendinganRAoutpatientclinicwas conducted.ParticipantswereconsecutivelyrecruitedbetweenMarch2006andJune2007 andwerefollowedthroughDecember2013.DataonDMARDuse(prevalences,dosesand escalationrates),DAS28,HAQandradiographicprogressionwerecomparedamongRA pati-entswithFMandwithoutFM.Mistreatmentclinicalscenarioswereallegedlyidentifiedand comparedbetweengroups.

Results:256RApatients(32withFM)werefollowedfor6.2±2.0(mean±SD)yearscomprising 2,986visits.Atbaseline,RAdurationwas11.1±7.4years.DAS28andHAQweregreaterinRA withFMgroup,andwereclosertoRAwithoutFMgrouptowardstheend.RApatientswithFM usedhigherdosesoftricyclicantidepressants,leflunomideandprednisone,andlowerdoses ofmethotrexate.WhencomparedtoRApatientswithoutFM,participantswithRAandFM usedmoreoftentricyclicantidepressants,leflunomide,prednisone,continuousanalgesics andlessoftenmethotrexate.Groupspresentedsimilar7-yearbiologic-freesurvival,and radiographicprogression-freesurvivalinCoxregression.RApatientswithFMhadgreater proportionsofvisitsinmistreatmentscenarioswhencomparedtoRApatientswithoutFM (28.4vs.19.8%,p<0.001).

Conclusions: RApatientswithFMusedmoreleflunomideandprednisone,andRA mistreat-mentwasmorefrequentinFMpatients.Certainly,RApatientswithFMwillbenefitfroma personalizedT2Tstrategy,includingultrasound(whensuitable)andproperFMtreatment. ©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCC BY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

A artrite reumatoide (AR) é uma doenc¸a autoimune sistê-micacaracterizadaporpoliartritedestrutivacrônicaquepode causar incapacidade funcional grave e morte.1 Para deter

a destruic¸ão articular e evitar desfechos piores, os médi-cosdevemusarfármacosantirreumáticosmodificadoresda doenc¸a(DMARD) emumaestratégiaque envolvetrataraté alcanc¸ar o objetivo (treat-to-target, T2T). Nessa estratégia, almeja-se alcanc¸arumamenor atividade da doenc¸a. Pode--se estimarclinicamente onível deatividade da doenc¸a1–3

pelo 28-Joint Disease Activity Score (DAS28), um escore que incluiparâmetrosobjetivos(númerodearticulac¸õesinchadas evelocidadedehemossedimentac¸ão)esubjetivos(númerode articulac¸õesdolorosaseavaliac¸ãoglobaldasaúdedopaciente comousodeumaescalavisualanalógica).4,5

Afibromialgia(FM)éumacondic¸ãodolorosacrônicaque afetaaté20%dospacientescomAR.AFMpodefalsamente aumentaraatividadedaAR,elevaroscomponentessubjetivos doDAS28e,portanto,imporumviéssobreadecisãode tra-tamento.Tantootratamentoexcessivo(escalonarosDMARD

quandooDAS28maisaltoédecorrentedaFM)quantoo sub-tratamento(nãoescalonarosDMARDquandoumDAS28mais altoédecorrentedaAR)sãopossíveis.6–10

O principal objetivo deste estudo é comparar o uso de DMARDempacientescomesemFMaolongodotempo.Além disso, pretende-secomparar astaxas desobretratamentoe subtratamentoemambososgrupos.

Método

Foi feito um estudo de coorte prospectivo com pacientes atendidosnoambulatóriodeARdoHospitaldeClínicas de PortoAlegredesdeoiníciodeusodosDMARDbiológicosna instituic¸ão. Os participantes foram recrutados consecutiva-menteentremarc¸ode2006ejunhode2007eforamseguidos atédezembrode2013.Paraserincluídonoestudo,opaciente precisava atender aos critérios declassificac¸ão para ARdo

AmericanCollegeofRheumatology(ACR)de1987.11 Cada

(3)

pacientes com AR com FM e pacientes com AR sem FM. Oscritériosdeexclusãoforam apresenc¸aconcomitantede lúpuseritematoso sistêmico,esclerosesistêmica,miopatias inflamatóriasidiopáticas,espondiloartropatias,infecc¸ãopor vírusdahepatiteBouCouinfecc¸ãopelovírusda imunodefi-ciênciahumananaavaliac¸ãoinicialouduranteoseguimento. Osparticipantes também foram excluídosse nãotivessem FM no início do estudo, mas tivessem subsequentemente desenvolvidodordifusa.

Osdadosdecadaconsultaforamcoletadosem formulá-riosdepesquisapadronizados.OcálculodoDAS28(variade 0,0a 9,4; valores maiores representam maior atividade da doenc¸a)edoHealthAssessmentQuestionnaire(HAQvariade0,0a 3,0;valoresmaioresrepresentamumpior statusfuncional) eodiagnósticodeFMforamfeitosporexaminadorescegos diferentes.13,14Calculou-seaindaoíndicedecomorbidadede

Charlson(CCI;variac¸ãode0a35;valoresmaioresrepresentam maiorcomorbidade)noiníciodoestudo.15

OHospitaldeClínicasdePorto Alegreéumainstituic¸ão pública terciária em que os pacientes têm acesso a todos os DMARD como parte de um programa nacional financiado pelo governo. Além disso, o governo fornece analgésicos,anti-inflamatóriosnão esteroides(AINE), glico-corticoides,amitriptilina,fluoxetinaeciclobenzaprina.

