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6. RESULTADOS

6.2 ANÁLISE DOS EFEITOS COLATERAIS DA PVSM: PIB, INFLAÇÃO, SALÁRIO REAL,

Esta seção tratará de resultados secundários que se relacionam com os efeitos gerados, em decorrência da presença da PVSM, sobre o emprego e a Distribuição de Renda. Os resultados anteriores mostraram que os efeitos da PVSM, nas trajetórias analisadas, exibiram elevada robustez e resiliência diante de variações nas políticas tributária e monetária. Para análise destes resultados secundários, portanto, foi escolhida apenas uma combinação de

1 1,5 2 2,5 3 3,5 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117 121

políticas fiscal e monetária, a Taxw 30% e a PM 1,0, a qual servirá como referência para todos os demais casos55.

PIB e Taxa de Crescimento do PIB

No início da seção anterior, os gráficos 1 e 2 mostraram que, pelo choque da PVSM, o nível de emprego atinge os maiores níveis no primeiro 1/3 da trajetória, e depois o emprego cai, ficando constate em determinado nível (no sentido de os níveis oscilarem sem que a trajetória apresente tendência de crescimento ou queda). Isso pode levar a crer que o produto tenha se comportado de forma semelhante, tendo uma elevação inicial em reflexo à expansão do emprego, mas também caindo, de modo a, semelhante ao emprego, ficar estagnado passado impacto inicial da política. Abaixo, o gráfico 56 mostra o Produto Interno Bruto (PIB) para o modelo Original e para o modelo com a PVSM.

Gráfico 56: Produto Interno Bruto da Economia (PIB) - ORIGINAL E PVSM

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS

O gráfico mostra que o PIB cresce mais e mais rápido no modelo com a PVSM do que no modelo Original. No curto prazo, quando ocorre o “choque” inicial da PVSM é a expansão do consumo (motivada pela redistribuição de renda) associada ao maior investimento (ver gráfico 46), que provoca o boom econômico inicial. No longo prazo, quando, apesar do emprego permanecer estabilizado (sem tendência de crescimento, como se verifica nos gráficos 1 e 2), o crescimento do PIB passa a ser determinado principalmente pela aceleração

55 Assim, não se mostrou necessário e nem econômico, em termos da relação custo/benefício para a demonstração dos resultados desta dissertação, realizar detalhamentos para todos os casos supracitados. 0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117 121

do progresso tecnológico, que está associado aos maiores níveis de investimento que a PVSM gera (pois as inovações tecnológicas que aumentam a produtividade são incorporadas ao processo produtivo apenas quando há investimento).

As taxas de crescimento do PIB para os dois modelos podem ser observadas no próximo gráfico, que mostra uma taxa de crescimento do PIB é, na média, superior no modelo com a PVSM.

Gráfico 57: Taxa de Crescimento do PIB - ORIGINAL E PVSM

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS

Observa-se uma menor volatilidade das taxas de crescimento na PVSM e maior parte do tempo com taxas positivas. A tendência de queda nas taxas de crescimento do PIB (após o boom de crescimento logo no início da simulação) estão correlacionadas à queda nos investimentos que também se observa no mesmo intervalo de tempo. A estabilização das taxas de crescimento, no longo prazo, também se correlacionam com a estabilização observada no investimento.

Assim, conclui-se que, no início o crescimento do PIB ocorre devido à forte expansão do emprego provocada pela redistribuição de renda, o que estimula o investimento na fase inicial da simulação. Após isso, o emprego regride parcialmente, e o crescimento passa a depender, no longo prazo, do crescimento da produtividade (como se percebe ao ver no gráfico que o PIB continua a crescer mesmo nas fases em que o emprego ficou estabilizado).

-40,0% -20,0% 0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117

Taxa de Crescimento do PIB Original Taxa de Crescimento do PIB PVSM

Inflação e Salários

A análise da PVSM, por ser uma política de reajustes sistemáticos de salários, deve investigar se ela resulta em ganhos reais de salários, ou se estes são perdidos pelo processo inflacionário. Sendo uma política que impacta os custos e a demanda, logo, espera-se que um processo inflacionário seja uma consequência inevitável.

Abaixo, o gráfico 58 demonstra o comportamento da taxa de variação, trimestral, dos preços dos bens de consumo básico ao longo dos períodos. A presença da PVSM gera um crescimento dos preços a taxas superiores das geradas no modelo original. O primeiro 1/3 da trajetória mostra oscilações maiores, que depois suavizam para oscilações mais regulares.

