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Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso

NACIONAIS DO ENSINO RELIGIOSO

Agora você deve está se perguntando, quando no tema do Ensino Religioso entra em cena em nossa aula sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Religioso. O tema do Ensino Religioso sempre este presente na Legislação brasileira. O quadro a baixo foi produzido pela professora e pesquisadora Janayna

Lui buscando visibilidade da questão em nossas legislações. Assim que fique claro, que o ensino religioso sempre foi tema legislativo:

Apesar de se constituir até mesmo matéria constitucional, o Ensino Religioso é uma lacuna nos PCN do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Quando temos oportunidade de verificar os arrazoados sobre o Ensino Religioso nos PCN o que encontramos são informações sumarizadas sobre a questão. Veja o que diz o PCN do Ensino Fundamental sobre o tema do Ensino Religioso:

- Art. 72 da Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (1891); - Art. 153 da Constituição Federal de 1934; - Art. 113 da Constituição Federal de 1937; - Art. 168, V, da Constituição Federal de 1946; - Art. 97, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961; - Art. 168, IV, da Constituição Federal de 1967; - Art. 7, Parágrafo Único da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1971; - Art. 19, I, da Constituição Federal de 1988; - Art. 210, Parágrafo 1° da Constituição Federal de 1988; - Art. 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996; - Lei n° 9475/1997 que reforma o art. 33 da LDB de 1996.

(LUI, Janayna. 2009.p.31)

Em linha de síntese, pode-se afirmar que o currículo, tanto para o ensino fundamental quanto

para o ensino médio, deve obrigatoriamente propiciar oportunidades para o estudo da língua

portuguesa, da matemática, do mundo físico e natural e da realidade social e política, enfatizando- se o conhecimento do Brasil. Também são áreas curriculares obrigatórias o ensino da Arte e da Educação Física, necessariamente integradas à proposta pedagógica. O ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna passa a se constituir um componente curricular obrigatório, a partir da quinta série do ensino fundamental (art. 26, § 5º). Quanto ao ensino religioso, sem onerar as despesas públicas, a LDB manteve a orientação já adotada pela política educacional brasileira, ou seja, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas, mas é de matrícula facultativa, respeitadas as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis (art. 33).

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.p df, p.14. Acessado em 24/05/2009.

Você pode ver que o tema do Ensino Religioso em todos os PCN do Ensino Fundamental, aparece somente aqui, em termos de síntese. E isto acontece dentro de uma arqueologia do saber que se remonta ao Art.33 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Os PCN do Ensino Fundamental mostram claramente que o tema do Ensino Religioso deve ser remetido a outros documentos.

O mesmo acontece com os PCNEM quando de forma lacônica aborda questão do Ensino Religioso. OS PCNEM vertam em seu próprio corpo a Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96), que apresenta o Art 33 acima mencionado (http://portal.mec.gov.br/seb/ arquivos/pdf/blegais.pdf. pp. 32-33. Acessado em 24/05/2009).

Você pode verificar com facilidade que os PCN do Ensino Fundamental (1997) e do Ensino Médio (2000) não disciplinam a matéria do Ensino Religioso deixando até então, toda a discussão em torno da LDB de 1996. No entanto, o tema do Ensino religioso continuou sendo tratado em termos de legislação na Lei n. 9.475, de 22 de Julho de 1997, que dá nova redação Art. 33 da Lei nº 9.394/96:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O art. 33 da Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação :

"Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.

§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos de ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.

Veja você, a Lei n. 9.475/97 revisa o Art. 33 da Lei Lei nº 9.394/96. O que antes era declarado nos PCN como uma manutenção da LDB, agora precisa ser revista. Observe a seguinte comparação:

e

O que permanece no Art. 33 da LDB é que “o ensino religioso, de matrícula facultativa” e que “constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Daí por diante tudo mais é novo.

