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PARTE I: A capitania de Pernambuco, as instituições do poder central e o reformismo Setecentista

Capítulo 3 A capitania de Pernambuco séculos XVII e XVIII: aspetos políticos e económicos

3.1 Da expulsão dos holandeses ao reinado de D João

Desde o século XVI que Pernambuco possuía uma economia considerada relevante e voltada para a exportação. O açúcar era o principal género produzido na capitania. Talvez tenha sido isso o que levou Evaldo Cabral de Mello a afirmar que as guerras holandesas, que envolveram a invasão de Pernambuco em 1630, foram inegavelmente «guerras do açúcar», não só pelo valor do açúcar em si mesmo, mas pelo sistema socioeconómico que ali se desenvolvera com o propósito de o comercializar no mercado europeu250. A invasão dos «flamengos» fez parte de uma guerra maior que ocorria na Europa, entre a Espanha e os Países Baixos. Até o início do século XVI os holandeses estiveram ocupados com viagens às Índias Orientais, através de expedições financiadas por capital particular, com o qual acabaram por formar companhias de comércio. No século XVII, com a fusão de várias companhias, os resultados financeiros começaram a surgir e, com isso, os holandeses fizeram avultados investimentos nas especiarias, passando a cobiçar a primazia do comércio do açúcar, que até então pertencia à Coroa portuguesa251.

Após a saída dos holandeses, em 1654, iniciou-se um período de concorrência na produção açucareira das Américas e a economia da colónia começou a oscilar. A «guerra de Pernambuco» - que foi intensificada a partir de 1645 e seguiu até a capitulação do Recife holandês em 1654 -, possibilitou o surto açucareiro das colónias inglesas e francesas do Caribe, devido, principalmente, à transferência de capitais da comunidade judaica de origem portuguesa radicada em Amsterdão. As colónias inglesas e francesas tinham a seu favor dois pontos primordiais: uma maior proximidade ao mercado europeu e uma proteção aduaneira proporcionada pelos respetivos governos metropolitanos. Além disso, a concorrência antilhana revelou-se devastadora para Portugal e suas «conquistas», pois encareceu o preço da mão-de-obra africana e provocou o declínio do preço do açúcar. Os holandeses quebraram um século de monopólio português, proporcionando um aumento da oferta de açúcar no mercado mundial e determinando a baixa dos preços e do nível de renda dos produtores das capitanias açucareiras252.

250 Evaldo Cabral de MELLO, Olinda Restaurada…, p. 12.

251 Maria do Socorro Ferraz BARBOSA, Vera Lúcia ACIOLI e Virgínia Maria Almoêdo ASSIS, Fontes repatriadas: anotação de História Colonial, referências para pesquisas, índices do catálogo da Capitania de Pernambuco (Recife: Editora universitária da UFPE, 2006), p. 39.

82 Após o chamado «tempo dos flamengos» nas capitanias do Norte do Estado do Brasil, verificou-se uma considerável desorganização da indústria açucareira e, nas décadas posteriores a 1650, foi intentada uma lenta recuperação253. A depressão geral que atingiu o mundo atlântico em 1680 foi um obstáculo a esta recuperação, já que, em 1688, o preço do açúcar estava reduzido a um terço daquilo que valia em 1654, ano da expulsão dos holandeses da capitania de Pernambuco. A descoberta do ouro no final do século XVII contribuiu para o agravamento do contexto económico das «capitanias do açúcar», uma vez que trouxe, de uma só vez, a alta de preços da mão-de-obra africana, o deslocamento da população para a região das minas e uma persistente tendência inflacionária, principalmente no preço dos alimentos254.

