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UM OLHAR DE PRECEPTORES SOBRE A PRECEPTORIA NO INTERNATO DO CURSO MÉDICO DE UMA UNIVERSIDADE

2 PERCURSO METODOLÓGICO

3.3 Atividades Desenvolvidas na Preceptoria

As Atividades em Cenários de Prática corresponde a 33,9% dos achados e destacam- se as subcategorias: “ambulatório” (34,21%), “posto de saúde” (5,26%), “enfermaria” (23,68%), “beira do leito” (15,78%) e “centro cirúrgico” (13,15%):

Ambulatório (UR39).

[...] trabalho no Posto de Saúde (UR9).

Maternidade (UR10).

Visita de beira de leito (UR56).

Centro cirúrgico (UR85).

É através da prática, do contato próximo ao lecionar para pequenas turmas, que é possível inserir consciência ética e humanística (MISSAKA; RIBEIRO, 2011)

A categoria discussão teórica gerou representou 26,8% com as subcategorias: “aulas teóricas” (60%), “discussão de artigos” (6,66%), “seminários” (20%) e “palestras feitas pelos alunos” (13,33%):

Discussão de artigos (UR40). Aulas teóricas (UR49).

Seminários (UR4).

Palestras educativas (UR3).

A categoria: examinar o paciente representou 5,4% dos entrevistados e suas subcategorias: “anamnese” (50%) e “exame físico” (50%)

Exame físico (UR20).

A discussão de casos clínicos (9,8%) também foi abordada pelos preceptores nas diversas disciplinas:

Discussão de casos (UR16).

A categoria interpretação de exames complementares também foi citada, referindo-se na importância que se tem no solicitar e saber interpretar o exame (4,5%):

[...] saber colher e depois interpretar esses exames (UR25).

E por fim, algumas atividades multidisciplinares também com 4,5%, foi uma categoria descrita;

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa ocorreu em um momento institucional de formalização do vínculo de preceptores, o que reduziu drasticamente o número de profissionais contratados e provocou a oscilação no corpo de supervisores que estavam inseridos nos serviços. Atualmente, muitos concursos possibilitaram a efetivação de um maior número de preceptores.

Semelhante ao conhecido para a inserção na docência no nível superior, muitos profissionais ingressaram nesta atividade pelo apreço pelo ensino. Isto foi inclusive destacado como um atributo importante para o exercício competente da preceptoria.

A possibilidade de compartilhar conhecimento também foi destacada como propósito da preceptoria, bem como a formação ampliada do futuro médico. Isto foi destacado como ponto forte da atividade.

Percebe-se a valorização do ensino nos cenários hospitalares e de ambulatório. Isto indica certo limite na estruturação do internato nestas áreas de formação, uma vez que o atendimento das necessidades de saúde vão além desses níveis de assistência.

Atualmente, com as políticas indutoras para a formação de preceptores, existem iniciativas para oferecer a formação didático-pedagógica a estes profissionais. Entretanto, a sua disseminação pelas várias regiões do país tem sido um desafio que necessita ser superado para que a formação médica possa estar coadunada com as necessidades de saúde da população, superando a lógica hospitalocêntrica e valorizando o desenvolvimento de competências necessárias a uma prática médica qualificada e eficaz.

Neste sentido, o presente trabalho apresenta subsídios para a compreensão da preceptoria no internato em uma instituição da região norte do Brasil.

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