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A natureza do objeto nulo no espanhol e no português brasileiro

No documento Adriana Martins Simões (páginas 78-85)

Tendo como base os trabalhos de Huang110 (1982) e Raposo (1986) a respeito da natureza do objeto nulo no chinês e no português europeu, respectivamente, Campos (1986a, b) propõe que o objeto nulo indefinido que seria possível na língua espanhola em geral constituiria uma variável, decorrente do movimento do operador para o especificador de SC.

Para fundamentar sua análise, esse autor se baseia nos dados agramaticais do espanhol nos casos em que o objeto nulo [-específico, -definido] ocorre no interior de uma oração que é complemento de um SN [exemplo (2.91a)]; de uma oração relativa [exemplo (2.91b)]; de uma oração subordinada adjunta [exemplo (2.91c)]; de sujeito sentencial em posição inicial [exemplo (2.91d)]; e quando o especificador de SC já está preenchido por um elemento interrogativo [exemplo (2.91e)]111. As três primeiras estruturas sintáticas são conhecidas na literatura gerativista como contextos de ilha, dos quais não poderia haver a extração de um elemento sem violar princípios da gramática112.

110 HUANG, C.-T. J. Logical relations in Chinese and the Theory of Grammar. 1982. Doctoral dissertation –

MIT, Cambridge, Massachusetts.

111 Exemplos extraídos de Campos (1986b:355-358).

112 No caso dos adjuntos, a extração não poderia ocorrer devido ao fato de que no modelo de Princípios e

Parâmetros os adjuntos constituiriam barreiras que impedem que o vestígio do elemento movido seja regido, havendo, portanto, violação do Princípio das Categorias Vazias (ECP). Observem-se em (2.1) a (2.3) os conceitos de barreira, ECP e regência por antecedente, respectivamente, e em (2.4) os exemplos extraídos de Eguren e Fernández Soriano (2004:180-181), que indicam em destaque os elementos que seriam barreiras:

(2.1) Constituiriam barreiras para o movimento (CHOMSKY, 1986b, apud EGUREN; FERNÁNDEZ SORIANO, 2004:180):

(a) uma projeção máxima que não seja marcada tematicamente (barreira inerente; não poderiam ser extraídos sintagmas do interior de um constituinte não argumental, como os adjuntos); (b) uma projeção máxima que domina imediatamente uma barreira (barreira por herança; se

trata do SC; nesse caso, o SF, que é regido por C, que constitui uma categoria não lexical, transmite a condição de barreira ao SC, que é o sintagma que o domina).

(2.2) Princípio das Categorias Vazias (ECP):

Todo vestígio deve estar regido.

Um vestígio está regido se:

(a) está regido por um núcleo que lhe atribui papel temático; ou

(b) mantém uma relação local com seu antecedente (regência por antecedente). (2.3) Regência por antecedente:

Um vestígio está regido se entre ele e seu antecedente não há nenhuma barreira. (2.4a) *¿Quéi te fuiste [antes de [comprar hi]]?

(2.91a) ¿Juan traerá cerveza a la fiesta? *Existe el rumor de que traerá e. (2.91b) ¿Quién trajo cerveza a la fiesta?

*No conozco al muchacho que trajo e. (2.91c) ¿Encontraron entradas para la película?

*Sí, pudimos entrar al cine porque encontramos e. (2.91d) ¿Pepe necesita gafas?

*[Que necesita e] es obvio. (2.91e) ¿María traerá ponchos de Perú?

Sí, pero no sé a quién le traerá e. *¿A quién le traerá e?

Entretanto, na análise de Demonte (1994), o objeto nulo do espanhol poderia ser um pro. Um de seus argumentos refere-se ao fato de que, apesar de essa categoria vazia ser indefinida, isso não impede que tenha uma natureza pronominal, na medida em que trata-se de um pro nas construções de sujeito indefinido de 3ª pessoa do plural. Outro argumento dessa autora é de que as sentenças de Campos não deixam claro que as estruturas de objeto nulo [-definido] estariam sujeitas às restrições das regras de movimento. Demonte apresenta exemplos gramaticais semelhantes aos desse autor, como em (2.92a), (2.92b) e (2.92c)113, em que se trata

de ocorrências de objeto nulo no interior de uma oração complemento de SN, de um sujeito oracional em posição inicial e de sentença adjunta, respectivamente.

