• Nenhum resultado encontrado

Temos consciência do tamanho do desafio para a implementação dessa proposta. Excetuando notáveis profissionais, com larga experiência de pesquisa científica interdisciplinar ou de longa atividade pedagógica interdisciplinar, nossos professores universitários de biologia, física e química, geralmente oriundos de cursos de bacharelado só poderão contribuir para esta proposta depois de um período de capacitação, no qual o diálogo entre as áreas de conhecimento seja exercitado com o objetivo de contemplar os conteúdos propostos na grade curricular.

Outro desafio não menos importante refere-se ao material instrucional. O caráter interdisciplinar proposto é de tal ordem que não corresponde a qualquer livro didático existente no mercado editorial. Então, a produção e testagem de material instrucional específico deverá ser uma tarefa indispensável para a implementação da proposta.

Referências

ANGOTTI, J. Conceitos Unificadores e Ensino de Física. Revista Brasileira de

Ensino de Física [S.I.], v. 15, n. 1-4, p. 191-198, 1993.

BARDEEN, M.; LEDERMAN, L. Science education: Coherence in Science Education. Science [S.I.], v. 281, n. 5374, p. 178, 1998.

BARTON, K. C. Themes or Motifs? Aiming for Coherence through Interdisciplinary Outlines. Reading Teacher [S.I.], v. 54, n. 1, p. 54-63, 2000. BLISS, J.; OGBORN, J. Children’s choices of uses of energy. International Journal of Science Education [S.I.], v. 7, n. 2, p. 195-203, 1985.

BOOHAN, R. et al. TEACHING ABOUT ENERGY AND TRAINING FOR INNOVATION.

______. Training teachers for innovation: Energy transfer and the direction of change. STTIS UK National Report WP5 (part 1), University of Sussex, UK [S.I.], 2000.

BRASIL, M. D. E., SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Ciências da natureza,

matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006. (Orientações curriculares

para o ensino médio, 2).

CSTA. Integrated Science: A logic and sequence for meaningful instruction. Disponível em: <http://www.cascience.org/csta/pub_ISmodels.asp>. Acesso em: 10/04/2009.

DRIVER, R., MILLAR, R. Teaching energy in schools: Towards an analysis of curriculum apporaches. In: DRIVER, R., MILLAR, R. (Eds.) Energy Matters. Leeds: University of Leeds, 1986. p. 9-24. Citado por DOMÉNECH et al. (2007). EACH-USP. http://www.uspleste.usp.br/cursos.php?pagina=ciencias- natureza. Acesso em: 10/04/2009.

FIGLIANO, F. Strategies for integrating STEM Content: A Pilot Case Study. 2007.

MICHIGAN STATE UNIVERSITY. http://dsme.msu.edu/gradprg_stuff/ grad_gen.htm. Acesso em: 10/04/2009.

NICHOLLS, G.; OGBORN, J. Dimensions of children’s conceptions of energy.

International Journal of Science Education [S.I.], v. 15, n. 1, p. 73-81, 1993.

NIKITINA, S., MANSILLA, V.B. Three Strategies for Interdisciplinary Math

and Science Teaching: A Case of the Illinois Mathematics and Science Academy.

2003. Disponível em: <http://pzweb.harvard.edu/eBookstore/PDFs/ GoodWork21.pdf>. Acesso em: 10/04/2009.

OGBORN, J. Energy, Change, Difference and Danger. School Science Review [S.I.], v. 72, n. 259, p. 81-85, 1990.

PINTO, R. et al. Using research on teachers’ transformations of innovations to inform teacher education. The case of energy degradation. Science Education [S.I.], v. 89, n. 1, p. 38-55, 2005.

PINTÓ, R.; GÓMEZ, R. Teaching about energy in Spanish Secondary Schools: Teachers’ transformations of innovations. STTIS Spanish National Report on

WP1. Universitat Autònoma de Barcelona, 1999.

