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PARTE I: A capitania de Pernambuco, as instituições do poder central e o reformismo Setecentista

Capítulo 3 A capitania de Pernambuco séculos XVII e XVIII: aspetos políticos e económicos

4.2 A Companhia Real da Venezuela e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba

Para além das companhias de comércio implementadas pela Coroa portuguesa também a Coroa espanhola reforçou o exclusivo comercial com as suas colónias, e um dos casos mais característicos é, provavelmente, o da Companhia Real da Venezuela. Esta foi

311 Sanjay SUBRAHMANYAM, O Império Asiático português..., p 264.

312 Agradeço a Marília Nogueira a disponibilização dos seus escritos sobre as companhias de comércio e

a gentileza de compartilhar a sua tese comigo. Marília Nogueira dos SANTOS, «Do Oriente ao Atlântico: hierarquias imperiais e trajetórias administrativas: os casos de António Luís Gonçalves da Câmara Coutinho e do Marquês de Angeja (1690-1718)» (tese de doutoramento, Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011), pp. 73-85.

313 Joaquim Romero MAGALHÃES, «As tentativas de recuperação asiática» em História da Expansão…,

106 uma empresa de comércio constituída a 25 setembro de 1728 com a finalidade de monopolizar o comércio na província de Caracas com a Espanha314. Fazemos referência a tal companhia não só para comparar os modelos de funcionamento desta instituição com a companhia pombalina em Pernambuco, mas também para demonstrar que, à semelhança dos vassalos portugueses na América portuguesa, também os vassalos da Coroa espanhola protestaram contra uma companhia que perdurou durante mais de cinco décadas e que teve uma grande influência no desenvolvimento económico, social e político na Venezuela.

Durante as primeiras décadas do século XVIII a Espanha enfrentou muitas incursões estrangeiras no seu território e teve de se empenhar para consolidar a sua posse nas fronteiras ameaçadas. A Companhia Guipuzcoana inscreve-se neste contexto, tendo sido criada para afastar navios ingleses e holandeses do comércio na região de Caracas315. Segundo John Elliott, a Companhia era administrada por comerciantes bascos que utilizaram o monopólio para dominar a economia venezuelana, baixar o preço do cacau e subir o das importações europeias transportadas nos seus barcos. Os mais prejudicados foram os pequenos proprietários oriundos das ilhas Canárias e os que mais se endividaram foram os grandes proprietários de terras316.

A empresa foi criada com base em duas finalidades, sendo a primeira delas, o exclusivo comercial317. O rei concedeu à empresa o monopólio do comércio com a província de Caracas e, como consequência disso, apenas a Real Companhia poderia vender todos os tipos de mercadorias importadas da península e comprar os frutos do país, nas quantidades necessárias ao consumo, e os enviar a Espanha. O privilégio do monopólio do comércio foi dado aos comerciantes de Guipuzcoa e o género mais rentável

314 Como o rei tinha um interesse considerável no negócio, e por isso, a cédula real que confirmava a

Real Companhia tinha sido tão favorável aos homens de negócio bascos Vicente Amezaga ARESTI, Los

Hombres de la Compañía Guipuzcoana (Caracas: Banco Central de Venezuela, 1963), pp. 18-19. Segundo

Aresti os monarcas espanhóis jamais haviam firmado uma carta régia mais explícita e honorífica do que aquela que criava a Companhia dos bascos. E com exceção dos reis, do secretário de Estado Patiño e de Campillo todos os accionistas eram guipuzcuanos.

315 David A. BRADING, «A Espanha dos Bourbons…» em História da América…, vol. I, p. 400 316

John H. ELLIOTT, Imperios del mundo atlántico…p. 501

317 Arantzazu A. IRIBARREN, «La Real Compañía Guipuzcoana de Caracas. Crónica sentimental con una

visión historiográfica Los años áuricos y las rebeliones (1728-1751)», Sancho El Sabio, revista de Cultura e investigacion vasca, nº 23, (2005): p 191. [Consultado em 2 de novembro de 2011]. Disponível em: http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1367600. Arantzazu A. IRIBARREN, « La Real

107 produzido na província de Caracas era o cacau, que até então chegava à Espanha através dos holandeses318.

