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1.3 – A Dimensão de Gênero e o Lugar da Mulher Trabalhadora Rural

A participação das mulheres nas lutas do campo e sua inserção na vida cotidiana dos assentamentos e comunidades rurais estão marcadas por um conjunto de relações sociais que são estabelecidas histórica, social e culturalmente num espaço diversificado e específico de vivenciar essas relações. Pensá-las significa analisar a realidade também sob o enfoque de gênero, entendido como uma dimensão estruturante da vida em sociedade, pois essas relações “não são produtos de um destino biológico, mas antes de tudo, construções sociais que têm uma base material”. (OLIVEIRA, 1999, p.67).

O caráter histórico cultural da discussão de gênero, como parte da dinâmica das relações sociais construídas entre as pessoas, é reforçado por vários/as estudiosos/as. Como afirma Buarque (2003, p. 01):

Enquanto que estruturante nos remete à possibilidade de vitalidade, de dinâmica, o que é pertinente às tramas das relações sociais entre os seres humanos, inclusive enquanto pessoas sexuadas. O gênero é uma dimensão histórica e cultural da formação dos povos, cuja expressão mais forte da dominação de sexo no ocidente é o patriarcado.

As condições de desigualdades vivenciadas pelas mulheres estão também presentes nas análises teóricas que fundamentam o estudo da realidade rural, quando não incorporado à categoria gênero. Parte dos conhecimentos produzidos sobre o setor agrário pouco reflete o lugar de subalternidade da mulher trabalhadora rural nos diversos espaços de luta e organização

camponesa, tais como: no processo produtivo; na luta pela posse da terra; na sindicalização rural; na agricultura familiar; na estruturação e desenvolvimento dos assentamentos e na organização da associação comunitária. Nessa perspectiva, a luta pelo fim do latifúndio não elimina as desigualdades de gênero, vivenciada pelas mulheres. A cultura patriarcal está presente no cotidiano das famílias rurais, reproduzindo os valores e os preconceitos que reforçam a submissão das trabalhadoras rurais.

A discussão sobre gênero tem se constituído como uma abordagem teórica para explicar as contradições das relações sociais desiguais entre os sexos e suas representações do feminino e do masculino na sociedade.

Dessa forma, a utilização da categoria gênero contribui para apreender e analisar qual o lugar e os significados de homem e mulher na sociedade contemporânea e como as desigualdades de gênero se expressam no cotidiano. Essa categoria começou a ser difundida por pesquisadoras e feministas norte americanas para designar as relações sociais estabelecidas entre homens e mulheres. Tal definição contribuiu para desmistificar que não existe uma determinação natural ou biológica de homens e mulheres na sociedade, ao contrário, social, histórica e cultural. Gênero é, pois, a construção social do masculino e do feminino.

A categoria gênero favorece a explicitação do significado dos atributos e diferenças construídas histórica e culturalmente na formação do masculino e do feminino, o que permite explicar as desigualdades que foram produzidas para justificar o sexo, a cor da pele, a geração. Quando se fala em sexo está se tratando das diferenças biológicas entre homens e mulheres, entre machos e fêmeas. Enquanto gênero refere-se às relações que são construídas historicamente entre feminino e masculino; os papéis que desempenham, as atribuições, os comportamentos, que mudam de acordo com as diferentes sociedades e culturas.

O uso do conceito de relações de gênero tem contribuído para demolir a ambigüidade da cultura patriarcal em relação ao uso e aos valores destes dois termos (sexo e gênero), que invoca a anatomia para justificar o destino social do gênero. Relações de gênero, portanto, são uma construção cultural e social e como tal representam um processo contínuo e descontínuo da produção de lugares de poderes do homem e da mulher em cada cultura e sociedade. (OLIVEIRA, 1999, p.70).