NoambulatóriodeAR,ospacientessãotratadosdeacordo comumaabordagemT2Temetapasprogressivas,emqueos DMARDsãoaumentadosatéaremissãooubaixaatividade dadoenc¸a.16Paraopropósitodesteestudo,oescalonamento

nosDMARDfoidefinidocomoqualquerincrementonadose ouatrocademedicamentodestinadaaalcanc¸arametade tratamento.Afalhanotratamentofoidefinidacomouma ati-vidadedadoenc¸aconsistentementemoderada/altaapóstrês mesesdadosemaiselevadatoleradadeumDMARD sinté-ticooudeseis mesesemusode umDMARDbiológico.De acordocomaabordagemT2T,ometotrexatofoioprimeiro DMARDprescritoefoi iniciadologoapós o diagnóstico. Se amonoterapia com metotrexato falhasse,era iniciado tra-tamentocom umDMARD sintéticode segunda linha.Esse segundopassodeDMARDsintéticoconsistiuemmonoterapia comleflunomida, associac¸ãode metotrexatoeleflunomida ouassociac¸ãodemetotrexato,sulfasalazinae hidroxilcloro-quina(oucloroquina).Seosegundo esquemacom DMARD falhasse,erainiciadoumDMARDbiológico,depreferênciaum agenteantifatordenecrosetumoral(anti-TNF),emassociac¸ão aumDMARDsintético,preferencialmenteometotrexato.A falhanotratamentocomoprimeiroDMARDbiológicoeraa indicac¸ãoparaatrocadeagentebiológico.Outroanti-TNF,o abatacepte,orituximabeeotocilizumabeeramasopc¸ões.A escolhadopróximobiológicolevouemconsiderac¸ãoos aspec-tosclínicoseaspreferênciasdospacientesàluzdasevidências existentes.Oadalimumabe,oetanercepte,oinfliximabeeo rituximabeestavamdisponíveisparausonocentroemque foifeitooestudodesdeoseuinício,em2006.Oabatacepteeo tocilizumabetornaram-sedisponíveisem2010eo certolizu-mabeeogolimumabeem2012.Osglicocorticoidespoderiam serusados a qualquermomento na dose mais baixapara controlarasinovite.Usaram-sefármacosanti-inflamatórios nãoesteroides (AINE) porcurtosperíodos para controlaro agravamentodossintomasinflamatórios. Analgésicos (ace-taminofeno, dipirona, tramadol, codeína) foram usados de

acordocomanecessidadedecontroledador.Aretiradados DMARD foi recomendada emcaso de remissão sustentada semprogressãoradiográficaeconsistiuemreduc¸ãogradual dadoseouaumentonointervaloentreasdosesaolongodos meses.OsDMARDbiológicosdevemserretiradosantesdos DMARDsintéticos.2

Duranteoestudo,ospacientesforamrotineiramente avali-adosquantoàpresenc¸adedorgeneralizada.Otratamentoda FMconsistiuemtratamentofarmacológico,exercíciose psi-coterapia.Otratamentofarmacológicoincluiuanalgésicosde acordocomanecessidadeeousocontínuodeamitriptilina, fluoxetina,ciclobenzaprina,pregabalinaouduloxetina.A pre-gabalinaeaduloxetinaestãodisponíveisparaotratamentoda FMnoBrasildesde2011.17OspacientescomFMforam

enco-rajadosaparticipardaClínicaMultidisciplinardeTratamento daDor.

Acada trêsmeses,ospacientescom ARdeveriamfazer examesdesangueeurinaparamonitoramentodaseguranc¸a dosmedicamentos.Ostestesparaavaliac¸ãodaatividadeda doenc¸a foram feitos a cada três a seis meses. O monito-ramento radiográfico dos danos causados pelaARfoi feito umavezporano. Radiologistasespecializadosnaavaliac¸ão musculoesqueléticanãocientesdoníveldeatividadedaAR nemdodiagnóstico deFMinterpretaram os exames radio-gráficos.Aprogressãoradiográficafoidefinidapelapresenc¸a de pioriaoudeaparênciade estreitamentodoespac¸o arti-cular ou erosões articulares típicas nas mãos ou nos pés. O danoera visualmenteconsideradopior,jáquenenhuma medic¸ãoerafeita.Aausênciadeprogressãoradiográficafoi definidacomoaausênciadeagravamentoouaparecimento de estreitamento no espac¸o articularou deerosões típicas nasmãosenospésemduasradiografiasconsecutivas.Após 2011, os pacientes poderiam ser encaminhados para fazer umexamedeultrassonografiaparaavaliac¸ãodaatividadeda AR.Aavaliac¸ãodaatividadedadoenc¸aporultrassonografia compreendia sete articulac¸ões(punho dominante,segunda e terceira articulac¸ões metacarpofalângicas e segunda e quintaarticulac¸õesmetatarsofalângicas),alémdequaisquer articulac¸õessintomáticas(sensíveiseinchadas).O encami-nhamentoparaexamedeultrassonografiaeadecisãode esca-lonarosDMARDerabaseadanolivrejulgamentodomédico.

ParaverificaropotencialpapeldaFMnainduc¸ãodo tra-tamento incorreto na AR, foram analisados dois cenários clínicos.O cenárioA compreendiaconsultascom atividade dadoenc¸amoderada/altacontínuaapesardoescalonamento nosDMARD(falhadotratamento)semprogressão radiográ-fica.Portanto,naausênciadeprogressãoradiográficaapesar da persistência do DAS28moderado/alto,o escalonamento nos DMARDera considerado supertratamento.O cenárioB incluía consultas com atividade da doenc¸a moderada/alta persistentesemescalonamentodosDMARD,mascom pro-gressãoradiográficaidentificada.Emoutraspalavras,sempre que otratamento com DMARDnão era escalonado (DAS28 moderado/alto)eeraobservadaprogressãoradiográfica,havia presenc¸a de subtratamento. Os cenários A e B presumi-damente representam, respectivamente, sobretratamentoe subtratamento.