No novo texto legislativo, o Ensino Religioso passa a ser “parte integrante da formação básica do cidadão”. Desta maneira, o Ensino Religioso deixa de ser “um adendo, tomado por empréstimo de uma

Art. 33 da lei 9.394/96 - O ensino religioso, de

matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis.

Art. 33 da lei 9.475/97- O ensino religioso, de

matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.

§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso."

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de julho de 1997, 176 da Independência e 109 da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza

determinada confissão religiosa” (SCHMIDT, O Ensino Religioso Escolar em Questão. Em: http://www.gper.com.br/documentos/o_ensino_escolar _em_questao.pdf. Acessado em 24/ 05/2009).

A outra mudança ocorrida é a questão do “ônus para o Estado”. Esta é retirada do novo Art. 33. Segundo Ervino Schimidt, houve grande empenho de entidades religiosas para que se aprovasse a idéia de retirar a expressão “sem ônus” da LDB. Os temas do “respeito à diversidade cultural religiosa” e da “superação ao proselitismo” foram habilmente costurados ali.

A LDB abre mão da discussão da confessionalidade e da intercofessionalidade dos incisos I e II do Art. 33 da Lei 9.394/96 para as atribuições dos Sistemas de Ensino nos parágrafos 1º e 2º do novo Art. 33 da Lei 9.475/97:

De:

Para:

I - Confessional, de acordo com a opção religiosa do

aluno ou do seu responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou

II - Interconfessional, resultante de acordo entre as

diversas entidades religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa.

http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola /leis/lein9394.pdf

Acessado em 24/05/2009.

§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos de ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.

§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso."

http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/l9475_97.htm Acessado em 24/05/2009.

Os caracteres confessionais e interconfessionais dos incisos I e II agora são tratados dentro do âmbito do “respeito da diversidade cultural religiosa” do corpo do Art. A opção religiosa de alunos e responsáveis, deixa de ser uma condicionante para o Ensino Religioso, assim como o credenciamento de professores e orientadores por para de igreja e entidades religiosas. As entidades religiosas deixam de ser responsáveis pela elaboração do programa do Ensino religioso. O que se busca aqui a superação do proselitismo.

Isto posto, surgem as novas atribuições dos sistemas de ensino presentes dos parágrafos 1º e 2º do novo Art 33 da LDB. Os sistemas de ensino brasileiro assume a tarefa de “regulamentar das definições de conteúdo do Ensino Religioso”. Deverá se os sistemas de ensino que “habilitará e admitirá professores” para o Ensino Religioso.

Diante de uma possível inaptidão dos sistemas de ensino, entidades de natureza civil poderão oferecer contribuições para a definição dos conteúdos do ensino religiosos. As entidades civis estas que deverão sofre a afluência de diferentes denominações religiosas.

O novo Art 33 da Lei 9.475/97 que reforma o Ensino Religioso prevê uma regulamentação de procedimentos e a definição de conteúdos de ensino, ouvidas entidades civis. Dentre outras entidade que militam na área do Ensino religioso é importante considerar o Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso (FONPER) e o Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER). O FONPER é uma:

“ASSOCIAÇÃO civil, de âmbito nacional, sem vínculo político-partidário, confessional e sindical, sem fins econômicos, com duração por tempo indeterminado, que congrega, pessoas jurídicas e pessoas naturais identificadas com o Ensino Religioso Escolar e se constitui em um organismo que trata questões pertinentes ao Ensino Religioso

:: GPER: Com o objetivo de aprimorar o estudo sobre o Ensino Religioso apoiando os Núcleos e Grupos de Pesquisa, assim como pesquisadores individuais e ao mesmo tempo socializando textos, legislações e outros trabalhos que possa incentivar atuação de professores e pesquisadores o GRUPO DE PESQUISA EDUCAÇÃO E RELIGIÃO criou o site o www.gper.com.br. Este desenvolvido também pela MASTRO soluções em web, disponibilizará o material que esteve no site FONAPER. http://www.fonaper. com.br/gper.php. Acessado em 25/05/2009