A historiadora Scott (1996) reconstrói o conceito de gênero articulando as diferenças entre os sexos e as relações de poder que as permeiam ao afirmar que:

O gênero torna-se, antes, uma maneira de indicar construções sociais – a criação inteiramente social de idéias sobre os papéis adequados aos homens e as mulheres. É uma maneira de se refletir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas dos homens e das mulheres. O gênero é, segundo esta definição, uma categoria social imposta sobre um corpo sexuado [...] Por gênero eu me refiro ao discurso sobre as diferenças dos sexos. Ele não remete apenas a idéias, mas também a instituições, a estruturas, a práticas cotidianas e a rituais, ou seja, a tudo aquilo que constitui as relações sociais.35

Segundo a historiadora, o gênero como elemento constitutivo das relações sociais compreende quatro aspectos interrelacionados, quais sejam:

O primeiro, os símbolos culturalmente disponíveis que evocam representações simbólicas (e com freqüência contraditórias) Eva e Maria como símbolos de mulher por exemplo [...] o segundo, os conceitos normativos que põem em evidência as interpretações do sentido dos símbolos que se esforçam para limitar e conter suas possibilidades metafóricas. Estes conceitos estão expressos nas doutrinas religiosas, educativas, científicas, políticas ou jurídicas e tomam a forma típica de uma oposição binária, que afirma de maneira categórica e sem equívocos o sentido do masculino e do feminino [...] o terceiro aspecto é a aparência de uma permanência eterna na representação binária do gênero na história. Este tipo de análise deve incluir uma noção de política bem como uma referência as instituições e a organização social [...] o quarto aspecto do gênero é a identidade subjetiva. (SCOTT, 1996)

Para Barbieri (1993), estudar os sistemas gênero/sexo36 permite compreender e explicar a subordinação feminina e a dominação masculina, buscando o sentido de ser homem ou mulher socialmente construído. Assim, gênero é o sexo socialmente construído.

A categoria gênero contribui para articular e explicar os diversos aspectos da condição da mulher em relação ao poder e as hierarquias sociais, possibilitando superar essas construções históricas, sociais e culturais.

Historicamente, quando se refere ao masculino e ao feminino designa-se significados diferentes. O masculino aparece com maior valorização, instituído como aquele que tem poder e autoridade, produzindo uma relação desigual, na qual o feminino é tratado como frágil, submisso e com pouco poder. A cultura machista e patriarcal naturalizou a divisão sexual do trabalho, sendo as mulheres as mais penalizadas e excluídas do processo produtivo, da renda e das organizações políticas. A sociedade patriarcal tem contribuído para a reprodução da cultura de dominação e violência do homem sobre a mulher.

De acordo com Saffioti (1987), o patriarcalismo é a construção social da supremacia do homem, em contrapartida da inferioridade e subordinação da mulher. Constitui-se num sistema sexual de poder, onde a hierarquia masculina na sociedade se reproduz na família, nas instituições e na divisão sexual do trabalho.

É necessário, pois diferenciar que a teoria do patriarcado considera a mulher um ser passivo, totalmente dominado pelo homem e na teoria de gênero a dominação e o poder não se concentram exclusivamente no pólo masculino, mas as relações sociais são relações de poder

36 Em 1975, Gayle Rubim, com sua memorável obra, já tratava do sistema sexo/gênero que consistia numa gramática

segundo a qual a sexualidade biológica é transformada em atividade humana, gramática esta que torna disponíveis os mecanismos de satisfação das necessidades sexuais transformadas. Já a autora Barbieri considera os sistemas de gênero/sexo como os conjuntos de práticas, símbolos, representações, normas e valores sociais que as sociedades elaboram a partir da diferença sexual anatômica e que dão sentido à satisfação dos impulsos sexuais, a reprodução da espécie humana e, em geral, aos relacionamentos entre as pessoas.

estruturadas com base nas diferenças entre os sexos. Essas diferenças foram se consolidando historicamente na vida social, sendo as mulheres subalternizadas.

