• Nenhum resultado encontrado

Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número6

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número6"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

ww w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

original

Uso

de

pamidronato

para

o

tratamento

da

osteoporose

no

sistema

público

de

saúde

no

Brasil

Leila

Bianchet

Zanatta

a

,

Cristina

Marcatto

a

,

Cassio

Slompo

Ramos

a

,

Nadila

Ma ˜nas

a

,

Carolina

Moreira

a,b

e

Victoria

Borba

a,b,∗

aUniversidadeFederaldoParaná,HospitaldeClínicas,Servic¸odeEndocrinologiaeMetabologia,Curitiba,PR,Brasil

bUniversidadeFederaldoParaná,DepartamentodeMedicinaInterna,DivisãodeEndocrinologia,Curitiba,PR,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem26deagostode2015 Aceitoem1demaiode2016 On-lineem7dejulhode2016

Palavras-chave: Pamidronato

Densidademineralóssea Osteoporose

r

e

s

u

m

o

Justificativa:Ousodebisfosfonatosparaa osteoporose éeficaznareduc¸ão dorisco de fraturas.Noentanto,asformulac¸õesoraisàsvezesnãosãobemtoleradasousão con-traindicadas.Emrazãodasuadisponibilidadenosistemapúblicodesaúdebrasileiro,o pamidronatoéfrequentementeprescritoparaaosteoporose,apesardafaltadeestudosque demonstremasuaeficáciaantifraturaedaausênciadeaprovac¸ãodaFoodandDrug Admi-nistration(FDA)oudaEuropeanMedicineAgency(Emea)paraessafinalidade.Oobjetivodeste estudofoiavaliararespostadadensidademineralóssea(DMO)aopamidronatoemum grupodemulherescomosteoporoseemumhospitalterciário.

Pacientesemétodos:Revisaram-seosprontuáriosmédicosdemulherescomosteoporoseque receberampamidronatoporatédoisanosdetratamento.Aspacientesforamestratificadas emriscoaltoouintermediáriodefratura.

Resultados:Estavamemtratamentocompamidronato70mulheres.Entreelas,74%tinham altoriscodefratura.Observou-seumganhosignificativonaDMOdacolunavertebralapós 24mesesdetratamento(p=0,012).Nãohouvediferenc¸aentreosgruposderiscodefratura altoenãoalto.Nofêmur,nãofoiencontradoaumentosignificativonamassaóssea;contudo, observou-seumafortecorrelac¸ãonegativacomaltosníveisdePTH(r=−0,61;p=0,003).Na

análisemultivariada,oIMCaos12mesestinhaimpactonarespostaaotratamento. Conclusão:Opamidronatointravenosoemumgrupodemulheresnapós-menopausa pre-dominantementecomaltoriscodefraturapromoveuumganhoisoladonaDMOdacoluna vertebral,emborasejamnecessáriosensaiosclínicosrandomizadosparaconfirmar sua eficáciaantifratura.

©2016ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCC BY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:vzcborba@gmail.com(V.Borba).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2016.05.005

(2)

Use

of

pamidronate

for

osteoporosis

treatment

in

public

health

care

in

Brazil

Keywords: Pamidronate Bonemineraldensity Osteoporosis

a

b

s

t

r

a

c

t

Purpose: Theuseofbisphosphonatesforosteoporosisiseffectiveinreducingtheriskof fractures.However,oralformulationsaresometimesnotwelltoleratedorare contraindi-cated.DuetoitsavailabilityinBrazilianpublichealthsystem,pamidronateisfrequently prescribedforosteoporosis,despitethelackofstudiesdemonstratingitsanti-fracture effi-cacyandtheabsenceofFDAorEMEAapprovalforthispurpose.Theaimofthisstudywas toevaluatethebonemineraldensity(BMD)responsetopamidronateinagroupofwomen withosteoporosisinatertiarycarehospital.

Patientsandmethods: Themedicalrecordsofwomenwithosteoporosiswhoreceived pami-dronateforuptotwoyearsoftreatmentwerereviewed.Patientswerestratifiedathighor intermediateriskoffracture.

Results: Atotalof70womenwereintreatmentwithpamidronate.Amongthem,74%were athighriskoffracture.AsignificantgaininspineBMDafter24monthsoftreatmentwas observed(p=0.012).Therewasnodifferencebetweenthegroupsofhighandnothighriskof fracture.Atthefemur,nosignificantincreaseinBMDwaspresent,though,astrongnegative correlationwithhighPTHlevels(r=−0.61;p=0,003)wasseen.Inthemultivariateanalysis

BMIat12monthshadimpactintheresponsetothetreatment.

