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O TRÁFICO NAS PROCURAÇÕES

No documento OS NEGROS EM JACOBINA (BAHIA) NO SÉCULO XIX (páginas 126-138)

Gêner os q vem ao

2.2 O TRÁFICO NAS PROCURAÇÕES

Nos l i vr os de r egi st r os, exi st em t ambém os assent os das pr ocur ações par a venda de escr avi zados f or a da vi l a e comar ca. Est es document os t ambém são f or mas de cer cear a aut onomi a dos escr avi zados, f unci onando como uma espéci e de cast i go par a o escr avi zado r ebel de, poi s o t i r ava do conví vi o comuni t ár i o const r uí do.

60 APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na, n. 23, p.

For am i dent i f i cados 123 ( cent o e vi nt e e t r ês) casos de escr avi zados ou pr ocur ador es di f er ent es nessa document ação, ent r e 1875 e 1887. Al gumas pessoas escr avi zadas apar ecem mai s de uma vez em r egi st r os di f er ent es. Exi st em pr ocur ações expl i ci t ando o l ocal e, em segui da, a expr essão “ e out r as” , embor a j ur i di cament e i st o pudesse ser cont est ado, é como est á r egi st r ado na document ação.

Quadr o 9 - Númer o t ot al de escr avi zados envol vi dos em pr ocur ações ( 1875- 1887)

Ano Escr avi zado s 1875 15 1876 05 1877 04 1878 12 1879 10 1880 49 1881 06 1882 11 1883 05 1884 01 1885 02 1886 02 1887 01 Tot al 123

Font e: APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na. ( ver r el ação nas r ef er ênci as) .

Ent r e os vár i os pr ocur ador es nomeados, encont r ei o sr . Eduar do Di as de Mor aes, qual i f i cado como negoci ant e, sendo menci onado com poder es par a qual quer t i po de negoci ação par a a Ci dade da Bahi a, sobr e sei s escr avi zados de ci nco pr opr i et ár i os di f er ent es.

Al guns escr avi zados apar ecer am mai s de uma vez em r egi st r os di ver sos, denot ando uma f al t a de i nt er essados na compr a do escr avi zado, ou a f al t a de at r i but os ou, ai nda, al gum out r o mot i vo não especi f i cado nos r egi st r os.

Apar ecer am, t ambém, negoci ant es especi al i zados no comér ci o de “ car ne humana” da Cor t e do Ri o de Janei r o, em vár i as pr ocur ações apar ecem gr upos de pr ocur ador es: Vasconcel l os Espi nol a e Ci a, August os de Vasconcel l os de Bi t encour t e e Benvi ndo de Souza Mour a; Domi ngos Al ves Gui mar ães Cut i a, Amar al e Sanct o, Bast os e Souza, e Duar t e Fonceca e Companhi a; Eucl i des José Ramos e Ci a. e José Mor ei r a Vel l udo. A at uação dest e úl t i mo f i cou not ór i a em l i vr o de Si dney Chal houb61.

Com a pr oi bi ção do t r áf i co i nt er naci onal de escr avi zados em 1850, mas si st emat i cament e desr espei t ada at é pel o menos o f i nal daquel a década, set or es da economi a dependent e do t r abal ho escr avo, pr i nci pal ment e os pl ant ador es de caf é em expansão no Sudest e, f or am l evados a equaci onar o pr obl ema da mão- de- obr a no Br asi l . Enquant o o debat e aci r r ava- se, os pr eços dos escr avos subi am.

O f l uxo das t r ansf er ênci as i nt er pr ovi nci ai s de escr avi zados e dent r o das pr ópr i as pr oví nci as cr esceu mui t o depoi s da ef et i vação da Lei de 1850, al i ment ado pel a cr i se nos set or es pr odut i vos do Nor dest e, pr i nci pal ment e o açucar ei r o, poi s a mão- de- obr a mi gr ava par a set or es pr odut i vos novos, com mai or es i nvest i ment os.