Conforme, Eguren e Fernández Soriano (2004), na teoria de Princípios de Parâmetros, o movimento deve realizar-se ciclicamente e as orações e os SDs constituem ciclos para o movimento, de modo que o sintagma que se move deve ocupar uma posição adequada dentro de cada ciclo. Quando se trata de uma oração complemento de verbos como dizer e pensar, o sintagma pode mover-se para o especificador do SC encaixado, que está livre. Contudo, no caso de uma oração encaixada interrogativa, esse especificador já estará ocupado e a realização do movimento implicará em agramaticalidade. No caso de um SD, não haverá posição para o movimento e este não será possível. O movimento deve ser realizado no domínio de uma oração com tempo [+finito]. Assim, são excluídos os contextos em que há extração de um sintagma de uma oração relativa, como em (2.5a), ou de uma oração que constitui o complemento de um substantivo, como em (2.5b), na medida em que esses contextos de SNs complexos seriam opacos para o movimento.

(2.5a) *¿Quéi encontraste [SN al chico [SC que robó hi]]?

(2.5b) *¿Quéi rechazas [SN la idea [SC de que Juan robó hi]]?

A razão pela qual as extrações não seriam possíveis nesses contextos se deve à violação da condição de Subjacência em (2.6) (cf. EGUREN; FERNÁNDEZ SORIANO, 2004:178).

(2.6) Condição de Subjacência:

Nenhuma regra pode relacionar X e Y em uma configuração como ...X...[α ... [β... Y ...] ..., onde α e β são nós fronteira (SN ou SF).

Esses fenômenos recebem outras explicações no Programa Minimalista (cf. EGUREN; FERNÁNDEZ SORIANO).

(2.92a) No me creo [esa suposición de que alguien traerá e]. (2.92b) [Que María necesita e] es obvio.

(2.92c) No, no pudimos entrar al cine porque no encontramos e.

Em relação à natureza do objeto nulo na variedade de espanhol do País Basco, Landa (1993, 1995) observa que as construções com omissão de objeto nessa variedade não apresentam as restrições estruturais apontadas por Campos (1986a, b). Assim, essa autora afirma que sentenças como (2.91a) a (2.91c) e (2.91e) desse autor seriam possíveis no espanhol basco tanto com antecedente [- determinado] quanto [+determinado].

Além disso, Landa (1993) consultou falantes de espanhol do Chile e de diferentes regiões da Espanha e alguns também consideraram essas sentenças gramaticais, contrariando, portanto, a análise desenvolvida por Campos.

Por outro lado, a sentença (2.91c) de Campos (1986b), em que a categoria vazia ocorre no interior de uma oração adjunta, foi aceita apenas por uma parte dos falantes consultados. Contudo, segundo Landa (1993), essa sentença poderia não ser aceita por questões pragmáticas, uma vez que (2.93)114, que seria uma resposta mais equilibrada à pergunta de (2.91c) no que diz respeito à pragmática, foi aceita por todos os falantes. Já na variedade basca, a sentença (2.91c) seria aceita, mas seria ambigua, na medida em que, por permitir a omissão de antecedentes [+determinados], o objeto nulo poderia ser interpretado como entradas ou el cine.

(2.93) Compramos entradasi porque encontramos ei.

De acordo com Landa (1993), esses resultados sugerem que essa categoria vazia poderia ser um pro como na análise dos sujeitos nulos. Assim, essa autora propõe que os objetos nulos referenciais da variedade basca teriam um estatuto pronominal. Isso constituiria uma evidência da existência de um morfema de concordância zero entre o verbo e o objeto, morfema esse especificado com os traços [-animado] e [+3ª pessoa].