Conclusion: Theintravenouspamidronateinagroupofpostmenopausalwomenwith pre-dominanthighriskoffracturepromotedanisolatedgaininthespineBMD,eventhough, clinicalrandomizedtrialsareneededtoconfirmitsanti-fractureefficacy.

©2016ElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-ND license(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Osbisfosfonatosrepresentamosprincipaisfármacosno arse-nal terapêutico contra a osteoporose. Eles são poderosos agentesantirreabsortivos,depositam-senoossomineralesua diversidadeemac¸ãoeeficáciaantifraturapodeserjustificada clinicamenteadependerdaforc¸adeligac¸ãoeseparac¸ãodo tecidoósseo.1 Entreosquatrobisfosfonatosaprovadospara otratamentoda osteoporosecombaseemensaios clínicos randomizadosduplo-cegos,ozoledronatotemamaior afini-dadecomoosso,seguido,respectivamente,peloalendronato, ibandronatoerisedronato.2

Opamidronatoéumbisfosfonato nitrogenadocomuma potênciaintermediáriaeminibirareabsorc¸ãoósseaefoi inici-almenteindicadoparaprevenirocrescimentodemetástases ósseasemdiferentes tiposdetumores.1,3 Demonstrou-sea eficáciadopamidronatonotratamentodemetástasesósseas líticas;paracontrolarahipercalcemiadamalignidadeno mie-loma múltiplo;na prevenc¸ão da osteoporose induzida por glicocorticoidesousecundáriaàquimioterapiaoufármacos imunossupressoresdepoisdetransplantesdeórgãosólidoe célulastronco.4–13

Opamidronatotemsidoextensivamenteusadodesde1991 efoipadronizadopeloservic¸odesaúdepúblicaparao trata-mentodaosteoporose.Elecomec¸ouaseramplamenteusado emrazãodasuadisponibilidadenosistemapúblicodesaúde edafaltadeoutrosfármacosantirreabsorc¸ãoparenterais for-malmente aprovadospara o tratamentoda osteoporose na época.Éimportantenotarqueesseéoúnicomedicamento nãooralparaotratamentodaosteoporosedisponívelnonosso

sistemapúblicodesaúde.Noentanto,opamidronatonunca foiaprovadoparaotratamentodeosteoporosee,apesarde seuusofrequentenapráticadiáriapormuitospacientescom intolerânciaaosbifosfonatosorais,estudosprospectivosnão apresentamevidênciasqueapoiemaeficáciaantifraturado pamidronato.

Objetivos

Primário

Avaliararespostaterapêutica aopamidronatonoganhode densidade mineral ósseada colunavertebral efêmurtotal emumgrupodemulherespós-menopáusicascom osteopo-rose,seguidoporumperíododetratamentoambulatorialda osteoporosedeaté36meses.

Secundário

Avaliarainfluênciadeaspectosclínicos,comoaidade,orisco de fratura eadose de pamidronato administradaporano, sobrearespostaaotratamento.

Material

e

métodos

Desenhodoestudo

(3)

MetabolismoÓsseoiniciouasuaaplicac¸ãoempacientescom osteoporose.

Fez-seumestudoretrospectivocompacientesem trata-mentoparaaosteoporosecompamidronatointravenoso.O estudofoi aprovado pelo Comitê de Ética emPesquisa em SeresHumanosdoHospitaldeClínicasdaUniversidade Fede-raldoParaná.

Pacientes

Todosospacientestratadoscompamidronatodeoutubrode 2006aoutubrode2010foraminicialmenteincluídos.Agrande maioria dos pacientes tinha sido diagnosticada com oste-oporose pós-menopausa, seguidapor osteoporoseinduzida porglicocorticoides.Tambémforamincluídospacientescom osteoporosesecundáriaemdecorrênciadesíndromesdemá absorc¸ão,cirurgia gastrointestinal,imobilizac¸ãoprolongada eintolerânciaabifosfonatos orais.Oscritérios deexclusão foram osexo masculino epacientes com qualquerdoenc¸a quepudesseinterferirnometabolismoósseo,decálciooude vitaminaD,bemcomoaquelescomdoenc¸asmalignas.