(4)

uma diferenc¸a de 0,29 na proporc¸ão de indivíduos com e sem FM com atividade da AR moderada/alta (0,97 e 0,68, respectivamente).6Acoortedopresenteestudode32

paci-entescomAReFMe224com ARsemFMtinhaumpoder de 0,88 de detectar essa diferenc¸a, com um alfa de 0,050. As medidas de desfecho foram relatadas principalmente comoproporc¸ões(porpaciente-ano)oufrequências(%)eas medidasdetendênciacentralforamamédia±desviopadrão (DP)eamediana(intervalointerquartil,IIQ).Adistribuic¸ãode cadavariávelfoitestadaquantoànormalidadepelotestede Shapiro-Wilk.Ascomparac¸õesentreosgruposcomesemFM foramfeitaspelostestestdeStudenteUdeMann-Whitney para variáveis contínuas e qui-quadrado de Pearson para variáveis categóricas. Para comparar o DAS28 e o HAQ ao longo do tempo entre os grupos, foram usadas equac¸ões de estimac¸ão generalizadas. A sobrevida livre de DMARD biológicoseasobrevidalivredeprogressãoradiográficaforam comparadascomascurvasdeKaplan-Meieretestadascom omodeloderiscosproporcionaisdeCox.Osresultadosdas regressõesdeCoxforamapresentadoscomorazõesderisco (HR) e intervalo de confianc¸a (IC) de 95%. Um valor de p

inferiora0,050foiconsideradoestatisticamentesignificativo. Este estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética em PesquisadoHospitaldasClínicas dePortoAlegreeda Uni-versidadeFederaldoRioGrandedoSul.Todosospacientes assinaramumconsentimentoinformadoporescritoantesde entrarnoestudotransversaloriginal,em2006e2007,6eos

pesquisadoresassinaramumtermodeusodosdadosem con-formidadecomaDeclarac¸ãodeHelsinque.

Resultados

Inicialmente, recrutaram-se 270 pacientes, mas 14 deles foram excluídos em razão da presenc¸a de dor difusa ou desenvolvimentodesíndromedesobreposic¸ão.Seguiram-se 256 pacientes por6,2±2 (média±DP) anos(tabela 1). Eles eramemsuamaioriademeia-idade(55,4±12,6anos), bran-cos(85,2%),casados(50,4%),mulheres(84,4%)ecomoitoanos ou menosde escolaridade(75,4%). Foramanalisadosdados de2.986consultas.Todosospacientesfizeramregularmente radiografiasdemãosepésduranteoseguimento.

Noiníciodoestudo,aFMestavapresenteem12,5%dos participantes(n=32),asíndromedeSjögrenem4,7%,ofator reumatoideem83,6%eaerosãoarticularem83,6%.Os par-ticipantestinhamARpor11,1±7,4anoseseuCCIfoi1,7±1. Emgeral,osescoresdoDAS28eHAQdiminuíram significati-vamentede4,1±1,9para3,5±1,4(p<0,001)ede1,8±0,8para 0,7±0,7(p<0,001),respectivamente.

Inicialmente,ospacientescomARcomFMeram ligeira-mentemaisvelhos,predominantementedosexofemininoe apresentavammaioresDAS28eHAQemcomparac¸ãoàqueles semFM(tabela1).OsvaloresdeDAS28eHAQforam superi-oresnogrupoARcomFMaolongodotempo(fig.1).Nofim doestudo,osescoresdeDAS28eHAQeramsuperioresem pacientes comARcom FM:4,2±1,3vs.3,3±1,3, p=0,001e 1,3±0,8vs.0,7±0,7,p<0,001,respectivamente.Noentanto, os pacientescom FMapresentaramumamaiordiminuic¸ão nosvaloresdeDAS28eHAQaolongodoestudo(fig.1).De

Tabela1–Característicasiniciaisdospacientes

ARcomFM (n=32)

ARsemFM (n=224)

pa

Idade;média(±DP) 59,9(±12,8) 54,7(±12,5) 0,028

Mulheres(%) 96,9 82,6 0,037

AnosdesdeodiagnósticodeAR;média(±DP) 11,0(±7,7) 11,1(±7,3) 0,911

AnosdesdeodiagnósticodeFM;média(±DP) 5,8(±3,9) – –

ÍndicedecomorbidadedeCharlson;média(±DP) 1,8(±1,0) 1,7(±1,0) 0,388

DAS28;média(±DP) 5,3(±1,1) 3,9(±1,5) <0,001

Contagemdearticulac¸õesinchadas;mediana(IIQ) 3,9(1,0-5,5) 2,4(0,0-5,0) 0,122

Contagemdearticulac¸õesdolorosas;mediana(IIQ) 10,0(5,0-17,0) 3,0(0,0-8,0) <0,001

Escalavisualanalógicadesaúdeglobaldopaciente;mediana(IIQ) 56,5 (41,5-90,0)

31,5 (14,0-52,2)

<0,001

VHS(mm/h);mediana(IIQ) 28,5

(15,5-49,0)

26,0 (14,0-41,2)

0,335

HAQ;média(±DP) 2,3(±0,5) 1,7(±0,8) 0,001

Caucasianos(%) 93,8 83,9 0,233

Oitoanosoumenosdeescolaridade(%) 78,2 75,1 0,947

Casado(%) 37,5 52,2 0,135

SíndromedeSjögren(%) 3,1 4,9 0,655

Fatorreumatoidepositivo(%) 81,3 83,9 0,702

Presenc¸adeerosõesarticularesnaradiografia(%) 74,2 85,7 0,101

AR,artritereumatoide;FM,fibromialgia;DAS28,28-JointDiseaseActivityScore;DP,desviopadrão;HAQ,HealthAssessmentQuestionnaire;IIQ, intervalointerquartil;VHS,velocidadedehemossedimentac¸ão.

a Usaram-seostestestdeStudent,UdeMann-Whitneyouqui-quadradodePearsondeacordocomanaturezaedistribuic¸ãodosdados;

alfa=0,050.

(5)

5,50

D

AS28

2,25

2,00

1,75

1,50

1,25

1,00 5,00

AR com FM AR sem FM

HA

Q

AR com FM AR sem FM

4,50

4,00

3,50

3,00

,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

Anos de seguimento Anos de seguimento

7,00 ,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00

Figura1–CurvasdoDAS28eHAQdepacientescomARcomesemFM.

