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A IMPLANTAÇÃO DA COLONIZAÇÃO NA REGIÃO DE JACOBINA

APROPRI AÇÃO DO TERRI TÓRI O: OS NEGROS E A COLONI ZAÇÃO DA REGI ÃO DE JACOBI NA

1.1 A IMPLANTAÇÃO DA COLONIZAÇÃO NA REGIÃO DE JACOBINA

As t er r as, desabi t adas ou não, dever i am cumpr i r seu i deal : ser vi r bem à sua maj est ade r eal e seus súdi t os escol hi dos. Por t ant o, nem bem a r egi ão f oi per cor r i da pel os

9 PI NA, Mar i a Cr i st i na. Sant a I sabel do Par aguassu: ci dade, gar i mpo

e escr avi dão nas l avr as di amant i nas, sécul o XI X. 2000. 110 f . Di sser t ação ( Mest r ado em Hi st ór i a Soci al ) - Uni ver si dade do Est ado da Bahi a, Sal vador , 2000; DANTAS, Môni ca Duar t e. Fr ont ei r as movedi ças: r el ações soci ai s na Bahi a do sécul o XI X. 2002, 295 f . Tese ( Dout or ado em Hi st ór i a Soci al ) - Uni ver si dade do Est ado de São Paul o, São Paul o, 2002; MORENO, José Ri car do. Escr avos, qui l ombol as ou meei r os? 2001. 158 f . Di sser t ação ( Mest r ado em Hi st ór i a Soci al ) - Uni ver si dade do Est ado da Bahi a, Sal vador , 2001; PI RES, Mar i a de Fát i ma. O cr i me na cor : a exper i ênci a escr ava no al t o ser t ão da Bahi a – Ri o de Cont as e Caet i t é – 1830- 1888. 1999, 255 f . Di sser t ação ( Mest r ado em Hi st ór i a Soci al ) - Pont i f í ci a Uni ver si dade Cat ól i ca de São Paul o, São Paul o, 1999; e FAGUNDES, Er i val do. Uma comuni dade ser t anej a: da sesmar i a ao mi ni f úndi o. Sal vador : EDUFBa: UEFS, 1998.

10 Só par a ci t ar al gumas dest as obr as: MOTT, Lui z Rober t o de Bar r os.

Pi auí col oni al : popul ação, economi a e soci edade. Ter esi na: Pr oj et o Pet r ôni o Por t el l a/ Fundação Cul t ur al do Est ado do Pi auí , 1985; MOTT, Lui z Rober t o de Bar r os. Ser gi pe del Rey: popul ação, economi a e soci edade. Ar acaj u, FUNDESC, 1986.

pr i mei r os expl or ador es do ser t ão, dando not í ci as de suas r i quezas nat ur ai s, al guns at é omi t i ndo i nf or mações das t r i bos nat i vas al i i nst al adas, a admi ni st r ação col oni al em Sal vador passou a pr eocupar - se com a or gani zação de doação dessas t er r as, adot ando o si st ema de concessão de sesmar i as. A ocupação mai s f áci l er a com a cr i ação de gado.

Já em 1609 f oi f ei t a uma concessão na r egi ão de Jacobi na a Ant oni o Guedes:

[ . . . ] nas cabecei r as das suas t er r as t oda a ms.

houver ent r e os Ros. I nhambupe e I t api cur ú, e par a o

Ser t ão 10 l egs. medas. Rumo di rt o. Com t odas as

pont as, enseadas, mat os, agoas e ms. per t enças 11

Em out r as concessões f ei t as a Ant oni o Guedes de Br i t o e seu pai , Ant oni o de Br i t t o Cor r ei a, evi denci am- se out r os aci dent es geogr áf i cos da r egi ão, como as cabecei r as ou os Ri os Jacuí pe e I t api cur u, apar ecendo como bal i zas demar cat ór i as, ou peões, como ci t ados nos document os, dos l i mi t es das t er r as a el es concedi das.

Ai nda em out r as concessões, pr i nci pal ment e de Bel chi or da Fonceca, Fr anci sco Di as D´ Avi l a, Padr e Ant oni o Per ei r a, Manoel Vel ho de Mi r anda e Gar ci a D´ Avi l a, t ambém apar ecem t opôni mos como “ peões” demar cat ór i os per t i nent es à r egi ão.