NoBrasil,háumalgoritmodisponívelparaclassificaros pacientescomosteoporosepelagravidadedosfatoresderisco defratura.Ospacientesforamclassificadoscomotendorisco altoeintermediáriodefratura combaseemdadosclínicos conhecidosatéomomento,valordoescoreTdeDMO, ante-cedentespessoaisoufamiliaresdefratura porfragilidadee fatoresderiscoparaosteoporose,comomenopausaou falên-ciaovariana prematura, tabagismo,artritereumatoide, uso crônicodeglicocorticoidesoufármacosimunossupressores, baixopeso,síndromesdemáabsorc¸ão,imobilizac¸ão prolon-gadaeantecedentesfamiliaresdeosteoporose.14

Considerando-se que o algoritmo Frax não é recomen-dadoparapacientespreviamentetratados,15 levaram-seem considerac¸ão fatoresde riscotradicionais para caracterizar ospacientes.Ospacientesdealtoriscoforamosquetinham: mais de 75 anos; antecedentes pessoais ou familiares de fraturadacolunavertebraloufemoral;maisde65anoscom trêsoumaisfatoresderiscoparaosteoporoseouumescore T<−3,0DP.

Nogrupoderiscointermediárioforamincluídosos pacien-tescommenosde75anoscomdoisfatoresderiscoenenhuma fraturamaiorosteoporótica,oucomumescoreT<−3,0DPe

menosdedoisfatoresderisco;eospacientescommenosde65 anossemfatoresderiscocomintolerânciaoralaos bisfosfo-natos(desdequeoescoreTfosse>−3DP)oucomosteopenia

eumfatorderisco.

Protocolo

Por se tratar de um estudo retrospectivo, os autores não interferiramnadecisãodeusaramedicac¸ãoenãoeram res-ponsáveispelocuidadodospacientes.Ospacientesreceberam pamidronatoeminfusãointravenosaemumadosetotalde 90mgdiluídaem500mLdesoluc¸ãosalinaousoluc¸ãode dex-trosea5%,durantequatrohoras,deseisemseismeses,de acordocomoprotocoloderotinadaUnidadedeMetabolismo Ósseo.TodosospacientestinhamníveissuficientesdeD3no momentodaprimeirainfusãoereceberamsuplementac¸ãode

vitamina Decálcio seasuaingestãoestivesse abaixodas necessidadesdiárias.

Avaliac¸ãodaDMO

ADMOdacolunalombar(L1-L4)efêmurtotalfoimedidaem 0,12,24e36mesesdetratamentoporDXA,GELunarProdigy AdvancePA+302284(GEMedicalSystems,Madison,WI),com umcoeficientedevariabilidadede0,010g/cm2paraacoluna lombare0,012g/cm2 paraofêmurproximal,epeloHologic QDR–1000W(Hologic,Inc.,Waltham,MA),comumcoeficiente devariac¸ãode0,046g/cm2paraacolunalombare0,052g/cm2 paraofêmurproximal.Fez-seaavaliac¸ãodecada paciente considerandoapenasosresultadosdomesmoequipamento.

Avaliac¸ãodeprontuáriosmédicos

Revisaram-se os prontuários médicos em busca de

informac¸ões sobre o gênero; antecedentes pessoais ou familiaresdefraturaporfragilidadeprévia;efatoresderisco para a osteoporose, como menopausa ou falência ovari-ana prematura, tabagismo, artrite reumatoide, uso crônico de glicocorticoides ou fármacos imunossupressores, baixo peso, síndromes de má absorc¸ão ou imobilizac¸ão prolon-gada. Avaliaram-se os níveisde creatinina(método Picrato Alcalino, valor de referência 0,57 a 1,11mg/dL), hormônio paratireóideo-PTH(métododequimioluminescência,valor dereferência 12a68pg/mL)ecálcio(métododeArsenazzo III, valorde referência8,5a10,5mg/dL), todosessescom o Architectci8200®,Abbott;avaliaram-seosníveisde25(OH) vitamina D3 (método de quimioluminescência – Liaison®, DiaSorin, valorde referência 30 a 100ng/mL) no momento da primeira infusãoenasconsultas subsequentes,quando disponível.

Analiseestatística

Fez-se a análise descritivae os resultados foram descritos como média, mediana,valoresmínimo emáximoedesvio padrão.OtestetdeStudentfoiusadoparaavaliaroganhode massaósseaentredoismomentosespecíficosparaamostras pareadas.Paracomparardoisgruposdiferentes(altoe inter-mediário)entredoismomentosespecíficosnotempo,usou-se otestetdeStudentparaamostrasindependentes.