DAS28,28-JointDiseaseActivityScore;HAQ,HealthAssessmentQuestionnaire;AR,artritereumatoide;FM,fibromialgia. Linhacontínua:pacientescomARcomFM;linhapontilhada:pacientescomARsemFM.Equac¸õesdeestimac¸ão generalizadas;alfa=0,050;barrasdeerro:intervalodeconfianc¸ade95%;comparac¸õesentreosgrupos,p<0,001, comparac¸õesintragrupo(deacordocomotempo),p<0,001;interac¸õesgrupo-tempo,p<0,001.

acordocomaanálisedasequac¸õesdeestimac¸ão generaliza-das,ascomparac¸õesentreosgrupos,comparac¸õesintragrupo (baseadasno tempo)einterac¸õesgrupo-tempoforam esta-tisticamentesignificativas(p<0,001).Emoutraspalavras,os gruposdiferiamentresi,ambosmudaramaolongodotempo eofizeramdediferentesmaneiras.

Considerando a resposta ao tratamento, 37,5% e 39,7% (p=0,809)dospacientescomARcomesemFM, respectiva-mente,apresentaramatividadedadoenc¸amoderada/altano inícioeevoluírampararemissão/baixa atividadedadoenc¸a naúltimaconsulta.Emtermosdetaxasderemissão,noinício doestudo,0,0%dospacientescomFMe24,6%dospacientes semFMestavamemremissão(p=0,002).Nofimdoestudo,as taxasderemissãoforamde18,8%e32,1%,respectivamente (p=0,124).

Duranteoseguimento,aamitriptilinafoiusadapor24,2% dos participantes a 25 (25, 50) mg/dia [mediana (IIQ)], o metotrexatopor89,5%a20(15,20)mg/dia,aleflunomidapor 50,8%a20(20,20) mg/dia,aprednisonapor79,3%a7,5(5, 10)mg/diaeosDMARDbiológicospor21,9%dosindivíduos. Ospacientes com ARcomFMusaram doses maisaltasde antidepressivostricíclicos,leflunomidaeprednisonaedoses menoresdemetotrexato(tabela2).Asdosesdeprednisona prescritas pelo médico em cada consulta também foram maioresentreospacientescomARcomFM:5(0,10)vs.2,5 (0, 7,5), p<0,001. Mais pacientes com AR com FM usaram antidepressivostricíclicosdoqueaquelessemFM(tabela2). Aciclobenzaprina,afluoxetina,apregabalina,aduloxetina, a sulfasalazina, a cloroquina e a hidroxicloroquina foram usadaspormenosde50% dosparticipantes.Nenhum paci-enteusoucertolizumabeougolimumabeduranteo estudo. Quandocomparadoscomospacientes comARsemFM,os participantes com AR e FM usaram mais frequentemente antidepressivos tricíclicos, leflunomida, prednisona, anal-gésicoscontínuos emenosfrequentementemetotrexatoao

longodoestudo(tabela3).Nãofoiobservadadiferenc¸aentre osgruposquantoàprevalênciadeusodeDMARDbiológicos eescalonamentonosDMARD(tabela3).

Em geral, a taxa de escalonamento dos DMARD foi de 1 (0,7, 1,5) escalonamento de DMARD/paciente-ano. Em termos de usode agentes biológicos,os pacientes comAR estavam em média sob DMARD biológicos em menos de umaconsultaporano(0,9±0,5consultaemusodeDMARD biológicos/paciente-ano). O escalonamento de DMARD e o uso de agentes biológicos não diferiram entre os grupos (tabelas2e3).Emrelac¸ãoàfrequênciadeultrassonografias,a FMestevemaisfrequentementeassociadaàultrassonografia (6,1%vs.2,9%dasconsultas,p=0,047).Entreospacientescom ARcomFM,ousodeagentesbiológicosfoimenosfrequente quando o exame ultrassonográfico foi feito:9,1% vs. 66,7% dasconsultas;p=0,002.

Nãofoiencontradadiferenc¸aestatisticamentesignificativa entreosgruposemrelac¸ãoàsobrevidaemseteanoslivrede agentesbiológicoselivredeprogressãoradiográficana regres-sãodeCoxajustadaporidade,sexoeICC(fig.2).Oúnicofator queinfluenciousignificativamenteasobrevidaemseteanos livredeagentesbiológicosfoiaidade,HR=0,966(0,944-0,988). Asobrevidaemseteanoslivredeprogressãoradiográficanão foiinfluenciadaporqualquerdasvariáveis.

OcenárioA(sobretratamento)estevepresenteem15,3%de todasasconsultaseocenárioB(subtratamento)foi identifi-cadoem5,5%detodasasconsultas.Emgeral,ospacientes comARcomFMforammaisfrequentementetratados exces-sivamenteesubtratados(cenáriosA+B)quandocomparados comaquelessemFM(28,4vs.19,8%,p<0,001;tabela3).

Discussão

(6)

Tabela2–Característicasrelacionadascomotratamentodospacientesporgrupoaolongodoestudo

ARcomFM (n=32)

ARsemFM (n=224)

pa

Anosdeseguimento;média(±DP) 5,7 6,2 0,301

Dosedeamitriptilina(mg/dia);mediana(IIQ)emédia(±DP) 0,0(0,0,25,0) 13,4(±23,5)

0,0(0,0,0,0) 4,6(±14,2)

<0,001

Dosedemetotrexato(mg/dia);mediana(IIQ)emédia(±DP) 15,0(0,0,20,0) 12,7(±9,2)

15,0(7,5,20,0) 14,2(±8,6)

<0,001

Dosedeleflunomida(mg/dia);mediana(IIQ)emédia(±DP) 0,0(0,0,20,0) 8,2(±9,9)

0,0(0,0,20,0) 5,2(±8,7)

<0,001

Dosedeprednisona(mg/dia);mediana(IIQ) 5,0(0,0,10,0) 2,5(0,0,8,8) <0,001

Númerodeconsultasemusodeagentesbiológicosporpaciente-ano;mediana(IIQ) 0,9(0,3,1,2) 1,0(0,6,1,4) 0,638 EscalonamentodosDMARDporpaciente-ano;mediana(IIQ) 1,0(0,7,1,5) 1,0(0,7,1,5) 0,530

Progressãoradiográfica(%) 46,9 39,7 0,442

AR,artritereumatoide;DMARD,fármacoantirreumáticomodificadordadoenc¸a;DP,desviopadrão;FM,fibromialgia;IIQ,intervalointerquartil.

a Usaram-seostestestdeStudent,UdeMann-Whitneyouqui-quadradodePearsondeacordocomanaturezaedistribuic¸ãodosdados;

alfa=0,050.