PRINCETON UNIVERSITY. http://www.princeton.edu/integratedscience/. Acesso em: 10/04/2009.

SANTOS, S.; INFANTE-MALACHIAS, M. E. Interdisciplinaridade e resolução de problemas: algumas questões para quem forma futuros professores de ciências. Educ. Soc [S.I.], v. 29, n. 103, p. 557-579, 2008.

STYLIANIDOU, F.; BOOHAN, R. Exploring pupils’ learning about the nature of change using an abstract picture language. Science Education Research in

Europe proceedings, Rome, Italy [S.I.], 1997.

______. Understanding why things happen: Case-studies of pupils using an abstract picture language to represent the nature of changes. Research in

Science Education [S.I.], v. 28, n. 4, p. 447-462, 1998.

______. Teaching about energy in English secondary schools: teachers’ transformations of a national curriculum innovation. University of Sussex, 1999. ______. Teaching about Energy in Secondary Schools: The case of two innovations and teachers’ transformations of them. Proceedings of Second

International Conference of ESERA (European Science Education Research Association) [S.I.], v. 2, p. 450–453, 1999.

STTIS. Portal do projeto disponível em: <http://antalya.uab.es/crecim/ websttis/general/index.html>. Acesso em: 10/04/2009.

UFABC.http://www.ufabc.edu.brindex.php?option=com_content&view =article&id=24&Itemid=79. Acesso em: 10/04/2009.

Aberta do Brasil. http://www.uab.capes.gov.br/. Acesso em: 10/04/2009. USP-SCarlos.https://sistemas2.usp.br/jupiterweb/jupGradeCurricular? codcg=90&codcur=90010&codhab=204&tipo=N. Acesso em: 10/04/2009. VESSURE, Hebe. Tendências de la educación Ssuperior en America Latina y

Introdução

Nos últimos anos tem aparecido na literatura especializada uma caracterização do imenso desinteresse que as aulas de ciências suscitam nos estudantes (Cachapuz, 1989; Fourez, 2003; Cachapuz, 2004; Gil Pérez et.al. 2001, 2005; Lemke, 2006). Conhecer sobre a ciência tem se tornado uma tarefa entediante onde as ideias, em geral “transmitidas” pelo professor apenas devem ser memorizadas, sem exigir nenhum esforço intelectual do estudante e sem valorizar a sua inteligência. A atividade científica parece ser uma atividade que não tem relação com a vida real dos jovens e de alguma forma, o exercício da curiosidade e do pensamento crítico, fundamentais para o desenvolvimento moral dos indivíduos até alcançar a autonomia, foram suprimidos das atividades escolares.

Os conhecimentos gerados nas diversas áreas das ciências da natureza ao longo dos séculos foram separados e fragmentados, infelizmente, na ciência escolar não se percebe que esta separação em disciplinas é de natureza artificial, e esta situação não ocorre apenas na escola, carregamos essas deformações em relação ao conhecimento e a ciência pela vida afora. Uma situação que ilustra de maneira clara esta compreensão sobre a ciência e o conhecimento e que mesmo tempo carrega uma perigosa visão de mundo foi relatada há alguns anos atrás pelo professor Dr. Bayardo B. Torres do Instituto de Química da Universidade de São Paulo: um aluno universitário perguntou tranquilamente durante uma atividade de laboratório: “professor, o carbono da Química é o mesmo da Biologia ou não?” A surpresa aqui não é a coragem do aluno, que tenta entender o mundo com a visão de ciência que lhe foi apresentada desde os tempos escolares, o que surpreende e assusta é que mesmo no ensino superior não conseguimos superar a fragmentação do conhecimento e a visão neopositivista da ciência. Neste contexto, parte importante do desafio de devolver o sentido ao ensino de ciências proposto por Fourez (2003), reside na formação de professores de ciências. A proposta disciplinar de formação de professores de biologia, química ou física atuando no ensino de ciências para alunos do

Interdisciplinaridade e resolução de