Paraquantificaraassociac¸ãoentreduasvariáveis–ganho de DMO entre dois momentos específicos e as condic¸ões determinantes dessa variac¸ão, estimou-se o coeficiente de correlac¸ãodePearsoneinvestigaram-seasseguintes variá-veis:dosetotaldepamidronatoporano,idade,IMCePTH.O testeexatodeFisheravaliouaassociac¸ãoentreduasvariáveis qualitativasdicotômicas.

(4)

valoresdep<0,05foramconsideradosestatisticamente signi-ficativos.OsdadosforamanalisadoscomosoftwareStatistica v.8.0.

Resultados

Dos 127 pacientes iniciais, 39 foram excluídos, 14 do sexo masculino e 25 do feminino, com o seguinte diagnóstico: hiperparatiroidismoprimário,hipertireoidismo,osteomalácia induzidaportumor,raquitismohipofosfatêmico,osteogênese imperfeita,displasiafibrosaósseaeneoplasias.Quatro paci-entesmorreramdeoutrascausasduranteotratamentoedois tiveram intolerânciaao pamidronato;os dados dessesseis pacientesnãoforamincluídosnaanálise.Onúmerototalde pacientesquenãoapresentaramcritériosdeexclusãoeque completaramoestudofoi de74.Dessetotal,49 foram sub-metidosàavaliac¸ãodaDMOnoprimeiroanodetratamento, 21nosegundoeapenas18noterceiro.Foramanalisadosos dadosde70pacientes submetidosàavaliac¸ãodaDMOnos doisprimeirosanosdetratamento.

Duranteotratamento,observou-seumaperdasignificativa no seguimento dos pacientes, bem como um maior inter-valo entreasdoses da medicac¸ão. Adose médiadiminuiu de213mgporanonosprimeiros12 mesespara167mgpor anoduranteospróximos24mesese150mgporanoapósos 36mesesdeseguimento.

Dadoslaboratoriais,demográficoseclínicos

Avaliaram-se 70mulheres commédia de68 anos, a maior partedas quais(93%)era branca;49 (70%)tinham umalto

Tabela1–Característicasdemográficaseclínicas

dospacientes

Quantidadetotal 70

Médiadeidade(anos) 68,9(50-89)

MédiadeIMC(kg/m2) 25,9(15-42)

Etnia

Branca 65(92,85%)

Negra 1(1,40%)

Mulata 4(5,75%)

Risco

Alto 49(70%)

Nãoalto 21(30%)

Fratura

Vertebral 13(18,57%)

Femoral 12(17,14%)

Nãovertebral 21(30%)

MédiadePTH 50,78(18-102)

Médiadecálcio(mg/dL) 9,42(8,4-10,4)

MédiadeTFG 77,82(35,1-168,8)

Médiade25OHD 33,88(12,8-76,8)

Cálcio (valor de referência 8,5 a 10,5); IMC, índice de massa corporal;PTH, hormônioparatireóideopg/mL(valorde referên-cia12a68);TFG, Taxade filtrac¸ãoglomerularmg/dL(equac¸ão MDRD);25OHD, 25 (OH)vitamina D3 (valor de referência 30a 100ng/mL);

risco de fratura. Amédia doIMC foi de 25,9kg/m2, o PTH

séricomédiofoide 50,78(18a102)pg/mLeocálciosérico

foide9,4(8,4a10,4)mg/dL,dentrodointervalonormal.Entre

ogrupocomaltoriscodefratura,40(80%)tiveramaomenos

umafratura,enquantonogrupoderiscointermediário

ape-nasseis(30%)tinhamhistóriadefratura.Houveduasfraturas

defêmurduranteotratamento,consideradascomofalha

tera-pêutica,eopamidronatofoisubstituídoporteriparatidaem

12 e 24 meses,respectivamente. Ascaracterísticasclínicas

estãoresumidasnatabela1.Afunc¸ãorenal,avaliadapelataxa

defiltrac¸ãoglomerular(equac¸ãoMDRD)entreosperíodosde aplicac¸ãodopamidronato,estavanormal.Emdecorrênciade razõeslogísticas,afunc¸ãorenalnãofoirotineiramente avali-adaimediatamenteapósainfusãodepamidronato,masantes dainfusãoseguinte.