Emnegrito,valoresdepcomsignificânciaestatística.

Tabela3–Característicasdotratamentodecadagrupo

medidasnasconsultasaolongodoestudo

ARcomFM (n=373 consultas)

ARsemFM (n=2.613 consultas)

pa

Antidepressivostricíclicos(%) 31,4 13,2 <0,001

Metotrexato(%) 69,4 79,8 <0,001

Leflunomida(%) 41,3 26,2 <0,001

Prednisona(%) 65,4 52,9 <0,001

Analgésicoscontínuos(%) 21,7 12,7 <0,001

AINEcontínuos(%) 26,5 22,0 0,076

DMARDbiológicos(%) 10,5 12,4 0,292

Abatacept(%) 1,1 0,9 0,773

Adalimumabe(%) 1,3 2,1 0,346

Pegol(%) 0,0 0,0 NS

Etanercept(%) 0,0 3,2 <0,001

Golimumabe(%) 0,0 0,0 NS

Infliximabe(%) 5,1 3,4 0,112

Rituximabe(%) 2,9 1,9 0,186

Tocilizumabe(%) 0,0 0,8 0,075

EscalonamentodosDMARD (%)

46,9 47,2 0,960

EscalonamentodosDMARD noprimeiroanode seguimento(%)

51,6 49,5 0,400

CenárioA(%) 20,4 14,6 0,004

CenárioB(%) 8,0 5,2 0,023

AINE,anti-inflamatóriosnãoesteroides;Analgésicos,paracetamol, dipirona, tramadol,codeína; AR, artrite reumatoide; cenário A, DAS28moderado/alto,escalonamentodosDMARDeausênciade progressãoradiográfica;cenárioB,DAS28moderado/alto,sem esca-lonamento dos DMARD e presenc¸a de progressão radiográfica; DMARD,fármacoantirreumáticomodificadordadoenc¸a;FM, fibro-mialgia;NS,nãosignificativo.

a Usaram-seostestestdeStudent,UdeMann-Whitneyou

qui--quadradodePearsondeacordocomanaturezaedistribuic¸ão dosdados;alfa=0,050.

Emnegrito,valoresdepcomsignificânciaestatística.

de escalonamentodaDMARD emumacoortede pacientes comAR.Recentemente,Lage-Hansenetal.descreveramum aumento no uso de DMARD biológicos entre os pacientes com AR comFM emumestudo transversal.18 Noentanto,

emdecorrênciadeseudesenhotransversal,nãofoipossível estabelecer acausalidade. Nopresente estudo,o escalona-mento dosDMARDnãofoiafetado pelaFM,possivelmente emrazãodeosmédicosteremconhecimentodapresenc¸ada FM.Em2009,nossogrupodemonstrouoimpactoda FMno DAS28empacientesatendidosnamesmaclínica.6Portanto,

os reumatologistastinhamconhecimento dessa interferên-cia no início do estudo. Além disso, em comparac¸ão com outrosescoresdeatividadedadoenc¸a,oDAS28é particular-mente propensoàinterferênciada FM,emrazãodomaior pesodoscomponentessubjetivos(contagemdearticulac¸ões dolorosas eescalasanalógicasvisuais)emsuafórmula.14,19

PorconhecerascaracterísticasdoDAS28deantemão,os reu-matologistasforammaiscuidadososnoescalonamentodos DMARD em pacientes com ARe FM, enfatizaram medidas objetivas,como acontagem dearticulac¸õesinchadas, velo-cidadedehemossedimentac¸ãoeproteínaC-reativa,aotomar decisõesrelativasaotratamento.10,20Alémdisso,desde2010,

aultrassonografiatemsidofeitaparaquantificac¸ãoda sino-viteemnossocentro.Como demonstradoanteriormente,a sinoviteaoDopplerpoderepresentarmelhoronívelde ati-vidade daARdoqueosíndices clínicosempacientes com FMconcomitante.21,22Alémdisso,asestimativasexageradas

no DAS28eHAQinduzidaspela FMdiminuíramdurante o estudo,possivelmenteminimizandootratamentoexcessivo. Contudo,nenhumaconclusãodefinitivapodesertiradadessa observac¸ão.

(7)

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

T

a

xa de sobre

vida cum

u

lativ

a

T

a

xa de sobre

vida cum

u

lativ

a

0,0

,0 1,0 2,0

Sobrevida livre de agentes biológicos HR = 0,805 (0,359-1,805)

Sobrevida livre de progressão radiográfica HR = 0,780 (0,269-2,261) AR com FM

AR sem FM

AR com FM AR sem FM

Anos de seguimento Anos de seguimento

3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 ,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

Figura2–CurvasdeKaplan-MeierdepacientescomAR,comesemFM.

Sobrevidaemseteanoslivredeagentesbiológicosesobrevidaemseteanoslivredeprogressãoradiográfica.AR,artrite reumatoide;FM,fibromialgia.