A construção social do gênero impacta negativamente na vida das mulheres porque fornece um substrato através do qual se consolidam – de forma diferente nos diversos tempos históricos e nas formações sociais – normas culturais que estruturam o lugar das mulheres como restrito ao espaço privado; mesmo atualmente, quando elas já têm maior inserção no espaço público, continuam sendo vistas como responsáveis pelo trabalho doméstico e pelo cuidado com crianças. Essas normas culturais também impactam negativamente na produção da subjetividade, na noção que a pessoa tem de si mesma e do que considera satisfatório ou não nas suas relações pessoais e nas escolhas que organizam o seu cotidiano. (SILVA, 2004, p.06)

As relações de gênero estão presentes no modo de vida social e, entre outros aspectos, se reproduzem numa forte base material que é a divisão social do trabalho entre os sexos, como parte do desenvolvimento capitalista, que historicamente reservou um lugar inferior para as mulheres.

As desigualdades de gênero também estão expressas no cotidiano da vida das mulheres no que se refere ao mundo do trabalho. Segundo Hirata (2002), há uma divisão sexual do trabalho que tem sido utilizada para designar as diferenças de posicionamento de homens e mulheres na organização do trabalho. Essa autora destaca duas correntes metodológicas na divisão sexual do trabalho: uma contextualizada em “termos de vínculo social” e a outra remetendo a uma conceituação de “relação social”. Na primeira, os conteúdos conceituais estão associados a solidariedade orgânica, complementaridade, conciliação, coordenação, parceria, especialização e divisão de papéis. Esse conceito é seguido principalmente pela corrente funcionalista, defensora da idéia de que a família deve absorver o trabalho feminino evitando competitividade entre os membros familiares na esfera pública, de modo a evitar tensão na relação familiar.

A segunda abordagem teórica, a da relação social está fundamentada no antagonismo de classes. Pautada na divisão sexual do trabalho, na contradição, no antagonismo, na oposição e na dominação, essa vertente, seguida pela corrente marxista, esteia-se na idéia de uma relação

antagônica entre homens e mulheres, permeada pela opressão/dominação. A divisão sexual do trabalho está estruturada no princípio hierárquico em que o trabalho masculino tem sempre valor superior ao trabalho feminino.

Diante das diferentes perspectivas de análise de gênero, pode-se afirmar que essas correntes teóricas contribuem para desvelar a realidade rural, quando analisam as desigualdades entre homens e mulheres. As desigualdades de gênero se expressam nas relações sociais vivenciadas no meio rural por homens e mulheres. Segundo Buarque (2003) essas assimetrias de gênero podem ser visualizadas: na constatação de uma hierarquia no ser, ter e estar, entre homens e mulheres, com reconhecimento da desvalorização, exploração, opressão e subordinação das mulheres; no esforço de formulação de propostas visando a promover a equidade de gênero, através de ações dirigidas às mulheres, no campo do desenvolvimento e das políticas sociais; na ausência de ações voltadas para os estratos masculinos com vista a uma transformação de sua identidade de gênero; na constatação da participação significativamente minoritária das mulheres nas esferas de decisão das organizações atuantes no espaço rural; na presença de movimentos sociais de mulheres no interior da classe, exigentes de seu reconhecimento de agente social na posição de sujeito, numa clara disposição de constituir uma nova identidade do feminino.

Assim, a dimensão de gênero tradicional no meio rural se manifesta de forma ampla e permeia as relações sociais de dominação e subordinação de sexo presentes no cotidiano. Em contraposição os movimentos sociais de mulheres trabalhadoras rurais questionam as estruturas tradicionais de opressão e poder, constroem novos valores de socialização dos sujeitos e propõem um conjunto de políticas públicas para as mulheres do campo, numa clara tentativa de ruptura com as estruturas da subalternidade feminina.

