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6.3 Monitor-pesquisador: uma contribuição para a EAD

6.3.2 O monitor-pesquisador

O monitor-pesquisador é um novo agente no apoio ao aluno na EAD. Este profissional deverá ter características que serão fundamentais para que realize as atividades da monitoria nas áreas de atendimento, acompanhamento, informação e pesquisa. Neste sentido o monitor-pesquisador deve ser:

− Um estudante – de graduação ou pós-graduação – com interesse em pesquisa e, preferencialmente, na área de EAD;

− Deve demonstrar empatia e estabilidade emocional, reconhecendo e aceitando as dificuldades dos alunos e demais agentes da EAD para os quais oferecerá apoio;

− Ter espírito de liderança e autenticidade;

− Saber escutar, identificando os problemas e auxiliando os aluno na solução destes, seja encaminhando para outros setores da instituição, seja resolvendo-os diretamente;

− Demonstrar curiosidade científica e vontade de aprender e ensinar; − Ser altamente motivado e muito flexível;

− Ter conhecimentos básicos de informática e a rapidez para aprender (ter espírito empreendedor, ser pró-ativo e explorador);

− Saber utilizar a Internet para navegação, comunicação e pesquisa e, também, saber buscar auxílio e encaminhar dúvidas técnicas que não puder solucionar;

− Ter capacidade de expressão oral e escrita bem desenvolvidas, uma vez que estas são vistas como habilidades fundamentais e a comunicação direta com alunos é uma das funções primárias do monitor.

Um profissional com tais características somente poderá ser formado no âmbito de uma instituição comprometida com a oferta de cursos a distância com qualidade e onde o sucesso do aluno esteja no centro de todos os processos. O sucesso dos serviços de apoio ao aluno é fator determinante do sucesso do aluno e, conseqüentemente, da instituição, pois se o desempenho dos alunos é positivo os resultados em termos de conclusão dos cursos e certificação dos alunos serão estatisticamente favoráveis para a mesma. Mas, para que o monitor-pesquisador possa oferecer ao aluno um serviço de qualidade é fundamental que a instituição lhe ofereça condições para que as necessidades e expectativas dos alunos sejam atendidas, com acesso irrestrito à informação e autonomia para a tomada de decisões de acordo com seu discernimento.

O monitor-pesquisador atua não somente como um elo de ligação entre o aluno, o professor e a instituição, mas também como um organizador dos dados coletados a partir dos procedimentos de avaliação de processos – que executa/coordena como parte de suas funções – e das informações obtidas pela observação e contato com alunos e professores, transformando-os em conhecimentos científicos.

Ou seja, no desempenho de suas funções o monitor-pesquisador vai atuar como um agente de socialização e motivação, responsável pela integração dos alunos no grupo, pela construção e manutenção de uma relação de confiança e proximidade entre os alunos e a instituição de EAD e, ao mesmo tempo, como produtor, organizador e distribuidor de informações fundamentais para garantir o bom desempenho do aluno no curso.

O trabalho com o apoio ao aluno permite que o monitor-pesquisador tenha uma visão privilegiada do sistema de EAD como um todo, dessa forma este profissional pode ser capacitado para o exercício de outras funções no âmbito da instituição de EAD, podendo a monitoria ser vista como uma etapa de transição e aperfeiçoamento.

Os responsáveis pela supervisão dos processos devem ser selecionados entre profissionais com uma preparação para o gerenciamento de recursos humanos e, principalmente, para a organização de atividades de pesquisa. Monitores- pesquisadores experientes são fundamentais para a realização de capacitação em serviço, o que aconteceu, mesmo que informalmente, na experiência do LED e pode ser mais um fator de sucesso na implementação destes serviços.

A implementação de uma política de capacitação dos monitores- pesquisadores poderia ser implementada tendo como base as diretrizes e estratégias propostas no PPCPED – Programa de Preparação Continuada de Professores para a Educação a Distância, proposto por Cruz (2001). Também é importante que sejam levadas em consideração as necessidades dos alunos a distância (BAYLESS, 2001) e as diretrizes de qualidade propostas pelo MEC, que são aquelas vigentes no Brasil neste momento.

Neste sentido, delineiam-se algumas ações para a seleção e capacitação de monitores-pesquisadores:

− Recrutamento – utilizar como base as referências e indicações de professores associados ao Centro e/ou Núcleo de EAD, associado a uma chamada de currículos via laboratórios e departamentos e/ou outros núcleos de ensino e pesquisa da instituição.

− Seleção – avaliação de currículos, prova escrita, entrevistas e dinâmica relacional.

− Oficina de treinamento para o uso das mídias adotadas no curso – os monitores-pesquisadores devem dominar as mídias adotadas, para transmitir aos alunos e professores segurança e familiaridade ao promover o acesso destes aos recursos e sua utilização para atingir os objetivos do curso e de cada aluno/professor. Pode-se

garantir a continuidade da oferta de oficinas de treinamento se a instituição estabelecer parcerias com outras instituições, por exemplo. Caso o número de profissionais para capacitar seja pequeno, as dinâmicas programadas podem ser realizadas individualmente ou envolvendo o grupo de monitores-pesquisadores mais experientes.

− Desenvolvimento das competências (conhecimentos, habilidades e atitudes para a realização das atividades de apoio pertinentes à função) – pode ser vista como uma ação continuada, que deve ser implementada de forma a fazer parte da prática diária dos monitores-pesquisadores, com avaliações realizadas nas reuniões da equipe, tendo como base a auto-avaliação do treinando.

− Mentoring35 – a implantação de programas de mentoring pode contribuir para manter profissionais mais experientes e, também, para facilitar o processo de seleção de novos monitores-pesquisadores, uma vez que os candidatos podem ser acompanhados por um mentor durante um período pré-estabelecido, o que facilitaria a avaliação de suas habilidades na prática.

Algumas destas ações, como as oficinas de treinamento, podem ser realizadas em conjunto com os professores e demais agentes de apoio que necessitem de capacitação. Aliás, aconselha-se a adoção de tal prática, uma vez que é fundamental que se estabeleça uma relação de parceria e confiança entre o monitor-pesquisador e os professores atuantes nos cursos que acompanham.