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A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE PÊSSEGOS SOB CONDIÇÕES SUBTROPICAIS

No documento Anais... (páginas 80-86)

Lourenço Nyssen1

1Sócio diretor da Holantec-Comércio, Consultoria e Serviços Ltda.; Rodovia Raposo Tavares, km 256; Cx. P. 506; CEP 18725-000;

Distrito Campos de Holambra, Holambra, São Paulo; contato@holantec.com.br

A Fruticultura Temperada em região Subtropical compreende a produção de frutas entre as latitudes 21°10’ e a latitude 24°10’ passando pelo trópico de capricórnio, fazendo parte da mesma as regiões produto- ras da região sul de Minas Gerais, as regiões produtoras do estado de São Paulo e Norte do Paraná. Dentre as regiões produtoras, podemos citar como polos de produção as regiões de Barbacena, Campanha, Virgínia, Poços de Caldas e Turvolândia no estado de Minas Gerais, as regiões de Atibaia, Jarinu, Pilar do Sul, São Mi- guel Arcanjo, Apiaí, Guapiara, Itapetininga e Paranapanema no estado de São Paulo e as regiões do norte do Paraná e Arapoti, no estado do Paraná (Figura 1).

Nestas regiões podemos encontrar uma grande diversificação de culturas tropicais e de clima tem- perado como: abacate, ameixa, amora, atemóia, banana, caqui, goiaba, figo, lichia, maçã, manga, maracujá, mirtillo, nectarinas, pêssegos, uva entre outras.

Os pomares comerciais são cultivados em altitudes que variam ao redor de 650 metros, regiões ao redor de 900 metros e regiões com até 1.300 metros.

Figura 1. Localização dos pólos de produção de frutas de caroço em regiões sub-tropicais no Brasil.

Nas regiões com altitude entre 650 metros a 900 metros,a principal característica dos pomares é a precocidade da produção da cultura do pêssego e nectarina, apresentando o início do período de colheita no final do mês de agosto / início do mês de setembro. Nestas regiões são cultivadas variedades com baixa exigência de horas de frio, pois o acumulo de horas de frio (abaixo de 7,2°C) é inferior a 100 horas, sendo que na maioria dos anos não ocorre acumulo de horas de frio em função das temperaturas de inverno (Grá- fico 1). Virgínia – M.G. Barbacena – M.G. Atibaia/Jarinu –S.P. Apiaí – S.P. Poços de Caldas – M.G. Pilar do Sul – S.P. Paranapanema – S.P. Arapoti –Pr. Norte Paraná

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Gráfico 1. Temperaturas observadas, com as máximas e mínimas.

As variedades de pêssego e nectarina cultivadas nessas regiões foram desenvolvidas pela IAC em SP; IAPAR, no Paraná; e Embrapa, em Pelotas, RS. Devemos ressaltar o cultivo da variedade de Maçã Eva de- senvolvida pelo IAPAR – Paraná, que apresenta como principal característica o baixo requerimento de horas de frio e a precocidade do período de colheita que ocorre nos meses de novembro/dezembro. As áreas de produção localizadas nas regiões com maior altitude (Barbacena – M.G., Apiaí e Guapiara – S.P.) apresentam uma maior diversidade de variedades em função do acúmulo de horas de frio.

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nica da Quebra da dormência através do uso de indutores de brotação, sendo o mais conhecido e utilizado o produtoDormex® (Basf SA) aplicado em conjunto com óleo mineral e também do uso da aplicação da Calda

sulfocálcica. A operação da quebra de dormência é realizada de acordo com o estádio fenológico das gemas, sendo as mesmas avaliadas semanalmente durante o período para que haja a definição da dosagem ideal do produto Dormex® e a dosagem do óleo mineral em função do estádio em que se encontras. Nas variedades

precoces de pêssego e nectarina a operação da quebra de dormência é realizada em meados do mês de maio, promovendo um pico de florada em meados do mês de junho e o início do período de colheita no final do mês de agosto e o pico de colheita no início/meio do mês de setembro. Para as variedades medianas e tardias a quebra da dormência é realizada no mês de junho, com florada no mês de julho e período de colhei- ta nos meses de outubro a meados de dezembro. Nas regiões de maior altitude, há a ocorrência de geadas durante o inverno, não possibilitando a realização de colheitas precoces e prolongando o período de colheita até meados do mês de março.

