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As tipologias dos Estados Latino-Americanos

Bambirra aponta o caso do Chile que funcionava como base agrícola das metrópoles no sistema de economia de enclave, mas ressalta que antes de 1945 o país já havia desenvolvido uma base industrial controlada por empresários nacionais. O mesmo ocorria com o México, que era uma base de exploração de recurso naturais, mas também obteve controle nacional para começar a industrialização no final do século XIX. A autora explica que as relações de produção não são apenas herança da época das colônias e que a evolução dessas relações são elementos explicativos relevantes. Ela discorda, por exemplo, de que as economias chamadas de enclaves tiveram o efeito paralisador na região, pois os excedentes agrícolas gerados nesses países permitiram a aplicação em infraestrutura de ferrovias, criando as condições para dinamizar a produção manufatureira para o mercado interno em um movimento independente das potencias econômicas.

Na tipologia organizada por Bambirra, e representada na figura 5 a seguir, a chave de análise é o desenvolvimento industrial pré-1945. O argumento dela é que um grupo de países latino-americanos conseguiu organizar seu mercado interno e realizar o ânimo da burguesia sem contar com capital estrangeiro para seus primeiros impulsos industriais.

Bambirra explica que na Argentina, México, Brasil, Chile, Uruguai e Colômbia já havia indústria, na Argentina e no México, por exemplo, entre 1900-1905 o setor industrial respondia por 18 e 14% do PIB (2015, p.56) com destaque para o fato de que o México dispunha de equipamentos avançados na indústria têxtil e de siderurgia desenvolvida. No Chile, com o aumento da indústria manufatureira interna, a importação de bens de consumo caiu de 89% para 48,5% entre 1870 e 1907. No Uruguai, em 1875 a indústria nacional tinha monopólio do consumo interno de calçados, vinhos, entre outros, empregando mais 10% da população ativa do país. O Brasil, em 1886, já produzia em escala industrial, em 1904 havia 338 indústrias suprindo 78% das demandas internas, subindo para 85,63% em 1915 (2015, p.

58). Na Colômbia, a industrialização se iniciou em 1920, portanto, todos esses países desenvolveram o setor industrial antes da primeira guerra mundial, antes da integração dos sistemas produtivos e antes da entrada de capital estrangeiro, formando o que ela chama de países tipo A.

O Peru, Venezuela, Equador, Costa Rica, Guatemala, Bolívia, El Salvador, Panamá, Nicarágua, Honduras e República Dominicana formam o tipo B, pois iniciaram a industrialização sob o controle do capital internacional e, portanto, sob as condições do capitalismo de monopólio. Cuba constituiu a exceção porque apesar de iniciar a

industrialização após a segunda guerra, o processo se deu por vias revolucionárias e não submetidas ao interesse externo. Paraguai, Haiti e o Panamá, cujos dados não foram suficientes para distinção precisa, conforme informa a autora, figuram como tipo C, sendo países com estrutura agroexportadora sem diversificação industrial.

Figura 5 - Tipologia dos países dependentes na América Latina

Fonte: Adaptado de Bambirra (2015)

Bambirra aponta que a penetração do capital internacional dos EUA no setor de manufatura do conjunto de países do tipo B implicou no desenvolvimento a partir dos interesses desse capital e que a burguesia industrial desses países se afastou dos ideais de

emancipação. Isto também aconteceu nos países do Tipo A, no entanto, nesses países foi possível uma maior acumulação de capital formando uma burguesia nacional. O que ela deseja reforçar é que foram as intervenções do Estado pela emancipação e não a solução estadunidense para tirar a América Latina do “atraso”, que iniciou a modernização dos países do tipo A.

