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CAPACITAÇÃO DOCENTE PARA O ENSINO RELIGIOSO

Problemas da vida

CAPACITAÇÃO DOCENTE PARA O ENSINO RELIGIOSO

 Fazer parte do quadro permanente do magistério federal/estadual ou municipal;

 Ser portador de diploma de licenciatura em Ensino Religioso. Caso não existam profissionais devidamente licenciados, o sistema de ensino poderá preencher os cargos de professores com profissionais portadores de diploma de especialistas em Ensino Religioso (mínimo de 360 h/a), desde que seja portador de diploma em outra licenciatura; bacharéis na área da religiosidade, com complementação exigida pelo MEC, desde que tenha cursado disciplina na área temática de Teologia Comparada, no total de 120 h/a;

 Demonstrar capacidade de atender a pluralidade cultural e religiosa brasileira, sem proselitismo;  Comprometer-se com os princípios básicos da

convivência social e cidadania, vivenciando a ética própria aos profissionais da educação;

 Apresentar domínio dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso.

1.2. ÁREAS DO CONHECIMENTO PARA

CAPACITAÇÃO DOCENTE PARA O ENSINO RELIGIOSO

À luz desses encaminhamentos para constituição da disciplina de Ensino Religioso, o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso em parceria com as Instituições de Ensino Superior construiu as áreas temáticas correspondentes à Capacitação Docente para o Ensino Religioso.

1.2.1. Fundamentos Epistemológicos do Ensino Religioso

Objeto:

A investigação do fenômeno religioso e as implicações na/da ação humana

Justificativa:

Epistemologicamente o Ensino Religioso ocupa-se do conhecimento religioso, situado num espaço para além das instituições religiosas e/ou Tradições Religiosas. O espaço onde se situa o conhecimento religioso é “o humano”. Seu fundamento é antropológico. O enfoque, porém, é o ser humano,

em busca da Transcendência. Ultrapassa, o conhecimento comum aos crentes que têm um conhecimento “dado” e aceito pelo ato de fé. O conhecimento religioso é uma construção, fruto do esforço humano. Em razão disto, o conhecimento religioso precisa ser epistemologicamente enfocado nas dimensões antropológica, sociológica, psicológica e teológica.

1.2.2. Culturas e Tradições Religiosas Objeto:

A apreensão do fenômeno religioso através das ciências.

Justificativa:

Espera-se obter uma visão abrangente a respeito de culturas e Tradições Religiosas, levando em consideração os elementos que compõem seus mitos, ritos e celebrações.

Considerando também a importância da fenomenologia, ideologias e a visão de mundo como parcelas importantes, em conjunto com o estudo das origens e implicações geo-sociais, para se chegar a um patamar de conhecimento que permita o repasse e a socialização do saber.

1.2.3. Teologias Objeto:

É o fato religioso nas teologias, as diversas sistematizações teológicas ou conhecimento elaborados pelas Tradições Religiosas.

Justificativa:

Busca do sentido da vida/morte leva o ser humano a interrogar a si próprio e a tudo que lhe cerca, para responder suas questões vitais. Teologicamente, sua perplexidade remete-o ao Transcendente. Destas respostas poderá emergir a visão de mundo, do divino e da fé.

1.2.4. Textos Sagrados - Orais e Escritos Objeto:

Contextualização histórica de construção e exegese dos textos sagrados orais e escritos de diferentes matrizes.

Justificativa:

As Tradições Religiosas ao longo do seu processo de institucionalização vão codificando as suas experiências, de acordo com a cultura em que estão inseridas. Surge, então, o simbólico e da expressão oral deste simbólico algumas passaram à expressão escrita. A exegese desvela o sentido das palavras sagradas.

Dica de leitura

LAGO, Lorenzo; REIMER, Haroldo; SILVA, Valmor da. O Sagrado e as construções de mundo. Goiânia: Universa/UCG, 2004.