Contudo, depois de 1713 esta situação mudou. Graças à assinatura do tratado de Utrecht, à criação de frotas regulares de navios entre as «capitanias do Norte» e os mercados europeus, à situação de paz na Europa e à regulamentação do fornecimento de escravos, a agricultura de exportação das capitanias de Pernambuco, Paraíba e Baía, principalmente, conseguiu manter-se. Embora o açúcar não fosse a actividade mais lucrativa durante o período de maior produção e extração do ouro, esta mercadoria nunca perdeu o lugar de primeiro produto de exportação colonial em volume. E apesar das oscilações de preço, ao longo de todo o século de Setecentos o valor do ouro jamais ultrapassou o valor das exportações agrícolas255.

O Brasil passava, então, por uma grande expansão territorial e demográfica, com uma mudança no seu centro de equilíbrio e não apenas em termos sociais e económicos, como analisado no capítulo anterior. Com a trasladação da capital para o Rio de Janeiro, Pernambuco perdeu parte da centralidade que detinha quando a Baía, capitania vizinha, ainda era sede do Estado do Brasil. Contudo, continuou a ser centro político e económico para as capitanias do Norte (Paraíba, Rio Grande do Norte, Itamaracá, Ceará).

253 Entendemos por capitanias do Norte, o território que correspondia às capitanias de Pernambuco,

Paraíba, Itamaracá, Rio Grande do Norte e Ceará e não o território que hoje é denominado geograficamente como Região Norte do Brasil. Ver Carla OLIVEIRA e Ricardo P. MEDEIROS, orgs., Novos

Olhares sobre as capitanias do Norte do Estado do Brasil (João Pessoa: Editora Universitária da UFPB,

2007).

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E não só. Bens como o vestuário, calçados, utensílios em ferro e cobre para engenhos também sofreram uma alta de preços no final do século XVII.

83 Desde o último quartel do século XVII e durante a centúria do XVIII, a cidade do Recife sobressaiu como sede e residência dos agentes que controlavam, internamente, grande parte do financiamento da produção açucareira e do movimento comercial, administrando a exportação de cargas de mais de uma centena de engenhos, além de boa parte da produção de couro e tabaco das demais capitanias do Norte. Pernambuco mantinha ainda uma influência política e religiosa sobre o distante Ceará, influência essa expressamente ratificada pela Coroa256.

O açúcar não foi a única cultura que sustentou a economia pernambucana, mas foi, sem dúvida, a mais importante. A pecuária extensiva expandiu-se também desde o XVI, adquirindo importância a partir da segunda metade do XVII e, principalmente, depois da descoberta das minas de ouro, fenómeno que ocasionou a procura pelo couro e pela carne seca do sertão. Calcula-se que, no início do século XVIII, havia em Pernambuco mais de 800.000 cabeças de gado. Foi através da criação de gado que se desenvolveu, entre 1650 e 1750, a «interiorização» no Nordeste e um desbravamento do «grande sertão», visto que os terrenos mais férteis e próximos do litoral eram reservados para a cultura da cana257.

Assim, a exploração das minas de ouro acabou por estimular o crescimento da pecuária nordestina e serviu para deslocar capitais e mão-de-obra para a região centro-sul do Estado do Brasil. A exploração aurífera, juntamente com a queda do preço do açúcar, começou por provocar, no final do século XVII, um abrandamento do ritmo de crescimento das «capitanias do Norte». Contudo, a pecuária continuou a sua expansão, pois, para além de proporcionar a carne, era também o agente motor para os engenhos, o meio de transporte para os agricultores e mineradores; quanto ao couro, era, ele próprio, uma importante mercadoria de exportação258. A expansão da pecuária pernambucana conquistou a costa da Paraíba e do Rio Grande do Norte, depois o interior, atingindo por

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Para além de ser centro económico das capitanias do Norte, Pernambuco tinha uma grande influência política e espiritual, desde o ano de 1656, quando o Ceará foi separado do Maranhão. Em 1701 o governo do Rio Grande do Norte foi subordinado ao de Pernambuco. O Bispado de Pernambuco ia até ao Ceará e os governadores deste prestavam contas aos de Pernambuco. Ver AHU, Conselho Ultramarino, Ceará. [Carta do Bispo de Pernambuco]. AHU_ACL_CU_006, Cx. 1, D. 40; Consulta sobre carta do governador de Pernambuco. AHU_ACL_CU_006, Cx. 1, D. 41. Alagoas não entra neste cômputo porque no século XVIII era apenas uma comarca de Pernambuco e não capitania subordinada.