11 ARQUI VO NACI ONAL ( AN) , Códi ce 155, Fundo: Tesour ar i a da Fazenda da

Na car t a concedi da a Ber nar do Vi ei r a Ravasco, i r mão do f amoso Padr e Vi ei r a, e i dent i f i cado como gr ande cr i ador de gado vacum, conf or me car t a de 07 de j unho de 1655, r egi st r ada no 6o Li vr o de Pr ovi sões Reai s, encont r ei a segui nt e menção:

Dónde acaba a dada de Lui z de Fi gr . do. , na l ar g. a del l a p. ª de Nor t e, encost adas á Ser r a da Jacobi na, p. l a. p. t e. de Oest e, as quaes se cont ar ão d’ onde acaba a m. ma. dada de Lui z de Fi gr . do. q. começa d’ onde o p. e. Ant º Per ei r a se i nt r odusi o sem l eg. º do Gov. º , e caso não sej ão capazes de cul t ur a as 10 l eg. s. conf r ont adas, ser ão t omadas em ql .qr . p. t e. da

Ser r a e Campos, q. j unt o á el l as se achar em pel a p. t e. de Oest e, cor r endo sempr e encost ada á Ser r a p. ª a p. t e. do Ri o de S. Fr anci sco, e m. s. a q. al ém das 10 l eg. s. ped. as. houver at é o R. o de S. Fr an. co. p. t a. p. t e. de Oest e na m. ma. Ser r a da Jacobi na, q. se achar desde as 1as. Al dei as do Gent i o, vi zi nhas á mesma Ser r a at é o Ri o de S. Fr anci sco, com t odas as agoas, campos;12

O padr e Ant oni o Per ei r a r ecebeu uma concessão de t er r as na r egi ão de Jacobi na por car t a do di a 02 de j anei r o de 165913.

As sesmar i as pr i vi l egi avam os mai s abast ados e as pessoas com boas r el ações com os admi ni st r ador es, por ém no document o

12 AN. Códi ce 155, Fundo: Tesour ar i a da Fazenda da Pr oví nci a da

Bahi a, l i vr o 1, p. 20.

13 AN. Códi ce 155, Fundo: Tesour ar i a da Fazenda da Pr oví nci a da

não havi a gar ant i a de est ar em essas t er r as desocupadas de i ndí genas e gr upos aqui l ombados, t ampouco os donat ár i os assegur avam uma ef et i va ocupação r eal i zada por el es pr ópr i os. Na mai or par t e das vezes, est a ocupação er a r eal i zada por pessoas de t ot al conf i ança dos donat ár i os, que dei xavam os encar gos e per i gos de sobr evi ver nas t er r as i nóspi t as e negoci ar com os gr upos aut óct ones a car go desses pr epost os.

Al guns vaquei r os e possei r os er am mest i ços ou br ancos pobr es, sem nenhum pr est í gi o em Sal vador par a obt er sesmar i as j unt o às aut or i dades r eai s, e que par t i am r umo ao ser t ão par a " t ent ar a vi da" , pr ot egi dos pel os senhor es de t er r as aos quai s devi am o f or o anual . Assi m, i am ampl i ando as ár eas agr i cul t ávei s e de past agens no ser t ão.

Pedr o Cal mon descr eve a ut i l i zação do gado, por Gar ci a D´ Avi l a, como pr i nci pal el ement o de penet r ação r umo ao ser t ão: Os out r os ser t ani st as se apossavam do paí s com t r opas de guer r i l hei r os; êl e o empal mou, com as suas boi adas. O r ebanho ar r ast ava o homem; at r ás dêst e, a ci vi l i zação. A t er r a f i cava à mer cê da col oni zação: êl e a i nundou de gados, em mar cha i ncessant e par a o i nt er i or . Aquel es ani mai s l evavam nas pat as os l i mi t es da capi t ani a. Di l at avam- na 14.

A est r at égi a de pr i mei r o ocupar as t er r as com gados, f azer mel hor i as e post er i or ment e t r at ar dos document os de

14 CALMON, Pedr o. Hi st ór i a da Casa da Tor r e: uma di nast i a de

doação t ambém er a ut i l i zada por out r os pot ent ados na mesma época, causando i ncl usi ve vár i as di sput as, pr i nci pal ment e ent r e os Guedes de Br i t o e os Gar ci a D’ Avi l l a.