A criação da Companhia serviu para afastar do comércio da região de Caracas os holandeses e, além destes, a Companhia acabou por afetar as transações comerciais que os britânicos efetuavam na mesma região, quando passou a ter o exclusivo do comércio já na década de 30 de Setecentos319. A segunda finalidade dizia respeito à contenção do contrabando que a empresa deveria fazer de forma vigorosa, monitorizando as bocas dos rios Orinoco e Hacha, com navios devidamente armados320.

A Real Companhia foi beneficiada com o total controlo do comércio e, para proteger a empresa, o rei deu instruções às autoridades coloniais para a apoiarem em todos os aspetos. Por último, o rei nomeou o próprio governador da província de Caracas como juiz conservador para a Real Companhia, estabelecendo o carácter oficial da instituição comercial, que passou a controlar a economia da Província321.

Assinalaremos algumas das diferenças entre esta Companhia e àquelas criadas na América portuguesa no período pombalino. Apesar de ainda não termos examinado em detalhe a instalação das companhias pombalinas, adiantaremos, neste ponto, algumas das semelhanças e das diferenças entre um «projecto» e o «outro».

No que se refere às companhias pombalinas, assinalamos uma distinção em relação ao juiz conservador. As companhias pombalinas também possuíam juiz conservador, com jurisdição privativa sobre todos os outros tribunais nas causas contenciosas em que fossem réus os empregados das Companhias. Contudo, eram três, e apenas um residiria na América portuguesa, enquanto os outros residiriam em Lisboa e no Porto. Outra diferença tinha a ver com o lugar de juiz conservador: este não poderia ser

318Ver nota de estudo, Gerostik Historia Museo Birtuala, 2011. [Consultado em 3 de janeiro de 2012].

Disponível em: http://muvir1.gipuzkoa.net/teselas_t.php?id_teselas=197&id_lingua=3.

319 A Real Companhia foi estabelecida para combater o contrabando de tabaco, escravos e têxteis da

Europa, que existia ao longo do rio Orinoco - o principal da Venezuela -, contrabando esse que beneficiava particularmente os comerciantes holandeses e também britânicos. A Real Companhia contribuiu principalmente para o desenvolvimento em grande escala da produção do cacau e concorreu, também, para a expansão da produção de algodão, café, tabaco e couro. Ramóm de BASTERRA, Una

empresa del siglo XVIII. Los Navíos de la Ilustración (Caracas: Imprenta Bolívar, 1925, Ediciones de la

Presidencia de la República de Venezuela, 1954), p 59. Vicente Amezaga ARESTI, Los Hombres de la

Compañía…, p 16. 320

Vicente Amezaga ARESTI, Los Hombres de la Compañía…, pp. 16-17.

321 Artigo 7 da instituição da companhia em Vicente Amezaga ARESTI, Los Hombres de la Compañía…, p

108 preenchido por um dos representantes da Coroa nas capitanias - caso do governador, juiz de fora ou ouvidor -, como ocorreu em Caracas com a nomeação do governador para o lugar de juiz da Real Companhia. Além disso, a nomeação do juiz conservador das companhias pombalinas, ainda que confirmada pela Coroa portuguesa, era da responsabilidade da Junta da Companhia322.

Inicialmente, a Real Companhia cumpriu os objectivos para os quais fora criada: a instauração de um comércio seguro entre as províncias venezuelanas e Espanha, a regularização e desenvolvimento do comércio de frutas, cacau e tabaco, e, ainda, a redução do contrabando que naus inglesas e holandesas praticavam naquela costa. No que concerne à capitania de Pernambuco, o mesmo ocorreu, os navios da Companhia faziam um comércio seguro e sistemático com Lisboa e Porto, e em teoria, garantiam o monopólio comercial português.

