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ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM FRUTOS ‘MACIEL’ ENXERTADA EM PORTA-ENXER TO CLONAL E VIA SEMENTE

No documento Anais... (páginas 166-169)

Aline Ramm1, Márcia Wulff Schuch2, Márcia Vizzotto3, Zeni Fonseca Pinto Tomaz4, Cari Rejane FissTimm4

1Eng. Agr., mestranda em Fruticultura de Clima Temperado pelo PPGA-FAEM/UFPel; Caixa Postal 354; CEP 96010900; Pelotas, Rio

Grande do Sul/Brasil; E-mail: alineramm@yahoo.com.br

2Eng. Agr., Dra., professora do Departamento de Fitotecnia FAEM/UFPel; Caixa Postal 354; CEP 96010900; Pelotas, Rio Grande do

Sul/Brasil; E-mail: marciaws@ufpel.tche.br

3Eng. Agr., Ph. D. pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, BR-392, Km 78; CEP 96010-971; Pelotas, Rio Grande do Sul/Brasil;

E-mail: marcia.vizzotto@embrapa.br

4Eng. Agr., Dra. em Fruticultura de Clima Temperado pelo PPGA-FAEM/UFPel; Caixa Postal 354; CEP 96010900; Pelotas, Rio Grande

do Sul/Brasil; E-mail: zfptomaz@yahoo.com.br

4Eng. Agr., doutoranda em Fruticultura de Clima Temperado pelo PPGA-FAEM/UFPel; Caixa Postal 354; CEP 96010900; Pelotas, Rio

Grande do Sul/Brasil; E-mail: fcari@yahoo.com.br

Diversos trabalhos vêm sendo desenvolvidos sobre a propagação de porta-enxertos, cultivar copa,de pesse- gueiro, utilizando estaquia, como também miniestaquia, entretanto em escala comercial ainda é bastante utilizada a propagação via semente (OLIVEIRA et, al. 2005; CARDOSO et, al. 2011; TOMAZ et, al. 2013). Esse fato ocorre devido à falta de investimento em infraestrutura e mão de obra especializada, além da falta de resultados de experimentos em condições de campo para verificar o comportamento e a viabilidade dos porta-enxertos clonados. A miniestaquia apesar de ser recente,já é utilizada na propagação de várias fru- tíferas como mirtilo, oliveira, pitanga entre outras. Tal técnica é considerada viável, pois proporciona uma maior porcentagem de enraizamento, além de otimizar o espaço utilizado para produção das mudas. Outra proposta que vem sendo estudada é a utilização de mudas autoenraizadas, ou seja, sem a utilização do por- ta-enxerto, visando à redução de custos para os produtores. Porém, ainda há carência de resultados con- clusivos dessa alternativa em relação à proposta convencional,tanto naprodutividade, como na qualidade dos frutos produzidos,pois o usode porta-enxertos, além de influenciarno crescimento e desenvolvimento da planta, também pode afetar a qualidade do fruto (GIORGI et al., 2005).Esta qualidade não esta só na boa aparência, pois também é importante manter seu valor nutricional, fato esse que estimula o crescente interesse do consumidor por alimentos que possam contribuir na prevenção de várias doenças. A ação antio- xidante contribui para manter o equilíbrio entre a produção e a eliminação de espécies reativas de oxigênio e outros compostos relacionados, inibindo e reduzindo as lesões causadas pelos radicais livres nas células (MAIA, 2007). Diante disso objetivou-se avaliar a atividade antioxidante de frutos de pessegueiros ‘Maciel’ autoenraizados quando enxertados sobre porta-enxertos obtidos por miniestaquia e por semente.O traba- lho foi desenvolvido nas dependências da Universidade Federal de Pelotas, localizada no município de Capão do Leão - RS (31°48’12.48” S,52°30’34.08” O). As análises foram no Núcleo de Alimentos da Embrapa Clima Temperado,Pelotas (RS). O delineamento foi inteiramente casualizado em esquema unifatorial, constituído três tratamentos, com quatro repetições de três plantas, ‘Maciel’ com porta-enxerto Okinawa propagado via semente, com porta-enxerto Okinawa propagado via miniestaquia, e ‘Maciel’ autoenraizada. Os pêssegos da safra 2014foram colhidos de plantas em condições de campo há três anos, no centro Agropecuário da Palma, localizado no município do Capão do Leão em Pelotas, RS. Após a colheita, os frutos foram acondicionados em sacos plásticos, identificados e armazenados imediatamente em ultrafreezer. Para a realização das aná- lises osfrutos foram transportados em sistema refrigerado, em bandejas com tampa até o laboratório. Para análise de atividade antioxidante, cinco gramas de amostra foram homogeneizados em ultra-turrax com 20 mL de metanol e centrifugados por 20 minutos a 5 rpm em centrífuga refrigerada a 4ºC. Foram pipetados 200 μL de amostra e misturados com 3800μL de DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil, diluído em metanol) em tubos de 15 mL com tampa, sob agitação e deixados para reagir por 24 horas. A leitura de absorbância foi feita em espectrofotômetro zerado com metanol, no comprimento de onda de 515nm. Uma curva padrão foi constru-