O FONAPER logo se constituiu como um interlocutor das agências educacionais e de todos os sistemas de ensino para assuntos de Ensino Religioso. O Estatuto do FONAPER dispõe que seus fins vão ao encontro desta aspiração. Seus fins são:

I- exigir que a escola, seja qual for sua natureza, ofereça o ER ao educando, em todos os níveis de escolaridade, respeitando as diversidades de pensamento e opção religiosa e cultural do educando, vedada discriminação de qualquer natureza;

II- contribuir para que o pedagógico esteja centrado no atendimento ao direito do educando de ter garantida a educação de sua busca do Transcendente.

III- subsidiar o Estado na definição do conteúdo programático do ER, integrante e integrado às propostas pedagógicas;

IV- contribuir para que o ER expresse uma vivência ética pautada pelo respeito à dignidade humana; V- reivindicar investimento real na qualificação e habilitação de profissionais para o ER, preservando e ampliando as conquistas de todo o magistério, bem como a garantia das necessárias condições de trabalho e aperfeiçoamento;

VI- promover o respeito e a observância da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e dos outros valores universais;

VII- realizar estudos, pesquisas e divulgar informações e conhecimentos na área do ER.

3º do Estatuto do FONPER

http://www.fonaper.com.br/cap2.php. Acessados em 24/05/2009

(...)

tem por objetivo consultar, refletir, propor, deliberar e encaminhar assuntos pertinentes ao Ensino Religioso...

Art 1º e 3º do Estatuto do FONPER http://www.fonaper.com.br/cap1.php. e

http://www.fonaper.com.br/cap2.php. Acessados em 24/05/2009.

É com base no inciso III do Art 3º que o FONAPER se ocupou da produção dos Parâmetros Curricular Nacional do Ensino Religioso (PCNER) dentro da finalidade de “subsidiar o Estado na definição do conteúdo programático do ER, integrante e integrado às propostas pedagógicas”. Assim surgem os PCNER. Os PCNER são discutidos e produzidos nas reuniões do Fórum entre os meses março a outubro de 1996. O texto para os PCNER foi entregue ao MEC em 5/11/1996. Em Agosto de 1997 foi lançado oficialmente os Parâmetros Curricular Nacional do Ensino Religioso (PCNER). O Site do FONAPER apresenta um resumo do PCNER que reproduziremos aqui:

Resumo

Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso constituem-se num marco histórico da educação brasileira.

Pela primeira vez, pessoas de várias tradições religiosas, enquanto educadores, conseguiram juntas construir os elementos constitutivos do Ensino Religioso como disciplina escolar, cujo objeto é o Transcendente.

O Ensino Religioso no Brasil, ao longo da nossa história tem sido caracterizado belo binômio: Ensino da Religião e concessão do Estado.

A partir do processo constituinte de 1988, o Ensino Religioso vai efetivando sua construção como disciplina escolar, a partir da escola e não de uma ou mais religiões. Assim, a razão de ser do Ensino Religioso tem sua fundamentação na própria função da escola: o conhecimento e o diálogo.

A escola é o espaço de construção de conhecimentos e, principalmente, de socialização dos conhecimentos historicamente produzidos e acumulados. E, como todo conhecimento humano é sempre patrimônio da humanidade, o conhecimento religioso deve também estar disponível a todos que a ele queiram ter acesso.

Por questões éticas e religiosas, e pela própria natureza da escola, não é função dela propor aos educandos a adesão e vivência desses conhecimentos, enquanto princípios de conduta religiosa e confessional, já que esses sempre são propriedade de uma determinada religião.

Dica de leitura FÓRUM PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Religioso. 2ª ed. São Paulo: AM Edições, 1997.

Conhecer significa captar e expressar as dimensões da comunidade de forma cada vez mais ampla e integral. Por isso à escola compete integrar, dentro de uma visão de totalidade, os vários níveis de conhecimento: o sensorial, o intuitivo, o afetivo, o racional e o religioso.