Avaliac¸ãodoefeitodotratamentosobreoincremento

naDMO

AanálisedaDMOdacolunavertebralem0,12e24meses, pelotestetdeStudent,mostrouumganhosignificativo:uma médiade0,024g/cm2(p=0,012)após24mesesdetratamento eumatendência(p=0,051)nosprimeiros12meses.Nãofoi observadaalterac¸ãoestatisticamentesignificativana densi-dademineralósseadofêmurnos diferentesmomentos no tempo(fig.1).

Influênciadeidade,PTH,riscodefraturaedoseanual

depamidronatonaalterac¸ãonaDMO

Na coluna vertebral, a análise de associac¸ão linear não demonstrou qualquer correlac¸ão entre o ganho de DMO e a idade, PTH, uso prévio de bisfosfonatos e os subgrupos de riscodefraturaemqualquermomento deavaliac¸ão;no entanto, oIMC apresentouassociac¸ãopositiva fracacom o ganhodeDMOaos12meses(p=0,046er=0,29).

OganhodeDMOnofêmurmostrouumaassociac¸ão nega-tivacomosvaloresdePTHaos24meses(p=0,003er=−0,61)

(fig.2)ecomoIMCaos36meses(p=0,002er=−0,78).

–0,01

12m

Coluna vertebral Fêmur p: 0,012

p = 0,051

24m –0,01

0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03

(5)

0,1500

0 20 40 60

PTH

DMO (Média g/cm2) e PTH (pg/mL)

DMO f

êm

ur

r = –0,61 p = 0,003

80 100 120

0,1000

0,0500

0,0000

–0,0500

–0,1000

Figura2–Correlac¸ãoentreaalterac¸ãonosníveisdePTHe DMOfemoralapós24mesesdetratamentopelocoeficiente decorrelac¸ãodePearson.

AanálisemultivariadadoganhodeDMOnacoluna verte-bralenofêmuremcadamomentonotempo,comovariável dependente, e idade, PTH, risco de fratura e dose anual de pamidronato (considerando-se a reduc¸ão da dose por anodeacordocomotempodetratamento)comovariáveis independentesrevelouquenãohaviaevidênciadeassociac¸ão entreasvariáveisexplanatóriaseoganhodeDMOnacoluna vertebraloufêmurnosprimeiros12mesesdetratamento.No entanto,aos24meses,houveumaassociac¸ãonegativaentre o ganho na DMO femoral e três variáveis: idade, dose de pamidronatoePTH(p=0,002).AocontrolartantoparaPTH quantoparadosedepamidronatoouporidadeePTH,nãofoi encontradasignificânciaestatística(p=0,220ep=0,788, res-pectivamente).Noentanto,controlandoporidadeedosede pamidronato,observou-seumacorrelac¸ãonegativaentreos níveisdePTHealterac¸õesnaDMOfemoral(p=0,005).Assim, estima-se que para cada aumento de 1pg/mL nos níveis dePTHhouveumadiminuic¸ãode0,0015g/cm2 naDMOdo fêmur;33,1%noganhodeDMOfemoralaos24mesesforam explicadospelaidade,PTHedosedepamidronato(fig.3).

Aanálisemultivariadadarespostapositivaaotratamento (definidacomooganhoouestabilidadedaDMOnotempo), controladapor idade, PTH, riscode fratura,IMC edose de pamidronato,demonstrouumaassociac¸ãodoIMCcomuma resposta positiva no fêmur (p=0,043). Estima-se que para cada aumentode umaunidade no IMC (kg/m2)o paciente tinha uma probabilidade 1,25 vez maior de responder ao tratamento(OR:1,25[1,0-1,55])(tabela2).NaDMOdacoluna vertebral,controlandopelasmesmasvariáveis,foiobservada apenas uma tendência de associac¸ão entre uma resposta positiva aotratamento eumamaiordose administradade pamidronatoporano(p=0,052).

Discussão

Este estudo retrospectivo que avaliou a resposta da DMO ao pamidronato intravenoso de umgrupo de mulheres na

pós-menopausamostrou umaumento naDMO apenasem

colunavertebralem24mesesdetratamento,aocontráriode

0,12

0,10

0,08

0,04

0,00

–0,02

–0,04

–0,06

–0,08

–0,10

20 30 40 50 60

PTH

p = 0,005

DMO (Média g/cm2) e PTH (pg/mL)

Alter

ação na DMO f

emor

al

70 80 90 100 110

0,02 0,06

Figura3–NíveisdePTHealterac¸ãonaDMOfemoralapós 24mesesdetratamentodeacordocomaregressãolinear múltipla(controladaporidadeedosedepamidronato).