Vânia Bambirra afirma que na América Latina não ocorreu uma revolução burguesa nos moldes da revolução francesa, no entanto, o processo ocorrido pode ser caraterizado como um momento em que a burguesia industrial se projetou como classe e reivindicou o controle do poder, apresentando e executando um projeto próprio de desenvolvimento econômico. A autora cita que o varguismo a partir da Revolução de 1930 teve como embrião revolucionário o tenentismo dos anos de 1920:

É necessário ter presente que o caráter de um processo revolucionário se define não apenas pelas classes que o realizam, mas também pelas tarefas que cumprem, pelos inimigos que enfrentam e pela classe que termina por deter hegemonicamente o poder (BAMBIRRA, 2015, p. 90).

A autora prossegue sua reflexão, afirmando que nesses termos é mais relevante identificar se as tarefas foram cumpridas pelos movimentos, ou seja, se os interesses daquelas classes foram atendidos, e para ela não há dúvida que o governo de Cárdenas no México, de Vargas no Brasil, de Alessandri no Chile, de Batlle y Ordóñez no Uruguai e de Peron na Argentina expressaram o que ela chama de “auge e consolidação dos interesses das respectivas burguesias industriais nacionais” (2015, p.91). Sobre essa questão, Maria da Conceição Tavares tem uma perspectiva um pouco diferente:

Nossas “transições democráticas interrompidas” nunca alteraram a marcha da batida do capitalismo brasileiro, dando a impressão sistemática de que os ideais reformistas ou revolucionários estão “fora de lugar”, quando sempre estiveram no lugar: o de manter em movimento o “moinho sat nico” do capital em suas várias formas. Para manter o movimento do dinheiro e assegurar a propriedade do território a ser ocupado por formas mercantis sempre renovadas de acumulação patrimonial, o Estado brasileiro – que a pretexto da crise sempre retoma o seu caráter imperial – é chamado a intervir com o propósito de manter a segurança e o domínio das nossas classes proprietárias ou tentar validar o estoque de capital acumulado.

As nossas reformas burguesas sempre tiveram como limites dois medos seculares das nossas elites ilustradas: o medo do Império e o medo do povo.

As nossas repúblicas (velha e nova) e a nossa “revolução burguesa de 30” nunca incluíram o povo num “pacto democrático”. Não porque fossem tardias ou resultassem da herança colonial, mas porque todas as tentativas reformistas democráticas tendiam sistematicamente a extravasar os limites de tolerância do pacto oligárquico de dominação interna, fosse ele estabelecido pelas armas, fosse pelo famoso “pacto de compromisso” das burguesias regionais e das elites políticas.

(TAVARES, 2019, pp. 265 e 266)

Assim, a burguesia dos países do Tipo A acabou se alinhando como sócios minoritários das empresas multinacionais devido à brutalidade com que as tentativas de autonomia foram bloqueadas por interesses externos. Segundo Carlos Serrano Ferreira e Wilson Vieira (2017), a história da América Latina seguiu os passos dos EUA em sua luta anticolonial, mas, ironicamente, os EUA se articularam com as elites latinas, que, juntas, atuaram para impedir projetos de soberania e desenvolvimento nacional que emancipassem a região. O primeiro deles teria sido o alinhamento das burguesias escravagistas do eixo “sul”

da América Latina com a burguesia da América do Norte. Depois, ao serem integrados em um sistema econômico com limites externos bem determinados, a burguesia não teve organicidade suficiente para confrontar os interesses das grandes corporações verticalizadas com força para se impor, subjugar e eliminar outros sistemas produtivos, preferindo criar limites e confrontos internos.

Para Tavares, a revolução burguesa continua incompleta porque o autoritarismo ligado ao dinheiro e a terra sempre serviu de base para extinguir as lutas como ocorreu depois da revolução de 1930 e em 1963 quando as reformas de base16 foram colocadas por Jango.

Tavares explica que, após a segunda guerra, os EUA não se preocuparam com a Divisão Internacional do Trabalho, tampouco com o papel que a periferia teria na nova ordem mundial. Entre os anos de 1960 e 1980, praticamente toda a região sofreu com instabilidades e rupturas democráticas, sendo possível observar na figura n. 6 que um presidente eleito caiu a cada dez meses na América Latina. Especialmente a partir dos anos de 1980, o neoliberalismo avançou na região como projeto político, quando parte dessas nações reconquistavam a democracia.