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ída para o TROLOX (acido 6-hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcroman-2-carboxilico). A metodologia utilizada para determinação da atividade total foi adaptada de Brand-Williams et al. (1995). Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e comparação de médias pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro. Conforme a Tabela 1, o tratamento‘Maciel’ com porta-enxerto Okinawa, oriundo da miniestaquia apresen- tou resultados superiores de atividade antioxidante, quando comparado com os demais, pois a propagação por esse método confereàs plantas sistema radicular de forma fasciculada. Alguns autores relatam que as raízes finas são menos tuberosas e tem maior impermeabilidade e estão muito associadas aos processos de absorção, biossíntese e transporte de substâncias. Em trabalhos com mudas de cafeeiros, estacas caulinares apresentaram-se mais desenvolvidas que sistemas radiculares obtidos por sementes. Nas estacas, a maior parte do sistema radicular constitui-se de raízes finas com diâmetro menor que 2 mm (JESUS, A. M. S. et al. 2006). Em outros trabalhos foram obtidos valores de atividade antioxidante para pêssegos entre 35,81 e 65,39 mg 100 g-1, sendo que o genótipo (cultivar), bem como o porta-enxerto,influenciam diretamente na

determinação da capacidade antioxidante total das frutas (SEGANTINI et al. 2012; TAVARINI et al. 2008; GIL et al. 2002).Conclui-se que ‘Maciel’ com porta-enxerto Okinawa oriundo de propagação clonal,apresentou valores superiores de atividade antioxidante na safra 2014.

Tabela 1. Atividade antioxidante de pêssegos ‘Maciel’ autoenraizado, com e sem porta-enxerto, produzidos no Centro Agropecuário da Palma. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.

Tratamentos Atividade antioxidante (mg100g-1)

Autoen/Maciel Miniestaquia 32,85 B

Okinawa/maciel Semente 39,15 B

Okinawa/maciel Miniestaquia 63,98 A

*Letras maiúsculas na coluna mostram diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade de erro, pelo Teste de Tukey.

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de es- tudos.

À Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).

À Universidade Federal de Pelotas.

À Embrapa pelo espaço cedido, assim como utilização de equipamentos para a realização das avaliações.

Referências

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CARDOSO, C.; YAMAMOTO, L. Y.; PRETI, E. A.; ASSIS, A. M. de; NEVES, C. S. V. J.; ROBERTO, S. R. AIB e substratos no enraizamento de estacas de pessegueiro ‘Okinawa’ coletadas no outono. Semina: Ciências

Agrárias, v. 32, n. 4, p. 1307-1314, 2011.

GIORGI, M. et al. The rootstock effects on plant adaptability, production, fruit quality, and nutrition in peach (cv. Suncrest). Scientia Horticulturae, Amsterdan, v. 107, p. 36-42, 2005.

GIL, M. I.; TOMÁS-BARBERÁN, F. A.; HESS-PIERCE, B.; KADER, A. A. Antioxidant capacities, phenolic com- pounds, carotenoids, and vitamin C contents of nectarine, peach, and plum cultivars from California. Journal

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JESUS A. M. S.; CARVALHO, S. P. de.; SOARES, Â, M. S. Comparação entre sistemas radiculares de mudas de Coffea arabica L. obtidas por estaquia e por sementes. Coffee Science, Lavras, v. 1, n. 1, p. 14-20, abr./jun. 2006.

MAIA, G. A.; SOUSA, P. H. M. S.; LIMA, A. S. Processamento de sucos de frutas tropicais. Fortaleza: Edito- ra UFC, 2007. p 320.

OLIVEIRA, A. P.; NIENOW, A. A.; CALVETE, E. O. Qualidade do sistema radicular de estacas semilenhosas e lenhosas de pessegueiro tratadas com AIB. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 27, n. 2, p. 346-348, 2005. SEGANTINI, D. M.; LEONEL, S.; LIMA, G. P. P.; COSTA, S. M.; RAMOS, A. R. P. Caracterização da polpa de pêssegos produzidos em São Manuel-SP. Ciência Rural, Santa Maria, v.42, n.1, p.52-57, 2012.

TAVARINI, S.; DEGL’INNOCENTI, E.; REMORINI, D.; MASSAI, R.; GUIDI, L. Preliminary characterization ofpeachcultivars for theirantioxidantcapacity. International Journal of Food Science and Technology, Ho- boken, v.43, p.810-815, 2008.

TOMAZ, Z. F. P. Pelotas. 2013. 159f. Clonagem de porta-enxertos e produção de mudas de pessegueiro em

sistemas de cultivo sem solo. Tese (Doutorado em Agronomia, área de concentração Fruticultura de Clima

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LAGRIA VILLOSA CAUSA INJURIAS EM PÊSSEGOS NO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ,

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