A i mpl ant ação do gado f oi acol hi da como um benef í ci o par a a col oni zação das t er r as ser t anej as e par a a cor oa, por ém par a os i ndí genas er a uma out r a f or ma de expul são, poi s os gr upos nat i vos ser t anej os não conheci am esse ani mal est r anho, al ém de causar danos à mi cr oecol ogi a l ocal e, conseqüent ement e, ao modo de vi da dos gr upos aut óct ones l i gados a el a.

O cér ebr o da Casa da Tor r e, apel i do dado ao padr e Ant oni o Per ei r a por Pedr o Cal mon15, pr ovavel ment e ut i l i zava os mesmos

mét odos adot ados pel o cabeça da casa que:

[ . . . ] com suas boi adas escol hi a cami nhos apr opr i ados par a const i t ui r t oscos cur r ai s, onde dei xava, em cada um del es, um casal de escr avos encar r egados de zel ar por dez novi l has, um t our o e um casal de eqüi nos.16

As t er r as doadas ao Padr e Ant oni o Per ei r a, j á est avam ef et i vament e ocupadas por um seu escr avo, t ambém chamado Ant oni o, e há mui t o t empo r adi cado no ser t ão, pr ovavel ment e na pr ópr i a r egi ão, poi s conheci a a l ocal i zação e a l í ngua dos gr upos nat i vos, al ém de saber os cami nhos por onde t r ansi t ar e f or mas mai s adequadas de sobr evi vênci a nas mat as ser t anej as.

15 CALMON, Pedr o. Hi st ór i a da. . . , op. ci t . , p. 38

16 BAHI A, Secr et ar i a do Pl anej ament o, Ci ênci a e Tecnol ogi a da.

Di agnóst i co Par âmet r o par a Aval i ação do PDRI : I r ecê, Sal vador : CEPA- Cent r o Est adual de Pl anej ament o Agr i col a, 1984. p. 64.

Os donat ár i os não enf r ent avam, el es mesmos, o cal or e a seca da caat i nga, mui t o menos as di f i cul dades da agr i cul t ur a e pecuár i a ou os di ver sos cont at os, às vezes não ami st osos, com os í ndi os. Est e t r abal ho f oi f ei t o pel os negr os escr avi zados dei xados pel os gr andes donat ár i os par a cui dar dos cur r ai s e demai s i nt er esses dos senhor es. No caso do cr i oul o Ant oni o ci t ado aci ma, el e ai nda apr endeu a l í ngua dos nat i vos e exer ci a uma gr ande i nf l uênci a sobr e os gr upos nat i vos.

O aut or anôni mo do Rot ei r o do Mar anhão a Goi az17, dei xou

gr af ado esse cost ume ser t anej o da const r ução dos pr i mei r os cur r ai s em l ocai s er mos:

Levant ada huma caza cober t a pel a mai or par t e de pal ha, f ei t os huns cur r aes, e i nt r oduzi dos os gados, est ão povoadas t r es l egoas de t er r a, e est abel eci da huma f azenda[ . . . ] Em cada huma f azenda dest as, não se ocupão mai s de dez, ou doze escr avos, e na f al t a del l es os mul at os, mi st i ços, e pr et os f or r os, r aça de que abundão os Ser t ões da Bahi a, Per nambuco, e Si ar á, pr i nci pal ment e pel as vi si nhanças do Ri o de S. Fr anci sco.18

Segundo Fl ávi o Rabel o Ver si ani , o absent eí smo er a uma pr át i ca comum no sécul o XI X e f oi obser vado por Sai nt - Hi l ai r e em vár i as par t es do Br asi l . Est a f or ma de admi ni st r ar as

17 ROTEI RO do Mar anhão a Goi az pel a Capi t ani a do Pi auhi ( 1780) .

Revi st a Tr i mensal do I nst i t ut o Hi st or i o Geogr aphi co Br asi l ei r o, Ri o de Janei r o: I mpr ensa Naci onal , T. 62, par t e 2, 1900. p. 60- 161.

pr opr i edades r ur ai s pr opor ci onava uma aut onomi a enor me aos af r i canos e seus descendent es envol vi dos na pr odução agr í col a ser t anej a19.