A criação da Real Companhia significou, portanto, uma mudança no sistema tradicional do comércio das províncias, pois era a única empresa com permissão para vender produtos europeus e comprar a produção local. E, da mesma forma que ocorreu com a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba e o açúcar, a Companhia Guipuzcoana fixou o preço do cacau, de acordo com a sua política, prejudicando os produtores locais, o que veio a gerar os primeiros protestos pacíficos, que acabaram por se transformar numa violenta oposição à Companhia na década de 1730323.

Muito semelhante ao que viria a ocorrer com as companhias pombalinas, os proprietários de terras utilizaram o Cabildo municipal para fazer as suas queixas contra o monopólio da empresa comercial. Os moradores da província venezuelana argumentavam que não foram consultados aquando da sua criação e que não lhes tinha sido dado o direito de possuir acções e de participar num negócio de tanta importância. E nesse ponto importa salientar que a Companhia Guipuzcoana diferia das congéneres pombalinas. Aquando da criação das companhias pombalinas, as elites locais foram convidadas a comprar acções e os primeiros accionistas, estando em Portugal ou na América portuguesa, ao confirmarem a instituição comercial criada pelo poder central, teriam direito a alguns privilégios de natureza singular, como o de «gozarem dos privilégios de

322

Estatutos da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, p 6. [Consultado em 9 de julho de 2012]. Disponível em: http://www.archive.org/stream/instituiadac00comp#page/4/mode/2up.

109 nobre», terem uma aposentadoria passiva, serem desobrigados de servir em ofícios de Justiça, Fazenda ou cargos dos Concelhos e poderem concorrer aos hábitos das ordens militares324.

A Real Companhia da Venezuela suscitou uma forte oposição dos grandes proprietários rurais e homens de negócio locais porque, diferentemente das companhias pombalinas, a Companhia não permitia que a produção local fosse enviada de forma livre nos seus navios. Toda a produção local deveria ser vendida à Companhia e apenas esta poderia transportá-la para Espanha e vendê-la. Os moradores de Caracas queriam que a Companhia disponibilizasse um terço da capacidade dos navios para poderem enviar os géneros para Espanha à sua custa e risco, pedido que foi sempre negado pela empresa comercial e, em última instância, pelas autoridades coloniais.

Ao compararmos esta situação com os estatutos da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, constatamos uma diferença, pois o artigo 30 previa que, caso não houvesse consenso entre as partes - particulares e instituição de comércio -, no que concerne ao preço dos géneros coloniais, poderiam os produtores [de açúcar, tabaco e couro] enviá-los a Lisboa nos navios da Companhia, mediante um pagamento que cobrisse um seguro e parte dos custos da viagem, e poderiam também optar se seria a Companhia a vendê-los naquela praça ou os seus procuradores325.

Uma das diferenças entre esta Companhia estabelecida na América hispânica e as companhias pombalinas do Brasil tem a ver com as rebeliões que ocorreram na Venezuela, em virtude da dinâmica comercial da Real Companhia. No Brasil não chegaram a ocorrer conflitos armados por conta das empresas comerciais, apenas uma tentativa de motim, frustrada pelas autoridades na capitania. A comunicação política e o contrabando foram as ferramentas utilizadas pelos descontentes para negociar com a Coroa portuguesa o fim do monopólio comercial.

A primeira grande rebelião contra a Real Companhia ocorreu em Yaracuy, entre 1732 e 1735, e foi liderada por [El zambo] Andresote, natural de Valência, que se tornou

324

Ver os estatutos da Companhia, p. 23. [consultado em 9 de julho de 2012]. Disponível em:

http://www.archive.org/stream/instituiadac00comp#page/4/mode/2up. Clara Maria Farias de ARAÚJO, «A Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba e o monopólio do comércio» Revista de

História e economia, vol. VI (2010): p 28.

