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Ações da rede na Região Sul

No documento V.0, N.0 - Edição Impressa (páginas 103-105)

Como uma das metas do edital do FNMA, juntamente com a Rede Brasileira de Educação Ambiental e as Redes Paulistas, Rede Acre e Rede Aguapé (MS), estabeleceu-se uma parceria com o Ministério do Meio Ambiente para realizar um diagnóstico da EA nos estados. Nos estados do Sul a inserção e validação destes dados se deu nos módulos do Sibea implantados pelo MMA em outubro de 2002, na FURG, em Rio Grande, e na Univali, em Itajaí.

Esse diagnóstico exigiu da CGP e equipes técnicas do projeto uma intensa mobilização e trabalho de contato presencial, via e-mail e correio, com pessoas e instituições, envio e distribuição dos formulários de cadastramento do Sibea – “Conhecendo atividades de EA”; “Conhecendo os cursos de EA”; “Conhecendo as instituições” e “Conhecendo os educadores, especialistas e pesquisadores” e a disponibilização destes no próprio site da rede para preenchimento on-line.

No entanto, houve um retorno pequeno dos formulários. A estratégia foi realizar viagens e reuniões para contatos nos estados e a participação da rede em eventos e nas comissões estaduais de organização das conferências Nacional e Infanto-Juvenil de Meio Ambiente, principalmente no Paraná e Santa Catarina. A estratégia proporcionou uma maior visibilidade da rede e seus objetivos, bem como da importância do Sibea.

Outros obstáculos também foram superados de forma criativa pela CGP para a recuperação dos dados cadastrados no Sibea, uma vez que o sistema em implantação necessitava de ajustes, que foram sendo realizados com sugestões das equipes da REASul e demais redes que participaram do diagnóstico.

Na Região Sul, até dezembro de 2003, foram validados 1.323 registros no Sibea2.

Verificou-se que os três estados apresentam situações bastante semelhantes no que se refere ao envolvimento institucional com a EA, com destaque para as ONGs (108) e órgãos públicos (federais, estaduais e fundações municipais).

A análise da categoria “atividades” em EA, nas subcategorias “Programas” e “Projetos” revela, nos três estados, o envolvimento de algumas prefeituras municipais com a formulação de políticas públicas voltadas, de forma geral, para as questões relativas ao meio ambiente, e pontualmente para a EA.

Dessas atividades destacaram-se projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento (250), principalmente em Santa Catarina (139); os programas de EA (54); e os cursos (41), sendo que no Paraná se destacaram os encontros e campanhas.

No entanto, percebeu-se que os 64 órgãos públicos e as 23 universidades cadastradas desenvolvem suas ações em “nichos” isolados e em âmbito local, e não costumam integrá-los com os órgãos públicos que executam a gestão e fiscalização, e também com as redes.

2 Os dados podem ser acessados pelo link do Sibea no site da REASul (www.reasul.univali.br). As planilhas com os dados do Diagnóstico validados no Sibea, referentes aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, bem como o Relatório “O olhar da REASul sobre a Educação Ambiental na Região Sul – Relatório do Diagnóstico Parcial (2002 – 2003)”, encaminhado ao FNMA, MMA, MEC, instituições estaduais e municipais e redes de EA, também estão disponíveis para consulta, no site, ou podem ser solicitados à secretaria executiva da rede pelo e-mail secreasul@univali.br.

educação ambiental

de revista brasileira

Na sub-categoria “Universidades” os 23 registros nos três estados referem-se, quase sempre, ao envolvimento institucional com a EA, via unidade específica, instituto, curso, departamento, grupo de pesquisa, por exemplo. Desenvolvem projetos permanentes e/ou esporádicos com ações voltadas à formação continuada e atualização de docentes em EA e percepção ambiental (Univali, FURB, Unoesc, UnC, Unicentro), em parceria com secretarias municipais e estaduais de educação, nos municípios atingidos pela construção de hidrelétricas (URI-Erechim) e projetos de gerenciamento ambiental com a comunidade universitária e de recuperação de matas ciliares, em parceria com Comitês de Bacias Hidrográficas (FURB e Unoesc-SC). Estes programas e projetos estão vinculados aos grupos de pesquisa dos programas de mestrado das mesmas. No Rio Grande do Sul, as atividades da FURG estão intimamente ligadas ao programa de pós-graduação em educação ambiental, sendo uma delas, o Congresso de Educação Ambiental na Área do Pró-Mar-de-Dentro, desenvolvido em parceria com um programa executado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema/RS), denominado “Programa Mar-de-Dentro”. Também foram cadastrados programas interinstitucionais como o de multiplicadores e de núcleos disseminadores da Trilha da Vida (Univali, Movimento Verde Mar, Fundação Boticário, Instituto Baleia-Franca, Facinor e FURG-RS).

Na capacitação para a educação não formal destacaram-se os projetos cadastrados e desenvolvidos por órgãos públicos como o Ibama e suas unidades, e as fundações municipais de meio ambiente em Florianópolis (Floram) e Itajaí (Famai), que também realizam projetos com comunidades.

A participação das escolas no diagnóstico foi pequena, embora professores do Paraná e Santa Catarina tenham participado do Programa Parâmetros em Ação – Meio Ambiente na Escola, desenvolvido em 21 municípios do Paraná e sete de Santa Catarina (MEC/SE/COEA, 2004). Os projetos cadastrados restringiram-se quase sempre a questões pontuais e aspectos da dimensão ecológica, sem um envolvimento comunitário.

Cadastraram-se no SIBEA 685 especialistas e pesquisadores que desenvolvem seus trabalhos na Região Sul. Foram 150 no Paraná, 155 em Santa Catarina e 380 registros no Rio Grande do Sul.

É importante ressaltar que o número total de registros inseridos e validados no Sibea-REASul e Sibea-Furg é apenas um indicativo parcial da situação da EA nos três estados, o que indica a necessidade de continuidade do diagnóstico e atualização constante do Sibea, para que se tenha um retrato mais expressivo das atividades em EA na Região Sul.

A REASul também buscou integrar-se às redes nacionais, participando de eventos da Repea, Remtea e Rede Aguapé. Promoveu em parceria com a Rebea um encontro de redes de EA locais e regionais (julho 2003), e oficinas de facilitadores para redes de EA, além de participar nas reuniões da facilitação nacional.

A articulação dos elos REASul e das redes de EA nacionais permitiu organizar cooperativamente o II Simpósio Sul Brasileiro de Educação Ambiental, o I Colóquio de Pesquisadores em EA da Região Sul e o I Encontro da REASul, com 1.300 participantes. Nos eventos, além de 18 palestras, 15 mesas redondas e 42 minicursos, aconteciam

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educação ambiental

de revista brasileira

plenária final do II SSBEA foi aprovada a Carta de Itajaí3 por representantes de 150

instituições, organizações e redes de EA de dez estados e três países (Cuba, Uruguai e México).

Caminhos e obstáculos na construção e

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