Outra característica do espanhol do País Basco constitui a possibilidade de que o objeto nulo ocorra em uma oração subordinada e tenha como antecedente um argumento da oração matriz, como se observa em (2.94)115.

114 Exemplo extraído de Landa (1993:138). 115 Exemplos extraídos de Landa (1993:138).

(2.94a) Al principio el libroi dice que Øi=leamos ei sólo si tenemos una mente abierta. (2.94b) Ese cochei fue dejado aquí para que Øi=laves ei.

Entretanto, segundo Landa (1995), se o antecedente do objeto for uma entidade [+animada] ou se o tipo de verbo personificar esse antecedente (necesitar,

exigir), a sentença será agramatical [exemplo (2.95)]. Como na maior parte dos

verbos a posição de sujeito receberia uma interpretação agentiva, seria mais natural que a categoria vazia da oração subordinada seja correferente com o objeto da oração principal [exemplos (2.96)]. Por outro lado, o objeto nulo pode ser correferente com o sujeito de uma oração passiva. Como esse tipo de sujeito tenderia a não estar associado a uma entidade com traço semântico [+animado], não haveria problemas para a omissão do objeto [exemplo (2.97)]116.

(2.95) El cochei necesita que *Øi=/loi/lei=lave ei.

(2.96a) Al final la policía va a regalar la sortijai a la niña que Øi=encontró ei. (2.96b) Juan devolvió el ordenadori al libanés que le=Øi=vendió ei.

(2.96c) Te presto el cochei con tal de que laves ei. (2.97) Ese cochei fue traído con tal de que laves ei.

Com respeito à variedade de espanhol de Quito, Suñer e Yépez (1988) propõem que o objeto nulo dessa variedade seria uma variável por ter o referente identificado no discurso [exemplos (2.98)] e pela impossibilidade de ter como referente um argumento da sentença matriz [exemplo (2.99)]117. Por outro lado, devido à possibilidade de a omissão do objeto ocorrer em contexto de ilha e em construções em que o especificador de SC já está ocupado por um elemento interrogativo [exemplos (2.100)]118, essas autoras propõem que essa variável não seria derivada de movimento.

(2.98a) Las elecciones yo nunca Ø entendí.

(2.98b) A mi mamá se le quedó un poco mal cerrado el armario y logré abrir.

116 Os exemplos (2.95), (2.96a) e (2.96b) foram extraídos de Landa (1993:139 (nota 9)) e os exemplos (2.96c) e

(2.97) foram extraídos e adaptados de Landa (1995:96).

117 Landa (1995) aponta esse argumento como sua principal crítica à análise desenvolvida por Suñer e Yépez

(1988) para explicar a natureza categorial do objeto nulo do espanhol de Quito. Essa autora afirma que esse exemplo com o verbo necesitar faria com que o sujeito fosse interpretado como uma entidade [+animada], como vimos anteriormente. Assim, Landa atribui a agramaticalidade dessa sentença à impossibilidade de omissão do objeto com um referente [+animado] nessa variedade.

(2.99) Mi carroi necesita que lei/*Øi lave.

(2.100a) Yo le reconocí al hombre que trajo Ø. (Ø = el paquete)

(2.100b) No vayas a ver esa películai porque no vas a entender Øi. (2.100c) ¿A quién le dará/traerá Ø?

(Ø = el regalo)

Quanto ao PB, diversos trabalhos investigaram a natureza do objeto nulo nessa língua, entre eles, Galves (1988, 2001), Kato (1993) e Farrell (1990), que abordaremos neste trabalho.

Galves (1988) observou que as sentenças que seriam agramaticais no português europeu e levaram Raposo (1986) a propor que o objeto nulo nessa língua seria uma variável como no chinês (Huang, 1984) seriam possíveis no PB, ao contrário do que ocorreria no espanhol, segundo a análise de Campos (1986a, b). Assim, essa autora propõe que o objeto nulo no PB seria um pro. Observem-se as sentenças a seguir119:

(2.101a) O rapaz que trouxe ei da pastelaria era teu afilhado.