325 Estatutos da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba. [Consultado 9 de julho de 2012]. Disponível

110 chefe de muitos escravos e negros livres na região326. O governador com uma força militar de 1500 homens sufoca o movimento e a revolta finda por não ter sucesso.

Cerca de uma década depois, a Companhia teve de enfrentar uma outra rebelião, a de Juan Francisco de León, prefeito e chefe da justiça de Panaquire, canarino de nação. Esta rebelião ocorreu entre 1749 e 1752, em Panaquire, e de lá se espalhou para o vale de Tuy e para outras regiões próximas a Caracas327. Convém referir que, durante os anos da «guerra do Asiento» (1739-1748), a Real Companhia se desenvolveu e conseguiu da Coroa espanhola a ampliação de seus direitos328. A Coroa precisava do apoio da Companhia e, por isso, permitiu que esta restringisse os privilégios da elite local - composta maioritariamente por proprietários rurais -, sobretudo no comércio com outras províncias, e nas negociações que faziam antes da Companhia com a venda do cacau329.

Diferentemente da companhia pombalina em Pernambuco, a Guipuzcoana não tinha uma Direcção local formada pela elite da terra, os homens que dirigiam a Real Companhia na Venezuela vinham todos de Guipuzcoa. Em 1749, com a queixa que a instituição comercial fez ao governador Luís Francisco Castellanos, devido ao contrabando de coco com os holandeses na região de jurisdição de Juan Francisco de León, o representante da Coroa espanhola achou por bem substituí-lo por um funcionário da Real Companhia. A população da ilha não aceitou cumprir a ordem do governador e grupos de cultivadores de cacau e trabalhadores do campo manifestaram-se em Caracas330.

Liderados por León, conseguiram reunir-se com o governador em Caracas e apresentar as queixas dos moradores contra o monopólio basco. Os manifestantes que acompanharam León até Caracas solicitaram uma reunião com o Cabildo da cidade, para

326 Nessa região o controlo informal do comércio era exercido pelos holandeses que ali praticavam o

contrabando. O governador procurou eliminar o contrabando desta área e enviou tropas. Em 1734 o governo organizou uma grande expedição de 1.500 homens e, depois de vários meses, conseguiu dispersar os revoltosos e prender muitos dos seus partidários, principalmente índios, mulatos e negros, muitos dos quais foram condenados à morte. Com a ajuda de contrabandistas, o líder Andresote escapou para Curaçao. Arantzazu A. IRIBARREN, «La Real Compañía Guipuzcoana…, p. 192. Vicente Amezaga ARESTI, Los Hombres de la Compañía…, p. 22.

327

Arantzazu A. IRIBARREN, «La Real Compañía Guipuzcoana…, p. 194.

328 Guerra del Asiento ou La guerra de la oreja de Jenkins iniciou-se em 1739 como resultado dos

esforços espanhóis para reduzir o contrabando nas Índias Ocidentais. Principiou como um conflito naval anglo-espanhol no Caribe, antes de ser absorvido por um conflito mais amplo do que foi a guerra de sucessão austríaca. Para ambas as partes, os custos da guerra aumentaram a necessidade de reforçar os vínculos entre os centros e as periferias dos dois impérios. J. H. ELLIOTT, Imperios del mundo Atlántico…, p 350.

329 Vicente Amezaga ARESTI, Los Hombres de la Compañía…, p 60. 330 Arantzazu A. IRIBARREN, «La Real Compañía Guipuzcoana…, p 195.

111 livremente expressarem a sua opinião acerca dos benefícios e/ou prejuízos resultantes dos dezoito anos de actuacção da Companhia basca. John Elliott afirma que «un cabildo abierto de Caracas votó, con mayoría abrumadora, en contra del monopolio respaldado por el estado»331.