Tabela2–Análisemultivariadadarespostafemoral

aotratamentocontroladapelasprincipaisvariáveis

em12meses

Variável P OR IC95%

Idade 0,360 1,05 0,94-1,17

PTH 0,625 1,01 0,97-1,05

Estratificac¸ãoderisco 0,065 0,15 0,02-1,20

IMC(kg/m2) 0,043 1,25 1,00-1,55

Dosedepamidronato(mg/12meses) 0,279 1,01 0,99-1,02

Quantoàdosedepamidronato,foiconsideradaareduc¸ãonadose poranodeacordocomotempodetratamento.

IC,intervalodeconfianc¸a;IMC,índicedemassacorporal;resposta aotratamento,ganho/estabilidadenaDMOversusperdadeDMO.

outrosestudos quemostraram umarespostapositiva após

12mesesdetratamento.16–19Alémdisso,nãohouvequalquer

alterac¸ãonaDMOfemoral,explicadapelaheterogeneidadeda etiologia da osteoporose nessegrupo, seguimento decurta durac¸ão (24 meses) emenorvelocidade de ganhode DMO nesselocal,oquenãopoderiaserconsideradoumafalhano tratamento.20–22Contudo,éprecisoressaltarquequandose estratificaramasmulheresdeacordocomdoissubgruposde respostaaotratamento(respondedorasversusnão responde-doras),oprincipaldeterminanteparaoganhodeDMOfemoral foioIMC.

Apesardafaltadeestudosquedemonstremaeficáciado pamidronatonareduc¸ãodoriscodefraturasvertebraisounão vertebrais,essamedicac¸ãotemsidomuitousadaparao tra-tamentodedoenc¸asqueenvolvemaumentonometabolismo ósseo.5–13

(6)

podeserexcluída.Essarealidadereflete amaior partedos pacientestratadosnapresenteinstituic¸ão, combaixo nível socioeconômico,baixacapacidadedeentenderotratamentoe baixaadesãoàsconsultasmédicas.Outraspossibilidadessão abaixaadesãoaousodevitaminaD,nãodisponível gratuita-mentenosistemapúblicodesaúde,ouousodeformulac¸ões farmacêuticassemqualidadeconfiável.

Conformemostradonesteestudo,pormodelosestatísticos deanáliseunivariadaemultivariada,osníveisdePTH estive-ramcorrelacionadoscomummenorganhodeDMOfemoral, ricoemossocortical,umaobservac¸ãojávistano hiperparati-roidismoprimárioousecundário.23–26

O tempode tratamento esperado para máxima eficácia antifraturaeganhodeDMOestábemestabelecidoparao alen-dronato,maspoucosesabesobreopamidronato.20–22Neste estudo,observou-seumbenefícionaDMOdacolunavertebral após24meses.Infelizmente,esteestudonãopossibilitauma análisedareduc¸ãodoriscodefratura.

Observou-segrandedificuldadenamanutenc¸ãodoregime terapêuticoproposto,demonstradopelatendênciadereduzir adoseanualdepamidronato,mesmoqueusadoumesquema opcionaldetratamento(90mgdepamidronatodeseisemseis meses).Esseusoirregulardepamidronato(tempoedosagem) podeinterferirnos resultadosobservados. Essa circunstân-ciadeveserlevadaemconsiderac¸ãoaosetratarempacientes dosistemapúblicode saúde.Aeficáciadosmedicamentos demonstradaporestudosemcondic¸õesideaisnãosetraduz navidarealdospacientesanalisadospelopresenteestudo.Em longoprazo,adificuldadeemmanterotratamento,bemcomo aadesãonecessáriaaotratamento,podeafetarosresultados desseregimeterapêutico.

Observaram-sediversaslimitac¸ões, umavezquese tra-tavadecondic¸õesdevidareal,nãodeumestudotransversal ou de um ensaio clínico randomizado controlado duplo--cego.Ogrupoquerecebeupamidronatonãofoihomogêneo, tinhaumaltoriscode fratura,infusõesnãofeitase, possi-velmente,tinha umadeficiência concomitantede vitamina D.Noentanto,aimportânciadesteestudonãofoiperdida, por-queelerefletearealidadeobservadaempacientescompior condic¸ãosocioeconômicaebaixaadesãoaconsultas médi-cas. Em vez disso, expõe uma visão críticaque sob essas condic¸õesdetratamento (ouopaciente ouainfraestrutura disponível)nãoserápossívelobterumresultadofavorável,tal comoapresentadoemoutrosestudos.16–19Alémdisso,como opamidronatoaindanãoéummedicamentoaprovadoparao tratamentodaosteoporosecombaixaadesãoaotratamento, nossosistemadesaúdedeveriareverasuapadronizac¸ãopara essafinalidade.

