• Nenhum resultado encontrado

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS:

Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS:

Ensino Religioso

Nesta aula vamos tentar entender as mudanças ocorridas no bojo da legislação educacional do Brasil sobre o ensino religioso como um todo, assim como a mudança da própria noção de conhecimento religioso. Mas antes, você precisar ter em sua mente bem claro as “considerações preliminares” a respeito dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS:

Para que você possa entender como se chegou aos Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso é necessário que relembre elementos introdutórios dos PCN. É necessário que você entenda o que basicamente os nossos documentos se destinam a fazer:

Os Parâmetros Curriculares Nacionais buscam ser uma referência para o sistema ensino fundamental e médio. Três áreas saltam aos olhos de quem busca saber de suas funções são: a) a coerência dos investimentos; b) a socialização das discussões, pesquisas e recomendações; e c) a participação de técnicos e professores.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País. Sua função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01. pdf. Acessado em 20/05/2009. Aprofundamento Os parâmetros curriculares nacionais são diretrizes elaboradas pelo Governo Federal que orientam a educação no Brasil e são separados por disciplina. Além da rede pública, a rede privada de ensino também adota os parâmetros, porém sem caráter obrigatório. Para um aprofundamento da questão ver: http://portal.mec.go v.br/index.php?optio n=com_content&vie w=article&id=293&I temid=358

Este foco não deve ser perdido quando novos aspectos forem acrescidos à discussão. É assim que pode resumir a identidade dos parâmetros curriculares. Desta maneira, você deve compreender que este mesmo documento se impõe limites para a sua execução:

Os Parâmetros Curriculares Nacionais devem ser entendidos com um conjunto de princípios que precisam ser atualizados a partir de decisões nas esferas regionais e locais. E por isto, é que a sua natureza aberta e flexível precisa ser a todo momento, enfatizada, constituindo-se uma modalidade curricular “heterogênea e não impositiva”. Assim os Parâmetros Curriculares Nacionais reforçam a necessidade de que na prática a educação no Brasil seja absolutamente sistêmica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais expõem o sentido de que o todo e as partes se retroalimentem no processo da formação cidadã.

Por sua natureza aberta, configuram uma proposta flexível, a ser concretizada nas decisões regionais e locais sobre currículos e sobre programas de transformação da realidade educacional empreendidos pelas autoridades governamentais, pelas escolas e pelos professores. Não configuram, portanto, um modelo curricular homogêneo e impositivo, que se sobreporia à competência político-executiva dos Estados e Municípios, à diversidade sociocultural das diferentes regiões do País ou à autonomia de professores e equipes pedagógicas. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.p df. Acessado em 20/05/2009. Investimento Pesquisa e discussões Participação Quer saber mais? Fritjof Capra, austríaco, Doutor em Física pela Universidade de Viena em 1966, um dos nomes mais significativos na vanguarda dos da ciência, da filosofia e, unindo tudo isso com consciência, principalmente da ecologia. Trata- se de físico e teórico de sistemas, é o diretor fundador do Centro de Eco- alfabetização de Berkeley. Aprofundar ver: http://www.abepro. org.br/arquivos/web sites/1/AA_Conexõe s_Ocultas.pdf e http://br.geocities.c om/carlos.guimaraes /Capra.html Fritjof Capra

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, para longe de tentar hierarquizar a educação brasileira, pretende fazer convergir as mais diversas contribuições para a melhoria da qualidade educacional do país. É nesta linha que as suas considerações iniciais também vão:

Os valores envolvidos aqui são tão importantes que os Parâmetros Curriculares Nacionais prevêem que todo o sistema educacional do Brasil atue harmonicamente para estes. Os grandes temas da “construção da cidadania, da igualdade de direitos e dos princípios democráticos” devem ser perseguidos por todas as agências educacionais, sem que se interfira nas conquistas das diversidades do povo brasileiro.

A concepção sistêmica vê o mundo em termos de relações e integração. Os sistemas são totalidades integradas, cujas propriedades não podem ser reduzidas às de unidades menores. Em vez de se concentrar nos elementos ou substâncias básicas, a abordagem sistêmicas enfatiza princípios básicos de organização.

CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. A ciência, a sociedade e as cultura emergente. São Paulo: Editora Cultrix, 1997. p.260.