Nessa mesma lógica, pode-se refletir sobre o significado da conquista das trabalhadoras rurais ao título da terra, ao crédito agrícola, à capacitação e à assistência técnica. As lutas

coletivas por direitos expressam a tentativa de superação das dificuldades e desigualdades de gênero ao acesso às políticas públicas, entre outros. Nesse sentido, são indicativos a ampla mobilização e organização em torno da Marcha das Margaridas, conforme assinalado anteriormente, quando as mulheres apresentam uma extensa pauta de reivindicações, que congrega os mais diversos movimentos sociais do campo, fundada na identidade de gênero; ou ainda, a estruturação de Secretarias voltadas para as políticas afirmativas de gênero nos movimentos sociais rurais, como o MST, e nos organismos de classe, como CONTAG, CUT, federações e sindicatos.

Pode-se afirmar que são lutas históricas de cunho emancipatório que questionam o lugar reservado, social e culturalmente, às mulheres, e propõem uma outra sociabilidade, baseada na igualdade de oportunidades e de poder. Conforme assinala Buarque (2003):

A peleja das trabalhadoras rurais seja no espaço da classe, de gênero ou etnia, é uma luta política de grande transcendência para a democracia, pois ela inclui o sentido da cidadania para todos no campo e, também, da liberdade das mulheres, ao incluir seu movimento com agente social na posição de sujeito, frente à opressão de sexo. Esse é sem dúvida um dos sentidos da dimensão de gênero, inclusive por seu rebate nas relações de poder no interior dos organismos de classe e por sua capacidade de exigir redirecionamento das políticas públicas.

Ao trazer a dimensão de gênero à análise da realidade rural, cabe indagar qual o lugar da trabalhadora rural nos mais diversos espaços. Isso porque as mulheres estão em todos os lugares e em lugar nenhum. Em todos os lugares porque elas participam, em maior ou menor escala, de todas as fases da produção agrícola, da reprodução familiar e dos movimentos sociais específicos em função de suas demandas. Em lugar nenhum porque são ocultadas pelas relações desiguais de gênero que lhes designam um lugar de menor valor. As mulheres não são vistas porque não são reconhecidas enquanto sujeito político coletivo e as suas atividades não são valorizadas.

A inserção de homens e mulheres na sociedade se diferencia de um país para outro, de uma cultura para outra. Nobre (1999) em sua pesquisa sobre a participação da mulher na agricultura familiar, ressalta que, de acordo com a cultura, homens e mulheres se diferenciam ou se complementam nas atividades agrícolas.

Na realidade brasileira, as mulheres representam em média 50% da população rural (cerca de 35 milhões) e 40% da população produtiva (cerca de 15 milhões). Dados do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) apontam que, do contingente populacional feminino que não tem acesso à renda monetária, 80% são mulheres trabalhadoras rurais. E ainda 4,5 milhões de mulheres do campo que nunca possuíram qualquer tipo de documentação civil.37

Na atual conjuntura, a concentração de renda e terra provoca o desemprego e a pobreza aumentando a miséria entre as mais diversas categorias de trabalhadores rurais, sendo as mulheres as mais atingidas. Com o processo de globalização, são elas as mais excluídas do mercado de trabalho e do acesso aos recursos e fundos públicos de geração renda, que garantam a sobrevivência da família.

A concentração de terra e de renda no meio rural são desveladas por estudos e pesquisas revelando que as famílias com menos de 50 hectares de terra ganham menos que um salário mínimo por mês. No que se refere aos rendimentos, os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), divulgada em 2001, indicam que, para o universo das pessoas de 10 anos ou mais ocupadas em atividades agrícolas (não especificamente para a agricultura familiar), as mulheres estão majoritariamente nas categorias não remuneradas (39,25%) e de

37 Dados sobre a documentação da trabalhadora rural colhidos no Ministério da Previdência e Assistência Social de

produção para auto consumo (também 39,25%), o que demonstrou que quase 80% das mulheres não auferem nenhum rendimento do seu trabalho. (GOUVEIA, 2003)

Outro aspecto importante é a predominância de políticas voltadas para o agronegócio destinadas à exportação e não à produção de alimentos para o consumo interno. O modelo de desenvolvimento agrícola centrado na agroindústria exportadora, com salários baixos e diferenciados entre homens e mulheres, reforça o papel subalterno das mulheres na divisão sexual do trabalho, fortalece a inserção das mesmas nas atividades de reprodução e do mundo privado, sendo responsáveis pelas atividades domésticas e pela produção das culturas de subsistência.