(2.101b) Eu informei a polícia da possibilidade de o Manuel ter guardado ei no cofre da sala de jantar.

(2.101c) O pirata partiu para as Caraíbas depois de ter escondido ei no cofre. (2.101d) Que a IBM venda ei a particulares surpreende-me.

(2.101e) Para qual dos filhos o Manuel ofereceu ei?

No entanto, observou-se que uma sentença como (2.102)120, em que o objeto nulo é correferente com o sujeito da sentença principal, seria agramatical no PB e bem formada se esse antecedente for retomado pelo pronome lexical. Esse fato poderia contrariar a análise dessa categoria vazia como um elemento pronominal.

(2.102) O Joséi sabe que a Maria gostaria de conhecer *ei/elei.

Para Kato (1993), a restrição dessa sentença seria sintática. Essa autora propõe que o objeto nulo no PB seria um clítico nulo. Enquanto o pronome lexical poderia ou não ter um antecedente que o c-comande, o clítico nulo apenas poderia ter um antecedente que não o c-comande. Em (2.103), temos um SN que não c-

119 Exemplos extraídos de Galves (2001:75-76). 120 Exemplo extraído de Galves (2001:159).

comanda o objeto nulo, em (2.104a), o c-comando seria aparente e, em (2.104b)121, não haveria um antecedente pleno122.

(2.103) (Quanto a(o boloi)), o rapaz que 0i-trouxe saiu agora. (2.104) E quanto ao bolo?

(2.104a) (0 (o boloi)), o rapaz que 0i-trouxe saiu agora. (2.104b) O rapaz que 0i-trouxe saiu agora.

Por outro lado, segundo Galves (2001), a impossibilidade de uma sentença como (2.102) não teria origem gramatical, mas semântica, conforme propõe Bianchi e Figueiredo Silva123 (1994, apud GALVES, 2001:159), por restringir-se a antecedentes [-animados] [exemplo (2.105a)], e também discursiva, como proposto por Farrell124 (1987, apud GALVES, 2001:159) [exemplo (2.105b)].

(2.105a) Esse tipo de garrafai impede as crianças de abrirem ei sozinhas.

(2.105b) Todo mundo diz que Maria beijou Joãoi depois do baile, mas elei insiste que ninguém beijou ei.

Apesar de o objeto nulo apresentar restrições quando é correferente com o sujeito da sentença matriz, segundo Kato (2002), seria possível que tenha como antecedente um SN que ocupa a periferia esquerda da sentença, inclusive em referência a uma entidade [+humana] (cf. KATO, 2003) [exemplos (2.106)]. Também seria possível ter como antecedente o objeto da oração principal [exemplo (2.107)] e o sujeito derivado da posição de objeto [exemplo (2.108)]125126.

(2.106a) O relógioi, a Maria não quebrou Øi.

(2.106b) Esse atori eu acho que (eu) não conheci _i.

(2.106c) Esse livroi eu acho que (eu) não li _i.

121 Exemplos extraídos de Kato (1993:233-234).

122 Cf. a noção de c-comando na nota 22 (seção 1.1.3.).

123 BIANCHI, V.; FIGUEIREDO SILVA, M. C. On some properties of agreement-object in Italian and Brazilian

Portuguese. In: MAZZOLA, M. (org.). Issues and theory in romance linguistics: selected papers from the Linguistic Symposium. Washington, DC: Georgetown University Press, 1994.

124 FARRELL, P. Empty objects in Brazilian Portuguese. UCSD, 1987, artigo inédito.

125 Os exemplos (2.106a), (2.107) e (2.108) foram extraídos de Kato (2002:113-114) e os exemplos (2.106b) e

(2.106c) foram excluídos de Kato (2003:139).

126 Kato (2002) desenvolve uma análise para explicar a possibilidade de omissão do objeto nesses contextos,

bem como em seu trabalho posterior (KATO, 2003) explica o fenômeno do objeto nulo correferente com um antecedente em uma posição não argumental. No entanto, optamos por focalizar apenas as diferentes construções apresentadas por essa autora em que essa categoria vazia seria possível, com o objetivo de comparar ao que ocorre no espanhol.