Linhacontínua:pacientescomARcomFM;linhapontilhada:pacientescomARsemFM.ModelodeCoxderisco proporcionalcorrigidoporidade,sexo,índicedecomorbidadedeCharlsonedosedeprednisona;HR,taxaderisco (intervalodeconfianc¸ade95%);alfa=0,050.

atratamentosnãofarmacológicos(exercíciosepsicoterapia) entreospacientesdeFMparaverificaressahipótese.Em2008, Sokkaetal.relataramumataxaderemissãode19,6%emum cenáriodavidareal.23Emoutroestudocomtratamentoaté

alcanc¸aroobjetivonaARdedurac¸ãoprolongada,osescoresdo DAS28eHAQdiminuíramapóstrêsanos(p=0,004ep<0,001, respectivamente)easpontuac¸õesfinaisforamcomparáveisàs obtidasnopresenteestudo:DAS28=3,3±1,4eHAQ=1,1±0,4. Nessemesmoestudo,aremissãofoialcanc¸adapor35,3%dos pacientes inicialmente refratários aos DMARD sintéticos.24

Santos-Morenoetal.estudarampacientes comAR modera-damente a altamente ativos tratadossegundo a estratégia T2Tporseismeseseverificaramumadiminuic¸ãosignificativa tantonoDAS28quantonoHAQ(p<0,001).Seusvaloresfinais foram:DAS28=2,5(2,3,3,2),HAQ=0,1(0,1,0,3)etaxade remis-são=51%.25Nopresenteestudo,operíododeobservac¸ãomais

longo,asdeformidadesarticularesesinovitecrônica prolifera-tivavistasnadoenc¸adedurac¸ãoprolongadaeomenornívelde escolaridadepodemtercontribuídoparaoDAS28final ligeira-menteacimadoobjetivo.8,26ApesardamaiorquedanoDAS28

aolongodotempoentreospacientescomFM,apontuac¸ão finalfoimaiornessegrupo,masnãoataxadeprogressão radi-ográfica.Issosugerequeainterferênciadacondic¸ãodolorosa noescoredeatividadedaARfoiatenuada,maspersistiuao longodoestudo.

OspacientescomARcomFMusarammaisfrequentemente antidepressivostricíclicos,leflunomida,prednisonae analgé-sicoscontínuos,masmenosfrequentementemetotrexatodo queaquelessemFM.Aindicac¸ãoparaousode antidepres-sivostricíclicosnãofoiestudadaeoutrascondic¸ões,comoa neuropatiadiabética,podemterinfluenciadonessadiferenc¸a. Omaiorusodoagentede segundalinha preferido lefluno-mida(tabela3)podeindicarumainterferênciada condic¸ão dolorosanoescalonamentodosDMARD(descontinuac¸ãodo

metotrexato).Alémdisso,adosedeprednisonafoimaiorentre ospacientescomFM(tabela3).IssosugerequeaFM pode-riater impulsionadootratamentocomglicocorticoides.No estudofeitoporAndersonetal.,ospacientescom dor crô-nica generalizadaforam tratadoscomprednisona emuma maiorextensãodoqueaquelescomsíndromedolorosa regi-onalcrônica,masaumataxasemelhantedetratamentocom DMARD.9

Aprogressãoradiográficafoiamesmaentreosgrupose comparávelcomoutrosestudosemqueospacientesforam tratadossegundoaestratégiaT2T.27,28Possivelmentenãofoi

observadadiferenc¸anaslesõesarticularesnapresenc¸adeFM porqueoescalonamentodosDMARDfoisemelhanteaousado naquelessemFM.Alémdisso,ainterferênciadaFMnadecisão dotratamentopoderiatersidoatenuadapela ultrassonogra-fia.Deformaespeculativa,adecisãodeescalonamentodos DMARDpoderia,porfim,tersetornadomenostendenciosa pelapresenc¸adeFM.21,29,30

AscurvasdeKaplan-Meiercontemplamotempodecorrido atécertoeventoenãoforamobservadasdiferenc¸asentreos gruposquantoaotempolivredeagentesbiológicoselivrede progressãoradiográfica.Emoutraspalavras,aFMnãoparece anteciparousodeagentesbiológicosnemaprogressão radi-ográficaentrepacientescomAR.Essesresultadosaindanão foramdescritosemestudosequivalentes.

(8)

dedesfechoverdadeiras.Alémdisso,apontuac¸ãona ultras-sonografia pode ser usada em estudos futuros como um comparadoremcadacenário,umavezquefoivalidadacomo umamedidaobjetivadasinoviteecomopreditorda progres-sãoradiográfica.21,29

Aavaliac¸ãodasinovitebaseadanaultrassonografia pode-riaterinfluenciadonadecisãodeescalonamentodosDMARD econtribuídoparareduzirasupostainfluênciadaFMsobre otratamentodaAR.21 Umestudolongitudinalcom

pacien-tescomAReFMdivididosemdoisgruposdeacordocoma avaliac¸ãoultrassonográficapoderiaabordaressaquestãode maneiramaisadequada.Outra imperfeic¸ãofoiaexistência deváriosexaminadoresnaavaliac¸ãodoDAS28aolongodo estudo,umavezquefoidemonstradoqueaconfiabilidade clí-nicadapontuac¸ãoéaltamentedependentedoexaminador.31

Como o DAS28 de modo geral foi pontuado por um reu-matologista treinado e confirmado por um reumatologista especialista,osresultadosdopresenteestudosão semelhan-tesaosdeoutrosestudosdavidareal,demodoqueseacredita queavariac¸ãodosexaminadoresnãofoiumviésimportante paraosresultados.

Conclusão

Na atual coorte de pacientes com AR, a FM não teve um impactosignificativosobreoescalonamentogeraldosDMARD esobre asestimativasexcessivas deDAS28 eHAQ induzi-daspelaFMnofimdoestudo.Noentanto,ospacientescom ARcomFMusarammaisleflunomidaeprednisonaeo trata-mentoincorretodaARparecesermaisfrequenteempacientes comFM.Certamente,ospacientescomARcomFMse bene-ficiarão de uma estratégia personalizada com tratamento atéalcanc¸aroobjetivo,inclusivebiomarcadoresobjetivosde sinovite,comoaultrassonografia,paralelamenteaum apri-moramentopermanente notratamento daFM. Amedicina personalizadanaARéumcampodepesquisaprofícuoemais estudossobreoimpactodaFMnotratamentodaAR provavel-menteajudariamamelhoraroprocessodetomadadedecisão embenefíciodospacientesedasociedade.

Financiamento

FundodeIncentivoàPesquisaeEventos(Fipe)doHospitalde ClínicasdePortoAlegre(HCPA).