Os donos das pr opr i edades r ur ai s, e mesmo al guns da ci dade, vi am na venda de seus escr avos oci osos uma f or ma de

61 CHALHOLB, Si dney. Vi sões da Li ber dade: uma hi st ór i a das úl t i mas

décadas da escr avi dão na cor t e. São Paul o: Ci a. das Let r as, 1990. p. 43 passi m; e p. 161 passi m.

di mi nui r os pr ej uí zos. Tal vez est a t enha si do a l ógi ca pensada pel os senhor es da r egi ão out or gant es das pr ocur ações: vender seus escr avos pel o mel hor pr eço possí vel , não i mpor t ando onde.

Quadr o 10 – Pr ocur ações out or gadas por l ocal de poder es concedi dos ( 1875- 1887)

Local dos Poder es concedi dos

C i d a d e d a B A H I A C i d a d e d a C a c h o e i r a C i d a d e d e F e i r a d e S a n t ’ A n n a P r o v í n c i a B a h i a

Ano

R E G I Ã O Só out Só ou Só Out Só Out Co r t e D o R i o d e J a n e i r o I m p é r i o T o t a i s 1875 4 3 2 2 4 15 1876 1 3 1 5 1877 1 3 4 1878 8 1 2 1 12 1879 3 1 1 4 1 10 1880 26 4 1 11 1 2 4 49 1881 3 3 6 1882 3 8 11 1883 4 1 5 1884 1 1 1885 2 2 1886 1 1 2 1887 1 1 35 4 4 4 2 1 21 1 Tot ai s 37 39 8 3 22 9 5 123 Font e: APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na.

O quadr o most r a uma f or t e concent r ação de pr ocur ações est abel eci das com poder es par a a Ci dade do Sal vador , com t r i nt a e nove out or gas; em segundo l ugar , par a a pr ópr i a r egi ão, com t r i nt a e set e; em t er cei r o, par a a pr oví nci a da Bahi a, com vi nt e e duas; depoi s, par a a Cor t e, nove; ci dades de Cachoei r a e Sant o Amar o, com oi t o; par a t odo o i mpér i o com ci nco; e por úl t i mo, par a Fei r a de Sant ana, com t r ês.

Al guns senhor es passavam pr ocur ações par a vár i as pessoas e l ocai s di f er ent es, como Raymundo José Fer r ei r a, mor ador da

Fr eguesi a da Saúde, que i nst i t ui u sei s pr ocur ações. Uma f oi par a i nst i t ui r o Capi t ão Pedr o Bar r et o de Ar aúj o e Ri car do Bar r et o de Ar aúj o, seus pr ocur ador es na Fr eguesi a de Sant o Ant ôni o das Quei madas, com poder es par a negoci ar em a venda de Cypr i ano, pr et o de quar ent a anos, sol t ei r o, nat ur al de Jacobi na, f i l ho de Joanna, pr of i ssão vaquei r o, em 05 de mar ço de 188462.

As negoci ações er am l ent as ar r ast ando- se por vár i os meses at é ser em concl uí das com êxi t o. Out r a possi bi l i dade er a a de o( s) pr ocur ador ( es) f i car ( em) de posse do escr avi zado. Est e t r abal ho pr opi ci ava ao out or gado auf er i r ganhos ext r as na t r ansação. No di a 12 de j anei r o de 1885, Raymundo José vol t a ao car t ór i o par a passar nova pr ocur ação par a Ri car do Gar ci a de Ar aúj o, com poder es par a apenas assi nar escr i t ur a de venda de Cypr i ano, na Fr eguesi a de Quei madas, t er mo da Vi l a Nova da Rai nha, BA63.

Nas out r as duas pr ocur ações, as possi bi l i dades de mudança na vi da de doi s escr avi zados f i car am expr essas. Vi ct or i no, pr et o, sol t ei r o, com onze anos de i dade, f i l ho de Mar i a, e Vi cent e, t ambém pr et o, sol t ei r o, com qui nze anos de i dade, f i l ho de Ri t t a, ou f or am negoci ados na Ci dade da Bahi a, sob r esponsabi l i dade da Rocha Rei s e Companhi a ou f or am par a a Cor t e do Ri o de Janei r o sob r esponsabi l i dade de Domi ngos Al ves

62 APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na, n. 40, p.

40v.

