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Karoline Sisnandes da Silva Kilim Anita Massena Mello da Rocha Pereira

2. Análise e discussão dos resultados

Na análise de resultados obtidos do teste motor da bateria Johnson e Nelson, aplicado aos participantes antes e depois da proposta de atividades com Slackline, também foram utilizados dados específicos de acordo com o gênero, a fim de com- plementar os resultados. Dessa forma, observou-se que independentemente de sexo, houve uma melhora nos níveis de equilíbrio estático e dinâmico de todos os sujeitos que realizaram as atividades. A tabela 1 apresenta a distribuição dos resultados a par- tir do tratamento da estatística inferencial, possibilitando a compreensão do todo.

Observa-se, primeiramente, os dados gerais dos grupos, em relação à média, com uma diferença de 17,30s na comparação de pré e pós-teste (pré-teste = 89,40s e pós-teste = 72,10s). Com relação à análise por gênero, a diferença em segundos do grupo masculino e feminino, respectivamente, apresenta os números de 15,05s (pré-

Tabela 1: Resultados analisados a partir do tratamento da estatística inferencial

Geral Feminino Masculino

Variáveis Pré-Teste Pós-Teste Pré-Teste Pós-Teste Pré-Teste Pós-Teste Média Mediana Desvio padrão Mínimo Máximo p-valor 89,40 87,00 ±14,37 69,00 127,00 0,00 72,10 71,00 ±9,01 61,10 100,10 0,00 92,86 89,05 ±16,07 69,00 127,00 73,88 72,05 ±10,49 61,10 100,10 84,77 81,00 ±10,92 75,00 111,00 69,72 67,10 ±6,35 62,00 79,00 Fonte: Elaboração dos autores (2016).

-teste = 84,77s e pós-teste = 69,72s) e 18,98s (pré-teste = 92,86s e pós-teste = 73,88s). Para a variável mediana, a melhora do grupo geral também foi significativa: 16,00s (pré-teste = 87,00s e pós-teste = 71,00s), tendo novamente o grupo feminino demonstrado um nível de melhora superior ao do grupo masculino, 17s (pré-teste = 89,05s e pós-teste = 72,05s) e 13,9s (pré-teste = 81,00s e pós 67,10s), respectivamen- te.

De acordo com a tabela, a variável mínima apresentou uma melhora de 7,9s no grupo geral (pré-teste = 69,00s e pós-teste = 61,10s), sendo que nesta variável o mas- culino foi o grupo que apresentou melhor resultado: 13s (pré-teste = 75,00s e pós-tes- te = 62,00s). O grupo feminino apresentou uma melhora de 7,9s (pré-teste = 69,00s e pós-teste = 61,10s).

Quanto a comparação das médias do pré e pós-teste, a partir do teste t, encon- trou o p-valor de 0,00. Tal resultado mostra que houve um grau de diferença signifi- cativa nos resultados alcançados.

As aulas de Educação Física são uma oportunidade de trazer ao âmbito esco- lar um estreitamento da relação dos estudantes com uma atividade de aventura, o que auxilia no desenvolvimento de habilidades locomotoras, mostrando que a prática de tais atividades promove o desenvolvimento adicional do desenvolvimento motor (ARAUJO, 2013). A partir dos resultados analisados pode-se perceber que, apesar do pouco tempo de aplicação das atividades com Slackline, houve uma melhora significa- tiva nos alunos participantes, principalmente, no que se refere ao equilíbrio dinâmico e estático.