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

ÀestatísticaVâniaHirakata,MSc,eaoscolegasdaDivisãode ReumatologiadoHospitaldeClínicasdePortoAlegreAndrese Gasparin,MD,MSc,NicoleAndrade,MD,MSc,ePenélope Palo-minos,MD,MSc,porseuinestimávelapoioduranteoestudo.O financiadornãoesteveenvolvidonaconcepc¸ão,coleta,análise einterpretac¸ãodosdadosnemnaredac¸ãodoestudo.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1.ScottDL,WolfeF,HuizingaTW.Rheumatoidarthritis.Lancet. 2010;376:1094–108.

2.daMotaLM,CruzBA,BrenolCV,PereiraIA,

Rezende-FronzaLS,BertoloMB,etal.2012BrazilianSocietyof RheumatologyConsensusforthetreatmentofrheumatoid arthritis.RevBrasReumatol.2012;52:152–74.

3.SmolenJS,AletahaD,BijlsmaJW,BreedveldFC,BoumpasD, BurmesterG,etal.Treatingrheumatoidarthritistotarget: recommendationsofaninternationaltaskforce.Annalsof theRheumaticDiseases.2010;69:631–7.

4.SalaffiF,CarottiM,CiapettiA,GaspariniS,FilippucciE, GrassiW.Relationshipbetweentime-integrateddisease activityestimatedbyDAS28-CRPandradiographic progressionofanatomicaldamageinpatientswithearly rheumatoidarthritis.BMCMusculoskeletalDisorders. 2011;12:120.

5.VermeerM,KuperHH,MoensHJ,Drossaers-BakkerKW, vanderBijlAE,vanRielPL,etal.Sustainedbeneficialeffects ofaprotocolizedtreat-to-targetstrategyinveryearly rheumatoidarthritis:three-yearresultsoftheDutch RheumatoidArthritisMonitoringremissioninductioncohort. ArthritisCare&Research.2013;65:1219–26.

6.RanzolinA,BrenolJC,BredemeierM,GuarientiJ,RizzattiM, FeldmanD,etal.Associationofconcomitantfibromyalgia withworsediseaseactivityscorein28joints,health assessmentquestionnaire,andshortform36scoresin patientswithrheumatoidarthritis.Arthritisand Rheumatism.2009;61:794–800.

7.KapoorSR,HiderSL,BrownfieldA,MatteyDL,PackhamJC. Fibromyalgiainpatientswithrheumatoidarthritis:drivenby depressionorjointdamage?ClinicalandExperimental Rheumatology.2011;296Suppl69:S88–91.

8.PincusT,CastrejonI,BergmanMJ,YaziciY.Treat-to-target: notassimpleasitappears.ClinicalandExperimental Rheumatology.2012;304Suppl73:S10–20.

9.AnderssonML,SvenssonB,BergmanS.Chronicwidespread paininpatientswithrheumatoidarthritisandtherelation betweenpainanddiseaseactivitymeasuresoverthefirst 5years.TheJournalofRheumatology.2013;40:1977–85. 10.TonE,BakkerMF,VerstappenSM,TerBorgEJ,

vanAlbada-KuipersIA,SchenkY,etal.Lookbeyondthe diseaseactivityscoreof28joints(DAS28):tenderpoints influencetheDAS28inpatientswithrheumatoidarthritis. TheJournalofRheumatology.2012;39:22–7.

11.ArnettFC,EdworthySM,BlochDA,McShaneDJ,FriesJF, CooperNS,etal.TheAmericanRheumatismAssociation 1987revisedcriteriafortheclassificationofrheumatoid arthritis.ArthritisandRheumatism.1988;31:315–24. 12.WolfeF,SmytheHA,YunusMB,BennettRM,BombardierC,

GoldenbergDL,etal.TheAmericanCollegeofRheumatology 1990CriteriafortheClassificationofFibromyalgia.Reportof theMulticenterCriteriaCommittee.Arthritisand

Rheumatism.1990;33:160–72.

13.MaskaL,AndersonJ,MichaudK.Measuresoffunctionalstatus andqualityoflifeinrheumatoidarthritis:HealthAssessment QuestionnaireDisabilityIndex(HAQ),ModifiedHealth AssessmentQuestionnaire(MHAQ),MultidimensionalHealth AssessmentQuestionnaire(MDHAQ),HealthAssessment QuestionnaireII(HAQ-II),ImprovedHealthAssessment Ques-tionnaire(ImprovedHAQ),andRheumatoidArthritisQualityof Life(RAQoL).ArthritisCare&Research.2011;63Suppl11:S4–13. 14.AndersonJK,ZimmermanL,CaplanL,MichaudK.Measures

(9)

Counts(DAS28),SimplifiedDiseaseActivityIndex(SDAI), ClinicalDiseaseActivityIndex(CDAI),PatientActivityScore (PAS)andPatientActivityScore-II(PASII),RoutineAssessment ofPatientIndexData(RAPID),RheumatoidArthritisDisease ActivityIndex(RADAI)andRheumatoidArthritisDisease ActivityIndex-5(RADAI-5),ChronicArthritisSystemic Index(CASI),Patient-BasedDiseaseActivityScoreWithESR (PDAS1)andPatient-BasedDiseaseActivityScorewithoutESR (PDAS2),andMeanOverallIndexforRheumatoidArthritis (MOI-RA).ArthritisCare&Research.2011;63Suppl11:S14–36. 15.CharlsonME,PompeiP,AlesKL,MacKenzieCR.Anew

methodofclassifyingprognosticcomorbidityinlongitudinal studies:developmentandvalidation.JournalofChronic Diseases.1987;40:373–83.

16.BrenolCV,daChakrRM,AndradeNP,ToniM,LaurindoIM, BrenolJC,etal.Dailypracticefeasibilityandeffectivenessof treatinglong-standingrheumatoidarthritistotargetwith syntheticdisease-modifyingantirheumaticdrugs:a prospectivecohortstudy.ClinRheumatol.2015;34:1781–5. 17.HeymannRE,PaivaEdosS,HelfensteinMJr,PollakDF,

MartinezJE,ProvenzaJR,etal.Brazilianconsensusonthe treatmentoffibromyalgia.RevBrasReumatol.2010;50:56–66. 18.Lage-HansenPR,ChrysidisS,Lage-HansenM,HougaardA,

EjstrupL,AmrisK.Concomitantfibromyalgiainrheumatoid arthritisisassociatedwiththemorefrequentuseof biologicaltherapy:across-sectionalstudy.ScandJ Rheumatol.2015:1–4[Epubaheadofprint].