Conclusão

O presenteestudo demonstrouque o uso dopamidronato intravenoso aumentoua DMO da colunavertebral após 24 mesesdetratamento.Nãofoiobservadaalterac¸ãona densi-dademineralósseafemoral.Essapopulac¸ãorefleteamaior partedospacientestratadosemnossoservic¸oetalvez em outroshospitaisterciáriosemnossopaís.Opamidronatonão éummedicamentoaprovadoparaotratamentoda osteopo-rose;noentanto,éaúnicaopc¸ãonãooraldisponívelemnosso

sistemapúblicodesaúdeparapacientesquetêmosteoporose econtraindicac¸õesparaousodebifosfonatosorais.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1.RusselRGG,WattsNB,EbetinoFH,RogersMJ.Mechanismsof actionofbisphosphonates:similaritiesanddifferencesand theirpotentialinfluenceonclinicalefficacy.OsteoporosInt. 2008;19:733–59.

2.WattsNB,DiabDL.Long-termuseofbisphosphonatesin osteoporosis.JClinEndocrinolMetab.2010;95(4):1555–65.

3.RogersMJ,FrithJC,LuckmanSP,CoxonFP,BenfordHL, MonkkoneyJ,etal.Molecularmechanismsofactionof bisphosphonates.Bone.1999;24:73S–9S.

4.BoutsenY,JamartJ,EsselinckxW,DevogelaerJP.Primary preventionofglucocorticoid-inducedosteoporosiswith intravenouspamidronateandcalcium:aprospective controlled1-yearstudycomparingasingleinfusion,an infusiongivenonceevery3months,andcalciumalone. JBoneMinerRes.2001;16:104–12.

5.FuleihanGE,SalamounM,MouradYA,ChehalA,SalemZ, MahfoudZ,etal.Pamidronateinthepreventionof

chemotherapy-inducedbonelossinpremenopausalwomen withbreastcancer:arandomizedcontrolledtrial.JClin EndocrinolMetab.2005;90:3209–14.

6.ShaneE,RodinoMA,McMahonDJ,AdessoV,StaronRB, SeibelMJ,etal.Preventionofbonelossafterheart

transplantationwithantiresorptivetherapy:apilotstudy.J HeartLungTransplant.1998;17:1089–96.

7.ReevesHL,FrancisRM,ManasDM,HudsonM,DayCP. Intravenousbisphosphonatepreventsosteoporoticvertebral collapseinpatientsafterlivertransplantation.Liver TransplantSurg.1998;4:404–9.

8.CocoM,GlicklichD,FaugereMC,BurrisL,BognarI,DurkinP, etal.Preventionofbonelossinrenaltransplantrecipients:a prospective,randomizedtrialofintravenouspamidronate. JAmSocNephrol.2003;14:2669–76.

9.BuchsN,HelgC,CollaoC,ChapuisB,SlosmanD,BonjourJP, etal.Allogeneicbonemarrowtransplantationisassociated withapreferentialfemoralneckboneloss.OsteoporosInt. 2001;12:880–6.

10.KananenK,VolinL,LaitinenK,AlfthanH,RuutuT, VälimäkiMJ.Preventionofbonelossafterallogeneicstem celltransplantationbycalcium,vitaminD,andsexhormone replacementwithorwithoutpamidronate.JClinEndocrinol Metab.2005;90:3877–85.

11.GriggAP,ShuttleworthP,ReynoldsJ,SchwarerAP,SzerJ, BradstockK,etal.Pamidronatereducesbonelossafter allogeneicstemcelltransplantation.JClinEndocrinolMetab. 2006;91(10):3835–43.

12.KimS,ChoBS.Pamidronatetherapyforpreventing steroid-inducedosteoporosisinchildrenwithnephropathy. NephronClinPract.2006;102:c81–7.

13.AcottPD,WongJA,LangBA,CrockerJF.Pamidronate treatmentofpediatricfracturepatientsonchronicsteroid therapy.PediatrNephrol.2005;20:368–73.

(7)

community-dwellingelderly:apopulation-basedprospective cohortstudyinBrazil?OsteoporosInt.2014;25(12):2805–15.