Assim, o conhecimento religioso, enquanto sistematização de uma das dimensões de relação do ser humano com a realidade Transcendental, está ao lado de outros que, articulados, explicam o significado da existência humana.

À escola compete prover os educandos de oportunidades de se tornarem capazes de entender os momentos específicos das diversas culturas, cujo substrato religioso colabora no aprofundamento para autêntica cidadania. E, como nenhum conhecimento teórico sozinho não explica completamente o processo humano, é o diálogo entre eles que possibilita construir explicações e referenciais, que escapam do uso ideológico, doutrinal ou catequético. Portanto, na escola o Ensino Religioso tem a função de garantir a todos os educandos a possibilidade deles estabelecerem diálogo. E, como o conhecimento religioso está no substrato cultural, o Ensino Religioso contribui para a vida coletiva dos educandos, na perspectiva unificadora que a expressão religiosa tem, de modo próprio e diverso, diante dos desafios e conflitos.

O conhecimento resulta das respostas oferecidas às perguntas que o ser humano faz a si mesmo e ao informante. Às vezes para fugir à insegurança, resgatando sua liberdade, ele prefere respostas prontas, que apaziguam a sua ansiedade. A raiz do fenômeno religioso encontra-se no limiar dessa liberdade e dessa insegurança. O homem finito, incluso, busca fora de si o desconhecido, o mistério: transcende.

Esse fenômeno religioso é a busca do Ser frente à ameaça do Não-ser. E, a humanidade tem quatro respostas possíveis como norteadoras do sentido da vida além morte: a ressurreição, a reencarnação, o ancestral e o nada.

Cada uma dessas respostas organiza-se num sistema de pensamento próprio, obedecendo uma estrutura comum. E, é dessa estrutura comum que são retirados os critérios para organização e seleção dos conteúdos e objetivos do Ensino Religioso. Assim, na pluralidade da escola brasileira esses critérios, eixos organizadores para os blocos de conteúdos são: Culturas e Tradições Religiosas, Escrituras Sagradas e/ou Tradições Orais, Teologias, Ritos e Ethos.

Culturas e Tradições Religiosas

É o estudo do fenômeno religioso à luz da razão humana, analisando questões como: função e valores da tradição religiosa, relação entre tradição religiosa e ética, teodicéia, tradição religiosa natural e revelada, existência e destino do ser humano nas diferentes culturas.

Esse estudo reúne o conjunto de conhecimentos ligados ao fenômeno religioso, em um número reduzido de princípios que lhe servem de fundamento e lhe delimitam o âmbito da compreensão. Assim, não se separa das ciências que se ocupam com o mesmo objeto como: filosofia da tradição religiosa, história e tradição religiosa, sociologia e tradição religiosa, psicologia e tradição religiosa, nem delimita, de maneira absoluta e definitiva, um critério epistemológico unívoco.

Conteúdos estabelecidos a partir de:

Filosofia da tradição religiosa: a idéia do

Transcendente, na visão tradicional e atual;

História e tradição religiosa: a evolução da

estrutura religiosa nas organizações humanas no decorrer dos tempos;

Sociologia e tradição religiosa: a função política

das ideologias religiosas;

Psicologia e tradição religiosa: as determinações

da tradição religiosa na construção mental do inconsciente pessoal e coletivo.

Escrituras Sagradas e/ou Tradições Orais

São os textos que transmitem, conforme a fé dos seguidores, uma mensagem do Transcendente, onde pela revelação, cada forma de afirmar o Transcendente faz conhecer aos seres humanos seus mistérios e sua vontade, dando origem às tradições. E estão ligados ao ensino, à pregação, à exortação e aos estudos eruditos.

Contém a elaboração dos mistérios e da vontade manifesta do Transcendente com objetivo de buscar orientações para a vida concreta neste mundo. Essa elaboração se dá num processo de tempo-história, num determinado contexto cultural, como fruto próprio da caminhada religiosa de um povo, observando e respeitando a experiência religiosa de seus ancestrais, exigindo a posteriori uma interpretação e uma exegese.