19.CouryF,RossatA,TebibA,LetroublonMC,GagnardA, FantinoB,etal.Rheumatoidarthritisandfibromyalgia:a frequentunrelatedassociationcomplicatingdisease management.TheJournalofRheumatology.2009;36:58–62. 20.HobbsKF,CohenMD.Rheumatoidarthritisdisease

measurement:anewoldidea.Rheumatology(United Kingdom).2012;51Suppl.6:vi21–7.

21.ChakrR,BrenolJC,BeharM,Mendonc¸aJA,KohemC, MonticieloO,etal.Isultrasoundabettertargetthanclinical diseaseactivityscoresinrheumatoidarthritiswith fibromyalgia?Acase-controlstudy.PLoSOne. 2015;10:e0118620.

22.DaleJ,PurvesD,McConnachieA,PorterD,McInnesIB. Tighteningup:Musculoskeletalultrasoundcouldfurther individualisetreatmentdecisionsinearlyrheumatoid arthritispatientstreatedbyastep-upDMARDescalation regimen.ArthritisandRheumatism.2012;64:S1129. 23.SokkaT,HetlandML,MakinenH,KautiainenH,

Horslev-PetersenK,LuukkainenRK,etal.Remissionand

rheumatoidarthritis:dataonpatientsreceivingusualcarein twenty-fourcountries.ArthritisandRheumatism.

2008;58:2642–51.

24.MohammedRH,KewanHH,BukhariM.Assessmentofthe treat-to-targetstrategyinpatientswithrefractoryrheumatoid arthritis.AprospectivestudyonefficacyandsafetyinaSaudi population.ZeitschriftfurRheumatologie.2014;73:746–53. 25.Santos-MorenoPI,delaHoz-ValleJ,VillarrealL,PalominoA,

SanchezG,CastroC.Treatmentofrheumatoidarthritiswith methotrexatealoneandincombinationwithother

conventionalDMARDsusingtheT2Tstrategy.Acohortstudy. ClinicalRheumatology.2015;34:215–20.

26.SokkaT,KautiainenH,PincusT,TolozaS,daRochaCastelar PinheiroG,LazovskisJ,etal.Disparitiesinrheumatoid arthritisdiseaseactivityaccordingtogrossdomesticproduct in25countriesintheQUEST-RAdatabase.Annalsofthe RheumaticDiseases.2009;68:1666–72.

27.SugiharaT,IshizakiT,HosoyaT,IgaS,YokoyamaW,HiranoF, etal.Structuralandfunctionaloutcomesofatherapeutic strategytargetinglowdiseaseactivityinpatientswith elderly-onsetrheumatoidarthritis:aprospectivecohort study(CRANE).Rheumatology(Oxford).2015;54:798–807. 28.VermeerM,KuperHH,HoekstraM,HaagsmaCJ,

PosthumusMD,BrusHL,etal.Implementationofa treat-to-targetstrategyinveryearlyrheumatoidarthritis: resultsoftheDutchRheumatoidArthritisMonitoring remissioninductioncohortstudy.ArthritisandRheumatism. 2011;63:2865–72.

29.FoltzV,GandjbakhchF,EtchepareF,RosenbergC,TanguyML, RozenbergS,etal.PowerDopplerultrasound,butnot low-fieldmagneticresonanceimaging,predictsrelapseand radiographicdiseaseprogressioninrheumatoidarthritis patientswithlowlevelsofdiseaseactivity.Arthritisand Rheumatism.2012;64:67–76.

30.Funck-BrentanoT,GandjbakhchF,EtchepareF, Jousse-JoulinS,MiquelA,CytevalC,etal.Predictionof radiographicdamageinearlyarthritisbysonographic erosionsandpowerDopplersignal:alongitudinal observationalstudy.ArthritisCare&Research. 2013;65:896–902.

Imagem

Tabela 1 – Características iniciais dos pacientes
Figura 1 – Curvas do DAS28 e HAQ de pacientes com AR com e sem FM.
Tabela 2 – Características relacionadas com o tratamento dos pacientes por grupo ao longo do estudo AR com FM (n = 32) AR sem FM(n=224) p a
Figura 2 – Curvas de Kaplan-Meier de pacientes com AR, com e sem FM.

Referências

Documentos relacionados

In conclusion, LTBI screening and short course INH primary prophylaxis before anti-TNF treatment in JIA patients of a high TB risk country appear to be effective in preventing TB

Também será útil avaliar as respostas e a mortalidade dos pacientes submetidos à troca plasmática por vasculite associada ao ANCA na presenc¸a de hemorragia alveolar e GNRP..

In studies of severe alveolar hemorrhage associated with Goodpasture’s syndrome and other conditions that affect the pulmonary capillaries, TPE has been found to be a useful

Measures of rheumatoid arthritis disease activity: Patient (PtGA) and Provider (PrGA) Global Assessment of Disease Activity, Disease Activity Score (DAS) and Disease Activity Score

Entre os fatores de risco tradicionais, os pacientes com his- tórico de hipertensão arterial sistêmico ou dislipidemia não tiveram maior chance de IAM porque após análise ajustada

Among the traditional risk factors, Diabetes Mellitus, and among the fac- tors related to rheumatoid arthritis, disease duration, were the variables associated with comorbidity.. ©

Na avaliac¸ão do parênquima pulmonar, no entanto, a RM tem sua aplicac¸ão ainda restrita, devido a diversos fatores, como a menor resoluc¸ão espacial e tempo mais prolongado

Considering it is a radiation-free examination and capable of accurately identifying areas of lung tissue inflammatory involvement, lung MRI showed to be a useful examination,