O conjunto das proposições aqui expressas responde à necessidade de referenciais a partir dos quais o sistema educacional do País se organize, a fim de garantir que, respeitadas as diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma sociedade múltipla, estratificada e complexa, a educação possa atuar, decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo como meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos, baseado nos princípios democráticos. Essa igualdade implica necessariamente o acesso à totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.p df. Acessado em 20/05/2009. :: Recontextuali- zação: “Constitui-se a partir da transferência de textos de um contexto a outro (...) textos são selecionados em detrimento de outros e são deslocados para questões, práticas e relações sociais distintas. (...) O texto é modificado por processos de simplificação, condensação e reelaboração, desenvolvidos em meio aos conflitos entre os diferentes interesses que estruturam o campo de

recontextualização. Para saber mais: BERNSTEIN, B. A estruturação do discurso pedagógico: classe, códigos e controle. Petrópolis: Vozes, 1996

O papel catalisador dos PCN precisa ser posto à luz para que seja percebido em primeiro plano a sua busca pela melhoria da qualidade da educação brasileira, que implica em “investimentos, formação de professores e política de salário etc...”. Contudo também, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) devem ser observados nos aspectos essenciais, ou seja, em seu empenho de ser:

Os PCNEM querem “difundir os princípios curriculares e orientar professores na busca de novas abordagens e metodologia", buscando contribuir para a “inserção de jovens na vida adulta”. No PCNEM a instância governamental tem o papel de difusor e o professor, adequando-se aos princípios da reforma curricular, deve buscar novos horizontes para o seu trabalho. Mas o PCNEM busca realizar algo mais. Busca ser:

Carta de intenções governamentais para o nível médio de ensino; configura um discurso que (...) projeta identidades pedagógicas e orienta a produção do conhecimento oficial - o conhecimento educacional construído e distribuído às instituições educacionais pelo Estado em sua atuação como campo recontextualizador pedagógico oficial.

BERNSTEIN, Basil apud LOPES, Alice. Os Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio e a submissão ao mundo produtivo... Em: Educação e Sociedade., Campinas, vol. 23, n. 80, setembro/2002, p. 386- 400.

Parâmetros cumprem o duplo papel de difundir os princípios da reforma curricular e orientar o professor, na busca de novas abordagens e metodologias. Ao distribuí-los, temos a certeza de contar com a capacidade de nossos mestres e com o seu empenho no aperfeiçoamento da prática educativa. Por isso, entendemos sua construção como um processo contínuo: não só desejamos que influenciem positivamente a prática do professor, como esperamos poder, com base nessa prática e no processo de aprendizagem dos alunos, revê-los e aperfeiçoá-los. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.p df Acessado em 20/05/2009. Basil Bernstein Quer saber mais? Basil Bernstein nasceu em Londres, filho de uma família de imigrantes judeus. Estudou Ciências Sociais na London School of Economics, e depois Sociologia. Também Fonética no University College de Londres, se doutorando em Lingüística. Posteriormente assumiu o cargo de professor-adjunto de Sociologia da Educação, sendo promovido as funções de catedrático e diretor do Departamento de Pesquisa Sociológica. http://www.klickedu cacao.com.br/2006/ materia/9/display/0, 5912,POR-9-106- 1540-,00.html

Os temas de produção do conhecimento e as identidades pedagógicas que são centrais dos PCNEM. Estes soprem recepção por parte dos mais diversos locais educacionais de sentido, que passam por descontextualização para serem apropriados de forma reposicionada e refocalizada nos mais diversos contextos da nação brasileira. Assim, partir de um ponto de vista oficial, os PCNEM chegam às escolas com a expectativa de que os professores coloquem em práticas estes princípios. Todavia, estes mesmos executores de processos pedagógicos exercem reinterpretações e resistência aos textos oficiais, gerando discursos híbridos de produção escolar (LOPES, 2002, p. 389).

O jogo de recepção impõe que professores e técnicos diante dos PCNEM, busquem atuar dentro dos novos princípios curriculares, como também façam a sua devida revisão e o redimensionamento destes, para o contexto em que acontece a práxis educacional (http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acessado em 20/ 05/2009).

Você de perceber aqui que os PCNEM exercem pressão sobre operadores pedagógicos, mas estes também têm um papal ativo no processo de implantação da reformar curricular brasileira orientadas.

SURGEM OS PARÂMETROS CURRICULARES