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5. O CONCEITO DE CONSUMIDOR NA LEGISLAÇÃO ESTRANGEIRA.

5.4 Portugal

5.5.1 Argentina

A Lei n.º 26.361, de 03.04.2008140 define em seu art. 1.º como consumidor “toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza bens ou serviços de forma gratuita ou onerosa como destinatário final, em benefício próprio ou de seu grupo familiar ou social”. Mais adiante, registra também se considerar consumidor ou usuário “quem sem ser parte de uma relação de consumo, como consequência ou em razão dela adquire ou utiliza bens ou serviços como destinatário final, em benefício próprio ou de seu grupo familiar ou social, e que de qualquer maneira está exposta a uma relação de consumo”. Não há exclusão da pessoa jurídica ou expressamente do profissional.

5.5.2 Chile

A Lei n.º 19.496, de 07.03.1997 e ulteriores alterações,141 define em seu art. 1.º como consumidores ou usuários “as pessoas naturais ou jurídicas que, em virtude de qualquer ato jurídico oneroso, adquirem, utilizam, ou desfrutam, como destinatários finais, bens e serviços. Em nenhum caso poderão ser considerados consumidores aqueles que de acordo com as disposições seguintes possam ser considerados fornecedores”. Não há exclusão da pessoa jurídica ou expressamente do profissional, mas há expressa distinção entre consumidor e fornecedor, de modo a evitar a confusão entre as figuras jurídicas.

5.5.3 Colômbia

A Lei n.º 1.480, de 12.10.2011,142 a qual estabelece o “Estatuto do Consumidor”, conceitua em seu art. 5.º como consumidor “toda pessoa natural ou jurídica que, como destinatário final, adquire, desfrute ou utilize um determinado

140 Disponível em: <http://infoleg.mecon.gov.ar/infolegInternet/anexos/135000-139999/139252/

norma.htm>. Acesso em: 30 jul. 2015. Tradução livre.

141 Disponível em: <http://www.leychile.cl/Navegar?idNorma=61438>. Acesso em: 30 jul. 2015.

Tradução livre.

142 Disponível em: <http://www.ccconsumidores.org.co/~ccconsum/index.php/legislacion/19-legislacion/

produto, qualquer que seja a sua natureza para a satisfação de uma necessidade própria, provada, familiar, doméstica ou empresarial quando não está ligado intrinsicamente à sua atividade econômica. O usuário está incluído no conceito de consumidor”.

A legislação colombiana aprece aprimorada no contexto legislativo latino, no sentido de delimitar bem o âmbito de aplicação da lei protecionista, ao passo que inclui a pessoa jurídica mas afasta o caráter profissional da aquisição ou utilização do bem.

5.5.4 Costa Rica

A Lei n.º 7.472, de 20.12.1994,143 apresenta em seu art. 2.º a definição de consumidor como “toda pessoa física ou entidade de fato ou de direito, que, como destinatária final, adquire ou utiliza bens ou serviços, recebe informação ou proposta para isso”. Acrescenta também se considerar consumidor o “pequeno industrial ou artesão nos termos definidos no Regulamento da lei, que adquira produtos terminados ou insumos para integrá-los nos processos para produzir, transformar, comercializar ou prestar serviços a terceiro”. A definição inclui expressamente a pessoa jurídica como consumidora e expressamente reconhece os direitos aos pequenos empresários, ainda que no exercício da atividade profissional.

5.5.5 El Salvador

O Decreto n.º 775, de 18.08.2005,144 conceitua a figura do consumidor ou usuário em seu art. 5.º. Trata-se de “toda pessoa natural ou jurídica que adquira, utilize ou desfrute de bens e serviços, ou, ainda, recebe oferta, em caráter público ou privado, individual ou coletivo daqueles que produzem, comerciam, facilitem, forneçam ou emitam bens”. Não há exclusão da pessoa jurídica ou expressamente do profissional.