63 APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na, n. 38, p.

Gui mar ães Cot i a, Amar al e Sanct os, Bast os e Souza, e Duar t e Fonceca e Companhi a. As duas pr ocur ações f or am f ei t as no mesmo di a 12 de abr i l de 1880. I st o i ndi ca a exi st ênci a de uma r ede bem ar t i cul ada par a negoci ação de escr avi zados, com possi bi l i dades de comer ci al i zação em l ugar es di f er ent es64.

As out r as duas pr ocur ações f or am concedi das a Ant oni o Fer r ei r a Di as e Gal di no Cezar de Mor aes, com poder es par a negoci ação na Vi l a de Sant o Ant ôni o de Jacobi na. Uma t em a mesma dat a de 12 de abr i l de 1880, envol vendo Ri t t a, f usca, escr ava sol t ei r a, f i l ha de Joanna, e seus quat r o f i l hos: Al exandr i na, f usca de onze anos, João, i ngênuo, Joaqui m, i ngênuo e Mar i a, i ngênua65.

A out r a é de 12 de j ul ho de 1880 envol vendo Bár bar a, pr et a, 28 anos, sol t ei r a, do ser vi ço de l avour a, e acompanhada de ci nco f i l hos i ngênuos Cat har i na, Ther eza, Joaqui na, Al exandr e e Benedi ct o; e t ambém a escr avi zada Josepha, pr et a, dez anos, sol t ei r a, i gual ment e f i l ha de Bár bar a. Os out or gados f or am Ant oni o Fer r ei r a Di a e Gal di no Cezar de Mor aes, com poder es só na Vi l a de Jacobi na66.

Nas duas pr ocur ações, f i cou enunci ada a obedi ênci a ao decr et o n. 1695 de 15 de Set embr o de 1869, que est abel eci a:

64 APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na, n. 40, p. 2 65 APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na, n. 40, p.

2, 2v.

66 APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na, n. 38, p.

Ar t . 2º Em t odas as vendas de escr avos ou sej am

par t i cul ar es ou j udi ci aes é pr ohi bi da, sob pena de nul l i dade, separ ar o mar i do da mul her , o f i l ho do pai ou mãi , sal vo sendo os f i l hos mai or es de 15 annos.67

O di sposi t i vo aci ma t ambém f ez par t e da chamada Lei do Vent r e Li vr e, nº 2. 040 de 28 de set embr o de 1871, est ando em seu par ágr af o 5º a segui nt e r edação:

No caso de al i enação da mul her escr ava, seus f i l hos l i vr es, menor es de doze anos, a acompanhar ão, f i cando o novo senhor da mesma escr ava sub- r ogado nos di r ei t os e obr i gações do ant ecessor .68

Fi cou t ambém expr esso, nas pr ocur ações, como f unci onavam as vendas: par a at ender ao mer cado r egi onal de escr avi zados er am of er eci dos ou o especi al i st a em t r abal hos especi f i cament e r egi onai s, como o vaquei r o, ou pessoas com conheci ment os na agr i cul t ur a r egi onal , mul her es e seus f i l hos, par a ser em ut i l i zados na pr odução de ví ver es par a subsi st ênci a ou vol t ados par a o mer cado i nt er no r egi onal .

A compr a de escr avi zados j ovens e mul her es, no ser t ão, t ambém ser vi u de i nvest i ment o, par a sal vaguar dar al gum bem,

67 Conf or me t r anscr i t o em car t a do Jui z de Ór f ãos de Jacobi na, Lui z

Rodr i gues Nunes, de 19/ 02/ 1870, APEBA, Seção: Col oni al e Pr ovi nci al , f undo: Juí zes, Maço: 2435.

68 BAHI A, Gover no do Est ado da. I RDEB - Hi st ór i a e Cul t ur a. Lei do

Vent r e Li vr e. Bahi a Hi st ór i a e Cul t ur a - Di sponí vel em: <ht t p: / / www. i r deb. ba. gov. br / bahi ahi st or i adocVent r eLi vr e. ht m>. Acesso em 11 de dez. 2004.

consi der ando as cí cl i cas cr i ses bai anas, com a vant agem de ut i l i zação dos ser vi ços enquant o o j ovem cr esci a.