257 Sérgio Buarque de HOLANDA, História Geral da Civilização Brasileira, tomo I: a época colonial, vol. II

(Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003), p. 247.

258

Jorge Pedreira cita que, no século XVIII, os couros do Brasil iam para os sapateiros de Lisboa fabricarem calçados e para o Arsenal para a produção de selas, coldres, freios e cartucheiras. Jorge PEDREIRA, «A indústria», em História…, vol. I., p. 199.

84 fim o Ceará, mais a norte, e a sul, abastecendo também a região das minas com carne seca259.

A produção «fumageira» também foi relevante e lucrativa na pauta das exportações do Brasil, pois o fumo foi moeda de troca para o comércio de escravos, outra importante actividade mercantil em Pernambuco, antes e depois da instalação da Companhia Geral. Quando se deu a descoberta do ouro o comércio de escravos para Pernambuco provinha principalmente da Costa da Mina, e o tabaco foi elemento importante na economia da capitania porque, precisamente, permitia uma articulação com o comércio negreiro260. Este comércio por sua vez equilibrou a economia da capitania durante as primeiras décadas do século XVIII.

Além do tabaco, os vassalos de Pernambuco ganharam competitividade no mercado africano por conta do acesso a um subproduto da economia colonial com demanda em África: a jeribita. Praticamente ignorada pela historiografia brasileira, a cachaça e o desenvolvimento da sua produção constitui um caso original no quadro das transformações económicas impelidas pela crise geral do século XVII. Crise que foi motivada pela concorrência do açúcar das Antilhas - como aqui já referido -, do tabaco da Virgínia e pela queda do consumo nos mercados europeus, factores associados que fizeram cair os preços dos principais produtos coloniais brasileiros - açúcar, pau-brasil e tabaco - na segunda metade do século XVII. No âmbito deste contexto económico, a cachaça foi exportada pela capitania de Pernambuco como mercadoria de escambo, proporcionando lucro aos senhores de engenho, pois não deixou a oferta de escravos diminuir nas capitanias produtoras de açúcar e garantiu a preponderância de comerciantes da Baía, Rio de Janeiro e Pernambuco sobre o trato negreiro da África central no período que vai do final do século XVII a meados do século XVIII261.

Assim, com a exportação de cachaça e do tabaco, e mesmo com a economia da América portuguesa em declínio na segunda metade do século XVII, os moradores de Pernambuco criaram estratégias para manter as margens de lucro do comércio colonial

259 Sérgio Buarque de HOLANDA, História Geral da Civilização Brasileira…, Tomo I, vol. II, p. 248. 260

Embora o tabaco e a cachaça fossem géneros de exportação secundários no que respeita ao comércio com a Europa. Gustavo Acioli LOPES, «Negócio da Costa da Mina e Comércio Atlântico - tabaco, açúcar, ouro e tráfico de escravos: Pernambuco (1654-1760)» (tese de doutoramento, São Paulo, Programa de Pós-Graduação em História Económica da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2008), p. 10.

85 em níveis estáveis e, no tempo da criação da companhia pombalina (no ano de 1759) Pernambuco ainda era considerada uma capitania economicamente atrativa. Contudo, estava longe de deter um lugar de destaque na economia do império, como outrora tivera. Além disso, mantinha a dependência da conjuntura mundial no que concerne aos preços do seu principal produto, o açúcar, cujo valor continuou oscilando durante quase todo o século XVIII, mesmo sem nunca decair em níveis catastróficos262.