Gráfico 58: Inflação (IPC) - ORIGINAL E PVSM

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

Ao transferir renda para a classe trabalhadora, a PVSM gera demanda por bens de consumo básico. A inflação observada pode indicar que a demanda criada cresce numa velocidade maior do que a capacidade produtiva é capaz de se expandir. A limitação da ampliação da capacidade da oferta de responder a essa demanda agregada que se expande, gera pressão inflacionária.

Se, em parte, esta inflação pode se explicar pela maior demanda por bens de consumo básico que a política cria, ao transferir renda para a classe trabalhadora, contudo o efeito inicial e principal incide sobre os custos. Os reajustes pela PVSM implicam uma pressão sobre os custos de produção e os empresários, caso usassem uma regra de mark-up fixo, poderiam repassar totalmente o aumento de custos para os preços. Caso ocorresse este

-5,0% -3,0% -1,0% 1,0% 3,0% 5,0% 7,0% 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117

comportamento empresarial, ao ser repassado totalmente para os preços, esse aumento de custos iria provocar uma pressão inflacionária suficiente para corroer os ganhos reais de salário, anulando os efeitos da política sobre a demanda e o emprego56.

Contrariando essa possibilidade, o gráfico 59 abaixo demonstra que nem todo o aumento do custo de produção que a PVSM provocou foi repassado aos preços. As trajetórias do salário real para as duas versões do modelo mostram que no modelo original, ainda que a inflação seja menor do que a observada na presença da PVSM (a rigor, o modelo Original exibe deflação na maior parte da trajetória), o salário real também é menor do que o do modelo com a PVSM em todos os períodos da simulação.

Gráfico 59: Salário Real (wreal) - ORIGINAL E PVSM

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

Os resultados para o salário real no modelo com a PVSM mostram que ele não apenas é maior do que no modelo original, mas também cresce a uma taxa superior ao longo de toda a trajetória (como pode ser visto pela inclinação das duas curvas no gráfico acima). Assim, inflação observada no gráfico 55 não significou a anulação dos efeitos da política, ou seja, nem todo o aumento de custos foi repassado pelos empresários aos preços, de modo a corroer os ganhos de salário e a demanda proveniente dele.

Dois mecanismos podem ter operado para que esse aumento nos custos em decorrência do crescimento do salário não tenha sido totalmente repassado aos preços.

56

Sob a suposição de que todos os custos de produção podem ser, direta ou indiretamente, representados por salários. Caso os salários não respondam pela totalidade dos custos, os efeitos seriam parcialmente perdidos.

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117

No primeiro mecanismo, como foi visto no capítulo quatro, no MKS as firmas repassarão o aumento dos custos para os preços de acordo com o seu grau de monopólio, o que admite certa variabilidade dos reajustes de preços dentro da indústria57, mas que no agregado não se mostrou suficiente para corroer os ganhos reais de salário. Há sim certo repasse aos preços que soma pressão inflacionária, contudo, a comparação dos salários reais antes e depois da política confirmam que:

i) Os efeitos da PVSM não foram meramente nominais, mas reais, logo, na média, apenas parte do aumento de custos foi repassado aos preços, pois a equação de determinação dos preços leva as firmas a não realizarem o repasse integral, por receio da pressão competitiva (como teorizado por Kalecki e modelado no MKS);

ii) O simples aumento do salário real não garante que haverá melhoria na distribuição de renda a favor dos trabalhadores, pois no modelo original o salário real também cresce ao longo do tempo, mas a distribuição de renda piora progressivamente.

Além do aumento no salário real, esses efeitos são confirmados também pelo aumento do nível de emprego (na comparação entre a PVSM e o modelo ORIGINAL), o que não poderia ocorrer se o aumento dos salários tivesse sido totalmente repassado aos preços, o que manteria inalterado o poder de compra (não havendo impacto no consumo que expandisse a demanda agregada, as empresas não teriam motivos para contratar mais trabalhadores).

