• Nenhum resultado encontrado

As mídias utilizadas e sua importância

4.4 Serviços de apoio ao aluno

4.4.2 As mídias utilizadas e sua importância

Ao iniciar esta seção, é importante esclarecer as diferenças entre mídia e tecnologia. No presente trabalho o termo mídia é utilizado para “descrever uma forma genérica de comunicação associada com modos particulares de representar o conhecimento” (BATES, 1995, p.29). Cada mídia pode ser transmitida por meio de diferentes tecnologias, como é possível observar no quadro 8, adaptado de Bates (1995).

Mídia Tecnologias Aplicações para EAD

Texto (incluindo gráficos)

Material impresso

Computadores

Apostilas; materiais suplementares (manuais, guias, glossários, etc.); correspondência

Bases-de-dados; publicação eletrônica Áudio Fitas cassetes; rádio; telefone Programas especialmente formatados; apresentação de conteúdos; teletutoria; áudio-conferências

Televisão/ Vídeo Broadcasting; vídeo cassetes; cabo; fibra ótica; satélite; microondas; videoconferência

Programas educativos; aulas via

videoconferência ou teleconferência (com interação em tempo real ou assíncrona); vídeo aulas

Digital Computadores; telefone; satélite; fibra ótica; ISDN; CD-

ROM; DVD

Aprendizagem mediada por computador (CAI, TBT); e-mail; conferências por computador (listas de discussão, fóruns,

chats, vídeo-chats); audio-gráficos; bases

de dados; multimídia. Quadro 8 Mídias e tecnologias para EAD

Fonte: Tradução de Bates (1995, p.30)

Para Bates (op. cit., p. 31), existem cinco mídias cuja importância é fundamental para a EAD: o contato face-a-face; texto (incluindo imagens e gráficos); áudio; vídeo; e a mídia digital.

A oferta de possibilidades diversas de comunicação síncrona ou assíncrona entre o aluno e a instituição é fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa de EAD.

Daniel (1997) enfatiza que “a comunicação contínua e o contato entre os estudantes e entre estes e o pessoal de apoio é crítica em qualquer contexto cultural”. E, o sistema de apoio ao aluno dever estar preparado para oferecer ao aluno esta possibilidade, garantindo um atendimento individualizado.

O uso destas mídias amplia as possibilidades de comunicação em duas vias, que já eram exploradas no ensino por correspondência. As possibilidades de integração síncrona, derivadas da utilização das novas mídias como a VC, Internet e televisão interativa, reforçam afirmações de autores como Holmberg (1995):

EAD é auto-estudo, mas o estudante não está sozinho; ele ou ela se beneficiam de um curso e de tutores e da organização de apoio, constituída pela organização de EAD. Um tipo de conversação baseado no tráfico em duas vias de interação mediada pela escrita ou outra mídia qualquer entre o estudante e o tutor ou qualquer outro representante da organização de apoio.

Uma estrutura de serviços de apoio ao aluno a distância precisa ter como base uma sólida infra-estrutura tecnológica, a qual vai facilitar e flexibilizar a comunicação do aluno com a instituição, o professor e seus colegas remotos. Atualmente, com a rápida difusão das tecnologias de comunicação e informação, estas têm sido apropriadas pela maioria das organizações de EAD para a oferta de serviços aos alunos, agilizando os processos de atendimento, acompanhamento e informação.

Não é possível ignorar as mídias que serão utilizadas para o apoio aos estudantes, pois elas determinarão o grau de interação possível e, conseqüentemente, a distância transacional (MOORE, 1993). O acesso é fator fundamental, uma vez que se espera que os estudantes utilizem as mídias sugeridas para um contato direto e freqüente com a instituição, por meio de seus representantes oficiais – o professor, o tutor e os demais agentes de apoio. É possível atender um aluno com muito mais agilidade e afetividade, construindo também maior proximidade, com o uso do telefone, por exemplo, do que até mesmo utilizando uma mídia em tese muito mais interativa, como a VC.

Segundo Dirr (1999, p.4), pesquisa realizada em 1997, abrangendo 1028 instituições de ensino superior, em 14 estados norte-americanos, onde responderam 417 instituições (40.6%) mostrou que os métodos e tecnologias utilizados para o apoio ao aluno variam grandemente de instituição para instituição. A tecnologia mais utilizada é a VC (LIVE interactive vídeo), para dois ou mais pontos remotos (64% dos casos), seguida pela utilização de vídeo-aulas (63% dos casos) e treinamento baseado na Internet, com utilização de diversas ferramentas, como e-mail, chat, etc.

(59%), entre outros exemplos. O tipo de instituição (pública ou privada, college ou universidade), influenciou na adoção de determinada tecnologia.

Ao falar sobre as mídias utilizadas para o atendimento ao aluno, Simpson (2000) enfatiza a importância da utilização de diferentes tipos de materiais impressos, como cartas, folders, guias e manuais, os quais devem ser atentamente planejados e formatados para atender às dúvidas e necessidades dos alunos. A disponibilização destes materiais em formato eletrônico, via Internet, vem substituindo a utilização dos impressos e fazendo com que as instituições invistam na adoção de um novo padrão de design, adequado a esta mídia.