Percebe-se que muitas pessoas por motivos relacionados ao medo, à falta de tem- po, à interferência de questões ambientais, entre outros, acabam desistindo da prática do Slackline, por isso se faz necessário a vivência desse tipo de atividade na escola com supervisão de um profissional (CARDOSO, 2013). A prática de atividades de aventura traz a busca de sentimentos de auto realização e auto expressão dos alunos, induzin- do atitudes de companheirismo, zelo pelo colega, compartilhamento de sensações, resolução de tarefas em conjunto, além de superar a tendência tradicional de prática corporal com ênfase na competição e no rendimento (SANTOS et al., 2015). De acor- do com os resultados, percebe-se a interferência significativa da prática em relação ao equilíbrio dinâmico e estático em todos os participantes da pesquisa. A partir dos fatos apresentados, pode-se afirmar que a prática da atividade com Slackline produz benefícios no que diz respeito ao desenvolvimento motor do indivíduo. O equilíbrio estático é uma função neurológica importante para a manutenção de posturas apro- priadas, substancial no ato de aprender e no comportamento e equilíbrio dinâmico, sendo também uma função evolutiva, pois mostra sinais de maturidade neurológica (GUARDIOLA, 1998).

física, especialmente das habilidades motoras. Estudos propõem que essa modalidade exige muita concentração e consciência corporal, por isso, pode ser usado como um plano de treinamento para melhorar o desempenho em outras modalidades esporti- vas que exigem principalmente equilíbrio (SANTOS; MARINHO, 2014).

Considerações finais

Após análise e comparação dos dados obtidos, informações provenientes de fundamentação teórica realizada ao longo da pesquisa e discussões relacionadas aos resultados, pode-se afirmar que o Slackline é um recurso que deve ser utilizado nas aulas de Educação Física, principalmente, por contribuir positivamente com o equi- líbrio dinâmico e estático dos adolescentes. Considerando-se a importância do equi- líbrio para a prática de outras atividades esportivas ou não, recomenda-se a prática dessa atividade, de modo que deve ser incluída no planejamento anual da disciplina de Educação Física.

As aulas se tornam mais interessantes, indicativo de que o Slackline deve fazer parte do conteúdo de Educação Física por ser uma atividade atrativa, relativamente nova, dando a oportunidade ao professor de variar seu planejamento incluindo uma modalidade diferente das já tradicionalmente praticadas nas aulas.

O Slackline é um material atrativo à prática e requer um espaço pequeno, sen- do um recurso de fácil aquisição. A proposta de atividade é divertida e possibilita benefícios relacionados a uma habilidade motora extremamente importante: estas são duas características que fazem do Slackline uma atividade a ser introduzida e acolhida pelas escolas e por grupos de crianças e adolescentes praticantes de qual- quer atividade física.

Recomenda-se estudos futuros em três diferentes perspectivas: primeiramen- te, sugere-se um estudo para conhecer a opinião dos alunos sobre ter a prática de esportes alternativos na escola. Certamente, o que este público pensa a respeito dos conteúdos a serem inseridos nas aulas de Educação Física é importante para o planejamento do professor que terá maior aceitação e participação nas suas aulas. Além disso, recomenda-se a aplicação de novos testes que mantenham o foco em outras habilidades motoras e capacidades físicas como coordenação, força e agili- dade, já que estas são valências igualmente importantes para a prática de qualquer atividade física. Por fim, seria interessante ampliar esta pesquisa fazendo a análise deste estudo com outra faixa etária, como por exemplo: nos anos iniciais do ensino fundamental. Isto ajudaria na retenção de mais dados, podendo auxiliar inclusive na observação e determinação de possíveis problemas motores.

Referências

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Sobre os autores

Flávio Medeiros Viana:Acadêmico da 8ª fase do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade IELUSC. Karoline Sisnandes da Silva Kilim: Acadêmica da 3ª Fase do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade IELUSC.

Anita Massena Mello da Rocha Pereira: Professora Especialista em Especialização em Ciências do Movimento Humano pela UNIVILLE. Professora Assistente da Faculdade IELUSC.

Andréia Fernanda Moletta: Doutoranda de Educação na Universidade de São Paulo - FEUSP. Professora adjunta na Faculdade IELUSC. Professora da Rede Municipal de Ensino de Joinville.