Par a o mer cado da Ci dade do Sal vador ou da Cor t e do Ri o de Janei r o, er am encami nhados, como escr avi zados, homens j ovens e vi gor osos, com possi bi l i dade de adapt ação t ant o aos t r abal hos domést i cos como aos ci t adi nos ou mesmo na f unção de ganhador , como, ai nda, nas l avour as de caf é do Sudest e em expansão.

Os senhor es out or gant es das pr ocur ações de vendas de escr avi zados pr ocur avam pr ot eger seu capi t al de um f ut ur o cada vez mai s pr óxi mo, quando acabar i a de vez a escr avi dão. Apost avam na j á anunci ada mor t e desse comér ci o cada vez mai s r est r i t o pel as vár i as l ei s, r esol uções e t r i but ação. Depoi s da Lei de 1851, abol i ndo o t r áf i co i nt er naci onal , a Lei n. 2. 040, de 28 de set embr o de 1871, f oi a mai s t emi da pel os senhor es de escr avos, por est abel ecer a gr adual abol i ção do el ement o ser vi l .

El a vei o at ender às vár i as r ei vi ndi cações e pr essões do movi ment o abol i ci oni st a, poi s t r at ava em vár i os aspect os da l i ber dade dos cat i vos, i ncl ui ndo a gar ant i a do vent r e l i vr e e r econhecendo o di r ei t o ao pecúl i o, um expedi ent e j á ut i l i zado l ar gament e, par a compr a da pr ópr i a al f or r i a, t i r ando do senhor a pr er r ogat i va da l i ber t ação. Segundo Si dney Chal houb a l ei f oi uma conqui st a dos escr avi zados:

O t ext o f i nal da l ei de 28 de set embr o f oi o r econheci ment o l egal de uma sér i e de di r ei t os que os escr avos havi am adqui r i do pel o cost ume e a

acei t ação de al guns obj et i vos das l ut as dos negr os.69

A Lei t ambém não descont ent ava de t odo os senhor es, gar ant i ndo o r ecebi ment o do val or do escr avi zado, e t ambém assegur ava o di r ei t o à pr opr i edade e, em t ese, à escr avi zação, pel o menos naquel e moment o. El a t ambém i nst i t ui u um f undo dest i nado à manumi ssão de escr avi zados, compost o pel a ar r ecadação de par t es de vár i os i mpost os.

Exi st em pr ocur ações t ambém par a pessoas especi al i zadas no r ecebi ment o de val or es devi dos aos poder es públ i cos, t ai s como sal ár i os, r essar ci ment o de t axas e out r os. Ent r e el as, encont r ei vár i as par a r ecebi ment o dos val or es das car t as de l i ber dade passadas pel os j uí zes de Ór f ãos na qual i dade de pr esi dent e do Fundo de Emanci pação:

[ . . . ] por vi r t ude do Ar t i go quar ent a e dous do Regul ament o que bai xou com o Decr et o numer o ci nco mi l cent o e t r i nt a e ci nco de t r eze de Novembr o de mi l oi t o cent os set ent a e dous.70

A r esol ução ci t ada aci ma, 5. 135, de 13 de novembr o de 1872, r egul ament ou as r egr as de ut i l i zação do Fundo de Emanci pação par a a l i ber t ação dos escr avos. Nel a f or am r eedi t adas as di sposi ções da obr i gat or i edade de mat r í cul a par a uma cl assi f i cação das pessoas a ser em al f or r i adas.

69 CHALHOUB, Si dney. Vi sões da Li ber dade. . . , op. ci t . , p. 159.

70 APEBA, Seção: Judi ci ár i a, Li vr os de Not as de Jacobi na, n. 36, p.

Nos t ext os das pr ocur ações, apar ecem os cr i t ér i os est abel eci dos pel a cl assi f i cação aci ma ci t ada, par a el abor ação das l i st as exi gi das. Das sei s pessoas ex- escr avi zadas ci t adas nas pr ocur ações, t odas er am casadas com pessoas l i vr es e f or am apr esent ados seus ant i gos númer os de mat r í cul a.