Mason (1994), aponta para a importância de uma estrutura de apoio adequada no que tange ao uso de tecnologias de comunicação para a EAD. Para a autora, a instituição ao optar pela adoção de uma determinada mídia já deve considerar os custos implicados na manutenção e na oferta de serviços relacionados à tal mídia. Devem ser considerados serviços associados, não somente o suporte técnico, mas também o apoio efetivo aos usuários (professores, alunos), assim como o treinamento e acompanhamento, nos diferentes momentos de utilização, antes e durante os cursos. A utilização da videoconferência e das conferências por computador é apresentada como potencialmente positiva.

Neste capítulo apresentou-se uma revisão da produção acadêmica sobre o apoio ao aluno no âmbito da EAD, explorando os seus principais elementos e os fatores que podem influenciar o sucesso ou fracasso da atuação da instituição nesta área. A forma como o capítulo foi estruturado tinha como objetivo facilitar a compreensão dos diferentes aspectos envolvidos na organização/estruturação de serviços de apoio ao aluno em cursos a distância, tendo como ponto de partida as necessidades dos usuários (alunos), no sentido de permitir que este tenha uma experiência de aprendizagem produtiva e satisfatória.

A identificação do público-alvo, suas características e necessidades colocam-se como o ponto de partida e elemento-chave para a oferta de serviços de apoio ao aluno. Uma vez identificado o perfil do público-alvo fica facilitada a escolha das mídias que serão utilizadas e dos modelos de interação. Uma característica almejada no aluno a distância é a autonomia. É importante que os profissionais

envolvidos na oferta de cursos a distância, especialmente nas atividades de apoio, tenham como meta auxiliar o aluno no processo de aquisição e/ou construção da autonomia e na conquista de independência no seu processo de aprendizagem.

O aluno a distância tem necessidades específicas, como o acesso aos recursos, à negociação dos processos, à orientação para a solução de problemas pessoais que possam intervir no seu processo de aprendizagem, ao desenvolvimento de habilidade, ao estabelecimento de relações interpessoais e ao exercício prático das habilidades desenvolvidas (BAYLESS, 2001). De uma forma ou de outra as estruturas de apoio ao aluno vão tentar responder a estas necessidades, atuando como facilitadoras das interações do aluno no seu processo de aprendizagem.

A organização de serviços de apoio ao aluno a distância deve, então, levar em consideração às necessidades e características dos alunos, empregando agentes devidamente capacitados, adequado à realidade da instituição e do tipo de programa sendo oferecidos. Ao mesmo tempo, os diferentes autores consultados destacam a necessidade de se ofertar serviços de atendimento, acompanhamento e informação aos alunos a distância, onde será possível promover uma atuação dos agentes para promover a facilitação técnica, pedagógica e social da aprendizagem do aluno, motivando-o para a conclusão dos cursos e prevenindo altos índices de evasão.

O capítulo destaca, então, que o apoio ao aluno pode ser visto como o conjunto de práticas e estratégias focadas na facilitação do processo de aprendizagem do aluno e no atendimento de suas necessidades. A utilização de diferentes mídias é vista como uma forma de ampliar o acesso dos alunos aos recursos, assim como um facilitador das interações, necessárias para o processo de aprendizagem do aluno.

CAPÍTULO 5

APOIO AO ALUNO A DISTÂNCIA EM CURSOS PRESENCIAIS

VIRTUAIS – O CASO DO LED

5.1 Introdução

Este capítulo tem como objetivo descrever a experiência do Laboratório de Ensino a Distância no estabelecimento da monitoria como serviço de apoio ao aluno, enfatizando principalmente a estrutura estabelecida para os cursos presenciais virtuais.

A abordagem aplicada é qualitativa, baseada na pesquisa-ação, onde foram utilizadas diferentes fontes de informação, como relatórios, anotações de reuniões, cadernos dos monitores, correspondências da equipe, etc., no sentido de interpretar e descrever esta experiência. As fontes utilizadas foram selecionadas aleatoriamente durante o período no qual a autora atuou como supervisora do trabalho de apoio ao aluno realizado no LED, mais especificamente nos cursos de mestrado. Também são utilizadas fontes secundárias de dados, como os trabalhos produzidos no período em questão e os relatórios das avaliações de processos realizadas periodicamente como parte do modelo pedagógico adotado pelo LED.

É importante destacar que, durante o período compreendido neste trabalho – 1997/2001 – o processo de planejamento e implementação da estrutura de apoio ao aluno nos cursos presenciais virtuais do LED teve a participação ativa da autora, por essa razão, as informações utilizadas são oriundas das experiências práticas conduzidas. Ou seja, como pesquisadora e, ao mesmo tempo, Supervisora da Monitoria, a autora se colocou como observadora participante.

Diante da quantidade de dados e informações gerados no período em questão, foram selecionadas aleatoriamente amostras das diferentes fontes, uma vez que não seria possível abranger toda a gama de conhecimentos produzidos em apenas uma tese de doutorado.

Para descrever a experiência do LED com o apoio aos alunos nos cursos de mestrado inicia-se o capítulo com um breve histórico do LED e das diferentes iniciativas voltadas ao apoio ao aluno a distância nos diversos modelos de cursos organizados pelo Laboratório, desde a sua criação. Em seguida é apresentada a experiência em si.