1.2.5. Ethos Objeto:

A formação do sentido de ser humano numa percepção interior dos valores a partir das Tradições Religiosas

Justificativa:

A ética, que se inspira nas Tradições Religiosas, fundamenta-se a partir do Transcendente, com base na antropologia.

Toda a Tradição Religiosa remete a um agir moral. A antropologia teológica das Tradições Religiosas indica a cada crente o ideal de ser humano. A vivência desses valores que levam à perfeição denota o ethos do grupo religioso, determinando a formação ética da sociedade.

1.3. JUSTIFICATIVA DA NECESSIDADE SOCIAL DE GRADUAÇÃO EM ENSINO RELIGIOSO

Vivencia-se na atualidade uma sociedade de feições pluralistas onde as mudanças são constantes, profundas, de cunho universal e por vez irreversíveis, onde crescem as aspirações e recrudescem os questionamentos sobre o sentido da vida e da sua história, onde se constata o interesse da busca de respostas orientadoras para se manter o equilíbrio psíquico e religioso.

Já não é possível pensar em educação de qualidade que não contemple a dimensão religiosa do ser humano, dimensão essa que muitas vezes é confundida com o ensino da religião e/ou catequese, ou proselitismo.

No Brasil, pode-se observar o Ensino Religioso fazendo história por caminhos diferenciados: o caminho da confessionalidade, o caminho da interconfessionalidade, o caminho das religiões, e o caminho da religiosidade.

Com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) o Ensino Religioso marca um fato histórico na educação brasileira: pela primeira vez pessoas de várias tradições religiosas, enquanto educadores, conseguiram juntas encontrar o que há de comum numa proposta educacional que tem como objeto o Transcendente.

Como os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso compreendem a sistematização do fenômeno religioso a partir das raízes das Tradições Religiosas: orientais, ocidentais, africanas e indígenas, há necessidade de um profissional de educação sensível à pluralidade e consciente da complexidade sociocultural da questão religiosa, e que garanta a liberdade do educando, sem proselitismo e/ou catequização.

Assim, como para todas as áreas, a política dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso pressupõe a elaboração ou revisão dos currículos escolares e a respectiva formação/capacitação do quadro do magistério. Pela primeira vez no Brasil, corrigindo-se distorções históricas do Ensino Religioso, o próprio Conselho Nacional de Educação no seu Parecer de 11/03/97 entende a necessidade de um professor habilitado e não representante de uma denominação religiosa. Esse posicionamento consubstancia o que reza a nova redação do Artigo 33 da LDB 9394/96 sancionada em 22/07/97 e que em seu § 1o prevê o profissional capacitado para esta área.

Desta forma, no universo dos profissionais de educação que atuam no Ensino Fundamental e Médio, há necessidade da formação de profissionais para o Ensino Religioso de modo mais sistemático, através dos cursos de graduação.

Essa proposta visa contribuir para constituição do quadro dos profissionais de educação que pretendem atuar na área do Ensino Religioso, desencadeando um processo de formação mais sistemático e efetivo frente às urgências de um novo tempo.

1.4. PERFIL DESEJADO DO FORMANDO EM ENSINO RELIGIOSO

A área do conhecimento/curso para o Ensino Religioso na busca de integração do ensino de graduação com a pós-graduação, em resposta à demanda social de uma disciplina integrante da formação do cidadão na diversidade cultural religiosa de Brasil, sem quaisquer formas de proselitismo, constitui-se num desafio ímpar para as Instituições de Ensino Superior.

O Ensino Religioso necessita de profissionais de formação adequada ao desempenho de sua ação educativa, considerando que o conhecimento religioso para estudo do fenômeno religioso na escola, situa-se na complexidade da questão religiosa e na pluralidade brasileira.

O formando em Licenciatura do Ensino Religioso tem vasto campo de atuação e seu perfil corresponde ao magistério do Ensino Religioso e à investigação do fenômeno religioso.

No quadro abaixo visualiza-se, na integração entre graduação e pós-graduação, e explicita-se os diferentes perfis do profissional de Ensino Religioso:

Graduação: Licenciatura em Ensino