16 As reformas de base reuniam um conjunto de medidas reformistas que incluiu o sistema bancário, fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária, sendo a reforma agrária a mais importante e que visava garantir a posse de terra para os trabalhadores rurais, eliminado os conflitos no campo. (CPDOC/As reformas de base).

Figura 6 - Mandatos Interrompidos na América do Sul

Fonte: O Globo, 17.11.2019.

O fato desses países serem política, econômica e tecnologicamente dependentes ao longo da história facilitou esses golpes, e a associação entre os interesses internos e externos colocou em marcha os elementos do neoliberalismo, especialmente no Chile e na Argentina, e no Brasil o avanço aconteceu depois de reconquistada da democracia.

De um modo geral, Paul Pierson (2001) aponta que a política neoliberal avançou na Europa principalmente em direção aos regimes de Welfare State, mas não foi capaz de implementar mudanças estruturais porque grandes grupos que dependiam e que se beneficiavam dos serviços, demonstraram resistência. No Brasil, a redemocratização gerou uma grande expectativa de mudança e de conquista da cidadania plena, mas a eleição de um político alinhado com a burguesia interna e externa frustrou essas expectativas, porque ao invés de viabilizar os meios pelos quais os direitos constitucionais seriam materializados, Fernando Collor de Melo os obstaculizou com o argumento de debelar a crise financeira no país. Pierson alerta que os defensores do neoliberalismo usam essas crises econômicas para constranger e submeter os Estados a regimes fiscais rígidos, recomendando sempre a redução da despesa primária e discricionária - onde estão concentrados os recursos para as políticas sociais.

Mazzucato aponta que com narrativas muito bem planejadas entre a elite, a imprensa tradicional e o sistema judiciário, a “ideologia da crise” é manobrada para que os problemas causados no setor privado sejam transferidos para o âmbito do Estado, enfatizando que não foram poucas as vezes em que os prejuízos, irresponsabilidades e ineficiência do setor privado recaíram sobre os ombros da sociedade através de grandes compensações do Estado, em operações que Mazzucato chama de “socialização dos riscos e privatização dos benefícios”

(2014, p. 56).

A autora ressalta que os Estados mais fracos, podemos acrescentar os “Estados dependentes”, são os que se submetem à retórica de cortes para solucionar problemas que, em geral, foram criados pelo próprio mercado. Essa fraqueza está relacionada às características e funções assumidas pelos Estados dependentes e, embora os autores da TMD não tenham organizado uma produção específica sobre isto, Maíra Bichir (2018) recuperou elementos em publicações produzidas por Marini, em distintos momentos, que permitem conformar elementos centrais dos Estados dependentes.

Uma primeira característica é a necessidade de o Estado capitalista dependente assegurar condições de acumulação de capital tanto para o capital multinacional, que ocupa um lugar privilegiado e dominante no interior da estrutura econômico-social, quanto para a burguesia interna. Isso implica constante arranjo e rearranjo das regras de exploração de setores econômicos que assegurem espaço para cada um desses dois segmentos da burguesia, estrangeira e nacional.

Marini aponta que a burguesia latina – cujas raízes e valores foram forjados a partir do capitalismo centrista – é reflexo da sociedade e apresenta muitas contradições, inclusive a própria ideia de cidadania. Esse conceito é entendido pelo autor como um dos instrumentos do exercício de poder político das classes dominantes:

[...] a burguesia teve que realizar uma tarefa titânica, até transformar igualdade em subordinação igual de todos à lei; à liberdade, na livre disposição da própria força de trabalho; e progresso, em perspectiva promoção social individual. A pedra de toque dessa construção ideológica, no plano de dominação, foi o conceito de cidadania – ou propriedade individual de direitos políticos pela qual a burguesia escondeu as classes e fez de cada um, um participante isolado na vida do estado. O indivíduo foi confrontado assim, sem qualquer defesa, ao Estado, fonte e guardião da ordem estabelecida e que cumpre sua função através do monopólio da força (MARINI, 1987 apud BICHIR, 2018).