As atividades produtivas das mulheres na agricultura familiar, contudo, por terem estado e estarem destinadas ao consumo da família, em contraposição à produção patronal que se dirigia para o mercado; não serem remuneradas ou pouco remuneradas vão ser confundidas com as atividades domésticas. E assim, classificadas como tarefas do âmbito da reprodução. (BUARQUE, 2003, p.11)

Nestas circunstâncias é reforçado o papel da mulher de reprodutora da vida doméstica, alimentando seus maridos e filhos, trabalhadores em potencial para o capital. Entretanto, na atualidade depara-se com uma tendência nova em que as contradições capital x trabalho tendem a reduzir diariamente o mercado de trabalho para as novas gerações urbanas e rurais. No que se refere às populações rurais, além do processo histórico de expropriação e exclusão do acesso a terra acrescenta-se essas novas formas que excluem parcelas crescentes da população rural do processo produtivo, que se inserem de forma precarizada no mercado de trabalho e na produção. Como assinala Martins (1997, p. 26):

Não existe exclusão social e sim uma inclusão precária, instável e marginal. A inclusão daqueles que estão sendo alcançados pela nova desigualdade social produzida pelas grandes transformações econômicas e para os quais não há senão na sociedade, lugares residuais.

Romper esse ciclo de desigualdade tem sido um objetivo dos movimentos de mulheres e do Movimento Feminista no Brasil e no mundo. Buscar a equidade entre homens e mulheres não

é apenas inverter papéis e funções. É necessário redesenhar as relações sociais, construindo um novo ser humano com reconhecimento das diferenças e superando as desigualdades históricas e culturais, que colocam a mulher em um lugar subalterno.

O debate sobre a categoria gênero na análise das relações sociais não prevê a inversão de papéis, mas se apóia na possibilidade de construção de identidades não naturalizadas e cristalizadas em torno da noção do masculino e feminino. Ao incorporar essa categoria na análise da realidade rural, as mulheres trabalhadoras rurais terão elementos para apreender o lugar que lhe foi reservado histórica, cultural e socialmente, contribuindo para construir alternativas de sua superação.

O grande desafio dos movimentos de mulheres trabalhadoras rurais é descobrir como incorporar às suas demandas de gênero um projeto de desenvolvimento baseado na agricultura familiar que não reforce os papéis cultural e socialmente estabelecidos para homens e mulheres do campo. Uma das alternativas é consolidar e ampliar a ação política das trabalhadoras rurais, enquanto sujeito político coletivo, agente de sua própria história, passando a formular e propor políticas públicas afirmativas e construir relações sociais com equidade de gênero.

O processo de participação e emancipação da mulher trabalhadora rural tem se configurado como impulsionador de mudanças significativas no cotidiano dos conflitos agrários e dos assentamentos rurais, no que se refere às relações sociais de gênero; à luta pela igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e partilha de poder; ao acesso às políticas públicas específicas para as mulheres, especialmente com respeito à luta pela terra e as plenas condições para produzirem e viverem na terra.

O capítulo seguinte trará uma análise da inserção das mulheres no conflito de terra Vale da Esperança, a partir da memória histórica do acampamento, sua relação com as lutas sociais na região do Mato Grande e com o contexto agrário do Rio Grande do Norte. A análise focalizará o

papel das mulheres na luta pela terra; a motivação das mulheres em ocupar a terra; as tarefas e responsabilidades cotidianas no acampamento; as formas de enfrentamento da violência institucionalizada; e o significado da posse da terra. Enfim, trata-se de analisar como elas se inserem no conflito agrário.

CAPÍTULO 2:

A INSERÇÃO DAS MULHERES NO