Conteúdos estabelecidos a partir de:

Revelação: a autoridade do discurso religioso fundamentada na experiência mística do emissor que a transmite como verdade do Transcendente para o povo; História das narrativas sagradas: o conhecimento dos acontecimentos religiosos que originaram os mitos e segredos e a formação dos textos; Contexto cultural: a descrição do contexto sociopolítico-religioso determinante na redação final dos textos sagrados; Exegese: a análise e hermenêutica atualizada dos textos sagrados.

Teologias

É o conjunto de afirmações e conhecimentos elaborados pela religião e repassados para os fiéis sobre o Transcendente, de um modo organizado ou sistematizado.

Como o Transcendente é a entidade ordenadora e o senhor absoluta de todas as coisas, expressa-se esse estudo nas verdades de fé. E a participação na natureza do Transcendente é entendida como graça e glorificação, respectivamente no tempo e na infinidade. Para alcançar essa infinidade o ser humano necessita passar pela realidade última da existência do ser, interpretada como ressurreição, reencarnação, ancestralidade, havendo espaço para a negação da vida além morte.

Conteúdos estabelecidos a partir de:

Divindades: a descrição das representações do Transcendente nas tradições religiosas;

Verdades de fé: o conjunto de mitos, crenças e doutrinas que orientam a vida do fiel em cada tradição religiosa;

Vida além morte: as possíveis respostas norteadoras do sentido da vida: a ressurreição, a reencarnação, a ancestralidade e o nada.

Ritos

É a série de práticas celebrativas das tradições religiosas formando um conjunto de:

a) Rituais que podem ser agrupados em três categorias principais:

os propiciatórios que se constituem principalmente de orações, sacrifícios e purificações; os divinatórios que visam conhecer os desígnios do Transcendente em relação aos acontecimentos futuros; os de mistérios que compreendem as várias cerimônias relacionadas com certas práticas limitadas a um número restrito de fiéis, embora também haja uma forma externa acessível a todo o povo;

Conteúdos estabelecidos a partir de:

b) símbolos que são sinais indicativos que atingem a fantasia do ser, levando-o à compreensão de alguma coisa;

c) espiritualidades que alimentam a vida dos adeptos através de ensinamentos, técnicas e tradições, a partir de experiências religiosas e que permitem ao crente uma relação imediata com o Transcendente.

Conteúdos estabelecidos a partir de:

Rituais: a descrição de práticas religiosas significantes, elaboradas pelos diferentes grupos religiosos;

Símbolos: a identificação dos símbolos mais importantes de cada tradição religiosa, comparando seu(s) significado(s);

Espiritualidades: o estudo dos métodos utilizados pelas diferentes tradições religiosas no relacionamento com o Transcendente, consigo mesmo, com os outros e o mundo.

Ethos

É a forma interior da moral humana em que se realiza o próprio sentido do ser. É formado na percepção interior dos valores, de que nasce o dever como expressão da consciência e como resposta do próprio "eu" pessoal. O valor moral tem ligação com um processo dinâmico da intimidade do ser humano e, para atingi-lo, não basta deter-se à superfície das ações humanas.

Essa moral está iluminada pela ética, cujas funções, por sua vez são muitas, salientando-se a crítica e utópica. A função crítica, pelo discurso ético, detecta, desmascara e pondera as realizações inautênticas da realidade humana. A função utópica projeta e configura o ideal normativo das realizações humanas.

Essa dupla função concretiza-se na busca de "fins" e de "significados", na necessidade de utopias globais e no valor inalienável do ser humano e de todos os seres, onde ele não é sujeito nem valor fundamental da moral numa consideração fechada de si mesmo.

Conteúdos estabelecidos a partir de:

Alteridade: as orientações para o relacionamento com o outro, permeado por valores;

EXERCÍCIO 1