Nessa proposição, Marini está ressaltando que ao Estado cumpre o papel de bloquear a percepção da classe trabalhadora enquanto uma unidade social, a fim de reproduzir o direito burguês expresso no conceito da cidadania, de modo que o Estado utiliza simultaneamente a

coerção e a ideologia para exercer seu poder, fenômeno que acontece em todos os países, inclusive os de economia central, mas se torna praticamente estrutural nos países periféricos.

Marini se mantém fiel a linhagem marxista-leninista quanto reflexão sobre o aspecto coercitivo do Estado e avança para desenvolver a ideia de sistema de dominação, considerando como aparelhos ideológicos desse sistema a escola, os sindicatos, os partidos, as igrejas, os meios de comunicação em massa, a família etc. Marini enfatiza que é importante distinguir esse conjunto em que a classe dominante ancora seu poder da expressão institucional desse poder que é o Estado (MARINI, 1976b, pp. 92-93 apud BICHIR, 2018).

Podemos encontrar na obra de Florestan Fernandes (2009) o desdobramento sobre a afirmação de Marini quanto às características do Estado burguês. Florestan, ao escrever sobre as classes sociais e a dependência, demarcou que as classes sociais cumprem funções e que, no caso da Europa e dos EUA, essas funções incluíram a conquista da escuta e dos meios institucionais de controlar protestos, manipular controles sociais reativos, regular a participação social nos fluxos de renda e nas estruturas de poder. Já na América Latina, as classes sociais falharam por preservarem privilégios para poucos, por isso o Estado acabou assumindo como prioridades pautas de uma minoria abastada. Florestan caracteriza como autocrático o caráter das classes burguesas por tomarem decisões do alto que excluem a classe trabalhadora e aponta que na morfologia das classes dos países dependentes, a origem colonial consolidou traços senhoriais que a modernidade não conseguiu superar.

Em termos gerais, Florestan aponta que o desafio latino-americano não é produzir riqueza, mas retê-la e distribuí-la aos moldes do capitalismo moderno. No entanto, como a integração da América Latina ao mercado mundial se deu numa posição peculiar, a consequência é que nenhum dos países da região conseguiu conquistar uma economia homogênea e autossustentada, situação em que a dominação externa foi implementada pelas grandes corporações, produzindo uma especialização geral dessas nações como fornecedores dos excedentes econômicos e agentes de acumulação de capital para os países do centro.

Desse modo, não teria ocorrido na América Latina o mesmo tipo de transição que ocorreu nos países do centro capitalista. Para Florestan, a transição da economia colonial para economia nacional, ou da escravidão e do capitalismo comercial para o capitalismo industrial, ao invés de modernizar a sociedade latina, produziu três realidades: concentração de renda, de prestígio e de poder; coexistência entre estruturas modernas e estruturas arcaicas como base para exploração externa e interna (que alguns chamam de colonialismo interno) com exclusão

de uma ampla parcela da população.

Este fenômeno, comandando pelas grandes empresas corporativas, é chamado por Florestan de “novo imperialismo”, surgido no pós-segunda guerra, quando o antigo imperialismo marcado pela concorrência entre os países avançados se modificou para o novo imperialismo representada pela luta pela sobrevivência do próprio capitalismo. Para o desenvolvimento da América Latina, esse processo é danoso porque enquanto as nações avançadas possuem recursos materiais e humanos para balancear as consequências negativas das grandes corporações, na A.L. a industrialização precedente, da qual Bambirra falava, foi adaptada para as funções dessas corporações. Florestan argumenta que em face disso, “as bases para o crescimento econômico autônomo e a integração nacional da economia, conquistados tão arduamente, foram postas a serviço dessas empresas” (2009, p.31).