(2.107) Tirei o relógioi para fora da caixa sem quebrar Øi. (2.108) O relógioi foi tirado para fora da caixa sem quebrar Øi.

Se considerarmos o argumento de Landa (1993, 1995) de que seria a interpretação de um sujeito como uma entidade [+animada], capaz de ser agente do evento, o que tornaria agramatical a construção com um objeto nulo correferente, enquanto o sujeito das orações passivas não apresentaria essa restrição, veremos que no PB essa categoria vazia parece ser possível quando é correferente com o sujeito de uma oração passiva, inclusive se a entidade é [+humana], como em (2.109). Isso poderia revelar que parte da restrição que opera no PB seria semântica, no sentido de não permitir a correferência de um objeto nulo com um elemento que recebe uma interpretação agentiva.

(2.109a) A criança foi trazida para que o médico vacine Ø/ela. (2.109b) O bebê foi levado para que a Maria conheça Ø/ele. (2.109c) O João foi trazido para que a Maria conheça Ø/ele. (2.110a) A Maria trouxe a criança para que o médico vacine Ø/ela. (2.110b) A mãe levou o bebê para que a Maria conheça Ø/ele. (2.110c) Ele trouxe o João para que a Maria conheça Ø/ele.

Por outro lado, a partir das orações em (2.111) e (2.112), observamos que o objeto nulo correferente com uma entidade [+humana] parece não ser possível no PB tanto se o referente constitui o sujeito da sentença principal ou o objeto de uma sentença coordenada. Isso constituiria uma evidência de restrição semântica quanto ao traço de animacidade do antecedente. Já quando se trata de um referente [- animado], o apagamento do objeto parece ser possível também com o antecedente como o sujeito da oração principal.

(2.111a) A Maria chegou porque o João já encontrou *Ø/ela. (2.111b) O livro chegou porque o João já recebeu Ø/ele.

(2.112a) O João encontrou a Maria, mas o Pedro não viu *Ø/ela. (2.112b) O João encontrou o livro, mas o Pedro não comprou Ø/ele.

Farrell (1990) também encontrou evidências de que o objeto nulo no PB teria uma natureza pronominal, correspondendo, assim, a um pro. A proposta desse autor

para solucionar a ausência de morfemas flexionais ou um clítico que pudessem identificar essa categoria vazia é de que pro seria intrinsecamente especificado como 3ª pessoa.

Nesta seção do capítulo, vimos diferentes trabalhos a respeito do estatuto categorial do objeto nulo no espanhol e no PB. Assim, observamos que o objeto nulo [-determinado] das variedades de espanhol em geral é analisado como uma variável por Campos (1986a, b).

Por outro lado, Landa (1993, 1995) propõe que os objetos nulos da variedade basca teriam uma natureza pronominal, constituindo, portanto, um pro. Essa autora questiona a análise de Campos (1986a, b), que também é questionada por Demonte (1994), bem como a análise de Suñer e Yépez (1988) para o espanhol de Quito, que também recebe a análise dessa categoria vazia como uma variável.

Em relação ao PB, vimos que Galves (2001), Kato (1993) e Farrell (1990) propõem que o objeto nulo se trata de um pro. Contudo, tanto o PB quanto a variedade do País Basco apresentam algumas restrições que parecem ser de natureza semântica quando há correferência entre o objeto nulo e o sujeito da oração principal.

Tendo em vista esses trabalhos, nosso objetivo foi observar se os objetos nulos das variedades de espanhol de Madri e Montevidéu apareciam em contextos de ilha ou construções interrogativas. Os dados de objetos nulos que encontramos em nossa análise constituíram evidências a respeito da natureza dessa categoria vazia nessas variedades, como demonstraremos no capítulo 4. Veremos a seguir outras elipses de SN que ocorrem no espanhol e no PB.

2.6. Outras construções de elipse nominal no espanhol e no português

No documento Adriana Martins Simões (páginas 78-85)