15.KanisJA,JohnellO,OdenA,JonssonB,DawsonA,DereW. Riskofhipfracturederivedfromrelativerisks:ananalysis appliedtothepopulationofSweden.Osteoporosis International.2000;11:120–7.

16.ReidIR,WattieDJ,EvansMC,GambleGD,StapletonJP, CornishJ.Continuoustherapywithpamidronate,apotent bisphosphonate,inpostmenopausalosteoporosis.JClin EndocrinolMetab.1994;79:1595–9.

17.VisM,BultinkIEM,DijkmansBAC,LemsWF.Theeffectof intravenouspamidronateversusoralalendronateonbone mineraldensityinpatientswithosteoporosis.OsteoporosInt. 2005;6(11):1432–5.

18.CauzaE,EtemadM,WinklerF,Hanusch-EnsererH,PartschG, NoskeH,etal.Pamidronateincreasesbonemineraldensity inwomenwithpostmenopausalorsteroid-induced osteoporosis.JournalofClinicPharmacyandTherapeutic. 2004;29:431–6.

19.PeretzA,BodyJJ,DumonJC,RozenbergS,HotimskiA,PraetJP, etal.Cyclicalpamidronateinfusionsinpostmenopausal osteoporosis.Maturitas.1996;25:69–75.

20.MacLeanC,AlexanderA,CarterJ,ChenS,DesaiSB, GrossmanJ,etal.Systematicreview:comparative

effectivenessoftreatmentstopreventfracturesinmenand womenwithlowbonedensityorosteoporosis.AnnIntern

Med.2008;148:197–213.

21.BoneHG,HoskingD,DevogelaerJP,TucciJR,EmkeyRD, ToninoRP,etal.,AlendronatePhaseIIIOsteoporosis TreatmentStudyGroup.Tenyears’experiencewith alendronateforosteoporosisinpostmenopausalwomen. NEnglJMed.2004;350:1189–99.

22.BlackDM,SchwartzAV,EnsrudKE,CauleyJA,LevisS, QuandtSA,etal.,FLEXResearchGroup.Effectsofcontinuing orstoppingalendronateafter5yearsoftreatment.The FractureInterventionTriallong-termextension(FLEX):a randomizedtrial.JAMA.2006;296:2927–38.

23.BilezikianJP,BrandiML,RubinM,SilverbergSJ.Primary hyperparathyroidism:newconceptsinclinical,densitometric andbiochemicalfeatures.JInternMed.2005;257(1):6–17.

24.SeemanE,WahnerHW,OffordKP,KumarR,JohnsonWJ, RiggsBL.Differentialeffectsofendocrinedysfunctiononthe axialandtheappendicularskeleton.JClinInvest.

1982;69:1302–9.

25.SilverbergSJ,ShaneE,delaCruzL,DemsterDW,FeldmanF, SeldinD,etal.Skeletaldiseaseinprimary

hyperparathyroidism.JBoneMinerRes.1989;4:283–91.

Imagem

Figura 1 – Alterac¸ão na DMO (média g/cm 2 ) na coluna vertebral e fêmur total ao longo do tempo.
Figura 3 – Níveis de PTH e alterac¸ão na DMO femoral após 24 meses de tratamento de acordo com a regressão linear múltipla (controlada por idade e dose de pamidronato).

Referências

Documentos relacionados

In conclusion, in this 12 weeks study in low disease activity lupus patients, the supplementation with omega-3 fatty acids was not associated with changes in serum levels of

Não houve diferenc¸a significativa na mediana da sobrevida renal entre os grupos de desfecho bom e ruim (p = 0,976) ( fig. Também não houve diferenc¸a significativa

present study, age, gender distribution, systolic blood pres- sure, BMI, serum albumin, creatinine, UPE (proteinuria in nephrotic ranges), eGFR (stages of chronic kidney

doenc¸a, durac¸ão das dificuldades, tratamento atual e período de tempo decorrido desde o início dos sintomas até o início do tratamento atual para a AR com o nível de

Demographic, socioeconomic and psychosocial factors, along with contextual and treatment factors, can largely explain the appearance of the high level of depression and fatigue and

A segunda parte do questionário incluiu os seguintes itens relacionados com a prática em RI: treinamento em procedi- mentos invasivos durante a residência

The second part of the questionnaire comprised the following items related to practice in interventional rheu- matology: training in invasive procedures during

A pontuac¸ão total do SF-36 e de seus componentes saúde física e saúde mental não foram signifi- cativamente diferentes quando os indivíduos foram divididos por sexo, tipo