Bichir (2018) destacou ainda duas formulações sobre os Estados latino-americanos na produção de Marini: o subimperialismo e o Estado de contra insurgência. A autora indica que para Marini o subimperialismo foi um fenômeno surgido a partir da integração dos sistemas produtivos latinos às economias centrais e que teve sua fase mais aguda na década de 1960, quando ocorreu intensa penetração de capital estrangeiro no setor industrial e, ao mesmo tempo, uma cisão entre a produção e o consumo, dado que a população não possuía o nível de renda para o consumo que a nova estrutura demandava.

Marini não faz uma abordagem ampla sobre o fenômeno, se baseando principalmente na experiência brasileira, quando o Estado viabilizou a política de subsídios e, por meio de empresas estatais, teria assegurado campo de investimento no Exterior, crédito e garantias governamentais para operações privadas fora do Brasil. Marini cita também o fato de o Brasil ter se envolvido em operações que visaram movimentos contrarrevolucionários.

Já a formulação acerca do Estado de contra insurgência – que pela perspectiva de Bichir é a principal contribuição de Marini sobre os Estados dependentes – trata de um conceito elaborado no final dos anos de 1970, portanto durante o período dos golpes militares no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Bolívia, Nicarágua, justamente a respeito de ações coordenadas pelo Estado contra movimentos revolucionários. Marini aponta que este conceito não é restrito a ditaduras militares, incluindo regimes civis, como foi o caso da Venezuela.

Embora o Estado não tenha sido elemento principal de análise dos autores da TMD, as características centrais estão presentes na produção e permitem associá-las as ações práticas da política interna, podendo ser assim sumarizadas:

• O Estado é a força concentrada da sociedade, a síntese de suas estruturas e de suas relações de poder;

• O poder político na sociedade é exercido pela burguesia por meio do Estado através das leis, normas, burocracia, sistema judiciário, polícias e forças armadas;

• Por meio desse poder político, o Estado burguês latino-americano, herdeiro do Estado oligárquico, implantou medidas modernizantes sem alterar sua estrutura arcaica, gerando contradições políticas e sociais;

• Dentre essas contradições, foi implantada a democracia viável que mantém o status quo de nação dependente;

• Em razão dessa manutenção, mesmo sendo nações formalmente independentes, esses Estados precisam assegurar condições de acumulação para o capital multinacional, que ocupa um lugar privilegiado e dominante no interior da estrutura econômico-social e para a burguesia interna, que ocupa um papel subordinado, secundário, mas não desprezível nessa estrutura;

• Essas condições incluem a obrigação de o Estado capitalista dependente organizar e manter em funcionamento os mecanismos de transferência de valor para os países centrais;

• Os Estados capitalistas dependentes têm de manter condições econômicas e sociais favoráveis para a superexploração da força de trabalho, o que funciona como um mecanismo de compensação da transferência de valor para o centro.

Essas funções e características dos Estados capitalistas dependentes colidem com as funções sociais que o Estado provedor precisa cumprir.

Por mais que o neoliberalismo tenha atacado as medidas keynesianas avocando para iniciativa privada méritos e virtudes e para o Estado “uma imagem de espelho do Estado como o obstáculo primeiro do desenvolvimento” (EVANS, 1993), o fato concreto é que durante o longo processo de desenvolvimento do capitalismo, as lutas sociais impuseram ao Estado em um conjunto de responsabilidades crescentes que visam assegurar a serviços públicos (RODRIGUES, 2003) dos quais a população não está disposta a abrir mão.

Peter Evans aponta que, gostando ou não, é o Estado que tem capacidade de realizar as mudanças estruturais, portanto a resposta não está em seu “desmantelamento, mas sim na sua reconstrução” (EVANS, 1993, p. 2).