Er am ci nco homens, t odos l i gados às at i vi dades r ur ai s, quat r o “ da l avour a” e um vaquei r o; e uma mul her cozi nhei r a. A i dade dos homens var i ava de 24 a 66 anos e a da mul her er a de 49 anos. Todos f or am qual i f i cados como de “ boa apt i dão” . Doi s homens f or am qual i f i cados como pr et os, doi s como par dos e um como f usco, sendo a mul her qual i f i cada como pr et a.

Conf or me At o do Gover nador , em 10 de j unho de 1876, f oi dest i nado par a Jacobi na um t ot al de 4: 124$626 r éi s. A soma das pr ocur ações r el at ando essas conqui st as de l i ber dade no ano de 1876 chegou a 2. 860$000, por t ant o r est ou um mont ant e de 1. 264$626 r éi s par a a comi ssão l ocal do Fundo di st r i bui r no ano segui nt e. For am encont r adas out r as pr ocur ações, por ém espor ádi cas, ao l ongo do t empo, de mul her es casadas com homens l i vr es e, f i nal ment e, de cr i anças de pai s l i vr es ou l i ber t os.

For am l i ber t ados pel o Fundo de Emanci pação, em audi ênci a de 18 de abr i l de 1881, sei s pessoas: Os t r ês f i l hos de “ Benedi ct a, l i ber t a, casada com Benedi ct o, j á l i ber t o na 1ª . Di st r i bui ção” ; Val ent i na, por Re 460$000, de 19 anos; e Bent a,

por Re 450$000, 17 anos, per t encent es a Mar i a I zabel de

Car val ho, e José, por Re 600$000, 13 anos de Cândi da Angél i ca

Rego; Fel i x, 48 anos, casado com mul her l i vr e, por Re 700$000,

Encar nação, casado com mul her l i vr e, 28 anos de i dade, por Re

800$00071.

For mal ment e, essas f amí l i as agor a podi am f i car j unt as. Mas, pel os i ndí ci os apr esent ados no conj unt o dos document os, el es j á par t i l havam uma vi da comuni t ár i a e f ami l i ar , mui t o ant es dest a f or mal i zação.

Na audi ênci a par a di st r i bui ção da sext a cot a do Fundo de Emanci pação, em 30 de abr i l de 1885, f or am passadas as car t as de l i ber dade par a: Mar i a da Fel i ci dade, casada com homem l i vr e, de 42 anos, com f i l hos i ngênuos, cl assi f i cada na j unt a ant er i or , por Re 350$000; João, casado com mul her l i vr e, de 34

anos, com f i l hos menor es, por Re 480$000; Ant oni o, 45 anos,

casado com mul her l i vr e e com f i l hos menor es, por Re 520$000;

Josépha [ si c] , 18 anos, casado com mul her l i vr e e sem f i l hos, por Re 500$00072.

Os j uí zes t i nham um ár duo t r abal ho, equaci onar os val or es r ecebi dos, com a cl assi f i cação na or dem da l ei e, ai nda, convencer os senhor es a acei t ar os val or es. I st o t udo acont eci a em uma audi ênci a especi al ment e mar cada. Como se not a nas pr ocur ações, o Est ado não cumpr i a sua par t e, dei xando de pagar aos senhor es, t or nando o t r abal ho do j ui z ai nda mai s penoso.

71 APEBA, Seção: Col oni al e Pr ovi nci al , f undo: Juí zes, Maço: 2437,

Quadr o de emanci pação pel o Fundo 1881.

72 APEBA, Seção: Col oni al e Pr ovi nci al , f undo: Juí zes, Maço: 2437,

Por esses dados, not a- se a di mi nui ção dos val or es de uma di st r i bui ção par a out r a, e, quant o mai s pr óxi mo de 1888, menor es são os val or es.

Capítulo 3

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