No segundo mecanismo, no MKS o progresso tecnológico é incorporado ao processo produtivo à medida que as novas máquinas, decorrentes de cada investimento empresarial, entram em operação e, assim, eleva-se a produtividade do trabalho e do uso das matérias- primas, em cada um dos setores58. A cada novo investimento, a produtividade cresce, reduzindo os custos, e como os níveis de investimento são mais elevados com a PVSM (como visto em seção anterior desta dissertação), o ritmo de aumento da produtividade é maior. Esse progresso tecnológico, que promove a redução dos custos, permite às firmas manterem os

57 Empresas com maior poder de mercado repassando esse aumento de custo para os preços, e as de menor poder de mercado mantendo os preços mais baixos que essas, o que fará posteriormente com que as que aumentaram mais os seus preços percam poder de mercado para as que mantiveram preços mais baixos, numa dinâmica concorrencial que não é objeto desta dissertação, mas cuja análise pode ser proposta num futuro artigo que avalie o potencial dessa demanda competitiva intraindustrial para gerar mercados mais oligopolizados ou não.

preços aumentando a margem de lucro, ou reduzi-los aumentando a sua parcela de mercado, ou uma combinação destas estratégias.

Nas simulações realizadas, a intensidade desses dois mecanismos operam sobre o salário real em momentos diferentes. Visto que o grau de monopólio sofre uma brusca queda no início na simulação pelo choque da PVSM (gráfico 13), e depois permanece razoavelmente estável (neste nível menor) até o final da simulação, enquanto que o produtividade do trabalho (no setor de bens básicos) cresce de forma similar ao modelo original até a metade da simulação, acelerando-se no seu ritmo de crescimento a partir da segunda metade (gráfico 55), pode-se concluir que o aumento do salário real no curto prazo se deve ao efeito do primeiro mecanismo (grau de monopólio) e continua a crescer no longo prazo por efeito do segundo mecanismo (produtividade do trabalho).

Os gráficos 60 e 61 abaixo mostram a comparação dos quatro salários gerados nos dois modelos:

i) wmks, que é o salário de mercado no modelo com a PVSM;

ii) wmin, que é o salário mínimo, portanto presente apenas na versão do modelo com a PVSM;

iii) “w” PVSM, que é o salário nominal efetivo no modelo com a PVSM, e que corresponde ao maior valor entre o wmks e o wmin, a cada período;

iv) “w” ORIGINAL, que é o salário nominal efetivo (e único) da versão original do modelo, que no modelo da PVSM corresponde ao salário de mercado “wmks”;

Gráfico 60: Comportamento dos Salários Mínimo (wmin), de Mercado (wmks) e Nominal (w) do Modelo com a PVSM e do Salário Único (w) do Modelo Original

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

Gráfico 61: Comportamento dos Salários Mínimo (wmin), de Mercado wmks) e Nominal (w) do Modelo com a PVSM e do Salário Único (w) do Modelo Original (Ampliado)

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

A primeira observação é que o wmin prevalece sobre o wmks em todos os períodos, sendo, portanto, igual ao salário efetivo “w PVSM”, e por isso a sua trajetória é ocultada no gráfico (ambas as trajetórias de “wmin” e “w PVSM” se sobrepõem). Ou seja, embora as condicionalidades estabelecidas no modelo com a PVSM permitam que wmks prevaleça sobre wmin, as simulações mostram que isso não ocorre. Além de demonstrar que o salário de mercado “wmks” se encontra sempre abaixo do mínimo, a trajetória de “wmks” mostra a

-5 5 15 25 35 45 55 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117 w ORIGINAL w PVSM wmks wmin 2 4 6 8 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117 w ORIGINAL w PVSM wmks wmin

ausência de reajustes a partir do segundo 1/3 da trajetória (gráfico 61), o que significa queda do salário real de mercado, já que os preços têm uma trajetória crescente como foi visto.

Além disso, a comparação das trajetórias do wmks com o salário nominal efetivo do modelo Original “w Original” (gráfico 62) mostra que a PVSM afeta o próprio salário de mercado (wmks), que apresenta níveis mais baixos e quase a ausência completa de reajustes quando não há PVSM (houve somente um reajuste ao longo de toda a trajetória).

Gráfico 62: Salário único do modelo Original (w) x Salário de mercado no modelo com a PVSM (wmks)

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

Sabendo que a regra de reajuste do salário nominal efetivo do modelo original (preservada no wmks) está condicionada ao aumento da produtividade e ao poder político dos trabalhadores (associado à taxa de desemprego), entende-se que a PVSM interfere em um desses fatores ou em ambos.

Dado que a PVSM fomenta os investimentos (pela necessidade de expansão da capacidade produtiva para atender ao crescimento da demanda), como já visto, a política incentiva o aumento da produtividade (com o maior investimento, o progresso tecnológico é acelerado, e assim a produtividade do trabalho cresce) e reduz o desemprego (o que aumenta o poder político dos trabalhadores para reivindicar os ganhos de produtividade).