O caso de Ant oni o most r a a aut onomi a conqui st ada por esses negr os no ser t ão, poi s os senhor es f i cavam a mui t as l éguas de di st ânci a das pr opr i edades r ur ai s, f avor ecendo, al ém da aut onomi a, a conqui st a da ami zade e do r espei t o das l i der anças i ndí genas e t ambém dos poder es l ocai s. Por ém, em uma t r oca de di r i gent es da admi ni st r ação, i st o t ambém poder i a ser um pont o negat i vo.

Uma por t ar i a do gover nador Al exandr e de Souza Fr ei r e de 1668, r ef er ent e às i ndi sposi ções e di sput as t er r i t or i ai s ent r e os Gar ci a D´ Avi l l a e os Guedes de Br i t o, t r ouxe out r a i nf or mação apont ando cont at os ent r e as popul ações nat i vas e negr as. Nesse document o, o cr i oul o Ant oni o: “ gr ande l i ngua, e mui obedeci do dos gent i os” , escr avo do Padr e Ant oni o Per ei r a da f amí l i a Gar ci a D´ Avi l a e possui dor de sesmar i a na r egi ão de Jacobi na, f oi ci t ado como um dos pr i nci pai s r esponsávei s por i nci t ar os at aques dos i ndí genas cont r a as pr opr i edades dos Guedes de Br i t o20.

O r egi st r o enal t ece o poder de convenci ment o exer ci do por Ant oni o sobr e os gr upos aut óct ones da r egi ão. Fi ca evi dent e

19 VERSI ANI , Fl ávi o Rabel o. Os escr avos que Sai nt - Hi l ai r e vi u.

Revi st a Hi st ór i a Econômi ca e Economi a de Empr esas, ABPHE, v. 3, n. 1. 2000. Di sponí vel em: <ht t p: / / hi st or i a_demogr af i ca. t r i pod. com/ bhds/ bhd37/ ver sai nt . pdf > acesso em 12 dez. 2004.

20 DOCUMENTOS HI STÓRI COS da Bi bl i ot heca Naci onal ( DHBN) , Ri o de

t ambém a cr edi bi l i dade do escr avi zado j unt o aos i ndí genas, i nduzi ndo- os i ncl usi ve a at acar vár i os cur r ai s pel o ser t ão adent r o at é as bei r as do Ri o São Fr anci sco.

Bor ges de Bar r os t oca no t ema de af r odescendent es al i ci ando as popul ações i ndí genas par a l ut as cont r a os col oni zador es eur opeus:

As r esol uções r egi as consi der ando l i vr es os sel vi col as, apezar de seu r i gor i smo não t i nham appl i cação pr at i ca: e ent r e os di ct ames da Just i ça, r ar as vezes ef f i ci ent e nest e par t i cul ar e a acção dos cat echi sador es e dos Ser t ani st as e bandei r ant es só uma sol ução se l hes af i gur ava pl ausi vel : a r evol t a.

[ . . . ] j á ent ão i nsuf l ada pel os negr os dos mocambos.21

A escr avi zação de í ndi os est ava pr oi bi da desde 1570 por Or dem Régi a de D. Sebast i ão. Apesar das sucessi vas r eedi ções, os i ndí genas cont i nuar am a ser escr avi zados, na r egi ão de Jacobi na, at é o sécul o XI X, quando encont r ei car t as de l i ber dade de escr avi zados “ t apui as” 22.

21 ANNAES do Ar chi vo Publ i co do Est ado da Bahi a ( AAPEBA) , anno 3, v.

4 e 5, Bahi a: I mpr ensa Of f i ci al do Est ado, 1919, p. 174.

22 A pr oi bi ção de escr avi zação de í ndi os t ambém f oi t ema de uma Lei

de 1587, r eaf i r mada com um Al var á de 1611 e no Regi ment o envi ado j unt o com o Gover nador Ger al do Mar anhão e Gr ão- Par á de 14/ 04/ 1655 ent r e out r os. Cf . PERRONE- MOI SÉS, Beat r i z. Í ndi os l i vr es e í ndi os escr avos: os pr i ncí pi os da l egi sl ação i ndi geni st a do per í odo col oni al ( séc. XVI e XVI I I ) . I n: CUNHA, Manuel a Car nei r o da ( Or g. ) . Hi st ór i a dos Í ndi os no Br asi l . São Paul o: Ci a. das Let r as, 1992.

