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COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E SELEÇÕES DE PESSEGUEIROS NA DEPRES SÃO CENTRAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

No documento Anais... (páginas 137-139)

Daniel Chamorro Darde1; Gustavo Klamer de Almeida2; Paula Duarte de Oliveira3; Ana Paula Levandoski4; Gilmar A. B. Marodin5

1Eng. Agr., mestrando do PPG Fitotecnia/UFRGS; danieldarde@gmail.com 2Eng. Agr., doutorando do PPG Fitotecnia/UFRGS; gklalmeida@hotmail.com 3Eng. Agr., mestranda do PPG Fitotecnia/UFRGS; poulduarte@hotmail.com 4Graduanda em Agronomia; anapaula.levandoski@gmail.com

5Professor Titular, Dr. da Faculdade de Agronomia da UFRGS; marodin@ufrgs.br.

O estado do Rio Grande do Sul é responsável por 80% da produção total de pêssegos da região sul e por 57% da produção total do Brasil, atingindo em 2012 a marca de 136 mil toneladas de pêssegos produzidos, tanto com a finalidade de frutos para indústria como de frutos de mesa. Esta produção se concentra em uma área de cerca de 13 mil hectares e apresenta um baixo rendimento, de apenas 10 toneladas por hectare (IBGE, 2013). Dentre as diversas regiões os produtores têm àsua disposição cultivares com múltiplasvariações, tais como: coloração da epiderme, tipo e cor de polpa, grau de aderência da polpa ao caroço e diferentes exigên- cias térmicas para a superação da endodormência. No entanto, as principais regiões produtoras do estado utilizam poucas cultivares nos pomares, como, por exemplo, a região da Serra Gaúcha, onde predominam as de polpa branca Chimarrita, Chiripá e Marli (PROTAS e MADAIL, 2003). Assim, o trabalho de melhoramento é constante e novascultivares adaptadas a diferentes regiões estão sendo desenvolvidas e avaliadas para atender as necessidades de cada local, tanto na busca de janelas de mercado, como pela antecipação da colheita, rusticidade, tolerância aos principais problemas sanitários e mais produtivas, visando maior retorno financeiro possível aos produtores. Uma das características mais desejadas, além da precocidade, é a menor necessidade de horas de frio para adequada brotação e floração, aliada à boa produção de frutos, possibili- tando o cultivo em áreas consideradas marginais para a produção de pêssegos. De Souza et al. (2013) busca- ram seleções e cultivares melhor adaptadas para a região da Serra da Mantiqueira-MG, demonstrando que a cultivar Ouromel-2 (mesa), a seleção Conserva 1050 (indústria) e Tropic Beauty (dupla finalidade) tiveram boa produção e sem alternância naquela região, na média de três anos.Raseira et al. (2014) descrevem uma lista enorme de opções para diferentes regiões do Brasil, mas para cada local podem surgir materiais mais adaptados, possibilitando nichos de mercado. Assim, para a região da Depressão Central do RS, está sendo avaliadamais de uma centena de seleções e cultivares de pessegueiros com o intuito de prover cultivares de melhor adaptação a regiões de baixo a médio acúmulo de frio. O experimento está sendo desenvolvido no município de Eldorado do Sul-RS, na EEA/UFRGS. O solo predominante na região é caracterizado como Ar- gissolo Vermelho distrófico típico e o clima é do tipo fundamental Cfa, conforme a classificação climática de Köppen, ou seja, subtropical úmido com verão quente.Dentre os materiais avaliados, destacam-se pêssegos de diferentes cores de epiderme, de polpa, épocas de maturação, finalidade, inclusive nectarinas e pêssegos

platycarpa (chatos).Dentre as seleções estão plantas originárias do programa de melhoramento genético da

Embrapa Clima Temperado (Cascatas), do México (CPs), dos Estados Unidos, dentre outras. No presente es- tudo traz-se resultados de dois anos (2013/2014) dos seguintes materiais:BRS Libra, BRS Bonão, Early Grand e as seleções P5, Cascatas 75, 730, 848, 1015, 1233, 1373, 1485, 1493, e 1579 e os CPs 94-2, 8810, 9540 e 9545. A coleção foi implantada em agosto de 2009, com as mudas enxertadas sobre Capdeboscq espaçadas de 5,5m entre linhas e 1,5m entre plantas, totalizando 1.212 plantas/ha, sendo a condução em “Y”.As avaliações realizadas foram: início da floração (5% de flores abertas), plena floração (70% de flores abertas), final de floração (90% de pétalas caídas); época média de colheita;massa média dos frutos, obtida pela contagem e pesagem de uma amostra de 15 frutos; e produção por planta, obtida pela contagem do número total de frutos de cada planta, multiplicado pela massa média dos frutos; além de avaliações pós-colheita como firmeza de polpa e sólidos solúveis totais (SST). Foram realizados tratos culturais no pomar como podas de