As queixas dirigidas contra a instituição comercial acusavam-na de ser prejudicial aos interesses na província e, por isso, os moradores pediam a sua extinção. Contudo a contestação tomou outros contornos e os grandes proprietários, que tinham dado o seu apoio à causa de León, começaram a temer o princípio de uma revolta de escravos332.

No caso da capitania de Pernambuco, os motins não tiveram uma adesão popular relevante, nem foram armados, e com excepção da tentativa de distúrbio de 1773, não possuíram um líder semelhante a Leon. Ocorreram alguns protestos e, paralelamente a estes, as câmaras fizeram chegar às entidades políticas em Pernambuco e às instituições do poder central as suas queixas.

Na Venezuela, dada a situação, o governador Castellanos em 1749 optou por declarar a expulsão da Companhia, mas como não tinha autoridade para tomar tal decisão, fugiu para La Guaira. Em Pernambuco, José César de Meneses não ousou fazer o mesmo, não tinha autoridade para extinguir a companhia pombalina quando findou o monopólio desta em 1779, mas apoiou as queixas da fracção das elites da terra que se opunha à empresa comercial nos anos finais da Companhia, quando a Coroa portuguesa tomaria uma decisão acerca da continuação do monopólio.

Mesmo com o fim do movimento de revolta suscitado por León333, os motins conseguiram que as autoridades acolhessem as acusações contra a Companhia e tomassem medidas para corrigir aquilo que mais prejudicava os moradores: o preço do cacau. Este fruto passou a ter o preço fixado por uma junta composta pelo governador, um representante do Concelho e um da Companhia. E tal como ocorria com as companhias pombalinas no Brasil, os agricultores passaram a poder enviar os seus frutos, de forma

331 J. H. ELLIOTT, Imperios del mundo atlántico…, p 501. 332 J. H. ELLIOTT, Imperios del mundo atlántico…, p 501. 333

Apesar dos protestos e revoltas, os motins foram reduzidos, a companhia de comércio foi restaurada e Juan Francisco de León e seu filho foram enviados presos a Madrid e executados no ano de 1752Mark KURLANSKY, Basque History of the World, (London: Vintage, 2000), parts. 1 e 2. Vicente Amezaga ARESTI, Los Hombres de la Compañía…, p. 60. J. ELLIOTT afirma que «las autoridades derribaron la casa familiar de León en Caracas y ordenaron esparcir sal sobre sus ruinas en señal de infamia». ELLIOTT,

112 particular, nos navios da Companhia, para serem vendidos em Madrid. Os produtores também reconquistaram o direito de fazer o comércio directo com o México, algo que era permitido antes da instalação da Companhia, e os proprietários rurais conseguiram a permissão para comprar acções da Companhia e ter uma participação nos lucros da mesma. Comparando com a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba este privilégio estava instituído desde a aprovação régia de seus estatutos em 1759.

Paradoxalmente, a «nobreza da terra», que tinha apoiado e incentivado León na sua revolta, acabou por conquistar privilégios e receber os benefícios desse movimento. Este conjunto de medidas tomadas a partir do fim da revolta liderada por León explica, em parte, a tranquilidade com que a Companhia operou na Venezuela nos trinta e cinco anos seguintes. Estas medidas, mais aceitáveis, mantiveram o monopólio da empresa basca até a Coroa espanhola rescindir o contrato em 1781, como parte da sua nova política de livre comércio334. Em Pernambuco, apesar da participação de parte das elites da terra na companhia pombalina - principalmente dos homens de «grosso trato» - o preço do açúcar nunca foi matéria de consenso entre a Companhia e certos grupos dominantes das elites locais (senhores de engenho, pequenos mercadores envolvidos no comércio do açúcar e lavradores). Em virtude disso o período de funcionamento da Companhia não foi tranquilo nem isento de resistência.

4.3 A instalação das companhias pombalinas na América portuguesa e a oposição

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