***

Pernambuco tornou-se capitania régia apenas no reinado de D. João V, precisamente em março de 1716, após um complexo processo de compra da capitania aos herdeiros de Duarte Coelho, os condes de Vimioso. Mas desde a expulsão dos holandeses em 1654 que a Coroa procurava retomá-la dos seus donatários263. No começo do século XVIII passou por algumas agitações políticas, sendo a «guerra dos Mascates» em 1710 a mais referida na historiografia, quase sempre pelo seu alegado cariz separatista. Em linhas gerais esta sublevação pode ser designada como um conflito ‘nativista’, ocorrido no período que vai de 1710 a 1711, entre os mercadores, ou homens de negócio portugueses moradores no Recife, e a açucarocracia, residente em Olinda, que não quis aceitar a separação da praça do Recife relativamente à vila de Olinda. Trata-se de um conflito bem revelador da força dos interesses locais ligados à propriedade264.

No século XVII, décadas antes do conflito entre «mazombos e mascastes», parte da açucarocracia estabelecida em Olinda empenhou-se em limitar o exercício do poder na capitania em proveito próprio, restringindo o acesso dos homens de negócio, de origem

262 Oliveira MARQUES, História de Portugal…vol. II, p. 399 cita que no ano de 1760 entraram em Lisboa

2. 500.000 arrobas de açúcar, 900.000 a mais que em 1710, sendo a Itália e os países mediterrâneos os principais consumidores do produto.

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Conforme Virgínia Almoêdo de Assis, a mercê que confirmava o alvará de janeiro de 1716 em que D. João V pagava uma quantia em dinheiro e concedia títulos aos herdeiros de Duarte Coelho, os condes de Vimioso, para reaver a capitania de Pernambuco é passada em 10 de março de 1716: «a partir daí, Pernambuco deixa de ser Capitania Hereditária, mas, o sistema perdura até que mais uma penada do rei, ou melhor, do marquês de Pombal extinga de vez o regime de Capitanias Hereditárias do Brasil, que se estende para as Capitanias das Ilhas Atlânticas, até 1776, findando o regime de Capitanias Hereditárias precisamente onde começou». Virgínia Almoêdo de ASSIS, «Palavra de rei» (tese de doutoramento, Recife, Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, 2001), pp. 230-231.

264

Ronaldo VAINFAS, Dicionário do Brasil Colonial (Rio de Janeiro, Objectiva, 2000), pp. 272-274. Guerra dos mascates também foi citada como a «luta da mata contra a praça, do engenho contra a loja», em referência aos dois grupos em destaque no conflito.

86 Reinol, ao poder local representado pela Câmara de Olinda265. Desde a guerra contra os flamengos que a Câmara de Olinda obtivera algumas «funções supramunicipais de representação de interesses e de gestão de recursos fiscais», das quais não queria abdicar266.

Além do prestígio político e económico que os «mazombos» não queriam perder - e, nas palavras de Laura de Melo e Souza, o conflito foi inevitável -, a guerra dos mascates foi também o mais profundo movimento social da América portuguesa do início do século XVIII267. O declínio económico de Olinda - controlada pelos senhores de engenho - frente ao Recife, centro de comerciantes, foi motivado pela redução do preço e das safras de açúcar, preço esse que, por sua vez, estava relacionado com a desorganização dos transportes da produção açucareira desde 1702, desencadeada pela guerra nos mares, devido à Guerra de Sucessão espanhola do início do século. A crise do açúcar significou o empobrecimento da «aristocracia olindense» que, cada vez mais, tinha o destino das suas propriedades controlado pelos credores do Recife268.

Para além disso, o domínio holandês fizera do Recife o centro comercial da área que se estendia desde o Ceará, mais a norte, até Penedo em Alagoas, sul de Pernambuco, fronteira com a capitania de Sergipe d’El Rei. O sistema de frotas confirmou a hegemonia do Recife e a vila tornou-se o entreposto que controlava uma região de fronteiras estáveis que, segundo Evaldo Cabral de Mello, «iam além ou ficavam aquém das jurisdições administrativas formais, mediante a cumplicidade de outras aglomerações urbanas, suas sócias menores269».