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inverno e verão, manejo fitossanitário, controle de plantas daninhas e adubação de acordo com análise de solo, conforme as normas da Produção Integrada de Pêssego (FACHINELLO et al., 2003). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com três repetições, com uma planta por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de significância. As análises mostraram diferenças significativas para a massa média dos frutos e produção por planta, para as duas safras. As seleções Cascata 1233, 730,75 e 848, as seleções CP 8810 e 9445 e a cultivar BRS Bonão obtiveram maior produção perante as demais no primeiro ano, não havendo diferenças estatísticas no se- gundo ano. A seleção Cascata 730 obteve a maior produção no primeiro ano (22,05 kg planta-1), seguida das

seleções CP 8810 (22,81 kg.planta-1), BRSBonão (19,39 kg.planta-1), Cascata 1233 (19,20 kg.planta-1), CP 9445

(18,88 kg.planta-1), Cascata 75 (13,73 kg.planta-1) e Cascata 848 (13,04 kg.planta-1). Considerando a soma das

duas safras, destacaram-se as seleções Cascatas730, 848 e 1233 e CP 8810 apresentando produção superior a 30 kg.planta-1. Em relação à massa média de frutos, as seleções que se destacaram nas duas safras foram:

BRS Bonão (166,3 g e 136,97 g), CP 8810 (141,30 g e 158,91 g), Cascata 1579 (140,27 g e 127,02 g), Early Grand (130,73 g e 127,07 g), Cascata 1233 (135,60 g e 97,70g) e Cascata 730 (127,17 g e 125,22 g). Quanto à época de floração: BRS Libra teve florescimento médio na primeira quinzena de julho, com a plena florada por volta de 13/07; Cascatas 1485, 1373, 1233 e 75, CPs 9445 e 8810, e BRS Bonão tiveram florescimento médio na segunda quinzena de julho, com a plena florada por volta de 17/07; Early Grand e Cascata 1579 tiveram florescimento entre a segunda quinzena de julho e a primeira quinzena de agosto, com a plena florada por volta de 31/07; Cascatas 848, 1493 e 1015, CPs 94-2 e 9540 e P5 tiveram florescimento médio na segunda quinzena de agos- to, com a plena florada em 17/08. Em relação à maturação média das seleções, BRS Libra foi a mais precoce, com maturação em 18/10; Cascata 1485 e Early Grand tiveram maturação em 25/10; CP 9445 teve maturação em 30/10; CP 94-2, P5 e Cascata 1579 tiveram maturação em 06/11; BRS Bonão, Cascata 1373, Cascata 848 e CP 9540 tiveram maturação em 12/11; Cascatas 1233, 1493 e 75 tiveram maturação em 23/11; e CP 8810 e Cas- cata 730 foram as mais tardias, com maturação em 6/12. Quanto às características pós-colheita, as seleções não apresentaram muita variação,na média das safras. Cascata 1579, BRS Bonão e Early Grand apresenta- ram os valores mais baixos de firmeza, com 5,74, 6,10 e 6,64 kgf, respectivamente. Já os Cascatas 730 e 1015 apresentaram os maiores valores, com 10,54 e 10,40 kgf, respectivamente. Em relação aos SST, destaque para as seleções CP 8810 e Cascata 730, que apresentaram valores de 13,4 e 12,2º Brix, respectivamente. Os demais apresentaram valores abaixo de 11º Brix. Os estudos preliminares apontam as seleções CP 8810, Cas- cata 730, Cascata 848 e Cascata 1233 como promissoras para o cultivo nas condições da região da Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul, sendo necessárias outras avaliações para confirmar esta condição.

Referências

DE SOUZA, F. B. M.; ALVARENGA, A. A.; PIO, R.; GONÇALVES E. D.; PATTO, L. S. Produção e qualidade dos frutos de cultivares e seleções de pessegueiro na Serra da Mantiqueira.Bragantia, Campinas.v. 72, n. 2, p.133- 139, 2013.

IBGE. Produção Agrícola Municipal 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2014. Disponível em: http://www.ibge.gov. br/estadosat/temas.php?sigla=rs&tema=lavourapermanente2013

FACHINELLO, J. C.; COUTINHO, E. F.; MARODIN, G. A. B.; BOTTON, M.; MIO, L. L. M. Normas Técnicas e

Documentos de Acompanhamento da Produção Integrada de Pêssego. Pelotas: 2003. v.01, p.92.

PROTAS, J. F. S.; MADAIL, J. C. M. Características econômicas e sociais da produção de pêssego no Rio

Grande do Sul. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho. Sistema de Produção, 3. 2003.

RASEIRA, M. C. B. ;PEREIRA, J. F. M.; CARVALHO, F. L. P. Cultivares: descrição e recomendação. In: Pesse- gueiro, EMBRAPA, p. 74-141, 2014.

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SELEÇÃO DE PARENTAIS PARA DESENVOLVIMENTO DE SELEÇÕES DE PÊSSEGOS

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