143 Disponível em: <http://faolex.fao.org>. Acesso em: 30 jul. 2015. Tradução livre.

144 Disponível em: <http://www.asamblea.gob.sv/eparlamento/indice-legislativo/buscador-de-

5.5.6 Equador

A Lei Orgânica de Defesa do Consumidor, de 04.07.2000,145 conceitua o consumidor e o usuário em seu art. 2.º como “toda pessoa natural ou jurídica que, como destinatária final, adquire, utiliza ou desfruta de bens ou serviços, ou receba oferta para isso”. Não há exclusão da pessoa jurídica ou expressamente do profissional.

5.5.7 Guatemala

O Decreto n.º 6/2003146 define em seu art. 1.º, alínea c, a figura do consumidor como a “pessoa individual ou jurídica de caráter público ou privado, nacional ou estrangeira, que em virtude de qualquer ato jurídico oneroso ou por direito estabelecido, adquira, utilize ou desfrute de bens de qualquer natureza” e usuário como “pessoa individual ou jurídica que adquire a título oneroso ou por direito estabelecido legalmente, serviços prestados ou fornecidos por fornecedores de caráter público ou privado.” Não há exclusão da pessoa jurídica ou expressamente do profissional.

5.5.8 México

A Lei de Proteção ao Consumidor, de 22.12.1992, com alterações em 2004, conceitua o consumidor em seu art. 2.º da seguinte forma: “I – Consumidor: a pessoa física ou moral que adquire, realiza ou desfruta como destinatária final de bens, produtos e serviços. Se entende também por consumidor a pessoa física ou moral que adquira, armazene, utilize ou consuma bens ou serviços com objetivo de integrá-los em processo de produção, transformação, comercialização ou prestação de serviços a terceiros, unicamente para os casos a que se refiram os arts. 77 e 117 desta lei. Tratando-se de pessoas morais que adquiram bens ou serviços para integrá-los em processos de produção ou de serviços a terceiros, só poderão exercer as ações a que se

145 Disponível em: <http://www.wipo.int/wipolex/es/details.jsp?id=11422>. Acesso em: 30 jul. 2015.

Tradução livre.

146 Disponível em: <http://www.wipo.int/edocs/lexdocs/laws/es/gt/gt033es.pdf>. Acesso em: 30 jul.

referem os preceitos referidos quando estão registradas como microempresas ou microindústrias nos termos da Lei para o Desenvolvimento da Competitividade da Micro, Pequena e Média Empresa e da Lei Federal para Fomento da Microindústria e da Atividade Artesanal, respectivamente e conforme os requisitos que se estabelecerem no regulamento desta lei.” Moderna, a legislação amplia o conceito, mas admite somente em hipóteses limitadas o profissional como consumidor.

5.5.9 Nicarágua

A Lei do Consumidor n.º 842, de 11.07.2013,147 define o âmbito de aplicação da norma da seguinte forma: “Art. 2. Estão sujeitos à disposição desta lei, todos os atos jurídicos da relação de consumo ou de etapa preliminar a esta, dentro do território nacional; se aplicará a todas as pessoas fornecedoras naturais ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras. Também se consideram consumidoras ou usuárias as microempresas quando estas evidenciem uma situação de desequilíbrio informativo com relação às pessoas fornecedoras a respeito dos bens e serviços que não fazem parte de seu próprio negócio. [...] Art. 3. Para efeitos desta lei, não se consideram pessoas consumidoras ou usuárias, aquelas que adquirem, armazenem, utilizem ou consumam bens ou serviços que guardem relação específica com sua atividade empresarial, para fins de integrá-los ao processo de produção, importação, distribuição, transformação, comercialização, aluguel de bens ou prestação de serviços a terceiros”.

A norma não exclui a pessoa jurídica, restringe o uso profissional e exclui os insumos da relação protegida.

5.5.10 Panamá

A Lei n.º 45, de 31.10.2007,148 que dita as normas de proteção ao consumidor e defesa da concorrência, conceitua em seu art. 33 a figura do consumidor

147 Disponível em: <http://www.mific.gob.ni/>. Acesso em: 30 jul. 2015. Tradução livre.

148 Disponível em: <http://www.acodeco.gob.pa/acodeco/view.php?arbol=2&sec=1&pagi=0>. Acesso

como toda “pessoa natural ou jurídica que adquire de um fornecedor bens ou serviços de qualquer natureza”. Não há exclusão da pessoa jurídica ou expressamente do profissional.