Uma das maiores adversidades encontradas na realização da indução precoce da brotação é a ocorrência de condições climáticas desfavoráveis (baixas temperaturas e deficiência hídrica) durante a fase da emissão de novos brotos. A presença de períodos com baixas temperaturas no inverno induz a planta a entrar em uma nova fase de dormência conhecida como a dormência verdadeira. Essa dormência verdadeira provoca a paralisação da brotação dos ramos por um período de 45 a 60 dias, sendo revertida naturalmente somente após o termino da colheita. Como consequência é observada a presença de plantas com boa frutificação, po- rém com numero reduzido de folhas e brotos, resultando em frutos de menor calibre e valor comercial. Em função do período de baixa oferta de frutas no mercado, esse menor calibre é compensado por uma maior remuneração do produto.

A ocorrência de elevadas temperaturas (acima de 25 a 28°C) durante o período da plena florada tem sido outra grande adversidadeenfrentada pelos fruticultores nos pomares na região de clima subtropical.Eleva- das temperaturas durante o período da plena florada, reduz a vida útil do pólen, elevando o índice de abor- tamento de flores, queda da frutificação e elevaçãodo índice de frutos sem embrião no interior da semente, resultando em frutos sem potencial de crescimento ou frutas com o interior oco (Foto 01).

Foto 01

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em ramos de produção com predominância de gemas vegetativas e elevando a incidência de gemas cegas sem potencial produtivo (Foto 02).

Foto 02

Na instalação de novos projetos frutícolas há tendência do adensamento dos pomares, através do plantio utilizando espaçamentos variando de 4,5 metros até no máximo 6,0 metros entre linhas e espaçamentos de 1,5 metros a 2,5 metros entre plantas, sendo aas plantas posteriormente conduzidas no sistema de “ipsolon” (02 pernadas) (foto 03)ou no sistema tipo taça aberta (04 pernadas principais) (foto 04). Novos sistemas de condução estão sendo avaliados visando possibilitar a mecanização dos pomares, em função da crescente redução na disponibilidade de mão de obra no campo.

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84 Foto 03 – Condução sistema de “ipsolon”

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Com relação ao ciclo vegetativo das plantas, uma característica apresentada pelos pomares de frutas de caroço (Pêssego, Nectarina e Ameixa) cultivados nas regiões de clima sub tropical é a necessidade de um segundo fluxo brotação dos ramos vegetativos. Em função da realização precoce da operação da quebra de dormência e indução da brotação e do período de vida útil das folhas que é de 7 a 8 meses, é observado o amarelecimento (senescência das folhas) e queda natural das folhas nos meses de março/abril.Como nas regiões de clima sub tropical as temperaturas ainda são elevadas e há a ocorrência de períodos chuvosos nesses meses, estando as plantas desfolhadas há a ocorrência de uma indesejável florada precoce.Com o ob- jetivo de evitar a florada precoce, há a necessidade de promover estímulos de brotação através da realização de podas de pós-colheita e em casos extremos a realização da desfolha total das plantas visando à emissão de novos brotos e folhas.

A utilização de novas técnicas visando regular o crescimento das plantas esta sendo cada vez mais estudada e utilizada nos pomares. O uso da técnica de anelamento nos troncos ou nas pernadas das plantas além de reduzir o desenvolvimento vegetativo promove um maior diâmetro dos frutos e a antecipação da colheita. A aplicação via foliar ou via solo de produtos reguladores de crescimento estão apresentando resultados promissores, porém esbarram na ausência de registro dos produtos para as frutas de caroço. O uso dos re- guladores de crescimento no período da pós colheitas dos frutos, promove uma maturação homogênea dos ramos de produção e consequentemente das gemas vegetativas e reprodutivas, melhorando a quebra de dormências das plantas, promovendo uma brotação e floração mais uniforme e vigorosa.Os reguladores de crescimento possibilitam ainda a realização de adubações equilibradas, melhorando e aumentando as reservas nutricionais das gemas, sem o risco de formação de ramos ladrões (excesso de desenvolvimento vegetativo).

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TECNOLOGÍAS LOCALES DE PRODUCCIÓN DE DURAZNERO EN ZONAS PRODUC-

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