Pel as r eedi ções, f i ca mui t o cl ar a a i nt enção dos poder es r eai s por t ugueses em r eaf i r mar a l i ber dade dos i ndí genas. I st o t ambém denunci a a desobedi ênci a si st emát i ca às vár i as Lei s, Decr et os e Regi ment os pel os súdi t os nas col ôni as. Nest e embat e j ur í di co, est avam sendo pr ej udi cadas as popul ações aut óct ones, sempr e suj ei t as aos t r abal hos compul sór i os e às vi ci ssi t udes da escr avi zação at é o sécul o XI X.

Menos de um sécul o das pr i mei r as ent r adas passar em na r egi ão, as t er r as “ das Jacobi nas”23 j á er am ut i l i zadas

pr i nci pal ment e como l ocal de engor da e descanso de gado, a f or ma mai s f áci l de cumpr i r a cl áusul a de ocupação pr esent e nas car t as de concessão das doações de t er r as do ser t ão bai ano.

Segundo Ant oni l , as boi adas vi ndas do Pi auí , Per nambuco, Bar r a de I guaçu, Par naguá e r i o Pr et o i am quase t odas par a a Bahi a “ por l hes f i car mel hor cami nho pel as Jacobi nas, por onde passam e descansam” 24.

Em t empos de seca, as boi adas vi ndas desses l ugar es er am vendi das “ nas Jacobi nas” onde per maneci am por sei s, set e ou at é oi t o meses par a, só depoi s de novament e engor dar em, ser em envi adas par a seu dest i no f i nal , podendo ser o por t o de Cachoei r a ou a “ Ci dade da Bahi a” . Nest e moment o, j á se

23 Os t ext os mai s ant i gos se r ef er em à r egi ão como “ as Jacobi nas” ou

“ as ser r as das Jacobi nas” . Ver nos anexos as vár i as f i gur as r epr esent ando a r egi ão em vár i os sécul os.

24 ANTONI L, Andr é João. Cul t ur a e Opul ênci a do Br asi l , 3. ed. , Bel o

r evel ava a car act er í st i ca comer ci al do núcl eo ur bano de Jacobi na.

Apenas par a l embr ar , em condi ções nor mai s de cr i ação ext ensi va, um pecuar i st a pr eci sa dei xar um boi no past o par a chegar ao pont o de abat e, pel o menos dur ant e t r i nt a e sei s meses. Pr í nci pe Maxi mi l i ano f al a expl i ci t ament e que, nas Mi nas Ger ai s, os f azendei r os só col ocavam as vacas par a cr uzar com quat r o anos25. Por t ant o a est ada dest e gado em Jacobi na er a

per f ei t ament e vi ável , do pont o de vi st a dos cost umes de t r at o com o gado, naquel e moment o.

Ant oni l t eve sua obr a publ i cada pel a pr i mei r a vez em 1711, mas as i nf or mações devem t er si do col hi das no f i nal do sécul o XVI I , ant es da cr i ação da vi l a em 172026. De qual quer

f or ma al guma exper i ênci a de or gani zação admi ni st r at i va j á est ava sendo t ent ada na r egi ão, quando Ant oni l r ecol heu suas i nf or mações.

A f r eguesi a de Sant o Ant ôni o de Jacobi na dat a de 1682, por ém sua sede f oi er i gi da onde hoj e é a ci dade de Campo For moso, l ocal conheci do no passado como Jacobi na Vel ha. A f r eguesi a de Sant o Ant ôni o da Vi l l a de Jacobi na f oi cr i ada soment e em 1758, desmembr ada da ant er i or Fr eguesi a de Sant o Ant ôni o de Jacobi na, passando a ser denomi nada Fr eguesi a Vel ha

25 WI ED- NEUWI ED, Pr í nci pe Maxi mi l i ano. Vi agem ao Br asi l . Bel o

Hor i zont e: I t at i ai a; São Paul o: USP, 1989.

de Sant o Ant ôni o de Jacobi na. Mas as conf usões ent r e as duas per manecer am at é o sécul o XI X.

Em consul t a aos l i vr os de r egi st r os ecl esi ai s da r egi ão,