265 Os mazombos, de uma forma geral, podem ser definidos como sendo os descendentes de

portugueses nascidos no Brasil e que aí permaneciam.

266 Evaldo Cabral de MELLO, A fronda dos mazombos…, p. 21-34. AHU, Conselho Ultramarino,

Pernambuco. [Carta da Câmara de Olinda informando o envio do governado ao Reino.] AHU_ACL_CU_015, Cx. 9, D. 811. Consulta sobre os procedimentos do governador Mendonça Furtado em Pernambuco. AHU_ACL_CU_015, Cx. 9, D. 825. A câmara chegou a depor um governador em 1666, Jerónimo de Mendonça Furtado, que foi posto num navio com destino a Lisboa, numa grave desobediência às ordens da Coroa. Mas como a Coroa tinha contas a acertar com J. de Mendonça Furtado, acusado de diversas fraudes, o desrespeito dos colonos não mereceu grande atenção por parte das instituições do poder central.

267 Laura de Melo e SOUZA e Maria Fernanda. B. BICALHO, 1680-1720: O império deste mundo (São

Paulo, Companhia das Letras, 2000), p. 72.

268

Arno e Maria José WEHLING, Formação do Brasil…, pp. 176-177. Laura de Melo e SOUZA e Maria Fernanda. B. BICALHO, 1680-1720: O império…, p. 70.

87 Os comerciantes radicados no Recife atuavam como agentes financeiros, compravam a safra, por vezes adiantando o pagamento; providenciavam a guarda da mesma até à chegada da frota e pagavam o frete. Cada atraso da frota, diminuição de preços do produto na Europa ou aumento do preço da escravatura era um problema para os senhores de engenho e uma oportunidade para os homens de negócio locais aumentarem a sua margem de lucro. Controlavam assim a venda do açúcar, o financiamento e o transporte. Com a elevação do Recife à condição de vila, os comerciantes retiraram da Câmara de Olinda a possibilidade de controlar os tributos locais, o policiamento, as posturas municipais e o movimento do porto do Recife, o principal entre as capitanias do Norte. Somando a isso, o facto de ser a nova câmara mais um órgão do poder local, que concorreria com a de Olinda, na busca de uma influência mais directa junto ao governo da capitania e às instituições centrais no Reino270.

Assim, a disputa não eclodiu apenas em torno das diferenças económicas, embora estas influíssem nos comportamentos. A sua principal causa foi a nova divisão de poder político entre as partes, manifestada em torno da elevação do Recife à condição de vila, onde os comerciantes teriam acesso ao poder municipal, obtendo poder de coação sobre o devedor olindense e decretando assim o fim da única arma garantida aos senhores. Coube à Coroa portuguesa definir um novo equilíbrio de forças, solucionando o conflito com uma nova «política» administrativa, promovendo os comerciantes aos postos de poder tradicional, em prejuízo da «nobreza da terra»271.

Os ecos do conflito ainda se fizeram ouvir durante décadas e um exemplo claro são as pretensões da «nobreza da terra» que D. João V reconheceu no regimento concedido à Câmara de Olinda, em 1730, o qual descrevia a nobreza «pernambucana» como sendo constituída por duas categorias: os colonos de ascendência nobre em Portugal, que eram raros, e os moradores descendentes daqueles que haviam colonizado a capitania, desde que exercessem cargos honrados, como era o caso das funções municipais e dos comandos da milícia. Essa consagração oficial de prestígio funcionou como uma compensação à «nobreza da terra» pela derrota na «Guerra dos Mascates»272.

270 Arno e Maria José WEHLING, Formação do Brasil…, pp. 176-177. 271

Jorge CALDEIRA, A Nação Mercantilista: Ensaio sobre o Brasil (São Paulo: editora 34, 1999), pp. 210- 213.

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