Assim, a PVSM, ao afetar os componentes de cálculo do salário de mercado (wmks), concorre para que ele cresça acima do que cresceria sem a presença de um salário mínimo. O salário mínimo, então, atuou como “farol”, embora o salário de mercado do modelo com a

3,8 4,3 4,8 5,3 5,8 6,3 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117 wmks w ORIGINAL

PVSM (wmks) tenha se mantido abaixo do salário mínimo (wmin) por toda a trajetória, contudo, manteve-se mais elevado do que o salário sem a PVSM (o w do modelo original) e teve mais reajustes do que ele. Pode-se afirmar então que a presença do salário mínimo nesta economia reduziu a distância entre o salário estabelecido pelo mercado e a remuneração considerada mínima ao bem-estar do trabalhador.

Setor Público: Receita, Gastos, Dívida Pública e Emprego

O maior nível de emprego fruto da redistribuição de renda em favor dos trabalhadores permite uma maior arrecadação tributária, elevando a receita do Governo, como é possível observar no gráfico 63 (para valores deflacionados).

Gráfico 63: Receita do Governo (Deflacionada) -ORIGINAL e PVSM

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

Essa maior receita, proveniente da maior arrecadação tributária que a expansão do emprego permitiu, possibilita que o governo tenha mais recursos para administrar a Dívida Pública. Quando a Dívida Pública é mantida abaixo dos 40% do PIB (gráfico 64) o governo pode disponibilizar recursos para realizar a política fiscal de expansão dos gastos públicos sempre que for necessário (ou seja, quando a taxa de desemprego superar 10% da PEA), e isso pode explicar o maior volume de gastos do governo na PVSM em relação ao modelo original, como mostra o gráfico 65.

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117 ORIGINAL PVSM PVSM - ORIGINAL

Gráfico 64: Dívida pública como Proporção do PIB - ORIGINAL e PVSM

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

Gráfico 65: Gasto do Governo (Deflacionado) - ORIGINAL e PVSM

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

A política fiscal de expansão de gastos é feita contratando funcionários públicos, o que eleva a massa de salários reforçando a melhora na distribuição de renda. Reforça então os efeitos iniciais de expansão do emprego provocado pela PVSM, quando esta amplia a Demanda Agregada pela melhora na distribuição de renda. O reforço adicional sobre o nível de emprego permite uma maior arrecadação, retroalimentando os efeitos descritos.

O governo expande os gastos como medida contracíclica, somente quando o desemprego atinge 10% da PEA. Quando isso ocorre, a política fiscal possibilita que nos períodos críticos, de crise econômica, o governo possa atuar para que sejam mantidos, em

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117

Dívidagovrenda ORIGINAL Dívidagovrenda PVSM

-10000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117 ORIGINAL PVSM PVSM - ORIGINAL

parte ou no todo, os efeitos que a PVSM gera sobre o emprego a partir da expansão da Demanda Agregada, quando esses efeitos seriam perdidos com a queda do emprego e contração da Demanda Agregada. Assim, a política fiscal atua elevando, a partir das novas contratações, a Demanda Agregada perdida em momentos de crise.

Abaixo, o gráfico 66 demonstra a participação do emprego público no total do emprego da economia para as duas versões do modelo MKS.

Gráfico 66: Proporção do Emprego Público (Ng) sobre o Total do Emprego – ORIGINAL e PVSM

Fonte: Elaboração própria a partir das simulações do modelo MKS.

No modelo com a PVSM o emprego público representa cerca de 10% do total de emprego no primeiro 1/3 da trajetória. Essa proporção é crescente após o segundo 1/3 da trajetória, atingindo um percentual máximo de 25% ao final da trajetória. No modelo original a proporção do emprego público é maior do que na PVSM. É uma possibilidade que isso ocorra em decorrência do menor nível de emprego apresentado para o modelo original nas simulações tenha em alguns momentos significado uma taxa de desemprego acima de 10% da PEA, já que o governo expande o emprego público sempre que isso ocorre.

Dessa forma, o modelo com a PVSM apresenta uma estrutura de composição do emprego com uma menor dependência do setor público e uma maior proporção do emprego industrial sobre o total de emprego em relação ao modelo original. Assim, ao contrário do que argumenta a ortodoxia, a PVSM, como política de redistribuição de renda, resulta numa

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105 109 113 117

dívida pública menor, um déficit público menor, e uma participação menor do Estado na economia em termos de emprego.